Yutaka POVs
– É claro que Ishikawa-san vai brigar! Já esperava por isso. – Disse ao telefone entrando mais no quarto, agora arrumado, indo até o entregador do serviço de quarto que trouxe o café da manha, assinando um formulário de entrega, isso tudo enquanto falava. – Ele dirige essa empresa há muito tempo, não acho que esteja disposto a tirar o nome dele do papel.
– Ele quer falar com você pessoalmente. – Masashi respondeu do outro lado da linha. Cara mais prepotente. Como se eu não soubesse!
– Está certo.
– Eu não faria isso no seu lugar. – acha que me convence. Vê se eu posso com uma coisa dessas.
– É por isso que não sou você. – retruquei caminhando para a mesa com o café da manhã. – Eu vou fazer! Hoje à noite! Jantar! Prepare tudo. – Ah, como eu adoro ser o chefe. Hehehe.
– Ah... Yutaka! Não é uma boa idéia se encontrar com Ishikawa-san, principalmente sozinho. – ele deu uma risada sem graça. Digam-me... Por que eu ainda não demiti esse cara ainda? Ah é, ele é um tesão de homem. – O Cara é todo certinho! Se disser algo errado podemos ser processados.
– Isso sempre existiu! Sempre pode dar errado, e é por isso que gosto tanto de fazer isso. – retruquei. Cara, nem parece que esse moreno tesudo e burro não me conhece. – Ah propósito, Masashi... Quanto ao seu carro. – comentei com um falso receio.
– Ei! O que foi? O que houve com o meu carro? – ele perguntou com a voz esbanjando preocupação. Mais é bundão mesmo.
– Ele é show! – comentei rindo e ele começou a questionar. Ah, imbecil, o loiro é o marido e ele que é burro. Vai entender né?
Não enrolei mais, desliguei na cara dele. Quando brinco ele não entende, quando o brigo não entende. Pra que perder meu tempo. Coloquei meu celular de canto e me voltei para o jornal. Até que me sinto observado, olho para trás e lá está ele. Com suas tatuagens escondidas por debaixo do hobby, sorrindo um tanto constrangido – juro que não sei por que daquele sorriso sem jeito, mais também não questionei – para depois dar um Oi espontâneo e meio contido.
– Bom dia. – cumprimentei esquecendo o jornal, colocando-o sobre a mesa.
– Er... – ele apontou para o cabelo parecendo um pouco sem graça. – Cabelo curto...
– É... – sorri simplista tentando não parecer fofo de mais como a maioria dizia. – Bem melhor...
Ele sorriu e desviou o olhar. Alguns instantes de um silêncio infernal se instalaram, e ele ficou sério.
– Você não me acordou. – comentou sério gesticulando com as mãos. – Estou vendo que está ocupado. Daqui a pouco vou embora.
Embora? Não! Embora não! O Observei dar alguns passos para trás e senti um desespero percorrer por mim, me fazer ter um ímpeto de me levantar do qual não consegui resistir e nem negar. Ele me viu me levantar e me observou confuso. Disfarce Yutaka. Mas... Disfarçar o que?
– Não estou com pressa. – comentei. Olhei para ele e depois para a mesa cheia de comida para depois olhá-lo novamente. – Está com fome. Tem que estar.
Caminhei até ele e Miyavi observava tudo estranhando toda a minha gentileza. Com certeza nenhum dos clientes dele fez o que fiz. Pagar por uma noite inteira, deixá-lo dormir até quando quisesse e ainda dar-lhe café da manhã. Mais se for ver todo meu histórico de namoradas e namorados, nunca fiz isso com ninguém. Nem com meu falecido pai eu fazia isso. Por que é que estou fazendo isso com um Gigolo? Enfim... O levei até a mesa e tirei a tampa das bandejas de alumínio.
– Por que não senta e come alguma coisa? – coloquei as tampas de canto para depois indicar a cadeira ao lado da que eu estava sentado antes. – Eu não sabia do que gostava, então pedi tudo do cardápio.
