[...]
Ally passou no hospital para buscar as esposas, e assim que Karla avistou a mãe, correu pros seus braços pedindo colo, Ally sabia que havia acontecido algo, conhecia o olhar da filha, sabia a diferença entre as duas.
A loira pegou a garota no colo e suspirou acariciando suas costas. – Tá tudo bem meu amor? – A loira sentiu o coração da pequena batendo desesperado e seu ombro molhar, revelando que Karla estava chorando.
– Oh pequena, o que houve? — Questionou ao ver suas mulheres que sempre estavam grudadas, caminhar lado a lado sem dirigir a palavra uma a outra.
– O que aconteceu aqui? — Ally encarou as três e sentiu seu coração se partindo ao meio ao ver Karla puxando seu corpo, pedindo baixinho para irem embora.
— Quero saber dessa história direito, estamos entendidas? — Lauren e Dinah apenas balançaram a cabeça e esboçaram um pequeno sorriso enquanto Normani, já se encontrava dentro do carro, esperando as três.
[...]
Assim que o carro estacionou na porta de casa, Karla saiu correndo em direção a mesma, subiu as escadas e foi em direção ao seu quarto batendo a porta do mesmo, Normani suspirou olhando as escadas, até fez menção de subir, porém Lauren segurou sua mão impedindo tal ato, Dinah estava no sofá rodando a própria aliança, Ally estava parada na porta encarando as três, ela já tinha noção do que poderia ser, durante três anos esse era o único motivo da briga entre elas.
Ciúmes.
— Keana, Veronica e Lucy, acertei? — Indagou a loira enquanto as três mulheres a observavam com o semblante triste.
— Foi o que eu pensei.— Suspirou fraco.
Dinah se levantou e encarou a negra a sua frente, seus olhos estavam marejados e Normani tanto Lauren entendiam a guerra que a loira estava enfrentando, Jane ou era agressiva, ou sentimental e desde a chegada da Camila, ela estava alternando entre os dois estados, fazendo a loira viver em uma luta interna.
— Eu ... Eu... Eu preciso de espaço. — Dinah suspirou e subiu as escadas correndo, entrando em seu quarto e batendo a porta.
— Acho que todas precisamos, certo? Conversar de cabeça quente só vai piorar tudo, vão tomar um banho e depois conversamos. — Ally se aproximou das duas e beijou seus lábios.
— Eu amo vocês, e sei que como todas as outras vezes, iremos dar um jeito, sempre demos.— Afirmar e as duas mulheres a abraçou, beijando o topo da sua cabeça e esboçando um pequeno sorriso.
[...]
Quase três horas depois, Karla surgiu com seu pijama cor de rosa e seu ursinho a tiracolo.
— Oi filha. — Normani sorriu e Karla retribuiu.
— Está com fome? — A negra questionou e Karla assentiu.
— Filha, está tudo bem? — Dinah surgiu atrás da mesma e Karla agarrou seu corpo, sentindo seu cheirinho de baunilha que tanto amava. — O dia foi longo né meu amor? . — Dinah acariciou os cabelos da morena e sorriu depositando um beijo no local.
— Fiz seu suquinho anjinho .— Lauren caminhou até a bancada e sorriu fraco encarando as duas mulheres.
Ela odiava mais que tudo esse silêncio que pairava entre as três, odiava como sempre que as três mulheres iam trabalhar no mesmo horário que Lucy, Keana e Verônica, voltavam assim, caladas e machucadas uma com a outra, embora soubesse que nenhuma das duas tem culpa necessariamente, as três só esperavam isso, um pedido de desculpas e a promessa que aquilo foi momentâneo, que o amor continua o mesmo, que tudo ficaria bem.
— Vem comer amor.— Normani havia feito um sanduíche natural pra pequena, Normani e Dinah e Lauren trocaram olhares e a loira sentiu uma vontade imensa de correr pros seus braços, mas ao invés disso pegou Camila no colo e caminhou com a mesma até a bancada da cozinha, sentando com ela e vendo a filha devorar o sanduíche.
— Desculpa ... — Normani falou baixo fazendo Dinah e Lauren a encarou sem entender.
— Desculpa por machucar vocês, eu juro que não tive a intenção, eu ...eu .. eu odeio isso, odeio o quanto elas nos afetam e o quanto é doloroso ter que lidar com isso e fingir que não te afeta...— Dinah sentiu seu rosto molhar, assim como Lauren, as duas estavam chorando, Normani passou os polegares sobre a bochecha da loira e contornou seus lábios, encarou Lauren e levantou seu rosto, repousando sua mão sobre seu rosto, vendo grossas lágrimas molhar o mesmo.
