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História Polaroid Effect - Aquele do Manoban errado - História escrita por Bpirro - Spirit Fanfics e Histórias
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História Polaroid Effect - Aquele do Manoban errado


Escrita por: Bpirro

Notas do Autor


Ei vocês!

Só tenho uma coisa pra dizer: A fic começa agora!

Sem mais,
boa leitura ;)

Capítulo 15 - Aquele do Manoban errado


Fanfic / Fanfiction Polaroid Effect - Aquele do Manoban errado

 

Jennie manobrou a Mercedes para dentro do estacionamento subterrâneo e praticamente vazio do imponente empresarial de fachada de vidro espelhado. 

Somando o AMG G63 de Lisa, não se tinha mais que cinco carros ali, embora o horário, definitivamente, justificasse. 

Afinal, era uma sexta feira e já passava do fim de qualquer expediente que Lisa julgava como normal.

A tailandesa seguiu a garota da Chanel pelo elevador em um padrão de última geração e sofisticação, embora logo notou que ele só subia alguns níveis e aquele prédio deveria, quero dizer, indiscutivelmente, possuía muito mais que quatro andares. 

Enquanto acompanhava os apressados, embora, elegantes passos de Jennie pelos corredores largos e de mármore escuro do hall luxuoso do edifício, não conseguia deixar de fitá-la de soslaio. 

Os cabelos escuros e lisos caídos sobre os ombros, braços e costas. O roupão vermelho, deixando um dos seus ombros expostos, a badana da Chanel tomara que caia revelando a clavícula sob a pelealva, chamava pela sua boca, até seus lábios carnudos coberto pelo batom vermelho. 

A postura ereta, o rosto de traços bonitos firme e sério, indicava que ali no seu ambiente de trabalho as coisas seriam diferentes. Além de adotar uma postura profissional – parecendo estar pronta para encarar qualquer desafio, ela não iria tentar nenhuma gracinha. 

Deixou escapar um resfôlegoinvoluntário. 

Jennie kim era uma gostosa! 

Não era nenhum pouco fácil estar na presença dela. 

De fato. 

Não era. 

Lisa sempre estava acompanhada àquela sensação de carregar alguns quilos nas costas, referente a seu estado de apreensão, ansiedade e, principalmente, preocupação.Contudo, era menos difícil quando Jennie simplesmente não estava provocando-a. 

E pelo amor de Deus! 

Quando foi que ela começou a se sentir desapontada? Quero dizer, Lisa não queria admitir, mas sabia que gostava e queria estar perto dela, inclusive... em ambos os casos – sendo provocada ou não. 

Fechou seus olhos com força, os abrindo logo em seguida. Não poderia ir por esse lado. Precisou repetir algumas vezes mentalmente que não queria participar de nenhum jogo, muito menos ser alguma espécie de brinquedinho. 

A tailandesa foi tirada do seu subconsciente enquanto recriminava aquele fato para ela mesma, assim que sentiu a mão da mais velha puxar a sua e lhe guiar pelo saguão deserto. 

Apenas as luzes de segurança no canto superior das paredes iluminava o lugar em tonalidades azuis, deixando o ambiente levemente mais claro. 

Andaram alguns metros escutando apenas o salto agulha da bota dela indo contra o chão. Passaram pelo balcão da recepção vazio, as portas giratórias que davam acesso ao edifício, e, finalmente, se depararam com os primeiros indícios de que não estavam completamente sozinhas. 

Quatro seguranças conversavam alguma coisa entre eles, atrás da bancada de controle, prestando atenção aos diversos monitores de câmeras que existiam espalhadas por todos os cantos. 

Um deles, um gorduchinho que tinha um bigode em formato de arco e traços ocidentais, esbanjava simpatia. Era o único em pé, alguns metros adiante, quase na frente das travas de seguranças que separava o corredor. 

Ele segurava uma caneca, Lisa podia ver a fumaça esbranquiçada sair dela e se misturar ao ambiente. Na outra mão, ele tinha um donuts coberto por cobertura de chocolate e granulado. 

"Boa noite, senhorita Jennie." Ele cumprimentou a garota animado com uma referência, embora a barriga avantajada evitasse que o homem baixassemuito. O sotaque era carregado, mas não dava nenhuma pista da sua origem estrangeira. 

Lisa desceu a vista, reparando no crachá grudado no bolso, localizado no peito esquerdo do homem. A foto 3 por 4, fazia jus a ele – demonstrandoa cara de meia lua e seu bigode grosso. Um pouco embaixo da foto o nome Pedro com algumas informações preenchia sua identificação. 

