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História Polaroid Effect - Aquele da lembrança do sabor de baunilha - História escrita por Bpirro - Spirit Fanfics e Histórias
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História Polaroid Effect - Aquele da lembrança do sabor de baunilha


Escrita por: Bpirro

Notas do Autor


Vou atualizar duplamente. Essa e a outra ;)

Sem mais,
Boa leitura! ♡

Capítulo 20 - Aquele da lembrança do sabor de baunilha


Fanfic / Fanfiction Polaroid Effect - Aquele da lembrança do sabor de baunilha

 

O som da chuva de verão tamborilava na sua varanda, os pingos que se chocavam contra o chão do seu quarto refletiam e batiam na pele do seu braço que estava para fora da cama, descoberto. 

Lisa piscou os olhos sonolentos algumas vezes antes de abri-los totalmente, sentindo que seu corpo não estava disposto a acordar. Demorou para focar, muito por conta da visão péssima, muito por te acabado de despertar.

Seu quarto estava completamente escuro, exceto por uma leve penumbra retangular embaçada que se formava na frente da sua varanda. Foi então que finalmente percebeu que havia deixado as portas da varanda abertas. 

Em movimentos lentos e contidos, descolou a bochecha do travesseiro, se virando no colchão, depois se espreguiçou, e quando se arrastava para fora cama, deixou um bocejo escapar. 

Assim que seus pés tocaram o chão, sentiu o piso todo molhado a despertando completamente. 

Conforme sua mente voltava a trabalhar, o som da chuva se intensificou e os lampejos de como acabou cochilando sem querer e, principalmente, da conversa com seu irmão surgiu de uma só vez. 

"Merda..." Praguejou se erguendo. 

Estava tão cansada de tudo aquilo; de reprimir seus sentimentos por Jennie para não magoar seu irmão, que chegou a reduzir aquele beijo na noite de iniciação da irmandade como um erro. 

Algo que jamais tinha que acontecer.

Mas na verdade... não existia um dia depois dele que ela não desejasse que acontecesse novamente. 

Queria tanto aquela maldita garota.

Sua respiração foi pesada, tentando espantar aqueles pensamentos pretensiosos, levando as mãos sobre o rosto inchado, depois, com as pontas dos dedos, massageou as pálpebras ainda cansadas. Reuniu toda força de vontade que possuía para finalmente se levantar.

Tomou cuidado ao andar por ali, se aproximando da abertura enquanto sentia o vento forte assanhar seus cabelos. Lisa admirou o céu completamente fechado e a chuva grossa que caía sem parar. 

Antes de escutar um estrondo, presenciou um relâmpago cruzar o horizonte e quase se assustou. Por isso se apressou em fechar a porta dupla de vidro, e, logo em seguida, a cortina. 

Atravessou o quarto notando algumas polaroids pelo chão que haviam se soltado da parede e se abaixou sobre as pernas para apanhar. Decidindo guardá-las para depois arrumá-las na parede, abriu a primeira gaveta da cômoda do seu computador e se deparou com a foto de Jennie que havia tirado naquele dia, no carro. 

A desgraçada marcava seu território até mesmo sem querer. 

Maneou a cabeça, mas contraiu a boca em um sorriso conformado. Depois foi para seu banheiro, antes de voltar a dormir, precisava de um banho, afinal, acabou adormecendo sem sequer ter lavado o corpo, e Lisa tinha aquela mania de precisar tomar banho antes de dormir. 

Usando apenas um shorts curto estilo moletom e um blusa branca regata, voltou para o quarto, trazendo um pano para enxugar o chão, por fim, depois de ter concluído o serviço, sentou na ponta da cama, percebendo a estranha percepção que não fazia a menor ideia que horas se tratava. 

Caçou o óculos de grau em cima do criado mudo junto com seu celular, se certificando que eram quase duas horas da manhã até que o som de batidas na porta chamou sua atenção.

