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História Posso entrar? - Pôsteres e Nathanael - História escrita por Oh_Sol - Spirit Fanfics e Histórias
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História Posso entrar? - Pôsteres e Nathanael


Escrita por: Oh_Sol

Notas do Autor


Olá meus queridos humanos ? Tudo bem ?
Eu sei eu sei,demorei pra lançar esse capítulo. MAIS EU NÃO TENHO CULPA QUE EU VIVO EM UM PLANETA N QUAL EU SOU OBRIGADA A TER COMPROMISSOS.
EU SEI EU SEI,VACILEI.
MAS TÔ AQUI E ME DESCULPA MEU ATRASO.
NÃO DESISTA DE MIM.
Ps:esse na foto é o Nathanael.

Capítulo 9 - Pôsteres e Nathanael


Fanfic / Fanfiction Posso entrar? - Pôsteres e Nathanael

Lidar com as mudanças da vida conforme o tempo passa, sempre foi difícil para Marinette.

Não só com as mudanças de seu corpo, que vinham acontecendo desde seus dose anos, a fazendo se questionar quando seus peitos decidiriam crescer, mas as da vida em geral. 

As principais mudanças que vinham assustando a azulada, eram as que aumentavam sua responsabilidade.

Agora que as férias estavam com seus dias contados, ela teria que se acostumar com a ideia de ser uma universitária. De ter o dobro de responsabilidade que tinha antes.
 

Deis dos 15 anos, Marinette teve que suportar todos os autos e baixos que a vida jogava em cima dela, assim como qualquer outro adolescente.
 

Depois da separação de seus pais, sua rotina mudou completamente. Além de ter sido cuspida em um colégio novo, em uma série com alunos mais velhos que ela, encarando o ensino médio, ela e a irmã precisariam dar uma ajuda extra para a mãe na padaria, já que ela estava sozinha agora.
 

E agora que moraria junto a irmã em um apartamento perto da faculdade, elas precisariam fazer malabarismo para conciliar os estudos, com o trabalho para pagar o aluguel, as contas e suprimentos básicos para seus consumos.
 

Bridgetted tinha conseguido um emprego como babá, para cuidar dos gêmeos que moravam no apartamento ao lado. E Marinette, estava pensando seriamente em pegar uma das chuteiras de Félix e ficar com todo o dinheiro que elas valiam, já que não tinha conseguido nenhum emprego.
 

Naquela semana, como prometido, Félix tinha levado Marinette, e pra variar Bridgetted, para fazer compras de Natal no super mercado, deixando que ela levasse tudo que quisesse

 O que a fez aproveitar a oportunidade, e levar um monte de utensílios novos para o apartamento. Bridgetted empurrava o carrinho cheio de compras junto com Félix, enquanto Marinette simplesmente andava pelos corredores como uma criança.
 

-Félix, posso levar? -Perguntou mostrando um faqueiro e um jogo de porcelana para o banheiro.
 

-O que você quiser.-Disse sem desviar o olhar do rosto de Bridgetted, que sorria para ele sem parar. Ela não soube dizer se ele tinha dito aquilo para ela ou para sua irmã, mas não deu muita importância e simplesmente colocou no carrinho.
 

Ela escolheu mais um monte de coisas para si, não só biscoitos de natal, salgadinhos, caixas e caixas de bombom e todo tipo de besteiras, mas também colocou coisas que precisaria na nova casa, de um jogo de panelas a cortinas novas.
 

Depois que Marinette tinha terminado de escolher seus sorvetes preferidos, eles foram até o caixa, para assistir a funcionária arregalar os olhos para os dois carrinhos que Marinette tinha enchido com sabedoria. Félix passou o cartão e precisou que alguns funcionários ajudassem a levar todas as compras para o carro.
 

-Nossa Mari, esse ano você se superou.-Disse Félix olhando para sacolas que tinham produtos de limpeza.
 

-Isso se chama, "Moro sozinha e sou pobre." Preciso aproveitar as oportunidades.-Disse do banco de traz, comemorando o fato de ter comprado pipoca suficiente para o ano todo.
 

Bridgetted que estava sentada no banco ao lado de Félix, riu e logo depois esticou o braço para tocar a nuca do loiro, deixando um leve carinho ali o fazendo sorrir e pousar sua mão na cocha dela, deixando um aperto na região.
 

-Não sei se vocês estão lembrados, mas eu ainda estou aqui.-Disse Marinette no banco de traz, fazendo os outros dois rirem, porém não se afastaram.-Idiotas.
 

Depois de mais alguns minutos, eles estacionaram o carro na garagem da casa de Félix e rapidamente começaram a tirar tudo de dentro do carro e guardar tudo na área de serviço, para que nada estragasse.
 

Félix e Bridgetted se sentaram no sofá e fizeram o que era de costume dos dois, começaram a tagarelar sem parar deixando Marinette entediada.
 

Ela pegou um dos potes de sorvete de baunilha que tinha comprado, uma colher e se dirigiu até as escadas, indo até o quarto de Adrien. Bateu na porta levemente, a abriu e perguntou:
 

-Posso entrar?-Pediu baixinho, vendo o rapaz, totalmente largado no sofá de veludo preto, coberto por um edredom, a olhar e asentir de vagar.

Ela andou até ele e se sentou no chão com as pernas cruzadas, ficando de frente para o rapaz, que parecia cansado.

-Está tudo bem Adrien?-Perguntou, colocando a palma de sua mão na testa dele checando sua temperatura, que aparentemente estava regulada.- Como está?

-Um pouco cansado.-Disse coçando os olhos.-Dormi pouco na noite passada.

-Está com fome? -Perguntou, enchendo um colher com o sorvete e levando em direção a boca do garoto, que aceitou de bom grado a oferta, deixando que ela desse em sua boca e o escutando gemer em satisfação.-Gosta de sorvete? 

-Eu amo sorvete.-Disse, esperando por uma outra colherada, porém, precisou esperar que ela comece a sua primeiro.-E como você está?-Perguntou, recebendo mais uma colher de sorvete em sua boca.

