Alexandre
A mais de meia hora eu encarava a tela do meu celular. Dia 18 de março, esse dia sempre tinha um peso a mais pra mim. Todo ano pensava em como surpreendê-la. Em todos esses anos nunca deixei de mandar uma mensagem, de mandar alguma lembrança para sua casa. Mas, agora eu estava meio que sem ação, depois do dia que transamos novamente no seu camarim e que novamente não decidimos nada e seguimos a vida, imitando nossos personagens da ficção. Só que isso estava terrível, eu não conseguia admitir que teria que viver sem ela.
Sabia que criaria problemas com Karen colocando aquele story, sabia que Giovanna talvez não respondesse, e isso me deixaria pior que estava em relação a meus sentimentos, mas sem mais delongas coloquei a foto parabenizando a mulher que eu amava com todas minhas forças. E aquilo virou uma alvoroço, as fãs enlouqueceram, mas por horas consecutivas nem sinal dela para responder.
Soube por Indira que ela estava gravando, amaldiçoei por não ter cenas hoje. Só que eu precisava fazer alguma coisa, precisava agir. Tomei um rápido e peguei a chave do carro, iria até o projac. O trânsito estava terrível, levei um bom tempo para chegar ao meu destino, enquanto isso minha cabeça dava um nó, não sabia ao certo porque estava agindo por impulso assim nos últimos meses, levando em conta que nunca fui assim com nenhuma outra. Sabia que ela ia ter uma festa surpresa feita pelas meninas, então no caminho comprei um buquê de flores, já havia dado flores algumas vezes para ela. Nem sequer me importei com as pessoas vendo esse meu presente cafona.
Cheguei na hora em que já haviam cantado parabéns, Giovanna fazia um breve discurso e assim que parei na soleira da porta vendo-a tão linda ela parou de falar, seus lábios curvaram em um lindo sorriso. E todas que estavam no local me encararam.
Podia jurar que seus olhos brilhavam.
– oi. – falei com a voz mais rouca que previa.
– Nero, oi. – ela disse sem ter mais o que responder.
– eu posso? – pedi me referindo a entrar na festa.
Todas concordaram em uníssono.
Graças a Deus os celulares já haviam sido guardados e não saiu nenhum story desse momento.
Preferia evitar o combate com minha mulher depois.
– pra você. – disse entregando as flores pra ela, parando na sua frente.
– você não precisava vir até aqui… – disse pegando o buquê dos meus braços.
Incrível como aquele buquê ornou com ela.
– eu sei. – respondi simplesmente.
A bolha entre nós havia sido criada, as pessoas que estavam ali comiam e conversavam entre si.
– o projac todo te viu com esse buquê? – Giovanna falou fazendo graça.
– todo mundo… todo mundo me viu fazendo essa breguice. – disse passando a mão na testa.
– eu achei que não te veria hoje. – afirmou sorrindo de canto.
– eu não podia deixar de te dar um abraço. – falei abrindo os braços para ela.
Giovanna olhou ao redor e largou as flores encima da mesa.
Logo estava nos meus braços, seu cheiro imundou meus sentidos, seus braços em volta do meu pescoço, o encaixe perfeito dos nossos corpos, sua mão na minha nuca fazendo um carinho cadenciado, o quão apertado estava aquele abraço. Tudo isso fez minha atitude valer a pena.
– eu ficaria aqui pra sempre. – falei em seu ouvido.
Ouvi um suspiro dela.
– por que tudo tem que ser tão difícil? – perguntou afastando somente seu rosto para me encarar.
– talvez porque estamos tornando difícil? – questionei.
– podíamos parar com isso… pelo menos por hoje. – respondeu agradando minha nuca.
– quero ficar perto de você, Giovanna. – falei com a voz totalmente falha.
Não era de hoje que toda essa situação me deixava emotivo.
– hoje… quero ficar perto. – retratei minha fala.
– então fica. Não te mandei se afastar. – ela disse fechando os olhos.
– Gio, não querendo interromper… mas, estão te chamando lá na portaria. – uma das maquiadoras falou.
Largamos o abraço meio relutantes.
Ainda havia tanto a ser dito.
– portaria? – questionou sem entender.
Giovanna saiu rumo a portaria e obviamente eu fui atrás.
Giovanna
Com toda certeza do mundo eu devia ter ficado onde estava, abraçando Alexandre como se minha vida dependesse disso. Sai para a portaria sem a menor vontade já imaginando o que poderia ser, e óbvio que Leonardo estava do lado de uma tele mensagem um tanto quanto escandalosa, meu corpo todo esquentou com a vergonha que eu passaria com aquilo… não estávamos nem no clima de ele fazer tamanha barbaridade. Uma música horrível começou tocar e ele desatou a falar, não consegui entender uma palavra, pois vi quando meu colega de cena passou por mim como um vulto. Claro que Alexandre usaria isso como um deboche universal.