Seu rosto se contraiu em uma careta, em confusão, afinal, o que deveria ser uma hora dessas? Mas antes que pudesse concluir o pensamento, mal deu tempo de desviar seus olhos da tela grande e brilhante do aparelho para a porta, que a mesma se abriu de repente. 

A claridade do corredor projetou uma sombra enorme sobre o piso do seu quarto, mas a mesma luz revelou uma Jennie com um semblante sério. 

Lisa fincou as sobrancelhas. "Jennie?"

E como se alguém tivesse fechado algum registro do oxigênio, o ar do ambiente havia sido reduzido pela metade. Seus olhos correram pela garota que ultimamente havia se tornado – praticamente, o sentindo da sua vida, pois quando não estava falando, estava pensando nela. 

A garota que era a cara da Korea tinha seus longos cabelos castanhos escuros soltos, caídos sobre os ombros em ondulações, bagunçados de uma forma charmosa demais para ser desproposital. 

Vestia apenas uma blusa branca de manga comprida, estilo social meio amarrotada. Os botões de cima estavam abertos, deixando uma brecha enorme no vale dos seus seios. A blusa era comprida demais para ela, embora cobria metade das suas coxas, dando a Lisa a impressão que ela não usava nada por baixo, além de provavelmente uma calcinha. 

Foi obrigada a engolir em seco e contraiu a musculatura do queixo com a imaginação. 

Um pé estava calçado em uma pantufa, e o outro, em uma bota ortopédica. 

Jennie Kim era fodidamente um visual incrível, mesmo com o pé quebrado. 

 E quem concorda respira. 

 

Depois que finalmente se deu conta que estava completamente apaixonada, as coisas simplesmente se intensificaram, como se estivesse tocando uma música e alguém tivesse aumentando no volume mais alto. 

Se já era difícil ficar perto dela, agora, parecia quase uma missão impossível, e, bem, sejamos realistas... Lisa passava longe de ser Tom Cruise.

Era verdade que estava se sentindo bem mais leve depois de ter finalmente revelado ao irmão, e, em algum momento, planejava tomar a iniciativa de procurá-la. Só não esperava que fosse tão cedo! 

Embora, vê-la no seu quarto, ainda mais daquele jeito... 

Pobre, Lalisa!

Se o diabo trabalhava duro... Jennie Kim trabalha muito mais. 

 

"Lisa, falando sério... deixa eu dormir com você!?" A voz em um tom receoso despertou dos seus devaneios. 

Respirou fundo. 

"Jennie..." Disse arrumando os óculos que escorreram pelo seu nariz com o dedo indicador. 

"Lisa, por favor! Amanhã eu preciso acordar super cedo. Tenho um compromisso importantíssimo no trabalho. Preciso dormir, mas..." sua voz foi fraca e falhou quando um segundo barulho de trovão ecoou pelo cômodo e um clarão penetrou pelas laterais da cortina.

Kim emitiu um grito agudo, colocando a mão em punho fechado sobre o peito.

"Está com medo?" Lalisa estampou um sorriso divertido, embora se perguntava como aquela garota podia ter aquela aparência devastadora e, no mesmo instante, ser tão fofa, em uma dualidade incrível. 

"Estou..." Disse ela, baixo, quase em um sussurro. Até que outro barulho mais alto ecoou e Lisa percebeu a veterana, vulgo demônio, se encolher. Mostrando que, de fato, estava com medo. 

A tailandesa deu de ombros, sentindo a necessidade de protegê-la, criar forma dentro de si. Além de estar apaixonada por ela, a tailandesa tinha aquela personalidade gentil e prestativa. 

"Tudo bem. Vem." Chamou, dando algumas batidinhas ao seu lado, no colchão.

O quarto voltou a ficar escuro quando Jennie fechou a porta atrás de si, mas assim que se aproximou com seu cheiro marcante, Lalisa se levantou, passando por ela em uma estranha necessidade de se esquivar. 