-Ah estou levando. Muito trabalho na padaria, aulas de costura, apartamento novo, procurar um novo emprego, visitar um gatinho.-Disse, fazendo o rapaz sorrir.

-Mas agora que você não vai poder mais trabalhar na padaria, porque vai estar morando longe, o que sua mãe vai fazer?-Perguntou abrindo a boca pedindo mais sorvete, fazendo a mestiça rir.

-Minha mãe contratou um funcionário novo. O nome dele é Ralf.-Disse, tomando seu sorvete e sentindo os dedos do rapaz puxarem seu braço, para que se sentasse ao seu lado. 

 

-Como ele é? -Perguntou, querendo que a conversa entre os dois se prolongasse. A habilidade nula de Adrien de permanecer em um assunto era evidente .-Ele é confeiteiro? 

 

-Profissional. Estudou fora e tudo mais. Minha mãe disse que ele tem especialidade em culinária latina e um monte de outras coisas.-Disse, dando mais sorvete ao rapaz.

 

-Você já viu o trabalho dele? Gostou? -Perguntou, esticando a mão, que antes se encontrava em baixo do cobertor , fazendo um cafuné na garota a vendo fechar os olhos e sorrir para a atitude dele.

 

-Ele da sempre um toque especial em tudo que faz. Tipo uma assinatura ou marca registrada. Quando você olha pro bolo, torta, biscoito ou qualquer outro doce, você já sabe que foi ele que fez.

 

-Como assim?

 

Ralf, o mais novo ajudante e confeiteiro, que agora trabalhava na padaria da família Cheng, era um homem de uma presença um tanto marcante.

 

Na casa dos quarenta, alto, grande, e robusto, o homem lembrava um pouco a fisionomia do pai de Marinette, mas além de ser mais auto e aparentemente mais forte, seus estilos eram completamente diferentes.

 

Ralf tinha um cabelo longo e em ondas que caia um pouco abaixo do seu ombro, em um tom loiro, com poucos fios brancos, junto a uma barba e bigode grandes e simétricos, bem podados no rosto. 

       Com o corpo coberto de tatuagens, no peito, costela, pernas, braços, mãos, costas e até mesmo uma pequena tatto no rosto, um tigre branco na têmpora, sua presença denotava muito estilo. 

 

Um brinco na orelha direita e um alargador na esquerda, junto a anéis grossos e um colar com um dente, que elas não sabiam identificar de que animal era.
 

Ele usava botas pretas enormes com cadarços meio frouxos, calça azul clara rasgada, uma camiseta do Guns N' Roses e uma jaqueta de couro preta, o deixando com mais cara de durão, se é que isso é possível.

Ele tinha uma voz grossa que parecia um estrondo quando falava, que no primeiro momento, assustou as três garotas que o entrevistavam para o emprego.
 

-A gente pediu que ele preparasse alguns doces que vendemos na padaria e demos a receita. Ele fez tudo, e ficou muito bom, mas enfeitou tudo com glacê preto e com flores pretas e bordas pretas e biscoitos com confeitos pretos. Pareceu que a nossa cozinha rosa tinha sido exterminada.

Adrien apenas ria da versão da história que Marinette contava e de como tinha sido difícil convencer Ralf a usar o avental rosa cheio de babados de renda, que elas tinham como uniforme.
 

-Ele disse que rosa não tinha nada a ver com o estilo dele e minha mãe rebateu dizendo que essa era a cor principal da confeitaria. Que rosa era a nossa marca registrada. Pois bem, ontem no primeiro dia de trabalho, ele chegou com um avental preto, mas com uns babadinhos rosas nas extremidades.

-E sua mãe?-Perguntou pedindo mais sorvete a fazendo rir de sua carinha de desespero e fome.

-Está tentando acrescentar um pouco de rosa em tudo que ele faz.-Riu e tomou um pouco mais de sorvete.
 

Adrien parecia um pouco menos cansado agora que ela tinha conversado um pouco com ele. Não estava mais embrulhado e nem com aquele semblante triste. Agora só se distraia com a voz dela e a deixava falar sobre seus últimos dias e sua rotina. Continuava com o carinho em sua nuca e tomava o sorvete que ela levava até sua boca.

 

-Ansioso 'pra nossa viagem?-Perguntou a garota, vendo os olhos verdes do rapaz perderem o brilho.

E foi em questão de segundos que o semblante tranquilo do garoto se desmanchou, dando lugar a um triste e nervoso. 

Ele coçou a nuca e bagunçou um pouco os cabelo, fechou os olhos por um momento, deixando a garota do outro lado do sofá receosa.

-Estou tão nervoso. Não consigo pensar em mais nada além disso.

Ansiedade sempre foi um problema na vida de Adrien que desde pequeno, precisou aprender a lidar com o peso das suas preocupações sem sentido e com toda aquela ansiedade tenebrosa que entrava sem bater na porta e sem tirar os sapatos, sujando e bagunçando tudo que ele levava tanto tempo pra arrumar e por no lugar.

Os piores pesadelos de Adrien, envolviam sair do quarto e precisar dar um jeito em si mesmo lá fora. E não era muito comum ver Adrien cogitando a ideia de sair de seu casulo.

A garota se movimentou no sofá, ficando entre as pernas do garoto que estava respirando pesadamente.

-Não precisa ficar nervoso Adrien.-Disse o mais calma que conseguia.-Você vai ver, vai se divertir muito nesse fim de semana. 

-Mas eu não gosto de ficar em lugares que eu não conheça e principalmente os  que ficam a mais de duas horas de distância do meu quarto, como pode ver, já estou super estressado, então é melhor você desistir de me levar já que eu sou extremamente  irritante e insignificante...-Começou a falar sem parar, porém foi interrompido ao sentir a garota passar sorvete em sua bochecha, chamando sua atenção.

-Não diga bobagens, você não é insignificante!-Falou sorrindo para o sorvete que derretia no rosto do rapaz, e de seu semblante sério e bravo.-Você acha mesmo que eu dividiria meu sorvete com você, caso fosse alguém insignificante? 