— Desculpa, por favor. — Insistiu com a voz embargada. — Vocês sabem que eu não sou boa em reparar olhares, eu sempre tive olhos apenas pra vocês três, então não me importa quem me deseja, porque é por vocês que meu coração sempre erra um batida, e pro colo das três que eu anseio a voltar sempre que saio de casa sem vocês, e o corpo das três que eu desejo, e vocês, apenas vocês, sempre foi vocês três.— Afirma deixando lágrimas que estava segurando até o começo do dia, molhar seu rosto, Dinah que estava com Camila no colo, ajeita a filha no banco ao lado, Lauren soltou um soluço e sentiu o abraço da negra puxar seu corpo e o de Dinah pra um abraço, Ally que estava observando da porta a interação das três, sorriu emocionada, e recebeu a filha em seu colo, já que a mesma havia descido do banco e caminhando até ela.
As três trocaram selinho e se abraçaram fortemente, Normani ergueu os olhos castanhos e sorriu pra esposa e filha, chamando as duas pra se aproximaram, e assim que as duas chegaram até elas, Normani puxou a sua esposa pro seu colo e ali as quatro se beijaram, sobre o olhar atento da pequena que possuía um sorriso enorme, enquanto algumas lágrimas molhavam seu rosto.
— Porque esse sorriso tão lindo, e essas lágrimas? — Ally acariciou o rosto da filha que ficou vermelha, todas as quatro mulheres a encaravam e assim que Karla abriu a boca, as três apertaram ainda mais a filha em seu colo.
— Vocês me assustaram hoje ... — Falou baixinho ao sentir os braços e cheiros das suas mães acalmar seu coração.
— Eu senti uma coisa diferente aqui dentro. — Karla abaixou a cabeça e Ali ergueu a mesma. — Estava apertando e eu fiquei com raiva pela forma como elas olhavam vocês, o jeito como vocês estavam discutindo uma com a outra e ... e ... e eu achei que .. que ... - Lágrimas caíram dos olhos da menina fazendo as quatro mulheres chorarem junto com ela.
— O que você sentiu e medo filha, ficou com medo de perder aquilo que faz seu coração se encher de amor, ficou com medo, porque viu como as outras pessoas assim como você, consegue notar o quão incrível e especial é aquilo que você tem. —Jane engoliu em seco e evitou olhar as três mulheres a sua frente.
— Mas sempre estaremos aqui por você pequena, não precisa ter medo, apesar de ser algo assustador e que parece que te consome por dentro, você sabe que eu e suas moms somos loucas uma pela outra, e que por mais que as vezes discutimos uma com a outra, no final do dia sempre iremos fazer as pazes, amar é isso filha, é uma mistura de sentimentos e sensações, faz você sentir medo de perder a outra pessoa, porque ela é importante pra você, porque ela se tornou insubstituível em sua vida e a última coisa que você deseja, é ver alguém ocupando um lugar que pertencia a você. — As três mulheres estavam chorando e sorrindo ao mesmo tempo, Jane estava compartilhando seus medos e seus receios com as três, Dinah raramente demonstrava ciúmes, era sempre a Jane que surgia no momento e antes da Camila, acabava em briga e no final do dia, sexo porque Jane queria estar no controle, ela queria mostrar a quem as três pertenciam, e as três apesar de entenderem o jeito da mulher e a aceitarem daquela maneira, sempre desejaram entender o porquê o ciúmes a cegava tanto, o porque ela sentia tanto medo, e saber como Jane se sentia, fizeram as três se emocionaram junto com a filha.
— Brigar faz parte do amor filha.— Lauren sorriu. — Nós discutimos porque se importam uma com a outra, porque essa dorzinha que você sentiu aí dentro, faz nossa raiva nos cegar, você só está aqui porque Camila ficou com raiva, exatamente como sua mãe. —Karla e Jane sorriram.
— Nós também sentimos raiva, brigamos, nos decepcionamos uma com a outra, mas no final do dia e sempre pros braços uma da outra que corremos. — Afirma encarando as esposas.
— Posso fazer uma pergunta? — Karla falou baixinho e secou as lágrimas que estavam em seus olhos.
— Claro meu amor, quantas desejar.— Lauren pegou a filha e ajeitou a mesma em seu colo, de modo que fizesse as quatro olharem a filha.