Caminhou até sua bancada, repousando o celular, depois, com um suspiro, se virou, apoiando a bunda na mesa ao mesmo tempo que cruzava os braços sobre o peito na defensiva. 

"Mas cadê o seu namorado, garota da Chanel?" 

Jennie estava sentada na cama, terminando de tirar sua botinha, depois se deitou, encostando as costas na cabeceira da cama ao mesmo tempo que puxava o cobertor por cima do corpo, mas girou a cabeça na sua direção.

"Que namorado, Manoban? Eu não tenho mais namorado..." confessou a encarando com intensidade. 

Mesmo no escuro, Lisa conseguia ver os olhos peculiares dela com um brilho inexplicável. 

Imediatamente ergueu as sobrancelhas, por cima da armação do seu óculos, confusa com a resposta dela, mas a informação fez seu coração se agitar e o estômago se revirar.

Se Lisa prestasse atenção, conseguiria além da chuva, escutar o som do seu órgão vital acelerado em um nervosismo dúbio; além de não ter nada que a impedisse de ficar com Jennie, exceto, claro, da desaprovação do irmão. Ele não disse nada para ela. 

Como assim eles haviam terminado!? 

Havia conversado algumas horas atrás. Mas, pelo visto, Jongin escondeu esse pequeno e insignificante detalhe, e ela estava sendo irônica nessas duas definições. 

Um silêncio se estendeu diante delas, seus olhos se fecharam fortemente, depois os abriram, a encarando com um leve expressão confusa. 

"Vocês terminaram?" Perguntou não escondendo a surpresa no tom de voz.

"Hoje de tarde... inclusive, você já pode cantar vitória. Amanhã estou voltando para a república." 

"Por que tudo isso? Do nada..."

Jennie fincou as sobrancelhas rapidamente, depois semicerrou um dos olhos, um tanto incrédula. "Sério isso, Manoban? Do nada?"

Lisa comprimiu os lábios, mas ignorou a ironia dela, se aproximando, logo se sentando na beirada da cama, com umas das pernas dobradas em cima, um tanto receosa. "Você vai dormir mesmo?" 

"Depende... você quer fazer outra coisa?" A pergunta ganhou ainda mais um ar sugestivo à medida que uma das sobrancelhas dela se erguia no rosto bonito e arrogante. 

As palavras em duplo sentido lhe causaram uma leve fisgada abaixo do ventre, mas fingiu que nada tinha acontecido, embora não conseguiu manter uma expressão completamente neutra. 

"Boa noite, Jennie." 

Ao invés de corresponder a sua despedida, um dos cantos da boca dela se ergueu em um misto de satisfação e presunção. E seus olhos foram completamente sugados para baixo, enquanto ela se desmanchava do sorriso debochado para lamber os lábios e fincar seus dentes pequenos e maravilhosos nele. 

Um calor se espalhou por todo seu corpo, trazendo aquela familiar agitação, muito pela cena excitante, muito por se dar conta que a coreana iria fazer tudo, menos contar carneirinho para pegar no sono.

Mas... sinceramente? 

Não estava mais dando a mínima para isso. Pelo contrário, desejava que Jennie fizesse tudo, menos que fosse dormir. 

Quando Lisa se acomodou, se encostando na cabeceira, ao lado dela, sentiu levemente o toque no seu ombro esquerdo. Os dedos delicados apertaram a região, anunciando uma força contra ele em apoio, logo em seguida, sentiu o peso cima do seu colo. Seus olhos arregalaram aos poucos, e a figura de Jennie estava montada nela. 

Lisa sorriu involuntariamente, em um misto de nervosismo e satisfação. 

Inalava profundamente quando Jennie passou as mechas do cabelo escuro para atrás da orelha, enquanto se inclinava devagar, conforme se aproximava do seu rosto. 

Os olhos charmosos dela alternavam entre os seus e sua boca, enquanto mordia o próprio lábio inferior em um gesto sensual e excitante. 

