" A amizade entre as mulheres começa com uma trégua nas hostilidades".
O pai de Mary ofereceu um quarto de hóspedes para que ela pudesse descansar durante a noite e no dia seguinte voltasse à Hogwarts. Agora ela estava deitada de lado, em baixo das cobertas, olhando as estrelas brilharem através da janela.
Ela e o Sr. Evans conversaram um pouco depois que Lílian deixou-os de forma tão dramática. Ele ligou para Martha e disse que daria entrada nos papéis para declarar sua paternidade. Além disso, ele falou que, assim que o Torneio terminar, ele quer que Mary passe a estudar em Hogwarts e que ele vai falar com o diretor para que a partir de segunda ela passasse a dormir no mesmo dormitório que as Powerful's. Nem é preciso dizer que Mary achou a ideia dos dormitórios um sssaaacccoooo, né?
O dia foi muito louco. Ela acordara como em qualquer outro dia de sua vida, foi para o shopping com alguns amigos novos, comprou o vestido do baile e aí... BOOM! De noite foi para a festa do pai sem saber que ele era seu pai, e descobriu ser filha dele durante um discurso bizarro da mulher dele. Ah, e outra coisinha, seu pai também era pai da cabeça de fósforo!
Mary só queria ter uma vida tranquila, sem tantas reviravoltas e altos e baixos.
A verdade é que ninguém sabia como era difícil ser Mary. Uma mãe maluca por compras e drogada que sempre arrumava um marido diferente, e que não sabia nem a data do aniversário da filha; Mary é popular em sua escola, é verdade, mas isso não quer dizer que ela fosse cercada de amigos... Pelo contrário! Você já a viu com alguma amiga de sua escola? É porque ela não tinha amigos, era cercada por pessoas falsas. E agora descobriu partilhar o mesmo sangue que a Evans!
Mary sabia que podia ser um pouco manipuladora, má e grossa, mas essa era quem ela era. Não queria mudar para agradar aos outros e as patricinhas que a cercam odiavam isso. Tudo bem que ela era considerada uma patricinha também, mas era só uma faixada para não ser excluída.
Mas descobrir ser irmã da perfeitinha Evans com certeza era a pior notícia que já recebeu, sério! A garota se achava a tal, vivia como se o mundo girasse ao redor dela.
Ela estava tão perdida em pensamentos que demorou a ouvir seu celular tocando. Estendeu a mão e o alcançou no criado mudo ao lado da cama.
Estranho. Não reconhecia esse número...
— Alô?
— Ah! Oi, aqui é a Lene...
***
— Só pode ser perseguição! — Lily cruzou os braços.
A campainha tinha tocado e Lene foi atender. Quem era a recém-chegada? Ninguém mais, ninguém menos do que Mary.
— Mais uma menina pra animar essa bodega! — Lene exclamou adentrando seu quarto.
— Oi, Mary — Dô cumprimentou.
— Olá, Dorcas — Mary murmurou timidamente. Estava completamente fora de sua zona de conforto. Sempre fora tão hostil com elas e agora elas estavam sendo tão gentis. Achou estranho quando Lene ligou e a convidou para sua casa, quase disse não à oferta, mas a curiosidade venceu e ela decidiu ver o que as meninas queriam com ela.
— Ah, não! Sem timidez! Cadê a menina cheia de atitudes que sempre encara a Lily? — Ali tentou animá-la.
— Ela deu uma saída e deu lugar a essa mina sentimeltaloide aqui, mas amanhã ela volta — Mary disse e se sentou no chão ao lado de Dorcas e Alice.
As Powerful’s se sentavam em círculo ao redor de uma mesa cheia de guloseimas, algumas já tinham sido tocadas, mas a maioria não.
— Claro que deu lugar a essa mina sentimentaloide, senão como ela conseguiria se fazer de vítima sendo aquela menina carrancuda? — Lily disse. Seu corpo vibrava de raiva. — Tudo é teatrinho dela, afinal, quem deveria estar sentimental aqui sou eu, que descobrir ter uma praga de irmã como você. Mas você, Mary, pelo contrário, descobriu ter um pai que quer formar uma “família feliz” e terá direito a uma enorme herança. Por que ficaria triste com isso?