-Você diz isso agora. Daqui a alguns dias o único pensamento que vai vir na sua cabeça, vai ser o de me mandar de volta 'pra casa e nunca mais vai querer vir aqui e...-Dizia novamente sem pausas, porém dessa vez, foi interrompido com a sensação da menor se inclinar sobre seu corpo e beijar a área do rosto que tinha sorvete.

Ela olhava para as bochechas coradas do loiro, que ficou sem reação por alguns segundos antes de soltar uma risada tímida e tocar a área aonde ela tinha pousado os lábios quentes.

-É com isso que está preocupado? Que eu não venha mais ver você devido ao seu comportamento? -Perguntou rindo sarcástica, fazendo o garoto se lembrar de todas as vezes que agiu com grosseria com ela.-Pode deixar, eu aguento. Sou boa nisso.-Falou, dando a ele mais sorvete.

-Você não sabe aonde está se metendo.-Avisou o rapaz colocando dois dedos dentro do pote de sorvete e sujando o nariz da garota.

Até que quando os dois notaram, mais da metade do sorvete estava espalhado pelas roupas, cabelos e rostos dos dois. Riam igual dois idiotas, disputando alguma coisa sem sentido, fazendo uma sujeira imensa sobre o sofá e chão. 

Mas nenhum dos dois parecia se importar com aquilo e simplesmente rolavam e montavam um sobre o outro na tentativa de sujar o máximo que conseguiam. Quando perceberam Marinette já estava sobre o colo do garoto, com as pernas em volta de seu quadril, passando sorvete no cabelo do garoto, que ria e fazia cócegas na cintura dela, a fazendo dar gargalhadas autas e implorar pra que parasse.

-Para com isso Adrien.-Pediu em meio às risadas estéricas e ao solavanco que levou os dois a cairem do sofá, os deixando jogados no chão rolando pelo tapete.

-Foi você quem começou.-Dizia ao mesmo tempo que enfiou a mão no pote de sorvete e passou no rosto da garota que riu e revidou sujando seu pescoço que já estava totalmente pregado de sorvete.

Riram tanto, até chegar ao ponto em que Adrien tinha começado a soluçar e Marinette chorava de tanto rir. Olhavam para situação um do outro e não conseguiam parar de rir.

Os dois estavam completamente cobertos com o sorvete que já tinha derretido em suas peles e escorria pelo corpo. 

-Você quase me deixou cega.-Reclamou a garota, depois de conter um pouco a crise de riso e passar a mão na testa, na tentativa de tirar o sorvete que derretia e ia em direção ao seu olho.-Me ajuda Adrien!-Pediu a garota, sem conseguir enxegar direito.

O loiro se aproximou dela rindo e com a manga de seu casaco, que não estava completamente limpo, passou a limpar o rosto da garota que estava com os olhos apertados, com a intenção de não deixar o líquido escorrer.

-Isso é culpa sua.-Dizia a mestiça, que tinha os olhos ardendo, mesmo depois de seu rosto não estar mais com tanto excesso de sorvete. Ela começou a passar a manga de "seu" moletom  no rosto do garoto, tentando limpar a camada grossa de sorvete do rosto dele.

-Culpa minha? Foi você que me provocou. -Disse com um semblante irritado, tentando disfarçar o quanto estava gostando da sensação da garota limpando seu rosto.

-Não provoquei não. Foi só uma brincadeirinha, mas se você não sabe levar na esportiva, eu não posso fazer nada.-Falou limpando o pescoço do garoto, começando a olhar pra área, controlando a vontade de beijar aquele lugar que estava muito mais atrativo com seu doce preferido espalhado por ela.

Depois de terem se livrado dos excessos de sorvete, os dois sairam do quarto e foram em direção ao banheiro que ficava em frente ao quarto de Adrien, afim de jogar uma água sobre o rosto e se limpar completamente.

Entraram no banheiro e ligaram a torneira, deixando que a água limpar primeiramente  seus olhos que ainda ardiam um pouco. 

Marinette tentou limpar o busto que estava grudando pelo açúcar e Adrien, tentava molhar os cabelos com a água da pia, os deixando completamente molhados.

Sem aviso prévio, enquanto a garota jogava um pouco da água sobre o rosto e lavava as mãos, Adrian simplesmente retirou seu moletom, revelando nada mais nada menos que seu peito nu, ficando completamente exposto. Começou a jogar água sobre seu pescoço, fazendo gotículas de água descerem pelo peito.

Adrien não era definido como o irmão, que jogava futebol desde os doze anos e fazia treinamentos intensivos na academia, todos os os dias, além das aulas de natação e luta, alternadamente uma vez por semana, mas também não ficava para traz no requisito beleza.

Era bem magro, mas ainda tinha um pouco do corpo que tinha adquirido com a esgrima, mas tinha perdido grande parte devido aos remédios que ele tomava todo dia, a alimentação desregulada e o sedentarismo. 

Marinette esperava ver um garoto com os ossos da costela aparecendo levemente, mas a imagem que viu a surpreendeu.

Adrien não tinha todos aqueles músculos do irmão, porém tinha um corpo bonito, com uma barriga travada, mas sem os gominhos, e com um peito levemente esculpido. Os braços não tinham músculos  mas eram longos e bonitos. Sem nenhum exagero.

Mas continuava fazendo Marinette agradecer pela visão que possuía, que a permitia enxergar aquela pele alva e o corpo alto do garoto.

Ela desvio o olhar de volta para pia e respeitou fundo, desejando silenciosamente que ele não olhasse pelo espelho que ficava na frente deles, o quanto suas bochechas estavam vermelhas.

Algumas gotículas de água escorriam vagarosamente pelo peito do garoto, fazendo a azulada precisar contar mentalmente até dez na tentativa de se acalmar e não ter um surto piscicótico  no qual ela o atacaria ou simplesmente cairia morta no chão. 

Ele pegou uma toalha branca que estava pendurada em um tripé ao seu lado e secou o rosto, as mãos e o peito e logo em seguida, as levou em direção ao rosto da garota, secando devagar as gotas de água que escorriam por sua pele.

Secou as mãos dela, as mesmas mãos que tremiam como alguém que sofre o mal de Parkinson, ou quem está em estado grave de hipotermia.

