História Premonição Rebelde - Primeira Temporada: Capítulo Quinze

Já havia passado uma semana e Dulce não saia do quarto. Maite nem se preocupava, sabia que ela estava de luto, talvez nunca cicatrizado. Mas aquilo já havia uma semana e ela continuava trancada e se tivesse se matado lá dentro ou cometido alguma loucura? Então Maite, aflita com seus pensamentos, finalmente foi no quarto de Dulce:

-Dulce, abre a porta! -Batia incessantemente. Ela não abria a porta, então Maite se encostou na parede enfrente e gritou. -Eu não vou sair daqui até você abrir a porta.

E finalmente, Dulce abriu a porta, não aquela Dulce de sempre, mas uma totalmente diferente. Ela havia cortado seu cabelo torto no tamanho de seu pescoço, estava com a mesma maquiagem preta de sempre mas dessa vez escorrida devido as lágrimas, e a roupa... Aquela roupa era de Christopher... Uma blusa preta que tinha uma caveira, Christopher adorava usá-la.

-Dulce... O que aconteceu com você?

-O que foi? Vai rir de mim agora?

-Claro que não! Eu só estou surpresa com o seu... Ér... Estilo... -Cansada de esconder o motivo da perplexidade, desembuchou. -Por que você fez isso com seu cabelo? Por que você fez isso com você?

-Entra aí... -Sairam da porta e se sentaram na cama pra conversar sobre os novos problemas de Dulce.

-Agora você pode me falar?

-Eu só estou cansada, Maite... -Disse com seus olhos marejados. -Toda vez que eu me olhava no espelho eu via uma Dulce que Christopher amava... Ele passava a mão nos meus cabelos toda hora, acariciava meu rosto... E agora, toda vez que eu me olhava no espelho eu via aquela Dulce e toda vez que eu via aquela Dulce eu chorava de saudades e me sentia sozinha... Eu estou na solidão, Maite.

-Por que não me chamou pra ficar aqui com você?

-Porque pra você parece que tudo vai bem, olha só pra você, nem está chorando em meio a tudo que está acontecendo... Mas eu estou, e estou completamente chocada com isso tudo! Meus amigos, meu namorado, minha melhor amiga e isso tudo... Isso tudo, Maite... Por SUA culpa! -Apontou para a "amiga". -Se não fosse graças a você nada disso teria acontecido, sabe por que? Porque foi você quem teve aquela bendita premonição, foi você quem nos viu morrendo e agora isso está acontecendo... E como você consegue estar aqui, intacta, parece que tudo vai bem em sua vida? Enquanto eu, parece que estou no inferno.

Maite respirou fundo, não conseguia acreditar que Dulce estava falando aquilo, com certeza estava ficando louca!

-Agora você não tem nada a falar, certo? -Continuou Dulce. -Pois você sabe que tudo o que eu falei aqui é verd...

-CALA A BOCA! -Maite gritou, cansada daquele sermão todo. -A culpa também é sua! Foi você quem fez Annie queimar a mão e não participar do show e simplesmente morrer... Isso tudo porque ela teve Christopher antes de você... E sabia que se ela quisesse, o conseguiria de novo. -Dulce deu um tapa na cara de Maite, que colocou a mão pra amenizar o local. -Dulce...

-Sai do meu quarto... AGORA!

Maite sem hesitar saiu do quarto, mas quando estava prestes a fechar a porta, disse:

-Você é a próxima... E pode deixar que não te avisarei e nem farei nada pra evitar! Você está enlouquecendo e...

-Vai pro inferno! -Tacou o travesseiro na porta e Maite saiu.

Dulce começou a chorar... Será que estava mesmo enlouquecendo?! 

Já eram 23 horas e ela se sentiu totalmente cansada, além dos seus olhos estarem pesados devido tanto choro que agora eram por dois motivos: A morte de seus amigos e a briga com Maite. Deitou-se na cama e dormiu.

Até que começou a ouvir...

-Dul... Dul...