"Boa noite, Pedro." Jennie fez uma pequena referência. "Vejo que gostou..." Apontou com os olhos para o doce entre os dedos gordinhos dele e o sorriso gamoso foi crescendo no rosto, demonstrandouma pura satisfação. 

"Sim! Você sempre acerta! Separei algumas para me ajudar passar a noite, vocês aceitam um?" Disse ele esticando a mão em direção a elas com o doce. Bem apetitoso por sinal. 

"Obrigada." Jennie maneou a cabeça. 

Assim que a tailandesa percebeu que ele também falava com ela, se adiantou a negar em um gesto ligeiro com a cabeça e sorriu sem mostrar os dentes. Mas tirou seus os olhos do homem para os repousar na face prepotente da veterana, fitando seu perfil, de forma discreta e um tanto impressionada. 

Lisa não escondia a surpresa da situação inusitada, afinal Jennie podia ser bem inacessível na maioria das vezes. Mas lá estava ela, cumprimentando um segurança e ainda tinha comprado comida para ele. 

Jennie era... inacreditável! 

"Ela está comigo. Podemos subir?" 

"Claro, Senhorita Jennie." Ele disse com um sorriso, mas o bigode escondia seus dentes. 

Em um gesto rápido, colocou a rosquinha na boca, deu alguns passos para o lado, abrindo a portinha e cedendo o caminho para que elas pudessem passar pela lateral para evitar as travas eletrônicas. 

"Não conhecia esse seu lado..." Lisa não conseguiu se conter, e soltou o comentário ao mesmo tempo que inclinava o rosto para cima, conferindo o visor anunciar os andares que subiam, tentando, de alguma forma, não transparecer importância naquilo. 

Jennie estava distraída, arrumando seus cabelos escuros compridos no espelho da caixa metálica. Sem ainda respondê-la, tirou um batom da bolsa e entreabriu os lábios, retocando a maquiagem de tonalidade vermelha por eles. Seus olhos felinos desviaram uma única vez para fitar Lisa de costas pelo reflexo. 

"Você não conhece muitos lados meus, mas não se preocupe, Manoban. Irei te apresentar todos eles." Disse ela, intensificando o tom na palavra 'todos' e após concluir o que estava fazendo, sorriu de canto, se virando para a porta.

Lisa estremeceu, seu coração errou uma batida. Mas com um suspiro, conteve a emoção indesejada e se esforçou em não pensar o que seria 'todos eles'. 

No entanto, não deu tempo de Jennie perceber a tensão que havia provocado na tailandesa, pois o barulho do 'pim' cortou a atenção dela, e as porta dupla se moveu, uma para cada lado. 

Não existia ninguém atrás da bancada da recepção, que além de um balcão, o nome Vogue Korea, em um letreiro bonito, estampava a parede de forma imponente e elegante. 

Lisa podia notar uma circulação de gente pelo caminho que emigravapara dentro do escritório. 

Diferente do que viu lá embaixo, atrás daquelas portas de vidro, tudo parecia funcionar. Estava bem iluminado e movimentado como se as pessoas não tivessem conhecimento que era uma sexta feira e estava tarde. 

Por um segundo se questionou se era sempre daquele jeito; uma jornada de trabalho escravo. Mas não aprofundou seu raciocínio e mais uma vez, sentiu Jennie lhe tomara mão em um gesto possessivo, embora, dessa vez praticamente a arrastou, adentrando no departamento de moda. 

A tailandesa podia contar quantas vezes esteve no escritório da sua mãe, mas lembrava os detalhes e como era, por isso em nenhum momento se surpreendeu com o ambiente, eram quase iguais – espaçoso, sofisticado e charmoso, separados por paredes metade de pvc e metade de vidro. 

Contudo seu corpo estancou e seu queixo chegou ao chão quando ela passou, e, acidentalmente, reparou em uma das salas que era do tamanho de uma loja, e, bem, ela não estava exagerando. 

O cômodo era completamente preenchido por produtos de beleza; roupas, sapatos, acessórios, maquiagem, perfumes e tudo que você podia imaginar da alta costura. 

Escutou o risinho harmonioso de Jennie a tirar do seu estado de deslumbramento. "Vem, Manoban... se você fizer tudo direitinho, eu deixo você escolher alguma coisa..."