Amaldiçoei o momento que meu marido escolheu pra fazer isso.
– Giovanna, você é a mulher da minha vida. Parabéns, muitos anos de vida! – ouvi essa frase sair da sua boca, e senti uma leve repulsa.
Afinal, se eu fosse mesmo a mulher da vida dele, ele não faria o que faz. Não admitiria me perder como vem perdendo, não ignorava minhas vontades, não me deixava apenas como troféu para seus eventos.
– que tá fazendo, Leonardo? – questionei quando ele veio me abraçar.
– tô me expressando. – falou me dando um selinho.
Retribui o abraço e o selinho, mas eu sabia que qualquer demonstração dele não seria nem aos pés de uma de Alexandre.
E isso me machucava, afinal eu queria amar meu marido, mas já não era mais possível.
Agradeci mentalmente quando Leonardo foi embora, pude finalmente voltar gravar. A tarde passou voando as gravações estavam intensas, e eu só queria ir pra casa depois desse dia. Parei para fazer um lanche antes da próxima cena. Estava lendo algumas postagens de fãs no Instagram quando na barra de notificação surgiu uma mensagem dele.
“ vai no estacionamento, tenho a outra parte do seu presente. “ li com atenção e no final havia o emoji de diabinho, óbvio que isso aguçou minha curiosidade.
Larguei meu lanche rapidamente e sem avisar ninguém fui em direção ao estacionamento.
Não demorei muito e o vi encostado no seu Jeep, lindo como sempre, de óculos escuros, o cabelo um pouco bagunçado.
– sobreviveu aquele mico? – perguntou assim que parei de frente pra ele.
– tô inteira ainda. – falei me encostando ao seu lado.
– espero que ele não tenha te surpreendido mais que eu. – Nero falou cruzando os braços.
– nem se quisesse… – refleti. – aliás, o que você fez comigo? – questionei ainda sem encara-lo.
– acho que vou te perguntar a mesma coisa… – disse virando em minha direção pra me encarar.
Senti meu corpo todo entrar em alerta quando Nero ficou de frente pra mim empresando meu corpo no carro, suas mãos espalmadas na minha cintura.
– eu fiquei furioso de ciúmes daquele babaca… do idiota do Murilo também… você tá me enlouquecendo. – falou sussurrado perto demais do meu rosto.
– ciúmes? – provoquei sentindo a pressão do seu corpo no meu.
– por mim ninguém tocava em você a não ser eu. – confessou.
Suspirei sentindo toda a tensão do momento, Alexandre estava tão aberto a encarar nosso relacionamento antes e agora ele parecia frear.
– quero te dar uma coisa, pra você usar hoje a noite. – falou calmamente, mudando de assunto.
Sentia seu hálito bem próximo ao meu rosto.
Era tão familiar.
– tem horário pra usar seu presente? – questionei incisiva.
– tem. Porque eu que vou controlá-lo. – disse saindo de perto de mim para abrir a porta do motorista.
Alexandre me entregou uma caixa pequena, em cima dela tinha um bilhete que eu obviamente leria mil vezes.
– abre. – sussurrou no meu ouvido.
Abri lentamente, fiquei estática quando vi o que era. Um vibrador clítoriano com bluetooth.
– ficou muda? – questionou colocando uma mexa do meu cabelo pra trás da minha orelha.
– e como você controlá-lo se é via bluetooth? – consegui questionar depois de um tempo.
– então você topa? Usar? – Nero perguntou sacana.
Óbvio que nem passou pela minha cabeça a opção de não usar, só ver aquele presente malicioso já me excitou pra caramba.
– topo. – respondi tentando parecer indiferente.
– então até hoje a noite, Giovanna. – falou dando um beijo no meu rosto e cheirando meu maxilar.
Nero adentrou em seu carro e deu partida, sem me explicar nada mais.
Voltei para o projac somente para pegar minhas coisas pra ir embora. Sentia meu corpo acelerado devido ao presente que recebi, quando entrei no carro para ir pra casa voltei a abri-lo. Óbvio que eu já tinha visto vibradores como aquele, mas nunca alguém o controlou pra mim. Nunca alguém fez tamanho estrago na minha calcinha sem ao menos me tocar como Alexandre fez a minutos atrás.
– meu Deus, eu sou a porra de uma pervertida. – falei dando partida no carro e ligando uma música.