-Frio? -Perguntou o garoto, com um sorriso debochado.

Cínico.

Sim. Ele tinha feito de propósito. Não era de estrema importância que ele tirasse o casaco e ficasse exposto daquela maneira, mas sua curiosidade para ver sua reação era tão convidativa que não soube como evitar. Quando pode ver, já tinha tirado.

Não sabia ao certo de onde tinha tirado tanta coragem para fazer aquilo, mas seus dedos caçavam. Quase como se a barra da camiseta os sugasse para lá.

A insegurança com seu corpo era algo comum e que ele tinha aprendido a aceitar com o decorrer do tempo. O rosto marcado com as olheiras, o corpo magro e cansado, as pernas finas e a barba rala que não crescia do jeito que ele queria.

Um pensamento inconveniente invadiu sua mente, o de como seria Marinette tirando sua blusa. Tentou espanta-lo, porém estava impregnado em sua mente.

A imagem em sua cabeça era tão clara que pouco faltava saltar sobre seu rosto. A pele reluzente e as áreas que ela provavelmente teria sardas o faziam perder o ar. A curva que os ombros dela fariam e a posição e ângulo de seu pescoço.

Sem poder controlar, já tinha a imagem dela completamente nua em sua mente. Da pele macia que ela teria, da cintura que ele amava apertar durante seus abraços, as pernas lindas que de vez em quando ela deixava a mostra quando usava shot, aquela  bunda que ele fazia um esforço tremendo para não apertar, bater, morder toda vez que ela se virava de costas para ele. E mais um monte de outras imagens que deixaram suas bochechas coradas, por motivos óbvios.

Sem muita demora, Marinette tratou rapidamente de partir de volta para o quarto do garoto e acidentalmente e propositadamente, esbarrando sobre o peito do rapaz, sentindo a pele dele sobre seus dedos.

Andou depressa e atravessou a porta do quarto do loiro, se sentando no sofá, percebendo que tinham sujado o estofado do mesmo. Seus dedos estavam dormentes, com a sensação da maciez da pele dele que ainda, que era quase palpável, pairava sobre eles, como se ela ainda estivesse o tocando.

Sua boca seca a impediu que falasse alguma coisa no momento em que ele entrou no quarto. Permaneceu calada quando se sentou ao seu lado, e a observou. Não conseguiu dizer nada quando ele levou uma das mãos até seu rosto e acariciou sua bochecha.

Olho no olho.

Nenhum dos dois disse uma palavra. Não achavam que fosse necessário. Era como se não existisse mais aquele muro invisível que dividia os dois. Agora era como se Marinette tivesse derrubado uma parte do muro, mesmo que ela fosse pequena, era tudo que ela tinha que ligava ela a Adrien.

A mestiça vinha se esforçando de um jeito estrondoso pra conseguir ser aquilo que Adrien precisava. Sim, ele precisava. Mesmo que ele fosse severo, presunçoso e irritado a quase todo momento, ele não tinha mais coragem de dizer que não precisava de Marinette. Nem mesmo para ele mesmo. Não que ele dissesse a todo momento o quanto necessitava de sua presença, mas  depois de ter chorado por uma hora inteira no colo dela, por causa da possibilidade de não poder tê-a, não tinha mais tocado naquele assunto. 

Tinha ficado subentendido o que Adrien sentia por ela, já que não disse que também gostava dela. Marinette estava disposta a não lhe cobrar nada e deixar que ele se sentisse confortável para dizer, sem nenhuma pressão. Porém, a vontade de ouvir aquela confissão, a arrepiava por dentro e por fora.

Só de pensa que o loiro poderia, realmente, gostar dela, fazia seu corpo falhar.  As vezes, enquanto os dois conversavam, ela notava que ele a olhava de um jeito diferente e reparava que ele abria a boca como se quisesse dizer alguma coisa, mas depois relutava e mudava de ideia, iniciando um assunto novo.

Continuando com aquele carinho, Adrien se aproximou e deixou um beijo na testa da garota, que fechou os olhos e sorriu. E de novo, ele pareceu disposto a dizer alguma coisa, fazendo os pelos do corpo da garota se arrepiarem.

-Eu...-Começou a dizer mas mudou de ideia.-Amm, o que achou dos novos pôsteres? -Perguntou fazendo a mestiça se sentir decepcionada.

Ela olhou para as paredes da escrivaninha dele e viu os novos cartazes e pôsteres que ele tinha substituído, depois de ter rasgado todos durante seu surto.

Eram de tamanhos diferentes e assuntos variados. Como suas bandas de  Rock preferidas, astrofísica, gênios da ciência, fórmulas estranhas de física e papéis aleatórios que  elaboravam um mural.

Havia entre eles o rosto do famoso físico Albert Einstein mostrando a língua, Isaac Nilton, a famosa foto dos the Beatles atravessando a faixa de pedestre. Um pôster com a foto dos AC/DC e outras várias fotos de satélites, planetas, constelações, meteoritos, telescópios e o sistema solar em uma escala estrondosamente grande.

Algumas fotos pareciam ter sido tiradas por ele, o que a deixava ansiosa pelo dia que o veria fotografando algo.

Quando Marinette entrava dentro daquele quarto se sentia dentro da cabeça de Adrien. Tudo era muito distinto e característico.

Haviam várias estantes ali com diversos objetos que ela não fazia ideia do que eram, mas que eram simplesmente a cara do rapaz. Havia um microscópio sobre a mesa de pesquisa, perto de um monte de amostras que segundo ele eram de um meteorito. Uma estante imensa de livros e uma coleção de discos de vinil, de várias bandas diferentes. 

Um sofá preto no qual ele passava a maior parte do tempo jogando e um tapete de veludo no chão do quarto. E sua cama enorme, cheia de almofadas e cobertas quentes.

-Gostei bastante.-Disse a garota  se referindo aos pôsteres.-Seu quarto é um conjunto de pequenas coisas que no fim, sem dúvida, formam você.

Ele não disse nada, apenas sorriu fraco e a puxou mais para perto.