Os olhos de Mary arderam de lágrimas, mas ela não iria chorar na frente delas, não iria mesmo.
— Se me dão licença, eu pensei ter ouvido ao telefone que não teria que aturar as birras da Evans, mas me informei erradamente e por isso é melhor que eu vá embora. Licença, eu já sei o caminho da saída — Mary se levantou e deixou o quarto.
Como ela odiava a Evans! Como se Mary se importasse com o dinheiro da família dela, idiota! Lílian nem se importava com o sentimento de Mary em descobrir que passou a vida toda sendo enganada e que na verdade seu pai nunca tinha morrido. Claro, afinal, quem é tão acostumada a olhar apenas para o próprio umbigo não consegue colocar-se no lugar dos outros e ter um pouco de compaixão. Mary fora tola de ter ido até ali.
Lily continuou bebendo seu chocolate quente, como se nada tivesse acontecido. Mas o silêncio que ficou depois que a Mary saiu fez Lily perceber que as meninas não aprovaram o que ela fez.
— Que é? — perguntou tirando os olhos do chocolate e encarando cada uma delas. — Porque se vocês estão me fuzilando só porque eu sou linda, então é melhor eu começar a me benzer!
— O assunto é sério, Lílian. — Iiihh, quando a Marlene a chamava de Lílian é porque vinha sermão pela frente. — Eu dei a minha palavra à menina que se ela viesse você não iria arrumar confusão.
— Você prometeu, mas eu não disse nada. Que ideia ridícula de convidá-la foi essa?
— Sei que pode ser difícil de imaginar agora, mas você não é a única sofrendo. Pelo menos você tem nós três para te apoiar, mas a Mary está passando por tudo isso sozinha. Eu tenho empatia – sei que não gostaria de sofrer tudo isso sem ter alguém ao meu lado –, por isso a chamei.
— Exato! Eu tenho vocês três, vocês supostamente deveriam estar aqui para mim, não para a menina que tem uma gigante parcela de culpa por tudo o que está acontecendo e me magoando. Não consigo nem acreditar que estamos tendo essa discussão.
— É difícil descobrir que seu pai traiu a sua mãe e que, ainda por cima, esse caso gerou uma filha, mas você não deve descontar isso na Mary. — Ali falou suavemente, bem diferente das vozes quase alteradas de Lene e Lily. — Ela não pediu para nascer.
Lily ergueu as mãos.
— Quem são vocês? Por que certamente não são minhas amigas! Eu decido como eu trato quem eu quiser e vocês três não tem nada a ver com isso!
— Não somos suas amigas? Somos tão suas amigas que estamos aqui, na sua frente, dizendo que o que você fez não foi legal. Mas se você quer robôs que aceitam tudo de errado que você faz, então sinto informar que não somos isso — Lene disse.
— Estou vendo que não. — Lily disse séria, mas depois acrescentou quase choramingando: — Mas por que todo mundo insiste em me forçar a interagir com ela quando eu estou dizendo, com todas as letras, que ainda não estou pronta para isso?
— Não se trata de você, Lily. Nem tudo é sobre você. Só queremos apoiar a Mary, porque é o certo a ser feito — Dorcas disse e segurou a mão da ruiva.
— Tá, entendi! Mas o que vocês querem que eu faça? Vá atrás dela e me desculpe?
— Sim! — elas falaram em coro.
Lily não teve outra saída a não ser ir atrás de sua sis, que estava sentada na calçada de Lene.
— O que você quer? — ela murmurou ao perceber que Lily se aproximou.
— Euqueromedesculpar.
—E por que você acha que eu vou lhe desculpar?
— Olha, Mary... — isso estava mesmo acontecendo? Lily precisava mesmo engolir todo o seu orgulho, hein? — Nós começamos com o pé esquerdo, desde o momento em que conhecemos, e eu acho que agora nós duas deveríamos tentar recomeçar do zero. Eu não fui nada legal com você, tipo, nunca, o que foi recíproco, e eu queria que pudéssemos esquecer isso.
— Recomeçar do zero? Sem chances...
Lily evitou o impulso de gritar de frustração. Aquela idiota iria fazê-la suplicar para que fossem amigas?!