Quando cheguei em casa foi uma surpresa atrás da outra, sentia-me muito amada, meus filhos estavam comigo o que tornou tudo melhor. Só quando Leonardo chegou que meu astral baixou um pouco, mas nem sua presença foi suficiente para estragar minha noite. Meu marido pediu para que eu me arrumasse que iríamos sair. Consegui unir forças para tomar um banho e vestir algo leve.
Quando estava secando o cabelo meu celular vibrou em cima da pia do banheiro.
“ pode colocar agora o seu presente.” Era Alexandre, minha pulsação na hora acelerou.
Óbvio que sai de casa com o vibrador no meio das pernas, sentia tanta antecipação do que estaria por vir que esqueci de perguntar onde estávamos indo, e como Alexandre estaria por perto.
Foi repostando storys do aniversário que vi o dele “loviu” e o emoji que havia me mandado mais cedo. Alexandre sempre fazia tudo de caso pensado, não pude deixar de me declarar pra ele na mesma proporção. Foda-se o que Leonardo acharia.
Foi só quando chegamos a casa de uma amiga em um condomínio lindo, que abrimos a porta e todos começaram cantar parabéns que notei que era uma festa surpresa, todas as pessoas que eu amava com máscaras do meu próprio rosto, meus mantras escritos em cada pedaço da decoração, foi emoção demais pra mim. Tentei abraçar cada um, dar um pouco do meu reconhecimento pra cada um que tirou seu tempo para me prestigiar.
Tudo estava perfeito.
Conversei, bebi, dancei. Consegui até esquecer um pouco do presente que estava no meio das minhas pernas… e foi quando sentei para beber um gin com Vanessa, que senti uma pressão absurda em minha boceta, o vibrador estava ligado. E era absurdamente bom.
E tudo em mim acendeu, Alexandre estava ali e como eu não havia visto?
– o Nero veio? – questionei minha amiga tentando conter minha voz.
– eu não vi. – Vanessa respondeu bebendo seu drink.
– ele não viria. – pensei alto, ainda sentindo aquela pressão boa.
– será? – a morena questionou.
Tentei procurar por ele com meus olhos, ele não podia estar longe. Novamente não o vi, mas a vibração parecia ainda mais forte. Sentia meu rosto começar avermelhar, minhas mãos suaram e minhas pernas tinham pequenos espasmos.
Peguei meu celular rapidamente, na mesma pressa que pedi uma água gelada para o barmen.
“ aonde você tá?” Mandei no WhatsApp dele.
“ tá gostando, Giovanna?” Ele mandou na mesma hora.
“ tá fraco.” Mandei provocando, mesmo sabendo que não deveria.
Dei um pulo na cadeira quando a velocidade aumentou.
“ e agora?” Ele questionou.
“ quero te ver. “ mandei passando a mão pela minha nuca tentando aliviar alguma coisa.
Mas, foi em vão… a água gelada foi em vão… tentar conversar com minha colega de elenco foi em vão…
Verifiquei que Alexandre não havia respondido e levantei para ir ao banheiro, o vibrador parece ter se encaixado ainda mais em meu clítoris, um gemido quase escapou dos meus lábios quando dei os primeiros passos. Tive que desviar de algumas conversas para chegar ao banheiro mais próximo.
“ responde, Nero. “ mandei assim que chaveei a porta.
Espalmei as mãos na bancada de mármore e senti a vibração ainda mais forte, se fosse por nível provavelmente estaria no 4 já, abri um pouco as pernas e passei a mão pelo meu seio já com o bico duro, tentando aliviar minha tensão. E aí o vibrador desligou, me deixando frustrada.
“ não saia da festa. “ Alexandre mandou fazendo-me querer matá-lo.
“ como você sabe onde tô?” Questionei quase implorando para ele ligar novamente.
“ você vai saber. Tenha paciência e aproveite teu presente. “ ele mandou em seguida.
“ liga essa porra.” Mandei dando-me por vencida.
Recebi a resposta rápido demais e numa velocidade ainda maior. Respirei fundo me forçando a sair daquele banheiro, mas eu precisava obedecer ou Nero pararia de me dar prazer.
Encontrei Ingrid assim que sai do banheiro. Queria me enfiar novamente naquele banheiro para me esconder dela e do fato de ela me conhecer bem demais para não suspeitar de algo.
– ei… eu tava te procurando. – ela disse segurando em meu braço.
– é? – respondi sentindo que podia gemer a qualquer momento, eu estava ficando ainda mais molhada e sentia meu clítoris extremamente rijo.
– tá tudo bem, zuzu? – minha amiga questionou colocando a mão na minha testa. – você tá quente…
Sim, estava tudo quente em mim, não só a testa.
– me ajuda achar o Alexandre? – pedi me dando por vencida. Fechei os olhos em deleite quando o vibrador baixou a potência.
– você tá muito estranha. – ela falou rindo.