Ele a apertou em seus braços a mantendo ali protegida de qualquer outra coisa que pudesse machucar, decepcionar ou algo do tipo. Naquele momento ele só quis proteger aquela garota, a qualquer custo. E de alguma maneira, se desculpar pelo que tinha acontecido e tudo que tinha feito a ela. 

E ela sentia que ia desmaiar a qualquer momento. Não se lembrava de quando tinha se sentido tão protegida e segura quanto naquele momento. Parecia que Adrien tinha amparado cada uma de suas preocupações e transformado cada uma delas em banalidades, tornando apenas aquele momento realmente importante. 

Logo sentiu os beijos dele em seus cabelos e suas mãos fazendo carinho em suas costas a fazendo puxar mais seu pescoço para si, o tendo o mais perto que as leis da física permitiam, já que dois corpos não poderiam ocupar o mesmo espaço, porém naquela situação, faltava pouco para aquela lei ser quebrada.

Parecia que existia uma onda eletromagnética ligando os dois e os mantendo altamente atraídos um pelo outro, com aquela ligação sem explicação.

Parecia que tudo ali desafiava a física a ciência a biologia e todas as regras criadas pela humanidade, e sendo magia a única coisa que chegava perto de explicar o que os dois sentiam quando estavam daquele jeito. Com os braços de Adrien em volta de sua cintura e os braços dela agarrados a seu pescoço.

Só tinha um jeito de melhorar aquilo. 

Ele se afastou um pouco para poder olhar nos olhos dela e se lembrar de como era ver seu rosto daquela distância. Encostou suas testas e deixou que seus narizes encostassem um no outro, deixando o clima quente e tenso ao mesmo tempo.

Parecia tão certo beija-la.  Descobrir qual era o gosto da sua boca e a textura dos seus lábios. Morder devagar a região do seu lábio inferior e deixar mais um beijo depois. Acariciar e beijar cada centímetro daquele rosto que para ele não era nada menos que perfeito. Perfeito. Era exatamente isso que beijar Marinette naquele exato momento seria, perfeito.

Acariciando sua nuca, olhou nos olhos da garota com desejo, encontrando expectativa, o que o fez soltar um suspiro que bateu no rosto dela, quase a fazendo morrer de ansiedade para que ele a beijasse de uma vez.

Adrien se curvou levemente na direção dos lábios dela, e foi aí que os dois ouviram uma batida forte na porta e a voz de Félix chamando Marinette.

-Cacete.-Sussurrou o garoto ao ser interrompido mais uma vez pelo irmão gêmeo.

E Marinette não podia estar mais zangada do que naquele momento. Será que ela não podia ter privacidade? Será que era tão difícil assim mandar uma mensagem para ela dizendo o que ele queria? 

-Calma, vou ver o que ele quer. Não se mexa.-Sussurrou a garota e logo depois  deixando dois beijos lentos em sua bochecha.

Levantou para abrir a porta mais brava ainda ao escutar Félix a chamando pelo nome completo. 

-O que foi ?-Perguntou grossa,  vendo Félix segurar seu celular. 

-Chamei a galera 'pra cá. Vamos pedir pizza, que sabor você quer ? 

-Lombo canadense.-Disse brava.-E saiba que você me atrapalhou, de novo, vai ter volta.-Sussurrou a ameaça, vendo Félix sorrir debochado.

-Vou estar aguardando ansiosamente, maninha.-Falou desafiador.-Ah, viu as mensagens do grupo? Nathanael vai vir.

-Mentira.-Disse, indignada. -Chloe já sabe?  

-Am?-Perguntou confuso, desviando o olhar para o celular.- O que isso tem haver com o assunto?-Perguntou, desviando o olhar para o celular e ficando um tanto estranho.

Homens.

Incapazes de interpretar uma situação como aquela.

A garota revirou os olhos e bateu a palma da mão em sua testa, cansada.

-Esquece maninho, depois explico.-Disse o olhando estressada.-Agora vaza!-Bateu a porta em sua cara e olhou para Adrien que permanecia no sofá.

Ela caminhou até ele, vendo seus braços cruzados e a cara amarrada permanecerem em seu rosto.

-Félix chamou a galera 'pra cá. Vamos pedir pizza, tá afim de ir?-Perguntou gentilmente.

-Não.-Disse, simples.

-Porque? Vai ser divertido. Sei que ele  gritam bastante, mas são boas pessoas.-Disse rindo, porém, Adrien não  parecia achar muita graça.

-Nossa ideia de diversão é bem diferente.-Disse grosso, fazendo a garota se assustar e dar dois passos para traz, colocando as mãos no bolso da frente do casaco.

Marinette já havia escutado de Adrien coisas horríveis, bem piores do que aquilo. Porém, depois do tempo em que ele passará a trata-la bem e a acostumando com suas palavras gentis e com todo aquele carinho que ele derramava sobre ela, não soube o que responder perante aquela situação.

Ela já devia estar acostumada, não é ? Tudo aquilo já tinha acontecido antes, e Adrien já tinha dito coisas muito piores, até que já tinha transado com seu irmão. Então porque ela tinha ficado tão sensível com o comentário? 

Simplesmente porque naquele curto período de tempo, ela tinha conseguido se apegar mais ao loiro e a todas as palavras gentis que a persuadiam a acreditar que ele vinha mudando.

Depois daquilo, um frio se instalou em seu corpo, deduziu que fosse por estar longe dos braços de Adrien que permanecia com a cara fechada ou pelo ar condicionado que sempre era potente naquele quarto.

Parecia que o clima que tinha se formado pelos dois, tinha sido completamente destruído, a fazendo perder completamente as esperanças de que alguma coisa acontecesse ali novamente.

A passos receosos ela se aproximou dele,já com saudade de seu toque. Ficou de frente pra ele e estendeu a mão para seus cabelos, puxando de leve seu rosto para cima o fazendo olhar para ela.

-Precisa me tratar desse jeito?-Perguntou baixo, olhando para ele.-Não fiz nada de errado Adrien.

-Você vai me deixar.-Disse desviando o olhar do dela, com o sentimento de tristeza esmagando seu peito.-Você já vai descer, mesmo tendo acabado de chegar.-Disse colocando a mão em sua cintura e a puxando para seu colo, a fazendo se sentar de lado, em cima de suas pernas.