"Qualquer coisa?" Lisa perguntou animada, desviando seus olhos redondos com expectativa da sala para a garota da Chanel. Era praticamente o mesmo que chagar em uma loja de brinquedo e pedir para uma criança escolher qualquer brinquedo. 

"Qualquer coisa." Confirmou com uma piscadela e sentiu o aperto da mão dela na sua. 

E então seus olhos caíram para onde seus corpos estavam conectados e franziu o cenho. "Desde quando elas estavam de mãos dadas? 

 

O pensamento a assombrou, contraiu os lábios, mas quando finalmente cogitou a se desfazer do ato, Jennie a puxou novamente para dentro de outra sala. 

Estaera comprida, as paredes que separava o corredor, era toda de vidro, deixando o ambiente completamente visível. Existia três mesas uma em cada extremidade com arandelas articuláveis. Cada qual esbanjando um iMac. 

Entre o espaço de cada mesa, tinha prateleiras, preenchidas com diversas pastas de artigos. Uma arara no canto com algumas roupas dentro de capas de marcas variadas. As diversas edições da Vogue Korea estavam expostas nas paredes como parte da decoração. 

 

Por fim, no centro da espaçosa sala, tinha uma mesa, uma espécie de ilha comprida inteiramente de vidro fosco esbranquiçado, e estava uma verdadeira bagunça; algumas pastas espalhadas, portas lápis, peças de roupa e vários papel com diversos desenhos de manequins. 

Uma garota com o cabelo preso em um coque frouxoestava debruçada sobre ela, praticamente com a cara enfiada em alguns negativos de fotos, enquanto olhava e rabiscava com um piloto permanente vermelho. 

Percebendo a presença das garotas, ela terminou de escrever alguma coisa e ajeitou a postura. 

"É essa?" Ela franziu a cara, estreitando exageradamente os olhos em direção a Lisa, e Jennie teve que rir. 

A tailandesa mal imaginava que aquela pergunta não era para se referir a modelo que Jennie tinha arrumado, mas sim a ela mesma, a Lalisa Manoban, a garota que tanto Jennie mencionava com irritação e fascinação. 

O sorriso gengivaleos olhos de gatinho quase se fechando provocou em Lisa uma sensação de soco no estômago. Sem se dar conta, soltou um suspiro em um puro lamento. 

Não era possível que todas as vezes que Jennie sorrisse daquele jeito, ela iria ficar assim... desestabilizada!

Jennie finalmente soltou sua mão e jogou o cabelo liso e escuro para trás com as costas da mão e respondeu cautelosamente: "É..." Mas mudando completamente o semblante descontraído para um sério, perguntou: "Ela ligou?" 

A Chahee que ainda tinha os olhos espichados em direção a tailandesa, reparando todos os seus detalhes, inclusive seu suspiro, olhou para Jennie antes de responder: 

"Só três vezes, e não ameaçou me despedir em nenhuma das vezes" Ela disse com orgulho. "É claro, ela insinuou, mas não ameaçou claramente. Meu emprego ainda está à salvo... por hora!"

Jennie sorriu de forma compassiva, entendendo perfeitamente o pânico dentro da editora. 

"Certo! Isso significa também que ainda temos tempo. Vai adiantando o cabelo e a maquiagem dela... que eu preciso fazer umas ligações e uma reserva." Disse adquirindo uma postura confiante e empurrando a porta de vidro desaparecendo pelo corredor. 

Lisa ficou admirada, mais uma vez, com a mudança de comportamento da menor. Jennie continuava com aquela superioridade e arrogância no jeito de respirar. Mas a conduta esbanjava competência, como se ela pudesse resolver qualquer coisa, e, completamente profissional. 

Já em outra sala que mais parecia um salão de beleza, existiamcerca de quatromulheres em cima dela, duas fazendo seu cabelo, uma fazendo a maquiagem e a outra... Lisa não fazia ideia! 

Terminava de ler o contrato, mas era meio complicado se concentrar com alguém passando maquiagem, outra puxando seu cabelo, e o som estridente de dois secadores. Quando Jennie surgiu de repente ao seu lado. 

Elas trocaram olhares significativos pelo reflexo do espelho, mas antes que a jovem Kim pudesse dizer qualquer palavra, as cabeleireiras interromperam as atividades quase em uma sincronia perfeita, demonstrandoque estavam acostumadas com aquilo. 

A garota da Chanel agradeceu com um sorriso sem mostrar os dentes e estendeu uma caneta para ela. "Leu tudo, Manoban?"