Lisa podia sentir a respiração calma morrer em seu rosto. Podia lembrar do sabor de baunilha, do gosto da boca dela. Apenas a lembrança da sensação criava um desconforto entre suas pernas e o peso de Jennie em cima dela colabora ainda mais para o incômodo.

Soltou um suspiro sôfrego, se transformando em um gemido. "J-Jen..."

Lisa fechou os olhos com força, quando volto abri-los, Jennie intensificou ainda mais o jeito que olhava para ela, antes de tirar seu óculos de grau e repousar na mesinha do lado. 

Elas voltaram a se entreolhar, hipnotizadas, sustentadas por alguma coisa forte e profunda.

Sua voz baixa e rouca quebrou o silêncio. Mas tudo o que saiu da sua boca foi um suspiro, e, mesmo no escuro, viu que a garota da Chanel tinha um sorriso de canto, debochado.

Lisa detestava tanto aquele maldito sorriso!

Sentiu o corpo dela se encostar no seu para sussurrar no pé da sua orelha: "Eu sempre consigo o que quero..." 

Imediatamente seu corpo enrijeceu. "Filha da..."

"Shiii... Quero você quietinha. Bem quietinha, Manoban..."

Estava pronta para rebater alguma coisa, mas ao invés disso, além de sentir uma fisgada no seu centro, sentiu também uma das mãos pequenas segurar seu rosto, as pontas dos dedos penetrando seu cabelo, por trás da orelha.

Lisa pode escutar o barulho da língua dela umedeceros lábios em um som extremamente sexy, a desarmando completamente, mandando o resto do seu orgulho para o ralo. 

A primeira coisa que fez seu corpo vibrar foi a ponta do nariz gelada deslizar pelo comprimento da sua orelha, em seguida, a língua, e, com uma leve mordidano seu nódulo, imigrou para seu pescoço, plantando uma série de beijos molhados, mordidas e chupões. 

Lisa arfou completamente inebriada com os toques, com o cheiro do perfume e xampu caro. 

"Je-Jennie... precisa parar... eu não quero mais me arrepender de ficar com você..." Com a voz baixa e falha conseguiu dizer tentando permanecer sóbria.

"Então não se arrependa..." A voz manhosa interrompeu as próprias carícias delicadas.

Os olhos de gato brilhantes voltaram a procurar os seus e quando os mesmos recaíram para os da tailandesa, seus músculos internos se contraíram deliciosamente. 

Foi então que finalmente se mexeu. 

Suas mãos grandes, antes repousadas no colchão, foram para as coxas dela, seus dedos pressionando a pele desnuda com força, alisando a região, subindo, passando por debaixo da blusa, sentindo a tira fina da calcinha, para o quadril estreito até massagear a região do início das suas costelas. Provocando uma revirada de olhos, como se a coreana tivesse se deliciado com aquilo.

No entanto, Jennie, de repente segurou suas mãos, deslizando os dedos entre os seus até rodar seu punho, enquanto os tirava do corpo dela, para levar para o colchão – como uma boa dominadora que era. 

"Quem comanda aqui sou eu, Manoban..." Sua voz saiu baixa, e Lisa deixou um sorriso safado escapar. 

"Comanda, é?"

"É..."

Lisa capturou a leve inclinação da boca, em um sorriso safado, ficando cada vez mais perto da sua.

Os seus lábios a centímetros de distância. 

Mais perto...

O toque foi apenas um selar. Jennie encostou os lábios ressecados e macios com delicadeza, deslizando com calma sobre os de Lisa. 

Como se pedisse autorização. 

Mas ela não veio. 

Apenas sentiu o peito da mais nova se expandir, tão próximos ao seu que ela precisou de uma força sobre-humana para não avançar de vez em Lisa. Mas se manteve firme, e continuou com a provocação. 