-Não estou te deixando Adrien, só vou ali no andar de baixo.-Disse se derretendo novamente pela voz do garoto e pelo calor que ele emitia.- Por isso pedi que descesse comigo, 'pra que não ficasse aqui sozinho.-Disse calma, sentindo as mãos  dele a apertando.

-Não consigo fazer isso Mari.

Adrien nem ao menos conseguia descrever o tamanho medo que sentia de descer aos escadas e encarar todas aquelas pessoas. De olhar para encara-las e ver seus olhares julgadores, seus rostos de comparação é seus semblantes de pena.

Quase podia escutar as pessoas fazendo um monte de perguntas e questionamentos muito mais difíceis do que aqueles que ele fazia sobre astrofísica.

"-Você sabe que eles não vão gostar de você Adrien. Vão te achar estranho, todo mundo acha."

-Mas eu...

"-Não Adrien, vamos ficar aqui mesmo. Porque você não lê aquele livro de novo em?"

-Tudo bem.

"-Fica 'pra próxima."

Mas Adrien sabia que não teria uma próxima. Que ele ficaria enfurnado naquele quarto por um longo longo tempo e que desistiria da faculdade por estar enlouquecendo,  que no fim acabaria sozinho, muito mais do que já estava.

Ele a abraçou apertado tentando afugentar aqueles pensamentos e se concentrar no conforto que o abraço dela passava. 

Ela esqueceu da raiva e do o motivo pelo qual tinham discutido e se deleitou com a sensação de ter Adrien a abraçando apertado.

-Vem.-Disse ela, baixo, no ouvido dele.

-Fica.-Respondeu no mesmo tom, a prendendo  a impossibilitando de levantar ou até mesmo se mexer.

Então ela suspirou derrotada fechando os olhos e enfiando o rosto na curva do pescoço do loiro, quase chorando ao ver a súplica do garoto.

Aquilo seria uma forma de dizer que gostava dela? Afinal, estava em seu colo escutando sussurros em seu ouvido, pedindo que ela não fosse em bora, que não o deixasse sozinho mais uma vez.

-Posso pelo menos descer, dizer "Oi" 'pra todo mundo? Trago pizza pra cá e como com você. -Tentou negociar, já que de jeito nenhum sairia daquele quarto com Adrien triste.

-Promete que vai voltar.-Pediu duvidoso, com medo que ela se entretece lá em baixo e esquecesse dele.

-Prometo gatinho.-Disse sorrindo, o vendo retribuir o gesto a abraçar mais forte.

-Não demora, gatos precisam de carinho.-Pediu acariciando sua  bochecha.-Por favor.-Disse a olhando carente.

-Vai ser rápido, prometo. Quando você notar já vou ter voltado.

Mas ela não entendia que ele já estava com saudades, antes mesmo dela atravessar a porta.

Os dois se levantaram e caminharam até a porta de vagar, ainda agarrados.

-Já volto.-Disse a garota deixando um beijo no rosto do loiro e tentando se afastar, mas não tendo êxito em sua missão, ao ser puxada novamente para os braços dele.

-Que ridículo.-Disse acariciando sua cintura.-Estou sofrendo com o fato de você estar indo ali na sala.-Falou vendo a pequena em sua frente, sorrir.

-Vai ser rápido.-Disse na ponta dos pés, ficando na altura de seu rosto.-Da tempo de você arrumar o sofá e ligar o vídeo game pra jogarmos um contra o outro e apostar o último pedaço de pizza. Quando eu chegar quero tudo pronto.

-Tudo bem.-Disse com aquela vontade surreal de beija-la novamente.-Vá logo, antes que mude de ideia.-Falou a soltando e a deixando sair de seu quarto.

Marinette andou pelo corredor que dava até as  escadas angustiada, devido a tudo que tinha acontecido naquele quarto.

Adrien tinha o poder de confundir cada célula do corpo dela, a fazendo pensar no motivo pelo qual não tinha mais controle sobre si mesma quando estava com ele.

O jeito que ele se pareciam e ao mesmo tempo divergiam era intrigante. Loiros, lindos, os mesmos narizes, lábios, formato do maxilar e ao mesmo tempo completamente diferentes.

 Os cortes de cabelos dos dois eram diferentes, o de Adrien mais comprido e o de Félix bem curto, levemente rapado dos lados e com uma franja que deixava seu rosto lindo. 

Adrien tinha puxado os olhos da mãe e Félix os do pai. 

Félix tinha o corpo mais musculoso, forte e sarado, já Adrien um magro levemente esculpido.

Félix tinha o rosto perfeito, sem manchas, espinhas, rugas ou qualquer outra coisa que cobria a pele perfeita, já Adrien possuía uma pequena cicatriz um pouco abaixo do olho, acima da bochecha e outra na sobrancelha fora as olheiras fundas que ele tinha.

Adrien tinha uma aparência cansada, entediada, e as vezes doente ou exausta, diferente do irmão que era sempre revigorado, vivo, saudável e alegre. 

E não era só na aparência que os dois eram assim, seus gostos também eram completamente distintos.

Adrien se esforçou para aprender piano, enquanto Félix aprendeu a tocar guitarra quando tinha 9 anos para se parecer mais com um astro do rock.

Enquanto um batia e apanhava no muay thay, o outro resolveu fazer um esporte mais "clássico", no começo ficou em dúvida entre o arco e flecha e o esgrima, mas seu amor pelo sabre e pela luta travada por espadas lhe dava mais conforto.

Adrien era um gênio na física, ganhando olimpíadas por três anos seguidos, o que ajudou a ganhar a melhor vaga em sua faculdade de física, que terminaria e se especializaria na área de astrofísica. E Félix se destacava mais na área de esportes, sendo destaque na natação, luta, ciclismo e claro, o futebol.

Félix simplesmente não conseguia se  manter parado, tanto que nos dias de chuva, nos quais Marinette não deixava que ele saísse pra correr, ele caminhava afoito pela grande casa entrando e saindo dos quartos em uma "caminhada". Já Adrien era diferente ,não tinha a imperatividade do irmão, mas a ansiedade compensava. Conseguiria ficar o dia inteiro deitado assistindo filmes.

