Levanto a cabeça para ver quem havia deixado o tal pacote. Fico um pouco surpreso ao ver a mulher de hoje mais cedo ao meu lado.
Estava diferente de hoje mais cedo. Seus cabelos estavam soltos E não mais lisos. Agora ondas caracoladas era soprados para trás pelo vento que batia sobre seu rosto. me olhava com um sorisso leve
–espero que Goste‐ Diz ela antes de pedir uma garrafa para si– para agradecer o que você fez pelo Agnaldo.
–Dou um sorisso e abro a sacola e retirando o embrulho.‐
–vê se vc gosta, comprei pensando em você .‐Ela enche seu copo da bebida.
- Precisava se preocupar não.– com um sorisso no rosto agradeço a ela-
–comprei pensando em você.– ela escora o braço no lado da cabeça e fica me observando-
-eu desencosto da bancada do trailer para poder ver mais a camisa. Mesmo nunca me visto, era meu tamanho certo.– bonita em, Mas não precisava gastar seu dinheiro comigo. –dobro a peça e guardo na sacola-
-Adriano recebeu meu presente, seu sorisso desmontrou que havia gostado. Eu observava ele guardar a roupa que havia dado, o mesmo dizia que não precisava. Mas claro que precisava, precisava agradecer o que ele havia conseguido fazer eu não nego que começava ficar afim de tal, só que isso eu acabei falando Não só para mim.
‐Que nada, precisava sim. Eu faço porque o que eu estou afim. –dito em tom baixo mas não passou despercebido, se caso ele ouviu fingiu que não. Talvez seja casado? Perguntar na lata não irei, não avistei aliança, mas vai saber. —Apenas me virei pegando o copo acrescentando mais bebida-
Estava um silêncio entre eu e a mulher que havia me entregado o presente. Me lembrei de quando ela pediu me ajuda para transferir Agnaldo. A mesma disse que ele era bom na cozinha e estava certa, ele fazia maior sucesso nos últimos dias.
Na intenção de quebrar o silêncio eu viro para dizer a ela, já que tem alguns dias que não vejo ela visita-lo mais.
-seu marido ta fazendo maior sucesso–sou cortado por ela negando cônjuge com o preso
–Ele não é meu marido
–achei que vocês eram casados- ela nega mais uma vez.
- Não, não ele não é meu marido– ela se vira para o outro lado para pegar a garrafa da cerveja e fica em silêncio por alguns segundos– A gente saiu algumas vezes e depois –ela sorve uma boa quantidade da bebida gelada- ele foi preso.
Novamente o ambiente entre nossa conversa é rodeada por silêncio, escuto apenas ela repetida vezes encher o copo e revirando. Nessa altura eu já tinha bebido uns 4 copos e meio
- é casado a quanto tempo?
– me pergunta sobre meu cônjuge. Ao me lembrar de Janaína me deixo um sorisso de lado- Já tem alguns anos já... - ainda sem olhar em seu rosto, percebo que olhares da mesma estava sobre mim.-
- É feliz?
Aquela pergunta me pegou de um jeito que não soube responder ou achar palavras certas. Eu sentia muito carinho por Janaína, sentimentos recíprocos, gosto dela, amar? Eu a amo mas não sei por que eu não conseguir responder.
Talvez seja por conta que ela é praticamente uma desconhecida e não iria me abrir para alguém do nada mesmo que eu precisasse. Mas não era momento e nem pessoa certa.
Somente sei dizer que o sorisso que havia brotado segundos ali sumiu rapidamente. A saída é continuar calado e mudar de assunto
Graças ao bom Deus o lanche já estava pronto e me salvaria de responder tal pergunta.
-eh, brigada outra vez pelo presente Erika. Eu, eu vou voltar para mesa com meus amigos. - pego o embrulho que havia ganhado dela e o lanche com a outra mão
- Pelo menos você vai lembrar meu nome! – ela dar um sorisso de lado e vai se afastando para trás pegando a bolsa após deixar uma nota de dez como pagamento da bebida.
Adriano não respondeu minha pergunta, ele não disse se era feliz em seu casamento, Ele disse meu nome pela primeira vez desde que o entreguei o presente. Me agradeceu mais uma vez e fiquei feliz por ter acertado o tamanho.
Apenas deixo o dinheiro da garrafa que havia bebido, com minha bolsa em mãos sorrio e vou andando para ir para casa. Enquanto me retirava percebo que olhares dos amigos do carcereiro me seguiam até que eu sumisse de suas vistas
O humor daquele homem não estava dos melhores, talvez eu poderia ajudá-lo a se sentir menos tenso. Era isso que passava na minha cabeça , meu que loucura ein? Apenas por olhar valia a pena arriscar.
O vento bate em meu rosto enquanto paro um taxi– Esquece essas Bobeiras mulher- sussurro para mim mesma.
Desencostando do trailer de lanche vou até a mesa dos amigos que sorriam maliciosamente me olhando enquanto dizia piadinhas.
‐Olha só em Adriano, podendo. Depois dizem que ser carcereiro não ganha camisa.
- e que 'pitel' em, cê viu? -
-oh! Que nada. só foi um presente de agradecimento, quero nada com essa mulher tão doido? Mulher de preso –sorisso dos demais somem e se entreolhem com cara de que alguma MERDA ia acontecer. Não vejo nada demais ali, só era uma camisa. Havia ignorado as bobagens deles e começei comer
Após algumas bebidas e sermões besta dos presentes ali, pago a minha conta e descido ir embora. Já que o dia seguinte seria bastante puxado, e queria evitar qualquer discussão com a esposa no caso mais uma!
Já tem algum tempo que o casamento de Janaína e Adriano não anda mais o mesmo que nos começos dos anos. Essa vontade incansável de o quanto antes serem pais estão o consumindo de medos de não serem capazes de realizar tal sonho, muitas vezes se iludem com os alarmes falsos e acabam sofrendo mais ainda. Na verdade possa ser algum aviso que não seja o momento, que nem tudo está nos trilhos para receber uma vida.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.