Lisa acenou com a cabeça em positivo pegando o objeto. Em seguida, se inclinou para frente, usando a banca cheia de produtos de estética para assinar o papel.

Kim tinha um semblante avaliativo, conferindo sua assinatura e com um sorriso um tanto sugestivo, se aproximou da tailandesa. 

Lisa sentiu seu gostoso cheiro doce mais intenso e deduziu que ela havia provavelmente retocado. A ponta do nariz dela roçou na sua orelha antesde acrescentar em um sussurro que fez todos os pelos de Lisa se arrepiarem: "Inclusive as letras minúsculas... que diz que você vai ser minha escrava sexual?"

"O quê?" Lisa instintivamente se encolheu e quase gritou, assustando as demais e encarou Jennie com os olhos atônitos. 

"É brincadeira, idiota." Jennie revirou os olhos. "Não preciso disso. Quando você menos perceber estará fazendo o serviço completo, sem eu precisar pedir." Adicionou de forma presunçosa e completamente segura de si. 

Lisa fez uma careta observando-a deixar o ambiente, mas ainda dando tempo de escutar: "Aham, Jennie... vai sonhando." 

"Ok, bonitona, vem comigo..." Foi a vez de Chahee aparecer depois de alguns minutos. 

"Cha! Ela está chegando. Estará aqui em dez minutos" anunciou um garoto se apoiando na lateral da porta de forma alta, nitidamente se esforçando para ficar calmo. 

Chahee ganhou uma feição de preocupação, com um leve vincoentre as sobrancelhas, mas parecia que precisava perguntar de novo, só para ter certeza. 

"Vindo para o escritório, agora?" 

"Ela já está no carro... de modo que deve chegar em menos de dez minutos... se apresse!" Comunicou Jennie, passando por elas e dando uma última checada em Lisa.

Seu olhar avaliador, trouxe uma pequena insegurança na tailandesa. Mas Lisa sabia que estava impecável, por isso rapidamente arrumou a postura de forma confiante. 

O canto da boca de Jennie se levantou, parecendo satisfeita com o que viu e desapareceu em uma quase disparada pelo corredor. 

E então, com os olhos arregalados, Lisa estancou no meio do escritório. 

Presenciava uma verdadeira loucura. 

A sensação que ela teve foi que estavam no meio de um hospital e uma ambulância havia acabado de chegar, trazendo um paciente precisando de cuidados imediatos, pois estava morrendo. Todos estavam circulando de forma quase desesperada lutando pela vida de alguém, ou lutando pelas próprias. 

Lisa chegou à conclusão que deveria ser as duas opções.

Uma garota discava, sucessivamente, ramais de quatro dígitos e quase gritando: "Ela está a caminho. Avise todo mundo." 

Assistentes se puseram a arrumar as roupas freneticamente nas prateleiras nas paredes, e editoras dispararam para suas salas, e viu uma mudando seus sapatos de salto baixo para um de saltos finos de dez centímetros, enquanto outra passava batom, rímel, e ajustava a alça do sutiã sem nem mesmo diminuir a velocidade. 

Lisa estava morta de vontade de parar e observar como a cena se desenrolaria, mas sentiu uma puxada no seu braço que fez ela andar. 

"Vem, bonitona! Você ainda vai se trocar e precisamos pelo menos começar." Chahee disse guiando a tailandesa pelo escritório.

Precisaram apenas de três segundos para percorrer o corredor sinuoso e atravessar o departamento de moda quase todo para ir para a sala preparada com todos os equipamentos necessários para se fazer um ensaio fotográfico. 

Lalisa escutava o fotógrafo passar algumas instruções, em quais posições ela deveria fazer, mas seus olhos desviaram imediatamente para o vidro que separava a sala do corredor e estacaram na figura chamativa da sua professora, ao lado da sua filha.

Paralisada. 

Lisa ficou absolutamente paralisada no meio do movimento em sua volta, sua mente agindo rápido o bastante para perceber como ela devia parecer ridícula na frente de no mínimo dez pessoas dentro daquele espaço, mas não rápido o bastante para se mover conforme as instruções. 

A meia arrastão começava a beliscarsuas pernas, o laço dourado brilhoso em voltada gola branca parecia apertado demais e começavaa lhe sufocar e suas mãos suavam em uma distonia sobre as luvas de tecido delicado. 

Os olhos idênticos ao que ela conhecia, presos no seu corpo, moviam-se rápido; para cima e para baixo, de um lado para o outro, mas a expressão permanecia inalterada, enquanto Miranda caminhava elegantemente para dentro do mesmo ambiente.