Como uma insistência delicada e gentil, a garota da Chanel entreabriu a boca de forma mínima, apenas para seguraros lábios inferiores da tailandesa, dando uma mordida, depois um selinho. 

Mais outro.

Um roçar. 

Esse último correspondido. Precisou conter a arfada de satisfação quando, aos poucos e de forma gradativa, era correspondida. 

Lisa inclinou a cabeça, buscando mais contato.

O beijo passou de selinhos delicados, pequenas mordidas, para algo mais molhado. Embora com a mesma sutileza, enfiou a língua quase em câmera lenta para dentro.

Ela gemeu quando provou a sua, o som manhoso e excitante viajou pela garganta da coreana aos lábios ainda pressionados contra os seus.

As línguas deslizavam uma sobre a outra, em um toque gentil e quente, com cautela, como se temessem um piso em falso. Fazendo Lisa estremecer e ansiar por mais. 

Deus! Tudo em Jennie era irresistível e delicioso. 

Seu tronco deslocou do encosto, buscando por mais contato, ao mesmo tempo que agarrou o corpo magro de Jennie com força, quase dando uma volta completa com seus braços, e sentiu os dela entrelaçar seu pescoço enquanto o beijo ganhava mais intensidade. 

Mas o que levou Lisa a beira da loucura foi quando Jennie passou a movimentar o quadril, em um ritmo lento e delicioso de vai e vem. 

Sentiu a coreana soltar outro gemido, como uma lamúriae se afastou alguns centímetros para ganhar ar, as duas respirações se misturaram como ofegadas, extenuantes e decididas. 

Havia sido apenas um sussurro, mas só o ar que saía da sua boca e morria na sua pele era capaz de tirar completamente de si. 

A tensão inebriante que pairava sobre elas era tão elétrica que Lisa não entendeu como Jennie conseguiu se afasta para conseguir respirar. Mas, de alguma forma, ela separou o contato por uma fração de segundo, mas as mãos antes segurando sua nuca em um instante estava na barra da sua camisa, puxando a para cima. 

Lalisa sem conseguir prever o gesto, sentiu a peça passar por sua cabeça. Seus seios pequenos sendo expostos, já que a tailandesa não estava com nada por baixo. 

Em meio a uma onda de fome e necessidade de um contato mais íntimo, Jennie praticamente rosnou e aproveitou para empurrarseu corpo contra a cabeceira, pressionando seus ombros para trás e jogou a cabeça para o lado, fazendo com o que o cabelo seguisse o movimento. 

Levou os lábios macios de volta para seu pescoço, fazendo um caminho molhado, passando pelo seu colo, os ossos da sua clavícula enquanto as mãos pequenas e delicadas antecediam o contanto, descendo pela mesma região, mais embaixo, apalpando seus peitos em toques habilidosos. 

"Eu vou experimentar você todinha, Manoban!" O tom da voz dela foi tão quente e safado que criou um frenesi no meio das pernas, e o fato de ter seus mamilos sendo roçados naquele momento não ajudava em nada. 

Naquele ponto, deveria estar tão molhada.

Contudo, quando sentiu os mesmos lábios deliciosos ir em contato com seu seio esquerdo, teve um súbito de consciência, sabia que tinha que parar. 

Precisava parar!

Não podia se entregar assim tão rápido! 

Era da Jennie Kim que estávamos falando.

Aquela mesma pessoa que quando conseguia o que queria... pulava fora. 

"Jen..." Lisa choramingou. "Calma..." Sua voz vacilou, enquanto olhava nos olhos dela abaixo das linhas dos seus. 

Controlando sua respiração forte, trabalhou para desacelerar seu ritmo cardíaco e o tesão por aquela garota que estava lhe transformando em uma passivinha total, e precisou puxar levemente o corpo dela pelo braço, trazendo a garota da Chanel para cima, em um toque gentil. 

Respirou ainda mais fundo quando seus olhos grandes e redondos caíram para os lábios inchados e avermelhados, deveras chamativo e atrativo dela.