Para vocês terem uma idéia, os olhos dele brilharam ao ver aquele monte de comida. Bom, se eu tivesse uma situação financeira ao ponto de ter de vender meu corpo em troca de dinheiro, até eu ficaria no estado dele ao ver tanta comida ao meu dispor, para me esbaldar. Olhei para ele sorrindo gentilmente e ele me devolveu com aquele sorriso lindo que vi quando estava dormindo. Espontâneo e verdadeiro, ele estava feliz.
– Obrigado. – agradeceu sorrindo.
Acomodamos-nos a mesa e estendi um prato vazio para ele se servir do que ele quisesse. Não tinha muita coisa. Falei que peguei de tudo do cardápio, mas não era de tudo uma verdade, eu tinha pegado sim muita coisa, mais pedi foram os melhores pratos do cardápio. Enfim... Ele pegou o prato e pegou um pouco de tudo. Peguei um prato para mim e peguei um pouco para mim, não iria comer muito, mas não poderia negar que estava com fome, até por que, fiquei a noite toda acordado resolvendo pendências.
– Dormiu bem? – perguntei e ele olhou para mim com um bigode de açúcar. Não resisti e ri. Minimamente, mais ri. Fiz um gesto com as mãos apontando para o bigode e ele corou, limpou com o guardanapo.
– Er... Sim! Dormi bem! Diria bem até de mais. – respondeu minha pergunta rindo constrangido do bigode de açúcar. – Havia me esquecido de onde estava.
– Risco do trabalho... – comentei pegando meu copo de suco de laranja, bebericando do liquido.
– É... – ele sorriu e comeu um pedaço de pão com geléia. – Você dormiu? – Maldita boca cheia! Cara que nojo, vi o pão na boca dele.
– Er... Não muito. – Desviei o olhar para meu prato. – Dormi um pouco na poltrona, trabalhei a noite toda.
– Não dorme. Não se droga. Não come muito. – ele apontou olhando para mim e por fim olhara para meu prato que não estava tão cheio quanto o dele. Olhei para ele como que o incentivasse a continuar seu pensamento. – O que você faz Kai? Por que sei que advogado você não é!
– Eu compro empresas. – Peguei meu jornal de volta, abrindo na pagina que havia parado de ler.
– Que tipo de empresas? – o ouvi perguntar enquanto meu olhar corria pelas noticias.
– Compro empresas com problemas financeiros. – respondi virando a pagina, lançando um olhar para ele por sobre as folhas do jornal, o vendo tomar seu suco.
Ele terminou de beber seu suco, colocando o copo sobre a mesa voltando seu olhar para mim. – Se tem problemas deve comprar por uma ninharia.
– É... A empresa que estou comprando esta semana eu estará por uma ninharia de um bilhão de dólares. – comentei voltando a ler meu jornal.
Só foi eu falar do valor que ele se engasgou com o bacon. Começou a tossir com a mão tampando a boca, pegou o copo com o resto de suco e o tomou para poder aliviar a garganta. Eu não sabia o que fazer quanto àquela situação. Fiquei apenas observando ele se recompor. O que há de mais?
– Um bilhão? – ele perguntou e eu apenas confirmei com um movimento da cabeça. – Seus pais devem ter orgulho de você.
Pais. Orgulho. De mim. Difícil, eu diria. Meu pai pode até ser, ele sempre se mostrava preocupado comigo, ao menos nas poucas vezes que o via em casa, mas minha mãe só estava preocupada em gastar o dinheiro do papai. Sabe aquelas ricaças fúteis que adora ir a leilões para comprar relíquias inúteis só pra dizer que tem? Então, Senhora Uke era assim. Digo era por que assim que assumi o lugar do papai ela passou a penar na minha mão. Tínhamos dinheiro, mas ela não gastava mais com futilidade como quando meu pai era vivo. Educaram-me bem, tanto que sou bem sucedido e continuo os negócios da família com alegria, mais não vou deixar à velha gastar o dinheiro com o que ela bem entende. Até por que, filho único e herdeiro majoritário sou eu.
