POV Bea
O táxi chega e Rafael mostra ao motorista a tela de seu celular, evitando dizer para mim onde iríamos. Completamente misterioso.
O motorista, cujo seu nome era Cláudio, puxava assunto conosco, pergunta se nós eramos um casal e Rafael disse apenas que ainda não e eu concordava com a cabeça. Conversa vai, conversa vem e o carro a se movimentar, observo pela janela tentando reconhecer o local, mas não obtive sucesso, não fazia a mínima onde estava.
Até que finalmente o motorista para e diz o valor da corrida, Rafael paga sem pestanejar, desço do carro e olho ao redor.
Porra, Rafael.
Era um restaurante, sua entrada era completamente iluminada e coberta por folhas. Parecia muito refinado.
-Rafael. - sussurro.
-Sim? - ele sorri esticando sua mão, para eu o acompanhar.
-Eu nem estou com roupa adequada, você nem tinha me avisado nada! Meus sapatos estão sujos de terra! Eu... eu... - tento dizer mas ele, com o dedo indicador, cala minha boca.
-Apenas... Confia em mim. Você está linda. - ele diz sério, mas logo sorri, aquele sorriso divertido, que também me fazia sorrir, seus olhos estavam brilhando e seu rosto expressava confiança, porém, mesmo assim eu conseguia sentir seu nervosismo.
Assim que entramos me deparo com a beleza do lugar.
Era tudo bem iluminado, com velas acesas em todos os lugares, sua decoração focava muito na natureza, coberto de flores, folhas e plantas, além de toda a natureza, também realçava um bastante algum tempo antigo, com objetos de madeira escura, lembrando-me um pouco à decoração rústica, isso, juntando com as flores do lugar, dava um clima de romantismo, fazendo com que eu me sinta, em uma obra de Shakespeare, Romeu e Julieta.
Enquanto Rafael falava com a atendente, eu me distraía, com os quadros que estavam nas paredes, todas as fotos possuíam efeito preto e branco, eles queriam dar um ar de antiguidade, e realmente conseguiam.
Ouço uma tosse e percebo Rafael atrás de mim sorrindo.
-Vamos? - ele me dá o braço e andamos de braços cruzados, seguindo a moça, que eu nem sequer sabia o nome.
-Não se impressione tanto, ok? Eu não tenho tanto dinheiro assim. - ele ri, deixando-me confusa.
Ficamos de frente ao elevador.
-Agora eu já sei o resto do caminho, obrigada Bianca. - ele bate duas vezes no ombro da moça, num gesto de amigos.
-Tem certeza? - ela pergunta e ele afirma. -Enfim, divirtam-se.
Entramos no elevador e o silêncio permanece.
-Por que você falou para eu não me impressionar tanto? - pergunto, quebrando o silêncio que naquele pequeno espaço mantinha-se.
-Sei lá, esse lugar é muito refinado pra mim, eu apenas tenho diversos amigos por aqui, quer dizer, o dono desse prédio é amigo do meu pai, então, eu pedi uma reserva especial e diferente, ele apenas concordou, me dando desconto e o melhor lugar do prédio, que é pra onde estamos indo agora. - ele diz e logo as portas do elevador se abrem.
Um grande corredor, com a mesma decoração do primeiro andar, porém está mais vazio.
-Vamos? - Rafael pega em minha mão e começa a caminhar, apenas deixo-o me levar.
Há uma outra entrada para um outro salão, há diversas mesas espalhadas, com algumas pessoas nelas, garçons andam de um lado para o outro, assim como um restaurante comum. Rafael desvia-se das mesas, faço o mesmo, até que chegamos em uma sacada, com uma mesa com alguns velas apagadas e algumas flores em cima dela, além de duas cadeiras e alguns vasos de plantas.
-Olha esse pôr do sol! - ele vai até a barreira e aponta para o sol que está a descer, formando um risco laranja pelo céu.
-Posso ajudar os senhores? - um homem, provavelmente o garçom, nos surpreende.
-Ah, sim, claro. - Rafael gagueja. -Sou Rafael Lange, pode trazer o pedido, por favor.
-Claro, num instante, senhor. - o garçom diz e logo se perde entre as diversas mesas do lado de dentro.
-Odeio que me chamem de senhor. - Rafael diz, puxando uma cadeira e apontando para mim sentar.
-Que gesto de cavalheirismo, obrigada, Sr. Lange.
-Af, cala boca! - ele diz e senta na cadeira em frente à mim.
-O que você pediu? - pergunto, me ajeitando na cadeira.
