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História Postmortem - Glass - História escrita por LaDanoninha - Spirit Fanfics e Histórias
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História Postmortem - Glass


Escrita por: LaDanoninha

Notas do Autor


Estamos de volta, meus amores! Espero que gostem sz (Obrigada à Gaby pelo header maravilhoso, ly)

Capítulo 7 - Glass


Fanfic / Fanfiction Postmortem - Glass

— Smith, recolhe amostras do sangue nos cacos de vidro antes de os empacotares.

Se fosse fisicamente possível os olhos de um ser humano darem uma volta de 360 graus sobre si mesmos, os de Matt certamente tê-lo-iam feito. Ele sabia os procedimentos, ele sabia o que tinha que fazer, e ele certamente não precisava que o Senhor Beckenbauer lhe estivesse a dar ordens e indicações a cada cinco ou dez minutos. Era seriamente irritante. Com um suspiro exasperado, pegou em alguns cotonetes, os quais passou pelas pequenas poças de sangue, recolhendo o líquido vermelho para análise. Fechou as tampinhas para impedir a contaminação das amostras, e colocou-as todas num saco.

Sim, era verdade que todo o cuidado era pouco quando se tratava das cenas do crime, ele entendia isso. Mas não era nenhuma criança, nenhum otário que tinha entrado por ali adentro sem ter treino nem estudo. Já não era um trainee há algum tempo e, apesar de ainda ser um CSI Nível Um, era bastante competente. Sabia que era apenas uma questão de tempo até que finalmente fosse promovido.

Ah, como ele ansiava por esse dia. Matt queria subir na carreira e, de preferência, o mais depressa possível. Dava sempre o seu melhor nas cenas do crime, trabalhava quantas horas extra podia (o que nem sempre era fácil, por causa da sua filha), e estava sempre pronto para ajudar. Porém, havia um grande obstáculo à sua frente.

O quadro dos casos.

Tinha-lhe sido apresentado quando tinha chegado ao laboratório pela primeira vez. Um quadro branco, cujas colunas correspondiam a CSIs do Turno da Noite, e cada seção de cada coluna tinha um tipo específico de caso, desde Violação até a Rapto, passando por Agressão e até Manipulação de Provas. A tradição no Turno da Noite dizia que, quando abria uma vaga num nível mais altos, os CSI que estavam no nível imediatamente abaixo desse podiam competir pela vaga. Se completassem a sua coluna, ganhavam a vaga. Parecia bastante simples… Mas infelizmente não era tanto assim.

No caso de Matthew, não havia ninguém para competir. Mas as regras mantinham-se. Só quando concluísse a sua coluna é que poderia ser promovido. E isso estava a ser muito, muito difícil. Casos mais complicados raramente pediam a ajuda de um CSI do nível dele e, por mais frustrante que isso fosse, não havia nada que ele pudesse fazer a não ser dar o seu máximo e esperar que vissem o seu potencial. 

Com as suas luvas azuis postas, colocou os cacos do mostruário partido dentro do devido saco castanho. Um assalto a uma joalheria qualquer não era exatamente emocionante. Em verdade era bastante comum, mas não havia nada que pudesse fazer a não ser trabalhar.

— Vou pedir os vídeos de vigilância ao gerente. Smith, procura por impressões digitais no mostruário. — Matt ouviu a voz de Wolfgang do outro lado da sala, e controlou-se para não lhe dar uma má resposta.

— Tá bem.

O moreno caminhou até à sua maleta prateada, abrindo-a e pegando no pó branco e num pincel. Voltou para perto da superfície de vidro e, com cuidado para não sujar tudo, mergulhou as fibras no pó e pincelou gentilmente o vidro, revelando dezenas de impressões digitais sobre a transparência do material. Claro. Era um mostruário de joalheria. Imensas pessoas punham as mãos ali, as impressões digitais misturavam-se e esborratavam-se… Era, com toda a certeza, um beco sem saída. Ainda assim, Matt não tinha opção. Suspirou, e pegou no papel adesivo para começar a recolher as intermináveis marcas no vidro.

Não soube quanto tempo havia passado. O sistema de pincelar, recolher e repetir fazia-o perder a noção do tempo, colocando-o num transe focado do qual era complicado sair sozinho até que tivesse terminado. O som de alguém a pigarrear trouxe o moreno de volta ao mundo real. Quando reparou, Wolfgang estava ao seu lado, com os braços cruzados sobre o peito.

— Ainda aí?

— Centenas de pessoas põem aqui os dedos todos os dias, Beckenbauer. Há aqui mais impressões digitais diferentes do que há horas num dia, e muitas delas estão cruzadas. Por isso, deixa-me fazer o meu trabalho, e pode ser que eu termine mais depressa. — Parou de pincelar para olhar para o colega, que não parecia incomodado com a resposta, dada a sua expressão completamente neutra. Mas Matt não queria saber, precisava terminar aquilo. 

Voltou a sua atenção para o pincel na sua mão, continuando o que estava a fazer anteriormente. Quanto mais cedo a sua promoção viesse, melhor. Mais dias de férias, mais dinheiro, mais condições para sustentar a Lizzie. A vida não estava fácil para ninguém, e a situação financeira do CSI podia estar bem melhor, na verdade. Las Vegas era… caro. Um tipo de caro bem diferente do que estava habituado em Montreal, e as coisas estavam bastante complicadas, de momento. Não que ele fosse contar à sua filha, ou a alguém, claro. Os intrometidos do laboratório não precisavam de saber sobre nada disso.

— Tá bem, mas não te vou deixar aí sozinho. Quanto mais depressa libertarmos a cena, melhor. Por isso… — quando deu por si, Wolfgang estava ao seu lado a recolher impressões — Vou te ajudar. Assim despachamo-nos mais depressa. 

— Eu não preciso de ajuda 

— Eu sei, mas eu quero ajudar.

Matthew apenas bufou e continuou o seu trabalho. Teria que aguentar. Vendo pelo canto do olho os movimentos largos e suaves do colega, tentou experimentar pincelar o pó no vidro da mesma forma, porém logo entendeu que, para si, os movimentos mais curtos e concisos eram a melhor técnica.

Não tardou até que tivessem recolhido e guardado todas as impressões digitais viáveis naquele mostruário. Duvidava seriamente que alguma delas pertencesse ao assaltante, mas tinha que tentar.  Com tudo empacotado e arrumado, o duo colocou as provas todas na bagageira do carro de Wolfgang, dirigindo-se aos seus respectivos carros de seguida. A noite ainda era uma criança. Eles ainda tinham muito para investigar e um caso para resolver.



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