— Querendo ou não, nós seremos irmãs pro resto da vida. Não sei quanto a você, mas eu acho que seria cansativo ficar com essa implicância até a morte. Então, o que me diz? Sisters em paz?
Ela pensou por alguns segundos, os quais Lily realmente ponderou bater a cabeça dela contra a caixa de correio, mas então Mary confirmou com a cabeça, sorrindo um pouco.
— Só para deixar claro — ela disse. — , eu ainda não gosto de você.
— Sem problemas, ao menos já é um começo — Lily disse enquanto voltavam para a casa de Lene.
— Aêe! — as meninas aplaudiram e assoviaram ao verem que Mary voltou.
Passaram a noite toda rindo, comendo, rindo um pouco e comendo mais um pouquinho. Não dormiram, pois de acordo com Lene pra que dormir se teriam ainda horas de viagem antes de chegarem a Hogwarts?
— Senhoritas, o motorista da Lílian irá sair às 5h da manhã em ponto, o Sr. Evans mandou avisar — disse a governanta da Lene entrando no quarto.
— Ué, mas viemos de carro para cá — Lily pareceu confusa. — Por que precisaríamos do meu motorista?
— Não sei, mas acho melhor vocês irem conferir o que está acontecendo.
— Concordo. Antes disso é melhor irmos tomar banho e trocarmos de roupa porque já são 4h.
— Mas eu não trouxe muda de roupas — a Mary falou.
— Tudo bem, eu te empresto. Também vou emprestar para as meninas — Lene foi em direção ao seu closet.
— O ruim é que as roupas da loira aí são tudo de rock, preta, couro... — Lily murmurou pra Mary.
— Que culpa tenho eu se o seu estilo de roupa, Evans, é estilo paty? — Lene retrucou.
— Meu estilo não é patricinha!
As meninas a encararam.
— Tá... Talvez seja, mas não importa. Vamos logo com isso que eu tenho que ver o que eu consigo salvar daí!
***
— Estamos fa-bu-lo-sas! — Lily disse enquanto as cinco saiam da casa de Marlene.
— Você sempre diz isso quando terminamos de nos produzir! — Lene atravessou a rua.
— É porque sempre estamos fabulosas quando terminamos de nos produzir, tá? — estirou a língua para Lene, que parou de andar do nada. — Ué? Que foi?
— Por que tem um ônibus parado enfrente a sua casa? — Dorcas respondeu por Lene.
Lily olhou para o lado e encarou o ônibus de luxo parado ali. Do nada uma das janelas dele se abre e Sirius Black coloca a cabeça para fora.
— E aí? Já estamos atrasados, querem demorar mais? — ele perguntou.
Lily trocou olhares com as Powerful’s. Se Sirius estava ali, James também estava. Lily não sabia como iria reagir ficando no mesmo ambiente que James Potter, sua ex-paixão/atual paixão, e Mary, sua nova sister em paz, que beijava o seu ex-paixão.
Mary foi a primeira a subir, seguida por Dorcas e Alice.
— Viagem com ½ dos Marotos, sério? — Lily perguntou para Lene.
— Pense pelo lado positivo.
— Que lado positivo?
— Poderia ser uma viagem com 100% dos Marotos — Lene respondeu e subiu.
— Que seja o que Deus quiser— Lily murmurou e foi atrás dela.
O ônibus possuía várias poltronas, uma virada para a outra, com um corredor no meio. Lily sentou-se ao lado de Lene e ela ao lado de Ali que estava ao lado de Dô, ao lado da Mary. Do outro lado do corredor estavam Frank, ao lado de Sirius, ao lado de... James. James sorriu para Lily ao vê-la encarando-o.
— De quem é esse ônibus? — Dô perguntou.
— Ora, do pai da Lily. Ele organizou tudo e falou que sente muito pela discussão de ontem — Frank disse.
— Ele acha que com bens materiais consegue me acalmar — Lily revirou os olhos.
— Ah! E mandou avisar que o motorista da Lene já foi deixar o carro dela em Hogwarts — James adicionou.
— Já estamos andando? — Mary perguntou.
— Desde que vocês entraram, sim.
Meia hora da viagem se passou e ninguém falava nada. Na verdade Lily e as outras Powerful's se comunicavam por mensagens de texto no grupo de WhatsApp delas. Frank lia um livro maior que a bíblia, Mary falava aos sussuros com alguém ao telefone, e James e Sirius entre si.