— Qual é a minha história? — Quatro mulheres se entreolharam e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. — Como vocês se apaixonaram, sabe as quatro.— Karla corou e Lauren acariciou seus cabelos.
— Quer saber sua história amor? Então temos que começar do começo.— Afirma encarando as esposas.
— Sua Mom Manibear e eu namoramos na escola, éramos duas adolescentes que eram completamente apaixonadas uma pela outra.— Dinah suspirou e a negra sorriu com os olhos.— Mas o mundo é cruel pequena, passamos por muitas coisas para ser aceitas, primeiro pela nossa família e depois pela sociedade. — Conclui.
— No começo era escondido de todos, se encontrávamos nos banheiros, atrás da escola e em lugares que sabíamos que ninguém nos olharia daquela maneira, como se fôssemos bichos ou tivéssemos alguma doença.— Normani sorriu triste.
— É quase um ano depois conhecemos sua Mama e a Momi.— Dinah sorriu cúmplice.— Foi amor à primeira vista.— As bochechas da loira coraram, Ally acariciou o rosto da esposa e deu um pequeno selinho na mesma.
— Durante meses compartilhamos as mesmas dores, os mesmos medos.— Ally suspirou.— A dor nos uniu filha, naquela época eu estava me descobrindo ainda, eu havia conhecido a Momi quando estava expondo meus quadros. — Ally acariciou o rosto da esposa e sorriu.
— Eu já era assumida, meus pais já me aceitaram, e assim que me mudei pra Los Angeles eu fui em uma galeria que tinha próxima a minha casa, e lá eu encontrei a Ally.— Lauren sorriu.— Eu me apaixonei pela Mama no momento que vi a intensidade que ela pintava, pra uma adolescente ela tinha um talento surreal, e naquele dia em diante, minha missão passou a ser conquistar seu coração.— Ally corou e Karla estava com os olhos brilhando, ao ver o brilho nos olhos de suas mães, voltando pouco a pouco conforme contavam sua história.
— E você conseguiu.— A loira beijou os lábios da morena e acariciou seu rosto.— Mas como nem tudo é perfeito, eu estava confusa, eu estava com medo do que meus pais pensariam ao meu respeito, hoje sua avó me aceita filha, mas naquela época tudo foi diferente.— Suspiro.— Sua avó foi criada na igreja, assim como eu.— Concluiu.
— Demorei meses pra conseguir um beijo da sua mãe.— Lauren sorriu lembrando do fato.— E quando consegui ela me deu a certeza que valeu a pena cada não recebido, cada cara feia que Patrícia me dava e cada sermão que eu recebia do seu avô que na época, também não entendia a Mama. — As quatro sorriram.
— E então um dia eu e a Manibear discutimos no meio do corredor, eu estava chateada de ter que se esconder, de ter que guardar meu amor apenas pra mim, sendo que a única coisa que eu desejava era tornar ela minha, sendo que eu queria dizer a todos o quanto eu a amava.— Normani sorriu.— Foi nossa primeira briga como um casal.— Suspiro.
— E naquele dia eu estava indecisa se contava ou não pros meus pais, sobre estar namorando a Lauren escondido, sobre querer um futuro ao lado dela.— Ally sorriu.— E quando eu vi as duas brigando eu entendi que ninguém deveria precisar esconder isso, que eu não era a única que sentia medo, então porque passar por isso sozinha? — Ally questionou e as três sorriram com os olhos, deixando o coração da pequena entre elas pulando de alegria e transbordando amor.— Foi quando eu decidi que não apenas contaria pros meus pais, mas também procuraria pelas duas no dia seguinte.— Concluiu emocionada.
— E assim que enfrentamos os pais da Mama, procuramos pelas meninas e adivinha o que aconteceu? — Lauren indagou e a pequena sorriu animada.
— Vocês se apaixonaram mamãe? — Karla olhou uma por uma e viu todas com os olhinhos marejados e com um sorriso no rosto.
— Se apaixonamos filha, mas algo nos machuca muito aquele dia.— Ally suspirou e encarou as duas.— As duas estavam sentadas afastadas uma da outra, estava evidente no olhar delas o quanto elas se amavam, enquanto Keana do outro lado do refeitório chamava sua Mã de lésbica nojenta. — Normani abaixou a cabeça e Dinah repetiu o gesto.— Todos estavam rindo das duas, e elas não estavam com coragem de enfrentar aquilo sozinhas, e assim que eu e Momi se olhamos, vimos o quão injusto a sociedade é. — Completa tristemente.
