Os três: Dulce, Christopher e Maite foram a caminho da garagem, e como era de se esperar, a van não estava ali. Christopher vendo o desespero de Dulce e sabendo que ela ia começar a chorar e atrapalhar tudo, mandou ela voltar pro hotel, mas a ruiva negou e começou a fazer um show.
-Christopher, vê se você me entende, eu quero ver meus amigos, mesmo que eles estejam mortos, eu quero ver o Poncho, mesmo que seja pela última vez... Eu só quero que você me entenda!
-Mas você fica chorando igual uma desesperada, assim não dá pra aguentar... Parece uma maluca!
-Eu tô normal, quem está igual maluco é você que está com essa naturalidade. Deve estar gostando, né? Deve estar gostando de ver o circo pegar fogo! Mas você deve saber que é o próximo e que vai morrer logo, e é o que mais desejo, QUE VOCÊ MORRA, SEU IMBECIL!
Dulce saiu correndo e Maite ficou mirando Christopher, com uma cara de negação. Ele abaixou a cabeça e chorou manso.
-Chris... Não fica assim. Ela falou por impulso, ela está com raiva, está deprimida... Não fique assim.
-Ela falou pra eu morrer.. E-e-e é... O que realmente vai acontecer... O desejo dela vai se realizar.
-Olha, dessa vez eu não vou permitir que você morra, já cansei de ver meus amigos morrendo por minha culpa, você... VOCÊ, eu não vou deixar.
-Obrigado, Mai... -Se abraçaram mas logo após se separaram, lembrando de Poncho. -Nós temos... Que procurar Alfonso.
-Você acha que vai ter algum táxi a essa hora?
-Não custa nada ver.
Os dois foram pra fora do hotel e ficaram cerca de vinte minutos esperando por algum táxi, e quando iam embora apareceu um. Fizeram sinal e o táxi parou, entraram, se sentaram e o motorista perguntou:
-Pra onde querem ir?
Christopher ficou olhando pra Maite, pois ela disse que achava que sabia aonde ele estava... Ela estava com uma cara de pensativa... Droga! Não conseguia lembrar... Se fosse no México com certeza ela saberia onde fica o Clube dos Suicidas mais perto, mas ali era Hollywood.
-Se-senhor... Você sabe aonde fica um... -Como ela falaria aquilo? Ele pensaria que eram dois loucos! -Um restaurante que fica aberto até essa hora? -Fugiu do assunto e Christopher a olhou com uma interrogação no rosto.
-A essa hora? -O senhor conferiu o relógio. -Mas já é madrugada... É impossível!
-Pois é.. Perdão.
Quando estavam saindo do carro viu um grito de "socorro", olhou pela janela e era um homem de meia idade, que parecia estar desesperado. Maite ficou olhando firmemente pra ele e pode sentir que ele tinha alguma coisa a ver com Poncho, até que sua cabeça começou a doer como se fosse um enxaqueca, continuou olhando para aquele homem e veio uma imagem na sua cabeça:
"-Monóxido de carbono.- Ele insistiu.- Vocês têm?
-Claro, só estou advertindo porque há pessoas que desistem no último momento e acabam com problemas por toda a vida.
-Não vou desistir.- Poncho vociferou e a mulher acenou com a cabeça.
-Então deu sorte. Aquele covardão ali acabou de voltar atrás... Ele havia escolhido o mesmo que você.- A senhora apontou para um homem de meia idade, que possuía um rosto inexpressivo.- Siga-me."
Maite abriu os olhos depois daquela dor passar, gritou para o motorista abrir a porta para aquele homem e ele atendeu de pronto. O homem entrou desesperado e começou a falar sem parar:
-Me leve pra minha casa.... Eu quero minha filha, minha família... Me leva pra minha casa o mais rápido possível!
-S-Sim, aonde mora?
O homem passou o endereço e Maite ficou observando tudo, Christopher cochichou pra ela:
-Por que não saímos desse carro?
-Esse cara... Estava no mesmo lugar que Poncho. Eu vou conversar com ele.
-Maite, você está louca! O homem não tem nem voz pra falar direito e você vem com essa. No próximo sinal nós vamos descer. -O sinal ficou vermelho. -Obrigado motorista. Vem, Maite... -A puxou, sem deixar que ela falasse nada.
Foram pra calçada e ela começou a gritar:
-Que merda, Christopher! Era nossa tentativa de salvar o Poncho e você faz isso!
-Que tentativa? Esse momento ele já está morto e o próximo sou eu, não entende isso?!
-Cala a boca, Christopher! Você está pensando em si mesmo a todo instante, há outras pessoas ao seu redor. Que tal você aproveitar seus últimos momentos com Dulce? Isso você não faz... Enquanto eu estou com um peso na consciência sabendo que todos os meus amigos estão morrendo por minha culpa.
-Não é sua culpa...
-Não?! Quem foi que teve aquela MALDITA premonição?! Eu! -Ela começou a chorar. -Vamos pra casa... Preciso dos meus calmantes...
No caminho eles conversavam:
-Chris... Você ainda tem que conversar com Dulce, se ajeitarem... Vocês só brigam...
-Pois é... A primeira coisa que farei quando chegar no hotel é conversar com ela, espero que ela esteja mais tranquila.
-Eu também espero... E que se arrependa do que disse pra você.
-Foi muito forte o que ela disse pra mim, eu sei que ela não queria dizer isso, mas que doeu, doeu.
-Mas pensa pelo lado bom... Você está comigo... Não vai morrer!
Enquanto isso, no Hotel...
Dulce quando correu para o quarto esbarrou com um homem todo de preto.
-Desculpe...
-Não foi nada. -A voz grossa respondeu. -Está chorando? -Disse levantando o rosto de Dulce apenas com alguns dedos.
-Não... -Tentou mentir, mas era impossível, já que seu rosto branco estava todo vermelho.
-Não minta pra mim... O que houve?
-Meu... -Pensou em falar namorado, mas o que Christopher era mesmo? -Ficante... Ele é um imbecil!
-O que ele fez?
-Merdas e mais merdas! Ele é um escroto, eu quero distância dele... -Disse começando a se entregar, afinal estava deprimida e não tinha Annie e nem Mai para desabafar.
-Seu quarto é aqui? -Ele mudou de assunto.
-Sim, por que?
-Não acha que é melhor conversar lá do que aqui, em pleno corredor?
-Acho... Então... Quer entrar?
-Vamos... -Ele deu um sorriso maléfico e malicioso, mas ela era tão ingênua que não percebeu.
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