— Tédio! — gritou Sirius de repente, dando um susto em todo mundo. — De boa, qual a graça de viajar com mô galera se fica cada um preso em seu mundinho?
— Pior que Sirius tem razão — Frank fechou o livro.
— O que você sugere então? Ô, grande deus Sirius? — Lily perguntou debochada.
Ele levantou uma sobrancelha, sorriu de lado e arrumou a postura antes de responder marotamente:
— Verdade ou desafio!
— NÃO! — Lily berrou.
— Por que não? Vai ser legal — Dô falou.
— Ela ta com medo que eu descubra algum segredo, tipo naquela vez que eu descobri que ela... — mas Lily não o deixou terminar de falar. Ela se levantou num pulo e caiu em cima dele, tapando sua boca com a mão.
— Nem mais uma palavra, Black! — disse entre dentes. — Prometa pela honra Marota.
Ele confirmou com a cabeça e só então ela tirou seus dedos de seus lábios.
— Por favor, Lil’s, bora verdade ou desafio — Alice implorou.
— Gente... — Lily insistiu. — Pensem que não é uma ideia muito inteligente concordarmos com uma brincadeira que faz os Marotos descobrirem nossos segredos. Vocês sabem que eles vão usá-los contra nós assim que tiverem uma chance.
— Mas também podemos descobrir os podres deles. Você tem uma ideia melhor para passarmos o tempo? — Dô disse.
— Dormir! — Lene sugeriu.
— Vocês acham que Sirius não vai desenhar no nosso rosto com canetinha permanente? — Ali ergueu a sobrancelha.
— Argh! Foda-se, tá! Depois não digam que eu não avisei — Lily cruzou os braços.
Os sete sentaram-se no chão, formando um círculo, nessa ordem: Lily, James, Mary, Frank, Dorcas, Alice, Sirius, Lene.
— Alguém tem alguma garrafa? — perguntou Mary quando todos terminaram de se acomodar no chão.
— Eu tenho — Sirius disse pegando uma garrafa de vidro de sua poltrona. — Prontinho, aqui está. Que foi? Eu não saio por aí carregando garrafas! Tem uma geladeira ali atrás e eu bebi água enquanto esperava por vossas majestades.
— Quem quer girar? — Frank perguntou.
— EU! — Lily e Mary disseram em coro.
Um momento constrangedor surgiu no ar. Ninguém falou, pois não sabiam bem como intervir entre as duas irmãs. Marlene fez um aceno de cabeça, mandando Lily permitir que Mary girasse a garrafa. Puta merda!
— Você pode girar a porr... a garrafa do Sirius. — Lily sorriu falsamente. Poxa! Desde os seus seis meses de vida ela sempre conseguiu o queria, e agora essa Loirinha chega do nada e muda tudo! Mas Lily tinha prometido tentar ser legal com ela, então deixou essa passar.
— Obrigada — ela girou a garrafa e parou em...
Sirius Black x Mary E- Evans?
— Vai querer o que? — Black esfregava uma mão na outra, Lily não sabia se para espantar o frio ou para dar um ar de malvado a si mesmo.
— Verdade — ela respondeu confiante. Pobrezinha. Ela não sabia da fama que Sirius tinha em jogos de verdade ou desafio.
— Não faz a pergunta ainda, Black! — Lene pediu. Ela se levantou e foi até a geladeira do ônibus.
— Tuuuuudo bem — Sirius respondeu.
Lene voltou para a roda e trouxe uma bandeja com cinco copos com um conteúdo que Lily não soube identificar o que era. Só com o copo em mão é que percebeu se tratar de chocolate quente.
— Eu te amo! — Lily exclamou e Marlene sorriu em resposta.
— Certo! Vamos para minha pergunta! Mary, você e o James já transaram?
Lily engasgou com o chocolate quente.
— Mas que raio de pergunta é essa? — a ruiva perguntou.
— É, ele não teria dito pra você se tivesse rolado? — Lene falou.
— Por favor, né? Não somos que nem as meninas que desabafam tudo uma com as outras, somos homens! — Frank bateu no peito. Patético.