Quando percebi, já havíamos terminado o café-da-manhã no maior silêncio. Pedi licença para me arrumar para sair. Quando estava quase pronto para sair, o vi entrar no banheiro enquanto eu me matava com aquela porcaria de gravata. Se esta peça não fosse tão essencial eu nunca a teria em meu guarda-roupa, com toda certeza.
Miyavi POVs
Eu realmente abro a boca só pra falar besteira. Falar dos pais dele o deixou sério. Será que ele é órfão? Ou será que não tem uma boa convivência com ele? Isso Miyavi, ele pode se revoltar e não querer te pagar. Muito bom! Parece que não faz jus ao ensinamento de Uruha. Mais cara... Um bilhão de dólares é muita coisa. Tá certo que no Japão, esse valor não vale muita coisa, mas não deixa de ser muito dinheiro. Devem se perguntar... Como alguém como eu sabe sobre economia? Sei por que assisto televisão. Pra isso que serve aquelas merdas de noticiário, pra informar. Ainda mais eu que não cheguei a terminar o colegial, atualidades ajudam muito.
Quando percebi que ele estava terminando de se arrumar, me aproximei do banheiro e o vi se matando com a gravata. Era engraçado. Baixinho, engomado e se matando para parecer algo que não parecia ser. Entrei no banheiro, olhando alguns detalhes da roupa dele e ele não tirava os olhos do reflexo.
– Você não tem realmente um bilhão de dólares, têm? – perguntei pegando impulso com as pernas e me sentando sobre a pia.
– Não! Eu consigo um pouco dos bancos... De investidores. – respondeu naturalmente fazendo uma careta vendo o que fazia com a gravata, não gostando nada. Nem eu havia gostado, parece que não se dava bem mesmo com aquilo. – Não é fácil fazer isso.
– Se refere ao seu trabalho ou a gravata? Deixa que eu faço isso. – afastei as mãos dele da gravata e, com a maior facilidade, arrumei o nó. – E o que faz com as empresas que compra?
– As vendo. – respondeu observando minha facilidade com gravatas. Tá pensando o que? Sou foda. – Eu não a vendo por inteira, divido em partes pequenas e tudo. Isso faz a empresa valer mais. – explicou como se fosse à coisa mais simples do mundo.
Quando terminei de arrumar a gravata, ele olhou para ela, sai de sua frente deixando-o livre para ver como ficou pelo espelho. – Muito bom... Muito bom mesmo.
– Se importa de eu usar a banheira? – perguntei lhe entregando o palitô.
– Claro que não! Só vê se não se afoga. – ele colocou o palitô e saiu do cômodo me deixando sozinho.
Nossa! Cadê o empresário sedutor de ontem? Bom, sempre é assim. Depois que eles têm o que querem, tratam a gente como um nada. Bom... Eu não me importo muito com isso, é só trabalho. Fechei a porta do banheiro e tirei o hobby. Já que estava sem roupa seria mais fácil. Coloquei o hobby na pia, e enchi aquela banheira enorme. Entrei naquela água quente e senti meu corpo relaxar. Uma maravilha, por assim dizer. Fiz meu trabalho, muito bem por sinal, e ainda ganharia muito bem com isso.
Deixei meu corpo relaxar e passei a cantar uma musica do Luna Sea, minha banda favorita, com os olhos fechados. Estava tudo uma delicia, até que sinto uma sensação estranha, ao abrir os olhos, lá estava ele, parado, em pé, com o celular em mãos, me olhando, quase me secando. Parei de cantar sentindo meu rosto esquentar. MAIS QUE PORRA! NÃO SABE BATER NA PORTA! NEM O VIADO DO URUHA FAZ ISSO POR QUE SABE QUE APANHA!