"Você conseguiu. Você ganhou, Jennie. Eu não posso mais ignorar isso..." E, com um suspiro, acrescentou. "Só que... hoje não." 

"Você ainda não entendeu, não é?!" Jennie revirou os olhos, arrumando sua postura, ainda em seu colo. Quando percebeu o estado confuso da tailandesa, precisava ser mais honesta. Por isso tentou outra vez. "Não se trata mais de um joguinho ou uma conquista, Manoban. Posso ter errado com você. Não sei a quantidade de coisas que você deve pensar sobre mim, mas eu não sou mentirosa. E eu estou apaixonada por você."

Lisa arregalou os olhos e forçou seu corpo bruscamente para trás, contra o estofado da cabeceira. 

Estava tão incrédula com aquela confissão repentina, que não conseguiu emitir uma palavra. Apenas encarou Jennie, enquanto fincava as sobrancelhas, buscando sinceridade nos olhos dela. 

Mas era difícil acreditar. Em parte, pela bagagem da coreana, em parte por puro e compreensivo medo. 

Gostava muito dela, ao ponto de ir contra a razão, ir contra o irmão que sempre a protegeu de tudo.

Não queria ser só mais uma. 

Queria aquela garota para ela. 

Com o silêncio de Lisa, Kim deduziu que ela não acreditou em suas palavras e seu rosto contraiu em uma ligeira expressão de aborrecimento. Mas, assim como o movimento de sobrancelhas, também foi rápido a sensação. 

Era, de fato, difícil acreditar nela. Não podia julgá-la, mas estava mais que disposta a provar que estava falando a verdade. 

"Eu vou te mostrar. Boa noite, Lisa." Disse, mas antes de sair de cima dela, segurou o rosto exótico entre os dedos, dando um selinho demorado. 

Depois pegou um travesseiro e se posicionou do outro lado da cama. 

"O que você está fazendo...? A tailandesa perguntou, passando a camisa por cima da cabeça, se vestindo. 

"Perto de você eu não vou conseguir dormir... Desse lado é mais seguro...e, apesar de tudo, eu realmente, preciso acordar muito cedo amanhã."

A segunda vez que Lisa acordou foi com alguma coisa cutucando sua bochecha e, instintivamente, deu uma leve tapa, espantando.

Sentiu de novo, embora, dessa vez, alisar seu queixo, e então quando Lisa abriu os olhos, encontrou o rosto de Jennie em puro divertimento, estampando aquele maldito sorriso gengival, conforme passava o dedo do pé sobre a sua cara.

Lisa abriu os lábios em um sorriso cheio, daquele jeito grande – os lábios esticados em um formato levemente retangular, mostrando as pressinhas.

Mas entrou na brincadeira, pegando o pé da garota em uma reação rápida, fazendo a mesma soltar um grito com um susto. "Manoban, solta... lembra do meu outro pé... e eu tenho muita cosquinha..."

"É? Obrigada pela informação..." disse agarrando o tornozelo dela e passando os dedos da outra mão sobre a parte de trás do pé. 

Jennie ria, gritava e tentava se desvencilhar das mãos grandes da tailandesa, esperneando. "Para-para, por favor! Lisaaaa!" 

"Implore!" 

"Eu implorooo, por favor."

Quando finalmente ela conseguiu soltar o pé, esbravejou: "Idiota!" 

Mas ela tinha um semblante divertido, embora o mesmo se transformou, e Lisa precisou comprimir a respiração ao observar os lábios grosso entre os dentes pequenos e arredondados, os cabelos desgrenhados e os charmosos olhos de gatinho. 

"Linda!"

A desgraçada conseguia ficar linda e sexy pela manhã.

Pelo amor de Deus! Quem acabava de acordar e conseguia ficar sexy? 

Jennie apoiou as mãos na cama e engatinhou na sua direção, passando por cima do seu corpo, até ter o rosto a centímetro de distância, deixando-a naquela hora da manhã excitada. 