-O melhor prato daqui, você já vai descobrir. - ele diz tentando ser misterioso novamente.
-Por que você tenta ser misterioso? - debocho.
-Eu tento né. - ele diz revirando os olhos.
O silêncio torna-se constrangedor.
-Aqui está. - o garçom aparece com uma bandeja em mãos.
Ele deposita na mesa dois pratos, ambos iguais. Consigo identificar algumas fatias pequenas de carne, mostarda e algumas sementes.
-Quer que eu acenda as velas? Já entardeceu... - o garçom diz com o esqueiro em mãos.
-Sim, por favor. - Rafael diz e logo o garçom acende as velas.
-Obrigado. - Rafael diz.
-É só chamar caso queira o prato principal. - o garçom diz com um sorriso simpático e logo sai.
-Isso é muito refinado pra mim. - desabafo.
-Pra mim também, então estamos juntos nessa. - ele diz e fez um high five.
-Suco de amora? - exclamo assim que bebo um gole da bebida.
-Sim, você disse que gostava de amora, então imaginei que o suco também. - ele explica gesticulando com suas mãos.
-Sim, obrigada. - agradeço e ele suspira. -Rafael?
-Sim?
-Você está se esforçando demais.
-Como assim?
-Não precisa fazer tudo isso. - aponto para o prato.
-Eu quero que seja especial, não sei quando vou voltar, você sabe disso. - ele diz o sinto um clima tenso.
-Não precisa fazer tudo isso, ok? É só eu estar com você que... - eu começo a dizer mas ele me corta.
-Awn! Que fofa! - ele aperta suas próprias bochechas.
-Quando eu tento ser fofa você me corta, né?! - reviro os olhos.
-Te amo! - ele diz em meio aos risos e arregala os olhos percebendo que disse sem querer.
-O que? - sorrio surpresa.
-Af, nada! - seus olhos ainda estão arregalados, porém há um bônus, suas bochechas estão levemente coradas, o deixando completamente fofo, se é que isso era possível.
Delicio o prato normalmente e evito os olhares de Rafael me encarando, esperando alguma reação minha.
-Gostou? - ele pergunta, estralando os dedos, ansioso.
-Sim, estou ansiosa pelo prato principal. - digo, limpando minha boca.
-Posso pedir agora? - ele pergunta e eu assinto.
Assim que o garçom passa ele levanta a mão chamando-o.
-Pode trazer o prato principal, por favor? - ele diz e o garçom afirma, pegando os pratos sujos e logo saindo.
-Agora se prepara para o prato delicioso. - ele diz com entusiasmo.
-O que é? - pergunto.
-Af, para de perguntar as coisas, apenas espere, pra que saber tudo antes? Gosta de surpresas não? - ele diz, se fingindo de irritado.
-Não, não gosto. - reviro os olhos.
-Aqui está, senhores. - o garçom traz o prato. -O famoso Risotto de Pollo, recomendações do Chef, e o melhor prato do restaurante, segundo os clientes.
-Muito obrigado. - Rafael agradece.
-Deseja mais alguma coisa? - o garçom pergunta.
-Você quer mais alguma coisa, Bea? - Rafael pergunta.
-Não, obrigada. - digo sorrindo.
-Então, não, obrigado. - Rafael diz para o garçom e o mesmo, logo vai embora.
-Risotto de Pollo? - pergunto.
-Sim, risoto de frango, experimenta, é uma delícia.
Obedece-o.
-Hmm... Caralho é realmente bom. - digo afirmando.
-Então... Com esse maravilhoso prato... - ele gesticula apontando para os pratos. -Mesmo com a distância que teria entre a gente, eu queria saber se...
-Se o quê?
-Se você quer ter algo mais, sabe? Eu gosto de você e você diz que gosta de mim, porque a gente não se aprofunda? Isso está muito confuso, não sei se é amizade ou algo mais. Eu poderia fazer algo mais romântico de levantar na frente de todo mundo, ajoelhar e tal, mas você e eu não gostamos disso, então... Enfim, Ana Beatriz. - ele se embola nas palavras, falando mais rápido que o normal.
-Eu mesma.
-Você quer namorar comigo? - ele diz e suas bochechas coram, seus dedos batucam a mesa, sua expressão é completamente nervosa.
-Sr. Rafael Lange, eu aceito. - pego em sua mão e a aperto, sorrio calma para ele, seu peito desce lentamente, seu rosto está mais suavizado, parece menos tenso.
-Obrigado. - ele diz baixinho e não deixo de rir. -Eu realmente gosto de você, Bea.
-Eu realmente gosto de você, Rafa.
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