História Power Animatronic - Minhas memórias

Pov teddy

Estava correndo em uma floresta, o frio era intenso e incontrolável, fazia minhas engrenagens das pernas darem pequenos ruídos a cada rápido e pesado passo, a neblina carregada, me empedia de ver algo mais longe, eu conhecia aquela floresta.. era a minha floresta, meu labirinto. Meu eu por dentro, confuso e imprevisível.

Os passos aos poucos pareciam pesar mais e mais, quando eu menos percebi, já não conseguia mais andar, numa caminhada lenta, avistei um pouco a frente um pequeno lago de cor cristalina, suas águas brilhavam como um farol no mar aberto que guiava seus barcos ao litoral das águas mansas, a única coisa que me fez entrar em desespero foi um menino que planava calmamente à cima das águas, seu cabelo era um tom de verde, verde e chamativo, já seus olhos eram cinza bem intenso como a neblina que banhava a floresta, o menino trajava um sobre tudo azul escuro, ele imitava o espaço, com várias estrelas, atrás estava escrito em japonês "lunar", sem dúvidas, era ele, minha foice.. cada um no nosso colégio tinha sua própria arma, com vários treinamentos e orientações dos nossos professores acabamos realizando em um processo chamado "passe", nesse processo, basicamente tomamos controle total por nossas armas, mas na verdade.. são elas que tem um controle absoluto sobre nós.. e o Lunar é minha foice, ele aparece muito raramente só para falar algo importante.

Oque será dessa vez?

-Pequeno Teddy.. Quanto tempo não? -Lunar perguntou com um pequeno sorriso nós lábios.

-Lunar.. oque faz aqui? -Perguntei apreensivo chegando perto da lagoa, que parecia brilhar mais ainda.

-Senti sua falta, das nossas conversas.. você sabe que está desmaiado né? -Respodeu com outra pergunta. Me sentei na grama humida, e Lunar fez o mesmo se sentando ao meu lado.

Era engraçado como Lunar era mais velho que eu mesmo sendo tão baixinho, sua aparência poderia ser comparada a de uma criança com 8 anos de idade, más com a mentalidade de um homem de trinta.

-Sim, acho que sim. -Respondi baixo.

-Você está horrível Teddy! Oque aconteceu com você Han? Foi atropelado por um caminhão em alta velocidade? -Ri de sua expressão sendo repreendido pelo baixinho que me deu um soco no ombro. -Eu tô falando sério!

-Só não ando tendo tempo para me cuidar, só isso.. -Falei rindo mínino da minha desgraça.

-Não anda tendo tempo?? Logo você? O mais vaidoso que conheci em todos esses meus anos de trabalho? -Fez uma careta com a voz alterada.

Afinal, ele estava certo, não era do meu fetiche sair da casa de qualquer jeito, eu sempre me produzia, passava maquiagem para tirar os pequenos defeitos. Agora eu só pego qualquer roupa que vejo no armário, e saia de qualquer jeito sem me importar em como estou, é acho que ele tem motivos o suficiente para estar furioso comigo agora.

-Eu só não ando tendo ânimo, me arrumar é cansativo. -Digo e Lunar me fuzila com olhos como se fosse me eliminar com apenas um olhar.

-SEU IDIOTA!! -Exclamou pegando meu braço me arremeçando com força para dentro do lago.

Senti a água gelada por todo meu corpo, causando um pequeno choque por todas minhas articulações, no mesmo momento senti uma grande vontade de chorar, aquele lago me fazia lembrar de tudo, das noitadas, decepções, dos abusos, mas me fazia lembrar principalmente dele.

Nightmare.

Ele desde o início de tudo, sempre esteve do meu lado, nele eu encontrei meu porto seguro.. foi aonde eu encontrei a minha paz.

Memórias

5 anos atrás

Hoje é um dia importante, depois de tanto tempo finalmente papai vai nos levar para o parque, ah mal posso esperar! Fazia tempo que papai não ficava em casa, mamãe dizia que ele trabalhava muito, mas é estranho, toda vez que ela diz isso fica triste e volta a se deitar, ela fica deitada o dia todo, acho que ela só está muito cansada.. deve ser isso...

-Ei filho, está tudo bem? -Mamãe me pergunta tirando-me de meus pensamentos.

Ainda é manhã, eu diria umas seis e meia, como eu e meus irmãos estudamos cedo, (numa escola animatronica) mamãe sempre se esforça para fazer um café da manhã pra gente, mesmo que seja simples, eu sei que ela faz de coração, eu sinto isso.

-Sim mamãe! Só estou ansioso para ir ao parque hoje! -Exclamo alegre mordendo um pedaço do meu sanduíche.

-Ah sim.. espero que se divirtam muito lá..

-Ah? Como assim? A senhora não vai?

Olhei com um ar desanimado para minha mãe, que em reposta negou com a cabeça suspirando pesado.

Mamãe nunca saia de casa, ela sempre dizia que a rua continha um ar triste e depressivo, era sempre a mesma resposta, a mesma expressão, e o mesmo tom de voz, era incrível como ela reproduzia a mesma fala tão perfeitamente, como se aquilo estivesse gravado em sua mente.

-É óbvio que ela iria dizer isso. -Enrique comentou entrando na cozinha com Ana e Deric.

Enrique, Ana, e Deric são os trigêmeos, eles tem doze anos, mas com a mente de um adulto esperiente, os três são quase um sinônimo de problema, apesar de parecerem simples crianças são extremamente agressivos, e talvez até desafiadores com uma inteligência fora do normal.

Quando tinham em volta de oito anos, eram os três mais inteligentes de todo o colégio, não erram uma pergunta se quer, aprendem as coisas rápido, já participaram de várias competições valiosas. O único problema é que as vezes poder demais e essa ambição inevitávelmente atingiu os três, o que resultou em algo bem negativo, negativo até demais..

-Realmente né Enrique? Sempre com essas desculpinhas esfarrapadas. -Ana falou com a expressão séria, porém dava para perceber um olhar de nojo e repressão. -Não é Deric?

Deric concorda com a cabeça, ele nunca foi muito de falar, sempre dizia só o necessário. Dos três, Deric é o que menos ouvi falar, sempre dizia só o necessário, preferia agir do que bater boca, mas de todos os três, eu posso dizer que Deric é o "menos estragado". Ele acabou puxando a mamãe em vários aspectos, mas nem isso foi o suficiente para evitar que ele seguisse o mesmo caminho dos seus irmãos.

-Ei não fale assim da mamãe ela está doente! Por isso não pode ficar saindo. -Defendi os olhando sério, não podia deixa-los falar da mamãe desse jeito, muito menos na frente dela.

-Tudo bem.. Eu vou ficar no quarto.. -Mamãe se pronunciou levantando da mesa de cabeça baixa.

Assim que mamãe saiu, um silêncio amedrontador se fez presente naquele cômodo em que estávamos, eu simplesmente suspirei derrotado pela amargura, e então ouvi uma voz na minha cabeça dizer;

Amanhã é outro dia