— Não!.— Karla afirmou com espanto.— Aquela cobra filha de uma…
— Karla Camila! — As quatro repreenderam a pequena ao mesmo tempo.
— Desculpa mamãe.— Pediu baixinho sentindo suas bochechas corarem.
— Sim filha, Keana era uma das rainhas da escola, ela falava e todos seguiram seu comando, por anos ela me humilhou por eu ser lésbica, por ser apaixonada pela sua mãe.— Confessou a loira.
— Oh! — A pequena a encarou a mãe a sua frente, cruzou os braços e um bico se formou em seus lábios. — Depois de tudo que ela fez, a senhora ainda fala com ela? — Normani engoliu em seco e um sorriso surgiu nos lábios da loira, fazendo Lauren e Ally sorrirem também.— Como consegue? — Questionou a pequena ainda emburrada.
— Er...Bem...— A negra gaguejou e Lauren bateu em seu ombro sorrindo.
— Sua mãe a perdoou filha, todas fizemos a mesma coisa.— Afirma Lauren abraçando a mulher e beijando sua testa. — Se a odiassemos, seríamos iguais a ela.— Conclui.
— Naquele dia, eu fiz algo que estava louca pra fazer, eu puxei sua mãe pra um beijo, no meio de todo mundo.— Ally falou sorrindo. — No meio da escola.
Karla alternou o olhar entre as mães e viu as quatro sorrindo cúmplices como se lembrasse daquele dia. — Não! — Karla levou a mão a boca e sorriu em seguida. — Vocês não fizeram isso.— indagou a pequena ainda de boca aberta.
— Fizemos. — Lauren sorriu.
— E então eu tomei coragem de me levantar e fazer o mesmo com a Dinah.— Normani falou com um sorriso nos lábios. — No começo ela quis me matar pois estava chateada comigo, mas ela não resistiu aos meus encantos e acabou retribuindo. — Karla sorriu e encarou as mães com um brilho enorme nos olhos.
— O mais engraçado é que quando abrimos os olhos, haviam mais pessoas fazendo a mesma coisa, meninos e meninas se exibindo, dando a cara a tapa exatamente como nós quatros havíamos feito. — Completou Dinah sorrindo pras esposas.
— E depois daquele dia, viramos amigas, não se desgrudamos mais, e consequentemente, Keana acabou não tendo mais como humilhar ninguém, pois ninguém mais tinha medo dela. — Ally fala animada.
— Uau! — Karla exclamou orgulhosa — Bem feito, quem manda querer destruir a felicidade alheia? — Karla abraçou as mães que retribuíram o abraço, apertando a filha e enchendo a mesma de beijos. — E depois? Como vocês se tornaram um casal de quatro? — A pequena franziu o cenho confusa e caiu na gargalhada junto com suas mães.
— Antes, queria te fazer uma pergunta, que a algum tempo me atormenta.— Lauren retirou o cabelo da pequena do rosto e sorriu. — O que acha sobre ter quatro mães? — Karla encarou as quatro e um sorriso tímido surgiu em seus lábios.
— Quando eu era pequena, todos os dias eu ia dormir pedindo pra Deus me dar uma mamãe e um papai, que ele me desse uma família, igual a das outras meninas sabe? — Karla abaixou a cabeça e viu as mães suspirarem.
— Então eu conheci alguém. — A pequena ergueu o rosto e os seus olhos antes castanhos escuros, estavam amendoados, dando indício que já não era mais Karla que estava ali, mas sim as duas, Karla e Camila em um só. — E ela me contou que eu tinha quatro mamães, que eu era amada e que eu era desejada por todas elas. — Normani estava chorando, Ally, Lauren e Dinah sorriram também em meios as lágrimas e notaram Camila secando as lágrimas que caíam dos seus olhos. — Ela me disse que eu era especial, que eu fui planejada e que não deveria ficar triste quando Deus não me dava uma família, porque a minha esperava todos os dias por mim. — Camila ergueu o rosto e todas notaram o brilho em seus olhos se tornar mais intenso, os castanhos antes escuros adquiriram um brilho diferente, neles refletiam o rosto de cada uma delas, refletiam o amor que mesmo que por 13 anos não puderam dar a pequena, estava vivo naquele olhar, estava vivo e emaranhado entre as cinco.
— Eu … eu só falava com você dormindo. — Normani fungou e olhou pra pequena espantada. — Como isso é possível, você era pequena, você não tinha como lembrar. — Camila secou as lágrimas e apertou o rosto da negra, colocando sua testa na tela, retirou a corrente de seu pescoço e juntou os quatro pedaços do escapulário, que juntos formavam um coração.