"Te vejo mais tarde." Disse, lhe roubando um selinho e saindo de cima.

Lisa fechou os olhos ligeiramente, sentindo sua respiração voltar aos poucos, se restabelecendo.

"Que horas são?" Perguntou, vendo a garota da Chanel vestindo a bota ortopédica e se erguendo diante dela. 

"Dorme mais um pouco, ainda é muito cedo". 

 

*

 

As pessoas costumam dizer que quando se controlava o tempo, era a melhor forma de fazê-lo passar mais devagar. Era bem verdade que aquela aula chata ajudava. 

Um minuto ali, parecia uma hora. 

E a tailandesa acabava de comprovar essa teoria cada vez que pressionava a tela do seu celular, repousado na bancada longa da sua fileira. 

Lalisa estava assistindo sua última cadeira do dia, digo, afirmar isso era algo muito forte. Prefiro dizer que ela estava presente na sala. 

Suas pernas estavam cruzadas de baixo da banca de proporções grandes que se estendia quase de uma extremidade a outra, na penúltima fileira do lugar. Seu corpo levemente debruçado sobre o tampo e um dos seus cotovelos estava apoiado, enquanto sua mão segurava seu rosto, amassando sua bochecha. 

Seus olhos grandes e redondos recaiam para o pequeno palco alguns metros abaixo, acompanhando seu professor 'pintoso', que mais gesticulava do que falava, ao mesmo tempo que andava de um lado para o outro, tentando explicar como seria feita a última avaliação do semestre. 

Suspirou pela 2648493 vez. 

Rosé, ao seu lado, não parava de tagarelar com Sorn, inclusive vale salientar que a estrangeira mais velha era uma intrusa, já que ela não pagava aquela matéria.

A sala estava tão cheia, que sua presença passava despercebida, embora não era como se o professor ligasse para isso. Diferente do que existia no colégio, os professores de ensino superior não davam a mínima para o que você fazia, desde que não atrapalhasse sua aula. 

Mas, na verdade, fazia alguns minutos que Lisa não escutava nada em sua volta. Estava concentrada demais pensando em uma certa coreana; aquele sarro. A forma pretensiosa e arrogante, embora extremamente sexy de Jennie, estava deixando-a maluca. E meio a tudo isso, ainda tinha a conversa pesada que teve com seu irmão. 

Negou com a cabeça enquanto retornava a si, precisava encontrar outro sentido na sua vida, aquilo parecia ser uma maldita maldição, tudo se tratava de Jennie Kim. 

"Aconteceu uma merda ontem..." A loira odonto resmungou, colocando os dois braços em cima da bancada, apoiando a cabeça neles logo em seguida e foi a primeira vez que Lisa realmente escutou, desviou atenção do seu professor que parecia um pavão para sua melhor amiga ao seu lado. 

"O que aconteceu com o Joohwangie...?" Perguntou em um tom preocupado. "Você derrubou do aquário?" Acrescentou com mais entusiasmo. 

"Não, sua idiota!" Resmungou com uma careta. "Meu peixe está muito bem, obrigada!" Respirou fundo antes de acrescentar: Vocês prometem que não vão rir?"

"Não sei se posso prometer isso..." Lisa confessou desviando o rosto da amiga para continuar encarando o professor lá embaixo. 

"Então não vou contar!"

"Aí Rosinha, conta por favor. Fiquei curiosa." Disse a mais velha. 

Rosé estreitou os olhos em direção ao rosto bem maquiado de Sorn, parecia repensar se deveria contar, mas na verdade ela iria contar de todo jeito, só estava fazendo charminho. 

"Ok..." Falou isso arrumando a postura, se encostando na cadeira. "É que ontem, eu fui tentar fazer uma coisa especial para Jisoo..." 

