POV Beatriz
-Tem cheetos, quer? - pergunto e ele logo balança a cabeça em afirmação entrego-lhe um pacote grande de salgadinho.
-Senta aqui, olha essa abertura que foda! - ele diz batendo uma mão na cama, me chamando para sentar ao seu lado.
Observo atentamente a TV, sinto que Rafael olha para mim, como se esperasse por alguma reação minha.
-Uma cabine telefônica voando pelo espaço? - pergunto arqueando a sobrancelha, assim que a abertura acaba.
-É a Tardis, presta atenção! - ele me repreende, pegando um punhado de salgadinho do meu pacote.
Dou um leve soco em seu braço, por ele ter pegado minha comida, ele olha para mim e sorri, mas depois volta a atenção total à TV.
(…)
-Chega de Doctor Who por hoje. - Rafael diz desligando a TV.
-Por que?! Eu quero saber o que acontece com o Doutor! - digo tentando pegar o controle de sua mão, ele ergue o braço, fazendo com que eu não consiga pegar.
-O que achou? - ele pergunta sentando de pernas cruzadas ao meu lado.
Sento na mesma posição que a sua, ficando frente a frente.
-Muito foda! Mas o que acontece com o Doutor? Fala por favor! - faço manha, ele sorri.
-Não vou falar! - ele diz colocando um de seus dedos na boca, ele rói unha?
-Fala, por favor! - dou um tapa fraco em sua coxa, ele finge ter doído e volta a sorrir.
-Não vou falar! - ele sorri mais ainda quando eu reviro os olhos em reprovação.
-Rude. - digo levantando, mas ele puxa meu braço.
-Onde você vai? - ele pergunta, ainda me segurando.
-Pegar refrigerante, quer? - pergunto, puxando braço, fazendo-o soltar.
-Agora não, vamos continuar conversando. - ele bate uma das mãos na cama, num aceno pra eu sentar.
-Conversar sobre o que? - sento em sua frente, assim como estava antes.
-Você disse que eu não te conhecia e nem você me conhecia, vamos se conhecer então.
-Como?
-Ah sei lá, faz três perguntas para mim e eu faço três perguntas para você.
-Só três?
-Só três.
Tenho que pensar direito, já que ele nunca fala dele, então tenho que fazer perguntas certas.
-Qual seu maior sonho? - uma pergunta simples, qualquer um faria essa pergunta, eu sempre faço esse tipo de pergunta.
-Não tenho nenhum sonho. - ele diz sem nenhuma expressão.
-Por que? - pergunto.
-Porque tudo que conquistei, já é o máximo, sabe? - ele diz, e como sempre, não deixo de reparar no jeito em que ele mexe as mãos quando fala.
-Então como você pretende seguir em frente?
-Continuar com o canal, apenas.
-E faculdade?
-Você já fez três perguntas.
O que?
-Mas aquelas nem valeram! Ah não! - retruco.
-Caiu no conto! Já era! Perdeste! - ele diz rindo. -Agora é minha vez.
-Fala.
-Qual seu sonho?
-O meu? Ir num show da Katy Perry… - digo, e meu coração palpita de pensar no show.
-Sério? Vou começar a ouvir as músicas dela, só sei que ela é gostosa pra caralho. - ele brinca e eu reviro os olhos.
-Você é piradão. - rio, assim como ele.
-Eu sou piradão. - ele diz fazendo gestos com a mão, como sempre. (N/A: REFERENCIAS AO VIDEO DE HOJE DAS VACAS, TO MORTA KSDGFHDJGFJ)
-Faz mais perguntas. - digo para acabar o silêncio.
-Por que você está com seu namorado sendo que você nem gosta dele? - sua pergunta me surpreende e não sei o que responder.
-Mas… eu gosto do Matheus. - gaguejo.
Eu realmente gosto do Matheus, ele foi meu primeiro namorado, eu nunca teria coragem de me afastar dele, mesmo ele sendo grudento e muito ciumento, eu amo ele.
-Não, você não gosta. - ele diz. Mas que porra?