A redatora chefe simplesmente atravessou o caminho do fotógrafo, diferente de Jennie que ficou parada no canto. A Mulher se aproximou da mais nova, até seu rosto ficar a quase a centímetros do dela. 

Lalisa já havia andado nas piores montanhas russas do mundo, saltado de bungee jump e até paraquedas na adolescência, mas nada ativava mais sua adrenalina do que aquela mulher bem diante dela. 

O nó na garganta criava forma, o retesamento dos músculos na nuca e suspendeu sua respiração automaticamente. 

A tailandesa sentiu o aroma fantástico do xampu e perfume caro tão perto que deu para ver as linhas finas em volta da sua boca e olhos, que se tornavaminvisíveis a uma distância mais confortável. Mas Lisa não podia olhar durante muito tempo para o seu rosto, porque ela estava examinando, atentamente, o seu. 

Então, de repente, ela afastou-se. 

"O Boletim está atualizado?" Perguntou Miranda a ninguém em particular, mas parou diante de Jennie e a editora. 

"Sim, Miranda, aqui está." Disse uma garota entre as demais, obsequiosamente, correndo em direção a ela e lhe entregando uma pasta de couro preta.

"Jennie?" Miranda disse em seu tom baixo, embora frio enquanto folheava a pasta.

"Sim, mãe."

"Mande os negativos ainda hoje." Concluiu fechando a pasta de súbito e se dirigindo a porta confiantemente, provavelmente sem nem mesmo notar que um grupo de três mulheres no corredor dispersou imediatamente ao vê-la. 

"Sim, Mãe."

Acabou de olhar mais uma vez para a tailandesa da cabeça aos pés, e, simplesmente, foi embora enquanto Lisa percebia que até aquele instante comprimia ainda o ar. Seus ombros relaxaram, fechando fortemente os olhos e finalmente soltou todo o oxigênio presos nos seus pulmões. 

Foi isso. 

Só isso... 

E ela foi embora. 

A visita que tinha inspirado o pânico pelo escritório todo, os preparativos frenéticos, até as correções na maquiagem e vestuário, tinha durado menos de cinco minutos, e acontecido – até onde os olhos castanhos e redondos, inexperientes tinham visto, por absolutamente nenhum motivo. 

Quando deu por si, sentiu o calor subir por seu rosto, a sensação de confusão, intimação e apreensão a dominou, e só fez piorar ao sentir Jennie a encarando com curiosidade. 

Ergueu o rosto quente, confirmando que a garota da Chanel estava a olhando fixamente, com divertimento, mas tinha alguma coisa a mais que Lisa não conseguia identificar.

E porra... por que será estava gostando daquilo?

"Parece que você passou no primeiro teste, Bonitona." Lisa estreitou os olhos redondos para identificar a voz de Chahee. 

Mas logo desviram novamente para Jennie. Esta, por sua vez, tinha um dos seus braços cruzando seu corpo, servindo de apoio para outro e levava o dedo polegar à boca enquanto mordia a região e possuía um sorriso de canto.

Lisa escutou risos e vozes em tons divertidos que vinham davaranda enquanto atravessava a porta de casa e sacou na mesma hora que se tratava da sua mãe. Conferiu o relógio de pulso, confirmando que não era mais que onze horas da noite. 

Apesar de fazer questão de sempre almoçar com Lisa. Uma tradição importante que Marco possuía com a filha, a mulher de meia idade queira dar continuidade, e, de alguma forma,suprir a ausência dele. Então sempre que podia, separava aquele tempo para seus filhos. 

No entanto, o cenário era outro à noite. 

A empresária bem-sucedida nunca chegava tão cedo, e ultimamente ela, além de não dormir em casa na maioria das sextas-feiras, estava viajando mais que o normal. Aumentando ainda mais as suspeitas dos filhos de que ela havia arrumadoum namorado. 

Lisa travou no meio do corredor visualizando a movimentação fantasmagórica das sombras no chão, pela grandiosa porta que dava acesso ao terraço e se virou rápido para a garota que era a cara da Korea.

Por outro lado, Jennie a encarou arqueando uma das sobrancelhas perfeitamente desenhada em questionamento.

"Hm, ahn, Jennie..." A gagueira dominou imediatamente. Não havia espaço para palavras, quando os pensamentos quicavam na sua cabeça, zunindo nos seus ouvidos. 

Lisa retorceu o rosto, a preocupação criava linhas irregulares na sua testa. 