"Meu Deus, Rosinha! Você finalmente perdeu a virgindade?!" Sorn disse animada e seus olhos brilharam, ao mesmo tempo que bateu palminhas sem fazer barulho. 

"Shiiii" Rosé emitiu desesperada, segurando os dois punhos da amiga. "Fala baixo, Sorn."

"Qual é o problema, Rosinha... todo mundo nessa sala já deve fazer sexo. Não é possível..." A mais velha disse de forma descarada como sempre, fazendo Lisa rir. "Quero dizer... a Lisa... faz tempo, né amiga?" Acrescentou em forma de indireta com um sorriso zombeteiro. 

Lisa lançou um olhar estreito para ela, enquanto torcia os lábios. "Desde quando eu virei o foco da conversa?" 

"Posso continuar?" Chae interrompeu, cruzando os braços. 

Sorn sorriu de forma compassiva e tocou o braço dela. "Claro que pode..." 

"Então... não..." Rosé suspirou. "Mas a gente iria... você sabe..."

"Transar!"

Rosé meio sem jeito acrescentou "É, isso. Mas deu tudo errado..."

"Como assim deu tudo errado? Conta essa história direito..." Lisa franziu as sobrancelhas. 

"Eu fui fazer um streap tease..." 

"Não acredito!" Sorn escondeu a boca aberta com a mão, mas logo adicionou. "Essa é minha garota!"

"É... eu cheguei a colocar uma música de fundo, meio sensual e tal. Comecei a dançar, e tirar a blusa... Mas eu fui colocar a perna em cima da cama, para sensualizar, mas eu bati ela com tudo na madeira. Doeu muito, e eu soltei um grito... e a Jisoo... aquela idiota começou a rir, depois a gargalhar e todo clima foi para o espaço!" 

Sorn segurou o riso quase imediatamente com a mão, o barulho de algo preso chegou a ser emitido, mas com êxito se manteve firme. Mas o esforço foi água abaixo quando a tailandesa mais velha olhou para Lisa. 

A morena de franjinha pressionava os lábios um contra o outro com força, nitidamente se segurando para não rir também. E quando os olhares delas se cruzaram foi o estopim e ambas explodiram em uma gargalhada incontrolável, daquelas escandalosas que doía a barriga. 

As duas estrangeiras ainda riam, embora agora com menos intensidade enquanto elas deixavam a sala de aula. Rosé andavam mais à frente com seus braços cruzados sobre o peito e um bico enorme nos lábios. 

"Não acredito que vocês me fizeram ser expulsa da sala de aula, parecendo que ainda somos crianças." Resmungou enquanto estancou no meio do largo corredor, se virando para trás ao perceber que as garotas estavam paradas no mesmo lugar ainda rindo da sua cara.

"Tá bom, né? Perdeu a graça já..." acrescentou batendo o pé repetidamente no chão. 

Lisa tinha seu corpo meio curvado, ao mesmo tempo que segurava na parede e respirava fundo, tentando se controlar e Sorn estava na sua frente, segurando a barriga com os braços, mas todas as vezes que elas levantavam a vista e encarava a loira odonto, voltavam a rir de novo. 

Rosé se emburrou ainda mais, fechando a cara. "Isso é sério? Vocês sabem que eu fiquei traumatizada, né? Nunca mais vou fazer uma coisa dessas de novo."

"Ai, Rosinha..." Sorn disse ao se recompor. 

"Desculpa, baby..." Lisa se apressou em pedir, enquanto limpava o canto dos olhos.

"Desculpa nada!" Chaeyoung levantou a cabeça, erguendo o queixo, parecendo uma criancinha de quatros anos fazendo birra. 

Lisa sorriu a encarando. 

"Ei, não fica assim..." Pediu inclinando o pescoço para o lado, rindo daquele jeito grande.

Era quase impossível não ceder para aquele sorriso dela, por isso Chae soltou os braços e seu rosto vacilou. "Ok, mas eu só desculpo, se vocês pagarem meu almoço."



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