— Eu não sei … — Mas eu nunca mais pedi pra ele me dar um pai e uma mãe, eu passei a pedir pra ele me dar uma família, pra ele me dar vocês mamães, pra me levar pra casa. — Afirmou com lágrimas nos olhos. — Eu me … me… sinto perdida sem vocês quatro me dando bronca, sem cuidarem de mim como se eu pudesse quebrar. — Ally acariciou o rosto da filha e sorriu beijando sua testa. — Eu amo ter quatro mães, e amo mais ainda ser filha de vocês, de ter nascido de vocês. — Completa sendo abraçada pelas quatro.
Ally se levantou com a pequena no colo e as três notaram que já estava ficando tarde, que já estava na hora da filha tomar banho, mamar e dormir.
— Vocês não contaram o resto da história. — Camila fez beicinho e Ally beijou o mesmo, arrancando uma risada gostosa da menor.
— Você brincou o dia todo filha, ficou no hospital e quando chegamos você subiu direto pro quarto, e só agora eu vi que você só retirou a fralda e trocou de roupa sua porquinha!. — Ally falou séria e Camila corou.
— Não fui eu, foi a … foi a … — Camila fez bico mais uma vez e Dinah pegou a mesma no colo.
— Num fui leu — Completa bravinha.
— Sabemos meu anjo, mas você precisa de um banhinho e de um tete gostoso, não quer mamar? — Dinah questionou a pequena que assentiu.— Então, pra poder mamar você precisa estar limpinha e cheirosa, com uma fraldinha limpa e uma roupinha confortável. — Completou a mais velha, enquanto retirava a roupa da menor
— Mai leu quelia saber o final da itoinha, quelia saber como Mila foi parar na rabiga da mamãe. — Camila estava com os bracinhos cruzados, nua enquanto Dinah a segurava pra colocar embaixo do chuveiro.
— Vamos fazer assim, você toma seu banhinho e nós também tomamos, enquanto você mama seu leitinho eu e suas momys jantamos e depois te contamos o restante da história na hora de você nanar. — Lauren trouxe as coisas do banho da pequena enquanto Dinah dava banho na mesma.
— Pomete? De mindinho e tudo? — Camila estendeu o dedinho e Lauren entrelaçou com o dela.
— Prometo amor, agora vamos tomar um banhinho que tá ficando frio pra você já. — Completa se juntando a Dinah e ajudando a banhar a pequena.
[...]
Camila estava de pijama em cima da cama, enquanto Normani penteava seus cabelos e Ally se ajeitava na cama para amamenta-la. — Te itoia.— A pequena sorria animada enquanto as outras três mulheres se juntaram a ela na cama.
Ally ajeitou sua blusa e sorriu ao ver a filha sugando seus seios, enquanto com a outra mão, acariciava o rosto da mãe, lutando contra o sono, fazendo as três mulheres que estavam observando ela mamar, transbordar de amor.
— Itoia.— Camila coçou os olhinhos e resmungou.
— Tá bom filha, vamos continuar — Onde paramos? — Normani indagou e Dinah sorriu.
— Ah sim, casal de quatro.— Dinah afirmou se ajeitando na cama e acariciando os cabelos da Lauren.
— Depois de termos criado uma revolução na escola, nossa amizade se tornou única, os cuidados e os carinhos eram tão intensos e natural que nem percebemos quando o sentimento começou a mudar, quando paramos de agir como um casal comum e se tornamos quatro.— Afirma a loira com os olhos tristonhos.
Camila prestava atenção na história, embora hora ou outra fechava os olhos e abria os mesmo assustada fazendo suas mães rirem com amor.
— E então com o tempo paramos de negar o sentimento que foi crescendo em nosso peito, paramos de se olhar com carinho porque já não era mais isso, já era amor e todas estávamos se sentindo incompletas e confusas. — Normani concluiu enquanto segurava Camila nos braços.
— Eu e a Manibear ficamos alguns dias se evitando, porque nunca pensamos que poderíamos se apaixonar por outras pessoas, que poderíamos compartilhar um sentimento tão puro e simples, a sensação que eu tinha era que eu a estava traindo, mesmo que eu não tivesse deixado de amá-la, pelo contrário o sentimento estava tão forte aqui dentro que parecia ter triplicado, e tecnicamente realmente havia, por três mulheres, eu as amava igualmente.— Dinah falou emocionada.