Como poderia explicar que não queria que ela conhecesse sua mãe, pelo menos não associada ao seu irmão!? Quando nem ela sabia dizer o real motivo disso. 

"Minha mãe está em casa... você tem certeza que ainda quer jantar aqui?" Sua voz saiu baixa. Depois soltou um suspiro antes de acrescentar ainda mais baixo se era possível: "Eu posso, a gente pode ir comer em outro lugar... seria minha forma de agradecer a oportunidade..." 

A coreana estudou o semblante dela minuciosamente antes de estreitar um dos olhos de gato. 

"Eu adoraria ficar sozinha com você, Manoban. Mas eu estou aqui para jantar com seu irmão. Fora que agora eu quero muito conhecer minha sogra." Declarou ela também de forma baixa, mais com firmeza e objetividade. Em seguida um sorriso charmoso e um tanto provocador brotou em seu rosto presunçoso. 

Lisa parecia surpresa com o início da resposta, e a leve contração do seu queixo acusou o quase imperceptível incômodo... dúbio.

Realmente, Lisa possuía alguns questionamentos. Como assim ela estava lá pelo Kai e ainda se atreveadizer que quer conhecer a sogra!? 

"Jennie... Ela, não é... sua sogra." Murmurou de forma suspirada e pausada, tentando não perder a linha de raciocínio. 

"Ainda, Manoban. Ainda." Jennie falou dando um passo, quase anulando a distância entre elas. 

Sentiu a ponta dos dedos tocarnos seus, fazendo menção de segurar sua mão. A outra segurou uma das abas da jaqueta de couro preta da Celine que havia escolhido. Seus rostos quase a mesma altura. A respiração se misturando com a sua, aqueles olhos sedutores encarando seus lábios. 

"Puta merda!" 

Lisa conteve a vontade de avançar em cima dela, soltou um suspirodiante de um contato tão próximo e desfez de qualquer espaço entre elas, dando um passo para trás e quase implorou aoseu coração para parar de bater tão rápido. 

Jennie revirou os olhos. "Ah, Manoban... sabemos que está caidinha por mim... e, cedo ou tarde, vai acontecer. Não sei por que ainda está resistindo tanto..." Seu sorriso com o acúmulo de presunção voltou a estampar seus traços bonitos. 

Lisa torceu os lábios em um sinal nítido de puro aborrecimento. "Você sabe exatamente o porquê, e eu não vou cair nesse seu joguinho, Jennie. Eu não sou seu novo brinquedo!"

Jennie franziu o cenho, mesmo sabendo do que ela estava falando, se fez de desentendida. "Joguinho, novo brinquedo? Não faço ideia do que você está falando. De onde tirou isso?"

"Você pensa que não fiquei sabendo da sua faminha de conquistadora e arrasadora de corações?" A tailandesa rebateu com um falso ar de divertimento. 

A garota da Chanel riu sem humor. "Quem te falou isso, Lisa?"

"Esse não é o ponto, Jennie." Falou irritada. "Eu não sei exatamente onde você quer chegar se aproximando do Kai desse jeito, se é para me provocar, implicar...ou na sua cabeça maluca de querer me conquistar dessa forma... eu não sei. Só quero que você saiba que eu e você... não vai rolar!" Até para seus próprios ouvidos, suas palavras soaram extremamente frias. 

O olhar firme e zangado de Jennie estava focado no seu, e Lisa perdeu o fôlego por um instante. Mas ela logo se desfez da carranca e depois sorriu, com aquele sorriso de canto que Lisa odiava e de uma pessoa que havia sido desafiada. Seus olhos acenderame a tailandesa engoliu em seco. 

Jennie sabia que Lisa não era só mais uma... ou brinquedinho, ou só um 'bom desafio', existia mais alguma coisa, tinha um sentimento que criava forma dentro dela. 

"Não sei o que você escutou por aí." sibilou, de uma maneira baixa e apropriada para a situação. Mas o tom irritado era evidente. "Eu já fui bem clara sobre minhas intenções, Manoban. Mas eu só vim aqui para jantar com seu irmão, o resto foi consequência. De qualquer forma, você conhece a minha mãe. Nada mais justo que eu conheça a sua."

Lisa a encarou sem entender. 

Jennie era surpreendente. 

Aquilo não fazia nenhum sentido para ela, apesar do fato ser verdadeiro. Embora não deixava de ser uma situação diferente. Miranda Kim era sua professora!