— Nossa! Que comentário mais idiota. Sim, sim. Homens com “h” maiúsculo, né? Quanta baboseira — Lily revirou os olhos.
— Sim, eu e o James já... Vocês sabem — disse Mary, para não prolongar mais o momento.
— Dessa vez eu giro a garrafa — Lily girou antes que alguém tentasse impedir.
Frank x Alice.
— Verdade — disse Ali antes que Frank perguntasse o que ela queria.
Sirius foi até Frank e sussurrou algo no ouvido dele, que arregalou os olhos e fez um movimento de negativo com a cabeça, mas Six acabou por convencê-lo.
— Quem... eh... quem de vocês ainda é virgem?
Dorcas cuspiu o chocolate quente dela, Lily engasgou mais uma vez, Marlene ficou paralisada com o copo a caminho da boca e Ali faz um barulho com a língua.
Os meninos ficaram esperando a resposta atentamente, assim como Mary, que tentava em vão parecer desinteressada.
Alice olhou as amigas, pedindo ajuda para responder a pergunta.
— E se Ali não quiser responder? — Lily perguntou aos meninos, com um tom de desafio na voz.
— Ela precisa responder — James retrucou confiantemente.
— Mas ela pode trocar por desafio — Dorcas argumentou.
— Não pode não... — começou James, mas Sirius o interrompeu:
— Tudo bem, ela pode trocar por desafio, mas o desafio será falar quem ainda é virgem das Powerful's. Qualé, essa pergunta não é nada de mais, deixem de frescura e respondam logo.
Lily suspirou derrotada e confirmou com a cabeça para Ali, dando permissão para ela falar; as outras meninas fizeram o mesmo.
— Só eu ainda sou virgem — Alice murmurou.
Sirius e Frank olharam para Alice, mas James olhava para Lily. Não estava com raiva ou enciumado, só parecia surpreso.
— Pensei que você ainda era virgem, ano passado quando eu lhe perguntei você disse que ainda era — Lily pode sentir o peso das acusações nas palavras dele, mas não iria deixar que ele a atingisse, não quando estava transando com sua irmã.
— As coisas mudam em um ano, sabe? E cai entre nós, eu sou gostosa para caramba e tenho um monte de meninos atrás de mim, só fiz aproveitar. Não que eu lhe deva satisfações sobre minha vida sexual, cunhadinho.
James não respondeu, só virou para o lado e passou a observar a conversa dos amigos.
— A loira eu tinha certeza que não era mais virgem, mas a Dô? — ia dizendo Sirius.
— O que tem eu? Também tenho desejos, sabe?
— Não é isso, só que... Você sempre pareceu mais... conservadora. Não tem nada de errado em botar pra valer, só não esperava que você concordasse comigo. E estou ainda mais surpreso que a País das Maravilhas seja virgem!
— Sou mesmo, e daí? Não me senti preparada com nenhum dos meninos que fiquei e pronto final. — Alice falou um pouco irritada.
— É melhor continuarmos o jogo — Lily sugeriu.
Mary x Lílian
— LILY! — Mary exclamou. — Verdade ou desafio ?!
— Hum... Desafio — jamais deixaria Mary descobrir algum de seus segredos.
— Desafio você a ... DESCER DO ÔNIBUS E BEIJAR O PRIMEIRO GAROTO QUE ESTIVER NA RUA!
— Só isso? Vai ser moleza. LOUIS! PARE O ÔNIBUS UM POUQUINHO?!
Ela desceu do ônibus, que estava parado no meio fio. Eles não estavam mais em Londres, e sim em uma típica cidadezinha inglesa, de casas com tijolos vermelhos. Lily atravessou a rua e foi para a outra calçada, olhando para todos os lados em busca de pessoas.
— Vai amarelar, Evans? — Mary gritou do outro lado da calçada. Ela e os outros tinham descido do ônibus para presenciarem melhor a cena.
— Nunca! — Lily respondeu indo em direção a um menino divino.
Ele era alto ,moreno ,de olhos castanhos. Lily, sem falar nada, simplesmente o beijou. O menino ficou atônito.
— Oi? — ele murmurou depois que Lily o largou.
— Oi, desculpa por isso... É que eu fui desafiada a beijar o primeiro menino que eu visse pela frente, então...
