Já havia amanhecido quando a ambulância chegou lá, realmente Dulce estava morta.
-Senhora Perroni, vai conosco? -Um médico disse.
-Sim... Vou de táxi, não é bom pra ninguém ir no mesmo carro que uma amiga... -Respirou fundo. -Morta.
O médico compreendeu o que Maite quis falar e foram pro Hospital para autópsia. Enquanto isso, Maite tirava aquele pijama e colocava uma roupa mais adequada. Pegou seu celular, carteira e afins e colocou numa bolsa e saiu de seu quarto. Antes de sair do hotel e pegar um táxi, resolveu passar no quarto de Dulce, que ainda estava com seu cheiro doce, assim como o nome. Pegou aquele porta retrato, mirou o rosto de cada um fazendo carícias enquanto permitia as lágrimas caírem... Que falta eles faziam! Colocou o porta retrato em sua bolsa e saiu dali para pegar um táxi.
Ao chegar ao destino, pagou e foi para próximo da sala aonde estavam averiguando o corpo de Dulce, até que um médico muito bonito, veio para lhe fazer algumas perguntas:
-Senhorita Perroni...
-Maite, por favor.
-Maite... Como Dulce estava na noite passada?
-Nós brigamos na noite passada. Posso afirmar que ela estava muito deprimida pela morte de seus amigos, assim como eu estou, mas ela estava muito descontrolada, com pensamentos que não eram delas... De uma flor, passou pra um espinho, sabe?
-Isso acontece muito com alguém que acabou de perder um ente. O que é estranho, porque você não está assim... Mas não importa. Já é o quinto integrante da RBD que vem aqui, morto... Isso também é estranho.
-Eu não estou assim porque já me acostumei com a ideia, todos vão morrer e isso já é um fato.
-Claro que todos vão morrer, é a lei da vida.
-Não, você não entende, Doutor. Logo depois da Dulce, sou eu. Não dê uma semana para eu estar aqui morta, acredite, eu sou a próxima.
-Senhorita, não estou te entendendo.
-Me recuso a explicar. -O celular de Maite tocou, salva por isso, senão teria que explicar tudo para aquele médico e seria mais um a chamando de maluca. -Com licença, Doutor.
Foi para um canto mais reservado, olhou no identificador e era um número desconhecido.
-Alô?
-Maite Perroni?
-Pois não?
-Aqui é a Televisa e nós gostaríamos de marcar uma coletiva de imprensa... Sabemos que Pedro Damián está em estado grave então nós mesmos vamos gostar de estar marcando essa coletiva pra esclarecer ao público, aos fãs, tudo que está acontecendo.
-Mas... Só tem eu!
-Exato, Maite. É de você mesmo que eles precisam, pra poder esclarecer tudo, dar seu depoimento a respeito disso.
-Tudo bem. Para quando essa coletiva?
-Depois de amanhã, está bom pra você?
-Qualquer dia está bom.
-Obrigada pela aprovação, até.
Desligou o celular e se lembrou de Pedro. Como ele deveria estar vendo seus prodígios morrendo? Chamou aquele mesmo médico bonitinho e perguntou se ele estava naquele hospital, o mesmo disse que não.
-Certo... Sabe em que hospital ele está?
-Infelizmente não.
-Hum, que pena.. Vou embora então, obrigada pela ajuda.
-Nada...
Dois dias depois, era o dia da coletiva. Ela havia se preparado há tempo para dar todas as informações para todos e preparada mentalmente para todas aquelas perguntas. Colocou uma calça jeans escura com uma blusa preta em sinal de luto. Um carro foi buscá-la no Hotel e chegando lá eram muitos flashes, fãs, jornalistas... Se sentou na cadeira, respirou fundo e anunciou:
-Podem falar. -Todos ali começaram a gritar e fazer perguntas e ela, claro, não entendia nada. -Um de cada vez, por favor. Levantem os braços. -Todos levantaram. -Você de vermelho primeiro, por favor.
-Maite, é verdade que Alfonso quem pediu pra morrer?
-Desculpa, mas até hoje eu não sei o motivo da morte nem dele e nem de Christian, ainda não tive coragem para ligar a televisão e ver o que realmente aconteceu. -Na verdade sabia sim, mas não queria se dar o desgosto de imaginar a cena de seus amigos morrendo enquanto falava. -Próximo... Você de azul!
-Mai, posso te chamar assim? -A morena assentiu. -Mesmo depois a morte de praticamente todos os integrantes, você vai continuar cantando?
-Pra falar a verdade, eu perdi meu coração. Não pretendo fazer mais nada da minha vida, acho que não vou ter pique pra mais nada, se é que vocês me entendem.
Outras perguntas foram respondidas, algumas doíam o pobre e inconsolável coração de Maite, e outras a faziam sorrir. Na hora de sair daquele local, foi a mesma coisa... Cercada de fãs e fotógrafos. Deu alguns autógrafos e encaminhou-se para o carro com o destino ao aeroporto. Sim... Hoje foi o último dia de Maite em Hollywood. Voltaria para sua casa no México, aonde era pra estar desde o início.
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