Presa em suas divagações, nem sentiu quando a menor passou por ela. Lisa bufou, em um lamento contido, mas não restava muito, a não ser ir atrás dela.

Sua mãe em seu terninho elegante entrava na sala segurando uma taça de vinho enquanto checava o celular. Seu sorriso largo e o mesmo que presenteou a seus filhos, decorava seu rosto bonito e perfeitamente maquiado. 

Jongin estava ao seu lado, gesticulava animado para um homem que vinha logo atrás. Lisa franziu o cenho e encarou o coroa com curiosidade.

Os cabelos dele eram escuros em um corte degradê – as laterais baixas, e em cima mais volumoso, com um charmoso topete. Embora o corte fosse moderno, possuía alguns fios brancos. Além do grisalho, suas linhas de expressões e rugas no canto dos olhos revelava sua idade madura. 

A barba escura escondia metade do seu rosto, deixando apenas os lábios finos de fora. Apesar de volumosa, tinha um aspecto limpo, quero dizer, era como se o homem tivesse acabado de fazer. 

Ele era bonito.

Além disso, seu charme ficava ainda mais evidente no jeito de se comportar, esbanjando simpatia sobre seu terno claro. 

Lisa achou aquela cena no mínimo intrigante, seus olhos redondos se abriram para o irmão que foi o primeiro a reparar sua presença, como se fizesse uma pergunta muda. 'Quem era ele?'

Jongin lançou um olhar divertido, mas um olhar que acusava o relacionamento, e, pela sintonia dos dois, Lisa conseguiu entender perfeitamente. Mas o sorriso dele ganhou uma dimensão diferente quando, pela primeira, vez notou que Jennie estava ali no mesmo ambiente. 

Inicialmente, franziu o cenho para aquela incrível coincidência das duas chegando juntas, mas no mesmo segundo, se desfez, estava feliz demais para raciocinar qualquer coisa, pois tinha quase certeza que ela não iria comparecer. 

Quando Sra Manoban finalmente percebeu a presença das duas jovens no cômodo, seu rosto se inclinou, no entanto seu sorriso ficou ainda mais generoso. 

"Lisa! Onde você estava? Disse ela, ao mesmo tempo que ela analisava a garota da Chanel, mas se virou quase de perfil, tendo a visão do homem que Lisa ainda não conhecia. 

O homem cumprimentou ambas com uma reverência.

"Lisa esse é o Daniel... Dae Kim, hm..." Acrescentou gesticulando com uma das mãos, apontando para ele. 

"O namorado dela..." Dae completou a frase da mãe de Lisa, lhe lançando um olhar acolhedor e de volta para a mais nova. "Muito prazer, Lalisa."

"Uau" Lisa movimentou as sobrancelhas de maneira rápida e não segurou o sorriso. "É realmente um prazer enorme, Daniel!" Acrescentou. 

Apesar de ter sido pega de surpresa, Lisa estava radiante. Não acreditava que finalmente sua mãe teve coragem de assumir um relacionamento, principalmente depois que seu pai havia falecido. 

Lisa não entendia bem o sentimento dela, mas a Sra Manoban possuía essa espécie de trava, mesmo ela e Jongin incentivando a mãe a arrumar namorados. Afinal, antes mesmo de Marco morrer, eles estavam separados, e principalmente, tinham maturidade suficiente para compreender – por mais doloroso que aquilo poderia ser – eles sabiam, sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. E não seria justo! Uma mulher tão incrível, bonita, inteligente dona da sua vida, ter limitações nela. 

"Oh!" Jongin emitiu se apressando em ir em direção a Jennie. Com uma das mãos repousou nas costas da garota da Chanel. "Essa é... Jennie Kim."

"Bem, não precisava nem ser apresentada, querida. Suas fisionomias não entregam de quem você é filha." A mãe de Lisa disse mantendo o sorriso de simpatia. 

"Conhece minha mãe?" Jennie falou, não escondendo a surpresa na voz.

"Sim! Eu tenho alguns negócios com o sócio majoritário da Vogue Korea. Acabei conhecendo sua mãe. Uma mulher um tanto impressionante... eu devo dizer. O que ela fez por aquela marca, tornou o Yang Hyunsuk um tanto mais rico e poderoso." Ela disse mantendo o sorriso jocoso. "Então, aproveitamos que estamos todos junto, vamos jantar?" 

Apesar da situação um pouco constrangedora, quero dizer, apenas para a tailandesa, porque Jennie estava incrivelmente à vontade, como se estivesse em casa. 