— Ah, tudo bem — ele sorriu. Com certeza achava que Lily era pirada
— Eu tenho que ir — Lily queria sair dali o mais rápido possível. Que situação constrangedora.
— Pode pelo menos me dar o seu número?
— Hein?
— Seu número? Vai, é o mínimo que você pode fazer, sabe? Eu estava andando calmamente pela rua quando fui atacado por uma gata ruiva.
— Vamos logo! Já estamos atrasados! — James gritou do outro lado da rua.
— Seu namorado? — o garoto olhou de James para Lily, confuso.
— Claro, porque eu te beijaria na frente dele, né?
— Não sei.
— Não. Ele é... ele tem um rolo com a... minha irmã? — Lily realmente odiava aquela frase.
— Com a sua irmã? Certeza? Porque aquele olhar... Bem, não sei, ele parece gostar muito de você e nada de mim.
— Impressão sua. Ãh... Ainda quer meu número?
— Com certeza!
— Tudo bem, me dê seu celular que eu escrevo. Prontinho. Tchau!
— Qual o seu nome? — ele gritou enquanto Lily atravessava a pista.
— Lily!
— O meu é Nataniel!
Lily empurrou os amigos para que entrassem logo no ônibus. Por algum motivo sentia suas bochechas queimarem.
— Cara chato! — James comentou com uma ruguinha entre as sobrancelhas.
— Pois eu o achei um fofo! — Marlene disse acomodando-se no chão.
Frank x James.
— O que vai ser, hein?
— Eu quero desafio.
— Certo. Vejamos... eu lhe desafio a... Já sei! Eu lhe desafio a fazer uma dança sensual para a Lene...
— Moleza! — exclamou James.
— Eu ainda não terminei — Frank disse. —- Essa dança tem que fazer a Lene ficar excitada!
— Você ta se mostrando uma senhor pervertido! — Sirius riu.
James se levantou e caminhou até ficar de frente a Lene. Ela o encarava com uma sobrancelha levantada, em sinal de descrença. James começa a desabotoar a camisa, a dançar um treco muito engraçado que o fazia parecer uma lombriga na brasa. Ele começou a desabotoar o sinto. Nessa altura todos já estavam rindo.
— Já chega! — Marlene falou entre risos, jogando a camisa de James nele.
— Eu d...eu disse dança sensual...não ficar quase pelado! — Frank segurava a barriga de tanto rir.
— E, pra deixar claro, eu não fiquei excitada com essa dança louca! — Lene falou depois que pararam de rir.
Alice girou a garrafa e parou em...
Lily X Lene.
— Oh! — Dorcas exclamou.
— Huhu! — Alice riu animada.
— Verdade ou desafio, Lenezita?
— Hum... Desafio. — a loira respondeu sorrindo de lado.
— Corajosa, hm?!
— Claro. Para que eu escolheria verdade se você já sabe tudo sobre mim?
— Vai Logo! — Mary apressou-as.
— Pera! Tô pensando. Já sei! Beije a pessoa que você está com mais vontade de beijar.
— Tá perdendo a prática, Evans. Isso é moleza.
— Já pensou que posso estar pegando leve porque é você?
Lene deu de ombros e foi na direção dos meninos. Ignorou James e parou entre Sirius e Frank.
— Black...
— Sim, loira?
— Você poderia afastar um pouco para o lado? É que você está atrapalhando minha ficada com Frank.
Lily levou as mãos à boca, chocada e achando aquilo hilário. Todo mundo riu e tirou sarro enquanto Marlene ia e beijava Frank.
— Velho... Na moral... Procurem uma cama — James sugeriu depois que alguns minutos se passaram e eles continuavam o beijo.
— É, já deu. — Dorcas puxou Lene.
Lílian x Sirius.
— Esse negócio gamou na Lily! — exclamou Sirius.
— Não o culpe! É impossível não se gamar! — falou brincando. Viu Mary revirar os olhos.
— Verdade, ruiva do meu corasisco.
— Verdade o quê? Que é impossível não se gamar ou que você quer verdade?
— Verdade para ambos os casos.