Os dois eram os típicos exemplos da família, o tipo de aluno, filho e garoto que seus pais se perguntam por que você não é. Talentosos, estudiosos e divinamente lindos.

Marinette passaria o resto das férias apontando todas as diferenças de cada um, então resolveu pensar na mais básica. Nunca teve o interesse ou oportunidade de beijar Félix, o que não se aplicava  a seu irmão.

Marinette só conseguia pensar em  como seria sentir a língua de Adrien acariciando a sua deliciosamente. Pensar em como seria ser apertada contra ele durante um beijo e no sabor que teriam seus lábios. Deitar com ele por cima de si, apertando e acariciando a pele dela, mordendo tudo que estivesse ao seu alcance. Puxar seu cabelo e beijar cada centímetro de pele que ele tinha.

Colocou a mão nos lábios os sentindo dormentes, inebriados com a ideia de beijar o loiro. Ela teria o beijado se não fosse a interrupção de Félix e estaria agora deitada sobre aquele sofá macio, com as mãos de Adrien sobre si.

Furiosa novamente, ela desceu o resto das escadas correndo em direção a sala, vendo Félix largado no sofá.

-Desgraçado!-Disse Marinette, de frente para o amigo jogando uma almofada do sofá em seu rosto.

-Sua louca, porque você  fez isso?-Perguntou confuso.

-Porque você sempre tem que  atrapalhar tudo?-Perguntou nervosa, lhe lançando uma outra almofada.

Aí ele caiu na real.

-Ah é isso. Menos drama Marinette.-Falou pegando novamente o celular.

-Drama?-Perguntou com o olhar fulminante.-DRAMA?-Berrou assustando o loiro e Bridgetted que voltava da cozinha.

-Mari, se acalma. Menos.-Disse sua irmã. 

-Vocês dois, são dois egoístas que não entendem absolutamente nada.-Disse raivosa.-O que vocês acham em? Que eu não preciso fazer nenhum esforço 'pra deixar Adrien confortável perto de mim? E quando eu consigo, quando eu tô quase lá, você -Apontou para Félix.-Chega e destrói o clima que eu trabalhei como uma condenada 'pra criar.

-Tá Mari, desculpa. Não foi minha intenção.-Disse olhando para a amiga arrependido.-Não vou fazer mais.-Soltou um risinho travesso, deixando claro que isso iria acontecer mais uma centena de vezes.

-IDIOTA.-Berrou voltando a jogar almofadas no amigo, ouvindo os gritos dele e as risadas da irmã. Até que ouviram a campainha tocar e Bridgetted se levantar para atender, vendo Nino e Alya de mãos dadas.

-Olá pessoal.-Disse a azulada.-Entrem.

Os dois entraram agarrados e se sentaram no sofá, confusos com o semblante bravo de Marinette.

-O que aconteceu gente? 'Pra que todo esse estresse?-Perguntou Alya, sentindo o carinho de Nino em sua cintura.

-É Marinette, 'pra que tanto estresse?-Disse Félix se defendendo das almofadas que a garota jogava nele.

-Ah eu não suporto vocês.-Disse a azulada, que cansada de bater no amigo e não ter qualquer resultado, se sentou no sofá ao lado de Alya que logo começou a falar.

-Você viu? Nathanael vai vir hoje.-Disse aos sussurros para a amiga que logo se animou também.

-Será que ele vem mesmo? Acho que durante todo o período das férias até agora, só saímos uma ou duas vezes.

-Porque será em? Será que está acontecendo alguma coisa?-Perguntou para a amiga que logo teve uma ideia.-Meu amor.-Chamou a  atenção de Nino, que estudava algumas músicas no celular.

-Oi vida.-Falou carinhoso, fazendo a garota sorrir e beijar sua bochecha.

-Você sabe porque Nathanael não tem aparecido mais? Já faz quase um mês que não o vemos, sabe se aconteceu alguma coisa?

Nino ficou tenso, coçou a cabeça e tentou desviar do assunto, dizendo que não devia ser nada, só uma coincidência, porém Alya o conhecia, sabia que ele sabia de algo.

Nino não conseguia deixar as mãos quietas quando estava escondendo alguma coisa, e Alya o conhecia o suficientemente bem para saber disso.

-Você sabe sim! Fale de uma vez o que é.

-Não tenho autorização 'pra dizer. -Falou tenso, vendo a "quase namorada" fechar a cara.-Está bem, não tenho muitos detalhes, mas ele disse algumas coisas.

-Tem alguma coisa a ver com a Chloe?-Perguntou Marinette.

-Tem sim, é que...-Nino começou a dizer, mas foi interrompido pelo som da campainha.

-Deve ser o Nathanael. Vai lá atender a porta Brid.-Diz Marinette.

-Agora eu virei porteira dessa casa é? -Reclamou, voltando a salvar fotos do Pinterest em seu celular.

-Pode deixar que eu abro, minha linda.-Falou Félix, se levantando de seu lado e indo até a porta, abrindo a porta e dando de cara com o ruivo.

Nathanael estava muito mais diferente do que da última vez que esteve junto aos amigos. Em seu rosto havia um tom meio amarelado a baixo do olho esquerdo, indicando que ali já havia um machucado bem feio, além de um pequeno curativo no canto de seu olho, indicando que ele tinha levado pontos e que ficaria com uma cicatriz naquela região. Parecia mais cansado, abatido.

-E ai Barbi. -Disse o ruivo, olhando para o melhor amigo.

-Fala, Chuck o boneco assassino.-Disse Félix revidando a piada sobre seu cabelo.-Estra aí.-Vê o amigo passar pela porta e grita.-Gente a fogueira lembrou dos amigos.

Nathanael riu e entrou na sala, cumprimentando todos na sala.

Nathanael e Félix eram melhores amigos dez do maternal, por estudarem no mesmo colégio e por suas mães serem melhores amigas deis de muito pequenas.

