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Volta aqui garota - Alejandro agarrou o braço da latina e jogou a mesma sobre a cama e abriu o cinto - Você só sai dessa merda quando eu estiver satisfeito - Um sorriso surgiu nos lábios do homem e os olhos da morena se encheram de lágrimas.
Camila se levantou com dificuldade, seu corpo inteiro doía, além de se sentir imunda, ela se sentia cansada, ela não suportava mais aquela vida, aquele homem e o vazio que preenchia seu peito, ela só queria uma luz, ela só queria um bom motivo pra não fazer aquilo que sua mente implorava, que seu corpo clamava.
Paz e alívio.
Ela só queria acabar com a dor.
[...]
Alejandro dormia como uma pedra, completamente embriagado e despido, Camila olhou aquilo com nojo, olhou pra corrente em seus pés e chorou baixinho, ela não podia acorda-lo, se ela fizesse isso tudo recomecaria, e ela não queria aquilo, não novamente.
Deitada no chão frio e fedendo a urina, Camila adormeceu, sendo acordada horas depois por Alejandro soltando sua corrente e entregando um prato com um pedaço de pão duro e um copo de água, segurou o mesmo com bom grado e começou a comer em pleno silêncio sob o olhar do homem.
Ela não sabia como viera parar ali, mas sabia que havia sido vendida a cerca de dois anos e desde então, Alejandro a tinha quando bem entendesse, mesmo sendo apenas uma adolescente, Camila era tratada como mulher, tendo que dormir ao lado daquele homem asqueroso que todas as noites, ela planejava acabar com a vida do mesmo.
Vou ficar fora por dois dias - Afirma se levantando e sorrindo - Não tente nenhuma gracinha, se bem que, e impossível de alguém te escutar aqui - Ele gargalha e encosta a latina na parede - Papai te ama - Fecha os olhos que eu vou abrir a porta - Camila fecha e sente mais uma vez às lagrimas molharem sua face - Volto daqui a duas horas com comida - Ele gargalha e sai batendo a porta, deixando Camila trancada mais uma vez.
A latina se dirige até o armário de facas e em puro desespero corta seus pulsos, suas pernas e em lagrimas cai de joelhos pedindo uma salvação, pedindo perdão e sentindo suas vistas ficando escuras.
[...]
O mercado estava vazio, não consegui trazer muita coisa - Alejandro entra carregando algumas sacolas, mas derruba tudo ao ver o corpo ensanguentado da latina no chão do quarto - MALDITA, MALDITA - Ele se ajoelhou e viu se ela se mexia, como não houve resposta ficou xingando e praguejando por ter sangue na sua sala e um cadaver - FILHA DUMA PUTA, MALDITA, MALDITA - Ele avistou o tapete que ela estava caída e passou a enrolar o mesmo com ela no meio, pegou o tapete e saiu do local com ele nas costas, atrás da enorme casa havia um mata, seria fácil desovar um corpo.
A latina não pesava tanto, então foi fácil dele carregar a mesma até a caminhonete, jogou de qualquer jeito e saiu com o carro ainda xingando e praguejando pelo acontecido.
Quase 30 minutos depois ele achou um terreno pra jogar o corpo, olhou em volta pra ver se não havia mesmo ninguém é tirou o tapete largando ele em uma vala funda e saindo novamente com a caminhonete.
[...]
Anoiteceu e a chuva que havia sido prometida caia forte, todos estavam em suas casas se protegendo como podiam, Ally estava no quarto da bebê agarrada a sua saída da maternidade que ela nunca usou, chorando baixinho e se quetionando do porquê àquilo havia acontecido, do porquê ela esperou 9 meses pra conhecer a sua menina e arrancaram ela dos seus braços, e ela não pode fazer nada, ela não conseguiu proteger aquela que havia dado a vida.
Amor? - Normani bateu na porta cor de rosa e suspirou - Você precisa comer alguma coisa Allycat - A morena segurava uma tigela de sopa - Por favor abre a porta? - Ela encostou a testa sobre a porta e suspirou.