Normalmente, Lisa que dominava os assuntos, naturalmente chamando atenção com sua personalidade falante, cativante e divertida, mas era evidente que, somando ao seu estado contido e a figura dominante da garota da Chanel, acabava que ela, roubava o centro das atenções. 

Kim tinha aceitado acompanhar a Sra Manoban no vinho, naquela altura já era sua terceira taça e a conversava sobre os variados assuntos com todo mundo da mesa, inclusive contou para a empresáriacomo sua filha havia se saído com modelo e acabou servindo de explicação para Jongin porque havia se atrasado e curiosamente chegou com Lalisa ao mesmo tempo.

Em contrapartida, Lisa se limitava em comer seu camarão internacional e dar goles na sua cerveja quando sentiu o aparelho entre suas pernas vibrar. 

Desviou seus olhos castanhos do prato, repousando os talheres para fitar o aparelho de baixo da mesa de forma discreta. Sabia que sua mãe proibia o uso durante as refeições. 

 

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Hoje

 

23:39 [Rosé]: Meninas!

Vocês viram que as notas de TDM - Teoria do Design e da Moda.

Está disponível no aplicativo?

 

23:39 [Sorn]: Ai, Meu Deus!

Não tenho saco de olhar o grupo da turma.

Vou olhar agora!

Pensei que iria me foder... mas tirei 7!

Você tirou quanto Rosinha?

 

23:39 [Lisa]: Porra! 

Estava super tensa com essa nota...

Pensei que a Jennie iria me dar nota baixa!

Tirei 8,5.

 

23:39 [Rosé]: Tirei 9,5! ;)

 

23:39 [Lisa]: Puta merda, Park!

 

23:39 [Rosé]: Lisa! Quero saber como foi lá com a Jennie...

 

23:39 [Lisa]: Conto tudo depois 

[Imagem]

 

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Lisa guardou o celular no bolso da calça quando sua mãe começou a lhe olhar feio. 

Um sorriso amistoso surgiu em seu rosto ao pensar em como sua melhor amiga era impressionante. Mas já estava acostumada com aquilo desde o ensino médio. 

Rosé sempre desesperada pedindo para Lisa ensinar a matéria nas vésperas da prova, mas a desgraçada sempre conseguia tirar uma nota mais alta que a dela. 

Encarou a garota a sua frente, ela tinha um sorriso sereno, e parecia realmente se divertir com a situação enquanto bebericava seu vinho até que... surgiu um assunto.

"Então, vocês estão namorando?" Daniel perguntou alternando a vista entre Kai e Jennie. 

Lisa quase se engasgou com a cerveja, mas conseguiu não transparecer o incômodo. Embora, sentiu seu rosto queimar e quando ergueu o rosto, certificou que aqueles olhos de gatinho a fitava com diversão. 

Lisa estudou seu rosto com um leve cerrar de olhos. 

"Bem, não depende exatamente de mim. Se dependesse..." Falou Kai dando de ombros. 

Sem desviar da morena de franja, Jennie lhe olhava de forma penetrante. Lisa podia sentir a cabeça dela dando voltas, provavelmente a desafiando a fazer alguma coisa, tomar alguma atitude. 

Mas o que diabos ela queria que Lisa fizesse?! O pensamento se assomou na cabeça e começou a sentir algo em seu peito ganhar velocidade, bombardeando com muito mais intensidade, acusando o nervosismo e a ansiedade. 

E então, respondeu em tom insinuante. "Agora... depende." 

Kim empinou a cabeça para o lado e tocou os lábios com a taça, dando um gole generoso. Lisa piscou os olhos algumas vezes, não acreditou naquelas palavras.

"Então você quer namorar comigo?"

"Quero."

Ao assimilar melhor, lançou um olhar incrédulo, respirou fundo e se concentrou em evitar a expressão de contrariada na cara. 

Jennie era definitivamente... inacreditável!

A vontade que Lisa teve foi levantar da mesa. Mas tudo que fez foi presenciar um selinho. 

O jantar para ela tinha terminado, só que não poderia fazer desfeita com o namorado da mãe e por outro lado, não queria dar aquele gostinho a Jennie; de saber que se incomodou demais. Então permaneceu sentada e forçouum sorriso sem graça no meio da cara. 

No final, Jennie conseguiu a sogra de todo jeito. 

Mesmo (não) namorando o Manoban certo. 

 

 

 

Referência, The Devil Wears Prada– Lauren Weisberger

 


Notas Finais


Autora não está mais aqui... hahaha


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