Faziam tudo juntos, exceto tomar banho. Tinha crescido e amadurecidos juntos. Mesmo tendo gostos bem diferentes, os dois se davam bem de um jeito intrigante,  o mesmo caso dele com Marinette.

Brincavam juntos no parquinho aos três anos e aos cinco foram para mesma sala de aula ficando assim por um longo tempo. Aos onze, jogavam videogame na casa um do outro até altas horas da madrugada. Quando os dois  fizeram treze anos, roubaram uma revista da playboy na conveniência e viam as fotos das mulheres escondidos. Aos quatorze, Félix praticamente arrastou o ruivo para parte de baixo da arquibancada do ginásio, para que beijasse pela primeira vez uma garota.

 O nome da menina era Penélope, um ano mais nova, com cabelos castanhos e cachos e as bochechas coradas. Ela parecia uma boneca, mas o que eles não sabiam, era que ela morderia os lábios do ruivo com força o suficiente para faze-los sangrar. 

Nathanael insistiu e ajudou Félix nas aulas de desenho na escola, para que conseguisse notas extras para as matérias em que ele tinha dificuldade  e precisava tirar notas boas para permanecer no time. Já Félix fez o possível para colocar o amigo no time de futebol, para que ele não tomasse bomba em educação física.

O incentivou e fez o amigo  treinar igual a um condenado para no fim, entrar no time e se tornar um dos melhores jogadores e de brinde, conseguir o corpo escultural e  magnífico que tinha agora.

Tão amigos que contariam com o outro para qualquer coisa. Irmãos.

-E aí Mari.-Disse o ruivo abraçando a amiga.

-Oi Nathan, tá sumido.-Disse o abraçando forte.

-É né? sabe como é. Tempo corrido.-Falou constrangido coçando a nuca envergonhado.

-Aham sei.-Disse desconfiada.

O ruivo andou em direção ao outro lado da sala cumprimentando Bridgetted que se levantou para abraça-lo, algo que fez Félix abrir um bico.

-Calma loira de farmácia, não vou roubar sua namorada. É só um abraço.-Brincou Nathan, fazendo Bridgetted corar e esconder o rosto no peito do loiro.

-Cala a boca moranguinho.-Falou beijando os cabelos da garota em seus braços.

Depois de mais algumas risadas e brincadeiras a campainha toca mais uma vez.

-Deve ser a pizza. Sua vez de atender Mari.-Falou Félix, ocupado de mais vendo os desenhos que a azulada lhe mostrava em seu celular.

A garota se levantou rapidamente, ansiosa para subir logo para o quarto de Adrien. Mas não foi pizza que ela encontrou lá fora.

Encontrou uma loira, vestida com uma calça jeans azul clara, uma blusa de mangas longas de gola alta, na cor preta, um cardigan cor de areia e seus tênis pretos. Ela entrou sorrindo para a amiga, que estava mais do que feliz em vela.

Ninguém ali esperava que Chloe fosse aparecer, já que ela tinha avisado no grupo que não viria. Mas o que  não  sabiam é que tudo isso fazia parte do plano.

Chloe sabia que se dissesse que iria, automaticamente significaria que Nathanael engenharia um pretexto para não comparecer. Então ao invés de confirmar sua presença, inventou uma desculpa qualquer de que ficaria em casa para uma reunião de família obrigatória.

Um minuto depois de ter dito que não poderia ir, o ruivo confirmou sua presença, o que  confirmava sua teoria. 

Ela estacionou seu carro na rua de cima e esperou ali, até ver o táxi deixando Nathanael na porta da casa de Félix. Dirigiu até a  mansão Agreste e desceu do carro com as mãos trêmulas, com medo dele simplesmente a ver e ir em bora.

Ela caminhou até a sala cumprimentando os amigos que a abraçavam surpresos e felizes e pela primeira vez pode ver Nathanael, de frente para ela, a olhando confuso, espantado e admirado.

A loira conseguia ver o quanto ele estava mudado. Tinha mudado o corte de cabelo,deixando um lado raspado mas ainda tinha a franja e o pequeno rabo de cavalo. Tinha feito uma nova tatuagem no pescoço,"nothing kills a man faster than his own head", "nada mata um homem mais rápido que a própria cabeça", a frase que ele sempre dissera a ela.

 Percebeu a mancha amarelado em seu rosto a fazendo se perguntar se ele tinha se metido em alguma briga. Também notou o pequeno curativo que cobria um pequeno machucado. Quem teria tratado de seus machucados? Já que ela sempre fizera isso depois de seus treinos ou após uma briga idiota que ele se metia para defende-la. 

Porém, mesmo debaixo de todas aquelas mudanças, ele ainda era o mesmo Nathan que ela conhecia a anos. 

O mesmo garoto que lhe deu um buque de flores e um desenho em seu aniversário de seis anos. 

O que a buscava no balé depois de seu treino de futebol e que cuidou dos calos em seus pés e enxugou suas lágrimas devido a todo o esforço que ela precisava fazer para executar aqueles passos de dança.

O que lhe mandava  bilhetes no meio da aula com desenhos e piadinhas sobre o professor quando ela estava triste. 

O que deixava ela deitar sobre seu ombro durante a hora do almoço, para que ela dormisse um pouco antes do sinal tocar, inaugurando o quinto horário.

O que chorou em seu ombro depois de saber que sua mãe tinha sido internada por ter tentado se matar, depois da notícia de que a mãe de Félix, sua melhor amiga, tinha desaparecido , piorando sua depressão. 

O que  a deixou chorar em seu colo até que dormisse quando sua mãe foi em bora para Nova York. O mesmo menino com quem ela dividia seu lanche desde pequena. 

Era o cara que a beijou com tanto carinho, que fazia suas pernas fraquejarem só de lembrar.

Ainda era ele, o mesmo garoto por quem foi apaixonada deis do começo, e só tinha percebido agora.

Por quem ela estava apaixonada.

-Oi Nathan.-Saudou a loira, perto dele, depois que todos já tinham voltado a conversar.

-Oi, minha musa.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Então foi isso meu humanos queridos. Espero que tenham gostado.

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Desculpa mais uma vez pela demora. Amo vocês então por favor me entendam.


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