Minutos depois uma loira com olhos vermelhos e despenteado abriu a porta, Lauren e Dinah abriram os braços e ela se afundou neles, chorando todas as lágrimas que lhe restavam, Normani colocou a tigela sobre a cômoda e se juntou as três em um abraço coletivo, todas compartilhavam a mesma dor, mas com Ally era diferente, além da dor da perda, havia a dor da culpa.
Um estrondo e barulhos de latas caindo assustou as quatro, Normani pediu silêncio e olhou o ela janela, o temporal havia aumentado, os raios e trovões tomavam o céu, mas o barulho não era dele, havia algo errado.
Fique aqui com a Ally - Normani beijou a testa de Lauren e da loira e junto com Normani desceram às escadas segurando dois tacos de beisebol.
Da onde vem? - Dinah segurava firme o taco e olhava pra todos os lados, mas se assustou quando o barulho alto ecoou novamente.
É da de fora - Normani fala se aproximando da porta dos fundos.
E você vai ir? Tá louca? - A loira argumenta e Normani mostra os tacos.
Grande coisa, se tiver armado nos morremos antes de acertar quem quer que seja - Fala firme.
Para de ser medrosa, pode ser um gato apenas - A negra abre a porta e sai segurando o taco com Dinah atrás dela, tudo parecia normal, apenas as latas de lixo caídas - Viu? - A morena gargalhou e abaixou o taco.
E instinto protetor - Afirma a loira fazendo a mesma coisa e ajudando a morena a levantar às latas de lixo.
Ah porra - Normani grita ao ver o corpo caído embaixo das latas - A negra se ajoelhou e virou o rosto da garota sentindo seu pulso - Dinah estava estática sem reação alguma, Normani pegou a garota e gritou pra namorada abrir a porta mas ela estava espantada demais pra escuta-la.
Ambas estavam encharcadas, e com frio.
DINAAAAH ABRE ABREE - A loira caiu em si e abri a porta, a negra entrou e começou a gritar pelas outras que desceram correndo.
O QUE ACONTE...MEU DEUS QUEM É ELA? - Lauren gritou e Ally se assustou ao ver Normani colocando a menor sobre o sofá.
Tira a Dinah da chuva ela tá em pânico - Normani alterna o olhar pra esposa e Lauren puxa a loira pra dentro, fecha a porta e da leves batidas no rosto dela.
Pega minha mala no escritório, ela tá viva mas o pulso tá fraco, ela precisa de sangue, e de soro - Afirma e Ally corre pro escritório enquanto Lauren cuidava da esposa que estava em pânico, sempre que algo a assustava ela ficava assim, fora de si até ela sair do próprio mundo.
Ally voltou minutos depois e Normani fez os procedimentos, colocando ela no soro e checando seus batimentos - Droga - Ela mexeu na bolsa e achou o que procurava - Vai ter que ser você mesmo - Ela abriu o peito dela e colocou os dedos entre eles, achando o local exato - Tira a tampa pra mim - Ela entrega uma seringa pra esposa e a mesma faz o que ela pediu.
O que você vai...
Fazer - Completa a loira vendo a mulher injetar sem delicadeza nenhuma a agulha abaixo do seio da menina.
Salvando a vida dela, isso é adrenalina, nao tem como dar sangue pra ela então eu precisava instimular o coração e foi o meio brusco, mas funcional que eu achei - Ela soltou o ar quando viu a menina ganhando cor novamente - Deu certo, os batimentos voltaram - Normani se jogou no chão e colocou a mão sobre a cabeça.
Ela tá viva, eu consegui ,,, Eu consegui..
Todas olhavam a menina praticamente nua, maltratada e que chegou quase a beira da morte espantadas...
Você conseguiu amor - Ally se aproximou e tocou o rosto da negra - Você a salvou.
Os olhos dela estavam marejados, assim como a das outras.
Elas Ajeitaram a menor sobre o sofá desacordado e suspiraram; se aglomerando uma ao lado da outra, elas rezavam pra menina acordar...
Continua?
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