Abriu os olhos, olhou para seu lado e não via ninguém, nem sentia a presença de ninguém. Fechou os olhos e novamente ouviu aquela voz masculina, muito parecida com a de Christopher.

-Dulce... Minha ruivinha...

Abriu os olhos novamente, acendeu a luz e fuxicou em todo o quarto pra ver se tinha alguém ali caçoando dela, ao ver que não, deitou novamente deixando a luz acesa. Fechou os olhos e aquela voz perturbadora voltou a chamá-la.

-Dulce... Vem aqui, ruivinha...

Dessa vez não abriu os olhos, até sentir uma mão grossa em seus ombros, abriu os olhos assustada e foi procurar pelo hotel.

-Estou aqui...

Saiu do quarto e finalmente estava no corredor onde viu um vulto passando.

-Christopher... Aonde você está?

-No primeiro andar, meu amor... Na sala de danças...

Salão de danças... Aquele era o lugar em que Christopher foi estrangulado... Mas se ele dizia estar ali, era ali que ele estaria. Pegou o elevador e ficou se olhando no espelho e vendo a presença dele por dentro do espelho e sorriu.

Ao chegar no primeiro andar foi correndo para a sala de danças e não tinha nada ali, além de um pouco de sangue, espelho quebrado e a lembrança de Christopher morto ali.

-Cadê você? Eu já estou aqui!

Ouviu a voz de Christopher... Grossa, com eco e fraca.

-Mais pra frente...

Dulce foi andando lentamente pra frente até ouvir uma voz mais realista, não de Christopher mas de uma menina que parecia ter 12 anos.

-Dulce... Saia daí.

-O-O que? Quem é você?

Olhou pra trás e era realmente uma menina de 12 anos, parecia muito com o Max.. O primo do cara esquizofrênico. 

-Sou irmã do Max... E... Acho que sabe quem é Max...

-Olha, não tenho paciência pra ficar ouvindo o que você vai falar sobre o assassino que é o seu primo! Estão me chamando e não vou perder tempo.

-Dulce, você está delirando... Eu desci aqui porque minha mãe está passando mal e não há água no meu frigobar, mas te vi aqui, falando sozinha.

-Quem está delirando é você. Christopher está me chamando.

-Eu sou uma grande fã sua e de todos da banda, e se Ucker te chamasse eu ouviria, conheço a voz dele.. E Ucker, ele... Morreu.

-Por favor... Você é só mais uma fãnzinha que quer que eu saia daqui só pra me abraçar, pedir autógrafo. Eu estou ocupadíssima e você está me atrapalhando.

-Dul... Eu ouvi dizer que Maite teve uma premonição e todos vão morrer, e com certeza você é a próxima... Isso pode ser uma armadilha... Tenha muito cuidado, não quero perder mais um ídolo.

Dulce deu de ombros para o que aquela garota falou e ela saiu. Começou a ver o vulto de Christopher e foi atrás, parando fora do hotel.

-Christopher, você falou que estava na sala de danças e já estamos aqui fora... Pare de enrolar!

Tudo estava em total silêncio até ouvir o rugido de um homem... Olhou para o lado e reconheceu aquele homem... Ele não havia sido preso? Ao ver ele vindo em sua direção correu para dentro do hotel e foi em caminho ao elevador, chegando lá ele estava em uso... Logicamente, a menina estava usando. Olhou para trás e aquele homem ainda estava a seguindo e com um instrumento que ela não conseguia identificar na mão... Foi correndo pra escada aonde subiu rapidamente, entrou no corredor de seu quarto, bateu na porta de Maite já que era a primeira mas ela não atendeu, foi para o seu quarto, entrou e trancou. Se jogou na cama e tentou dormir logo, mas o barulho do homem tentando arrombar a porta a interrompia, e depois de cerca de oito tentativas, ele conseguiu... Dulce gritou, gritou, gritou e finalmente....

Acordou... Aquilo não passava de um péssimo pesadelo.