— E então decidimos sentar pra conversar, guardar aquilo já estava sufocando e mesmo com medo de não ser compreendida, confessamos o que estava estampado em nossos olhos.— Normani e Dinah encararam as duas mulheres ao seu lado e acariciaram seus rostos.
— Mas o medo mais uma vez atingiu nosso mundo filha.— Lauren confessou.— Do outro lado da cidade eu e a Allycat passávamos pela mesma situação, nós também estávamos apaixonadas pela Mama e pela Mom, só que também estávamos com medo de perder quem amávamos, de não ser compreendida, delas se afastarem.— Completa com o olhar triste.
— E então decidimos não contar uma a outra sobre o que estávamos sentindo e continuamos na amizade.— Normani suspirou.
— Mas tudo mudou quando … quando...— Normani engoliu em seco.
— Tanto? — Camila bocejou e se ajeitou em seu colo, cheirando seus seios.
— Quando a Mama se machucou meu amor.— Lauren completou e seus olhos marejaram.
— Ma dodói? — Camila olhava atentamente a mãe sem entender onde ela estava machucada.
— Sim amor.— Dinah pegou a pequena no colo e ajeitou a mesma.— Machucaram a mamãe, e eu não soube lidar com aquilo.— Confessa.
— A mamãe foi estuprada filha, ela sentiu a mesma dor que você sentiu.— Camila sentiu seus olhos marejaram e ela agarrou o corpo da mais velha com forca, chorando em seu colo.— Sh, já passou meu amor, a mamãe já está bem, não dói mais.— Conclui Dinah acariciando os cabelos da filha carinhosamente.
— Depois disso ela afastou, eu e as suas momys amor.— Lauren indagou.— Sumiu por quase dois meses, não sabíamos onde ela estava, se estava bem, tentamos todo tipo de contato, mas ela não queria falar conosco. — Conclui.
— E ute vocês fizelam? — Camila estava mole de sono, mas estava na luta, entre manter os olhos abertos, prestar atenção no que foi dito ou se entregar ao sono.
— Elas lutaram por mim filha, eu não me achava mais digna de ser amada, eu não achava mais que pudesse ser feliz e que elas mereciam meu amor, pra mim elas estavam melhor sem mim.— Confessa com lágrimas nos olhos.
— Quando encontramos sua mãe ela estava mais de dez quilos mais magra, estava outra pessoa, a Dinah não era mais a mesma pessoa, Jane havia tomado o controle filha, e Jane era agressiva, ela rejeitava o amor. — Ally acariciou o rosto da mulher e deu um selinho.
— E então nós tivemos uma conversa e decidimos que faríamos uma última tentativa, se desse errado continuaremos cuidando dela de longe, graças a Deus, funcionou — A loira sorriu.
— O que fixelam? — Camila bocejou e fechou os olhos cheirando os seios da loira.
As quatros se enfreolharam e sorriram.— Elas me pediram em namoro amor, uma de cada vez, pediu a Jane em namoro, elas queriam as duas, elas não me viam como um monstro, mesmo sabendo o que eu fiz, mesmo sabendo sobre a pior parte de mim na época, elas me aceitaram e me amaram.
— E continuamos amando — As três falaram em uníssono.
— E então depois de dois anos juntas, nós se casamos e depois de um ano e meio de casadas, decidimos ter você, planejamos tudo, as três doamos nossas sementinhas e a Mama te gerou, nunca quisemos saber de quem você veio amor, porque o amor que temos por você e o mesmo, independente de quem seja sua mãe biológica, todos se sentimos assim, e bem Deus é tão maravilhoso que te trouxe com um pedacinho de cada, você lembra nós quatro juntas.— Dinah sorriu e sentiu Camila ressonar em seu colo com a boquinha aberta próximo ao seu seio. — Acho que temos um bebê dorminhoco.— A loira indagou ajeitando a filha sobre a cama.
— A itoia de Mila e inda.— A pequena falou calmamente, de olhos fechados e chupando a própria linguinha.— Conta mai.
— Oh filha, teremos muitas histórias pra te contar ainda, agora tá na hora da nossa bebezinha dormir.— Lauren abraçou a esposa e todas trocaram selinhos apaixonados e fizeram o mesmo com a pequena. — Boa noite minha vidas.— Ally falou baixinho.
— Boa noite meus amores. — Normani ressonava fazendo Dinah sorrir.
Logo o silêncio se fez presente, e todas estavam aconchedas uma no colo da outra, onde deveriam estar.
Em casa.
“ O melhor lugar do mundo, e dentro de um abraço.”.
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