– só preciso… achar ele. – respondi mordendo o lábio inferior e me colocando a andar.
Rezei para Ingrid não perguntar novamente o porque de eu estar estranha.
Voltei pra festa, sentindo meu corpo ainda mais sensível, eu queria gozar… na verdade estava desesperada pra isso. Tive que socializar com meus amigos, sentia vontade de arrancar minha roupa e acabar com aquela tortura ali mesmo, mas apenas cruzava as pernas para aliviar minha pulsação.
– não achei. – Ingrid voltou depois dar uma volta pela casa.
– mas… ele tá aqui zuzu… – falei em seu ouvido.
– o que tá acontecendo? – ela questionou e eu segurei firme em seu braço, pois a vibração aumentou consideravelmente em minha boceta.
– a merda… – balbuciei e fechei os olhos em puro deleite daquele momento.
Agradeci aos céus por meus filhos já terem se retirado da festa.
“ vem pra fora, sem ninguém atrás de você.” Li na barra de notificações e senti um alívio absurdo, eu iria vê-lo.
Não expliquei nada, sai da casa rapidamente, sentindo que assim que o visse eu iria gozar.
Nero adiou ainda mais meu orgasmo desligando o vibrador assim que sai da casa.
Alexandre
Assim que Ingrid me contou que fariam uma festa para Giovanna eu tive a ideia daquele presente, sai do projac bravo com o corno indo fazer surpresa pra ela, mas respirei fundo, precisava entender que apesar de tudo ele era o marido. Obviamente que queria deixar minha marca nesse aniversário dela, e não havia marca melhor do que fazê-la gozar loucamente pra mim.
Com a ajuda de Ingrid sabia os passos que minha colega de elenco dava na festa, e quando a loira me mandou que achava que Giovanna estava no limite eu a chamei para fora. Havia encostado meu carro na lateral da casa, e isso me dava um alcance ótimo para usar meu aplicativo para controlar o vibrador.
Quando vi Giovanna vindo em direção a meu carro senti meu pau ainda mais duro,estava tão linda que chegava ser pecado, seu cabelo solto, seu rosto levemente rosado devido a excitação. Ela adentrou o lado do passageiro e senti seu cheiro extremamente bom atingir meus sentidos.
– caralho, Nero. – falou colocando a mão na testa e fechando os olhos.
Ela estava por um fio para gozar pra mim.
– como foi? – perguntei colocando minha mão na sua perna.
– foi… torturante. – ela disse abrindo seus olhos extremamente dilatados para me encarar.
– gostou? – questionei sorrindo pra ela.
– liga de novo, me deixa gozar. – pediu segurando minha mão que estava em sua perna.
– vou deixar, porque hoje você merece… porque eu mereço te ver gozando pra mim.– falei segurando seu queixo.
Giovanna respirava com dificuldade.
– vem senta no meu colo. – ordenei colocando o banco mais para trás.
– não temos tempo, alguém pode… – ela começou falar.
– senta. – ordenei de novo.
E em segundos Giovanna estava sentada no meu colo, uma perna de cada lado e suas mãos espalmadas em meu peito.
– não quero que feche os olhos. – disse pegando meu celular.
Abri o aplicativo e liguei o vibrador. Giovanna se contorceu em cima de mim.
Meus olhos estavam vidrados nela.
– ah merda… Alexandre…. – ela falava encarando meus olhos.
Aumentei a velocidade consideravelmente.
– pode gemer pra mim, Giovanna ninguém vai te ouvir. – falei pegando em seu cabelo e puxando-o para trás.
Levei meus lábios para seu decote e lambia ali. Giovanna mexia o quadril sedenta pelo seu clímax.
– Nero, eu vou gozar… não aguento mais… – falou deitando o corpo no meu e procurando minha boca.
O beijo que se iniciou foi fogoso, Giovanna dominou-o por completo, sua língua sabia o que fazia e meu pau pulsava dentro da calça, me fazendo pensar em sua boca trabalhando nele. Senti seu corpo tensionar e sabia que tinha chegado a hora… segurei em seu pescoço e a afastei a tempo de vislumbrar seu semblante caindo em um orgasmo gigante, seus olhos dilataram ainda mais, sua boca se entreabriu e suas mãos seguravam meus braços de forma possessiva.
Ela amoleceu em meus braços e eu desliguei o vibrador. Nossas respirações estavam descompassadas. E eu passei a acariciar seu rosto.
– parabéns. – falei puxando-a para um abraço, sentindo seu rosto enterrar em meu pescoço.
– não sinto minhas pernas, Nero. – ela disse rindo ofegante.
– vai pra um hotel comigo quando essa festa acabar? – pedi, contrariando todos meus pensamentos racionais.
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