– Curte Luna Sea? – perguntei tentando me controlar, mas sorri ao ver seu sorriso e aquelas covinhas.
– Mais do que imagina. – ele respondeu se aproximando da banheira, sentando na borda.
– Não tem costume de bater na porta? – perguntei apontando para a porta, mas o maldito não tirava os olhos de mim. Hahaaaa... Hora extra é caro filho.
– Miyavi! Tenho uma proposta de negócios para você. – ele falou desfazendo seu sorriso, olhando para mim sério.
– Manda! – devolvi com a mesma seriedade, o olhando naqueles olhos chocolate brilhantes.
– Vou ficar por aqui até domingo e gostaria que ficasse a semana comigo. – propôs.
Hm. Semana toda. Quanto isso valeria? Nossa... Dia e noite... 24 horas por dia. Seria muito dinheiro. Vou investir na bolsa e ficar rico e depois quem vai contratar os serviços serei eu. Cara, nem aceitei a proposta e já estou fantasiando. Olhei para ele com um sorriso bobo que não consegui conter. Ele não poderia estar falando sério, poderia?
– Sério? – perguntei e ele confirmou com um movimento de cabeça e um sorriso singelo.
– Será que poderia ficar comigo essa semana? – perguntou e eu estava olhando para a espuma da água. Cara ele estava falando sério. – Eu pago para que fique a minha disposição.
– Você é rico, um gato! Poderia ter qualquer rapaz com você de graça. – xaveco, eu aceito querido, mais eu tenho que me fazer de difícil.
– Olha. Eu quero um profissional! Não estou a fim de problemas românticos por esses dias. – respondeu enquanto colocava uma mecha de seu cabelo.
– Se está pensando em 24 horas por dia, vai custar caro. – me fingir de difícil era fácil, o difícil era segurar o riso.
– Ah, claro. – ele se levantou, recostou na parede, cruzou os braços e sorriu de canto. – Quanto?
– Vamos ver... Seis noites inteiras, dias também. – olhei para ele de canto de olho sem desfazer a feição séria. – 40.000,00 Ienes.
– Seis noites inteiras por 3000,00 à hora seria 10.000,00 ienes. – ele disse. Ah, filho de uma boa... Eu ‘to arriscando minha bunda... Eu dou o preço!
– Eu quero os dias também. – reclamei. Tenho meus direitos como um bom prostituto.
– 20.000,00 ienes. – sugeriu e não gostei.
– 30.000,00 ienes. – sugeri. ‘To me sentindo no leilão onde o que está à venda é minha incapacidade de sentar, apesar de que ele parece ter agüentado bem a noite de ontem.
– Fechado! – Filho de uma... Ele fez a mesma coisa comigo ontem... Tem como ser mais persuasivo, por favor? Obrigado.
– Ah! Que Maneiro! – cara muito louco isso, acabei que não resisti e me afundei na banheira para não gritar.
– Miyavi? – o ouvi me chamar mais estava um pouco abafado por causa da água. Dá licença! Quero ter meu ataque sem te constranger. – Miyavi? Isso é um sim?
Voltei à superfície com a cara cheia de espuma, tirei a espuma rindo, ele bateu na minha cara com uma toalha dobrada, rindo junto e para ele ter certeza, confirmei. Cara... 30.000,00 ienes. É mais do que eu poderia imaginar ganhar em um ano de trabalho suado e vou ganhar isso em uma semana. Sou muito rabudo, Uruha vai surtar.
Ele saiu do banheiro e sai da banheira, me sequei, mas fiquei apenas de hobby como antes do banho e o segui até onde estava sua maleta. Ele tirou a carteira do bolso do palitô, tirou uma quantia alta e entregou. Ué? O trato acabou? É bipolar filho?
– Eu vou ficar fora o dia todo! Quero que compre algumas roupas. – ele disse colocando a carteira no bolso do palitô novamente. Ah, tá... Sim algumas horas eu sou lento para entender tá legal! Qual o problema?