— Certo... — sentiu o celular vibrar em seu bolso e o pegou para ler a mensagem – pois todos os seus contatos ficava no silencioso, menos os das Powerful’s. “Pergunta o que ele sente pela Ali”. Olhou discretamente para Marlene, que segurava o próprio celular em mãos. Lily inspirou fundo. Aquela pergunta poderia causar drama, mas Lily não tinha motivo para não atender ao pedido de Lene.
— O que foi? Aconteceu alguma coisa? — Sirius olhava preocupado para ela.
— Não — Lily mentiu e guardou rapidamente o celular. — Era minha mãe, mas depois respondo. O que.... o que você sente pela Alice?
Sirius arregalou os olhos.
— E-eu... Eu gosto dela.
— Sério? Eu também gosto do meu cabelereiro. Seja mais específico!
— Se você quer saber se eu tô apaixonado por ela a resposta é... — ele encarou Alice, como se estivesse vendo-a pela primeira vez. — não.
Lily observou a reação da amiga. Ela prender a respiração quando Black demorou a responder, e ficou decepcionada quando ouviu o “não”. PUTA MERDA! Alice estava muito a fim de Sirius.
— Mas — Sirius acrescentou, o que fez um pequeno brilho de esperança acender-se no olhar de Ali. Lily viu Lene tentar esconder o quão tensa estava. — isso não quer dizer que não me sinto atraído por ela. É isso.
— Vou girar — Dorcas limpou a garganta.
Frank x James.
— Então, o que vai ser? — Frank perguntou.
— Verdade. Já escolhi desafio da última vez.
— Qual foi a última vez que você se declarou para uma menina?
Lily sentiu os pelos de seu corpo se arrepiarem. Que merda de pergunta! Lançou um rápido olhar para James que também fez o mesmo na mesma hora que ela. Ela fez um pequeno aceno com a cabeça, indicando para que ele ficasse quieto.
— Foi antes de ontem. — Mary respondeu sorrindo. — Eu sei porque foi para mim.
— Quem deve responder é o James — Sirius falou, olhando para as próprias mãos. Será que James tinha dito algo a ele? Se sim, então Lily estava ferrada, porque Sirius saberia que James estaria mentindo caso não corrigisse Mary e aí teria que alertar a todos sobre isso, e James seria castigado.
— Foi ontem — murmurou desconfortável.
— Como? Não... Eu me lembraria caso você tivesse me dito algo fofo ontem, foi antes de ontem! — Mary insistiu.
— Foi ontem à no... — ele mudou de ideia ao ver o rosto de Lily. — Tem razão, foi antes de ontem mesmo. Eu me confundi.
Lily teve certeza que tinha uma expressão de culpa no rosto, porque Marlene arfou em surpresa ao seu lado, entendendo tudo.
— Sério? — ela sussurrou para a ruiva.
— Depois — Lily informou. Não tinha como discutirem aquilo ali.
Lene X James.
— Que porra é?! Esse troço gamou foi em mim! — James resmungou.
— Verdade ou desafio Jamesie-poo ? — Lene usou o apelido que a mãe de James o chamava.
— Verdade. Eu é que não vou testar minha sorte com um desafio contra essa sua mente cheia de criatividade malévola.
— Hum ... Você e a Emme ... Já transaram ?
— Sim — respondeu o Maroto. Lily já suspeitava que sim, então por que isso ainda a magoava?
— Sério? Enquanto você e a Lily...
— Não, foi depois. Não foi naquela época.
— Tudo bem, garotão, não precisa se explicar — Dorcas disse.
Alice X Mary.
— Verdade ou...
— Verdade — Mary a interrompeu.
— Você já engasgou fazendo sexo oral?
— Já — Mary disse rindo. Todo mundo também riu.
Dorcas X Lene.
— Verdade ou desafio ?
— Desafio!
— Desafio você a dançar uma música estilo anos 60.
— Affy, Dory! Que desafio idiota!
— Senhores, estamos parados no posto. Se quiserem descer para caminharem ou irem comprar algo para comer, a hora é essa — Louis disse aparecendo no corredor.
Todos se levantaram. Frank e Sirius saíram primeiro, seguidos de perto por Dorcas e Alice. James e Mary demoraram um pouco mais, mas também desceram. Lene foi até sua poltrona e pegou sua bolsa.
— Vamos? — ela perguntou para a ruiva.
— Vá indo na frente... — com um movimento de cabeça apontou para o banheiro.
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