-Como você sabe? Você não sou eu pra saber. - resmungo.
-Ok, ok, mas você não gosta dele e ponto. - ele diz com um sorriso bobo na cara, se eu não estivesse com raiva eu acharia esse sorriso fofo.
-Aposto que você tá dizendo isso pra eu terminar com ele e você pegar ele, confesse. - brinco, deixando a raiva de lado.
O momento da sua fofura acaba quando ele começa a rir, chega até ser engraçado essa sua risada escandalosa, rio junto com ele, não por eu ter dito aquilo, mas rindo pela sua risada, que é tão contagiosa. Eu gosto muito do Rafael, ele é engraçado e é um dos meus únicos amigos que tenho aqui em São Paulo, na verdade ele é o único além de Júlia.
-Você é muito idiota! - ele ri, me empurrando de leve.
-Otário. - digo empurrando-o também.
-Otário. - ele diz me imitando.
-Otário. - repito.
-Otário. (N/A: Maybe 'otário' will be our 'always'. NAO NÉ KHJGSKGFHJ Me matem)
-Chega. - digo levantando, mas ele puxa meu braço novamente. -O que foi dessa vez?
-Ainda não terminei de conversar contigo. - ele diz, fazendo-me sentar na cama denovo.
-Você vai me prender aqui pra sempre é? - digo ironica.
-Vou. - ele sorri. -Então, você já viu meu canal?
-Na verdade não. - confesso.
-Nossa, que amiga você é! - ele revira os olhos.
-Amiga? - não pensei que ele já me considerava como amiga.
-É, eu estou no seu quarto, sentada na sua cama junto com você e você me considera como estranho? Você é uma das poucas garotas que eu tenho mais proximidade.
-Por que?
-Por causa das fãs.
Que ridículo esse negócio de fã, não pode nem ter privacidade, ah espera, eu sou fã da Katy, então não tenho o direito de falar sobre isso.
-Que merda. - digo.
-Que merda. - ele repete.
-Não começa. - rio e empurro ele novamente. -Agora eu vou pegar o refrigerante!
Vou em direção ao frigobar mais ou menos próximo da cama e pego duas garrafas de refrigerante, uma pra mim e outra pra Rafael, claro.
Quando volto a atenção para Rafael vejo que ele está mexendo no meu celular.
-Que merda você está fazendo? - puxo o celular de sua mão e procuro pelo que ele estava olhando.
Ele estava nas mensagens do Whatsapp, estava aberta uma conversa com Júlia, e ela estava avisando que viria pra cá me visitar. Agora?
-Sua amiguinha vai vir pra cá! - Rafael diz levantando-se.
-Onde você vai? - pergunto vendo que ele está indo em direção a porta.
-Ir embora, não quero atrapalhar vocês. - ele diz encurtando o passo, sem virar para mim.
-Ela vai demorar. - digo, puxando-o pelo braço, porém ele fica imóvel.
-Essa mensagem foi mandada a 30 minutos atrás. - ele, finalmente vira pra mim e solta um sorriso bobo novamente.
-Mas você não vai atrapalhar ninguém. - insisto.
-Não é sério, eu tenho que gravar com uns amigos e não se esqueça de ver meus vídeos, tchau? - ele abre os braços, como se pedisse para eu o abraçá-lo.
-Tchau. - retribuo o abraço, como ele é mais alto, minha cabeça fica encostada em seu peito e consigo ouvir as batidas de seu coração.
-Meu Deus tem salgadinho na sua sobrancelha! - ele quase grita de tanto rir.
-Onde? Saiu? - passo a mão pelo rosto todo, mas não sinto nada.
Suas mãos vão para minha sobrancelha e sinto arrepio pelo fato de elas estarem geladas.
-Agora saiu. - ele olha pra mim e sorri, retribuo o sorriso, começo a me apavorar pelo fato de ele estar tão próximo de mim que consigo até ouvir sua respiração.
Seus lábios colam nos meus, até que alguém bate na porta.
-O que está acontecendo?
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