– Já ouviu falar de cheque em branco? – sugeri e ele riu minimamente.
– Não trabalho com cheque. – ele passou os dedos pelos cabelos, os jogando para trás. Já falei filho, sedução para mim não funciona, to aqui para isso. – Nós podemos sair a noites, vai precisar de uma roupa.
– Como, por exemplo? – ele pegou a maleta dele e olhou para mim.
– Nada barato ou muito exótico. – ele abriu a maleta sobre a mesa, olhou alguns papeis que estavam lá dentro e depois a fechou, para então voltar a olhar para mim. – Conservado, entende?
– Aff... Careta. – comentei e ele revirou os olhos.
– Elegante. – ele retrucou. E começou a caminhar para a porta comigo em seu encalço. – Alguma pergunta?
Sorri de canto enquanto o seguia. – Posso te chamar de Kai-chan?
– Não espere que eu responda né? – ele parou perto da porta com a mão na maçaneta e me olhou.
– Eu teria ficado por 20.000,00 ienes. – comentei me recostando na parede, cruzando os braços na frente do peito e o vi respirar fundo para depois voltar a falar.
– Eu teria pagado 40.000,00. – disse abrindo a porta.
– Tesudo! Você vai gostar tanto que não vai querer me deixar ir embora. – Sorri de canto e ele correspondeu o sorriso.
– 30.000 por seis dias... – Ele comentou olhando para mim com o sorriso ainda nos lábios. – Miyavi... Vou deixar você ir. – finalizou saindo do quarto, fechando a porta e eu ainda com o sorriso nos lábios.
– Mais estou aqui agora. – murmurei para mim mesmo olhando para a porta como se ele estivesse ali para ouvir.
Era bom de mais para ser verdade. Eu estava rindo a toa. Preciso contar para alguém... Uruha. Tenho que falar com ele. Corri para cama, me jogando nela sentindo meu corpo balançar. Olhei para o lado, peguei o telefone sem fio, disquei o numero do nosso apartamento o mais rápido que pude e fiquei a esperar que a ligação fosse atendida.
– Alô? – ouvi a voz embargada de sono dele.
– Uruha? Tudo bem? Como você esta? – como se eu me preocupasse com isso agora.
– Mãe? – Como é que é? Mãe? Cara, minha voz não é tão fina para ser comparado à mãe dele.
– Não seu jegue, sou eu, Miyavi! – Paciência tem limite né.
– Ah, Oi Meevs! Onde que você ‘tá? – perguntou parecendo nem um pouco preocupado, devia estar perguntando mais por obrigação.
– Lembra o cara do Maseratti? Eu estou no quarto de hotel dele... Cobertura! Cara, o banheiro dele é maior que nosso cafofo. – comentei empolgado me jogando na cama de novo.
– Eu preciso ouvir isso? – inveja mata! ?
– Uruha! Ele quer que eu fique com ele a semana toda. – comentei e ouvia o infeliz tomar alguma coisa do outro lado, pelo barulho eu tenho certeza que ele colocou sakê em um copo de refrigerante. Sabe aqueles que têm em cinema, enfim... – Adivinha quanto ele vai pagar.
– Meevs... Sou loiro! E você acabou de me acordar! Minha capacidade de raciocínio é zero no momento. Quer falar logo. – Cara ser mais sincero que ele não tem como, me racho com a criatura.
– Nunca vai adivinhar mesmo! Ele vai me pagar 30.000 ienes! – disse por fim e ele deu um berro do outro lado. Caralho, não quero ficar surdo! Porra!
– Espera ai! Eu ouvi bem! 30.000 ienes? Caralho, onde é que você guardou as porcarias dos cotonetes? – vai ser desconfiado na casa do caramba. Mais não tinha como acreditar assim na lata. Ele tinha até razão de achar estranho.
– É sério! E ainda dinheiro extra pra compra roupas. ‘Tá que não faz muito meu estilo, mas ele me deu dinheiro pra comprar roupa.
– Ah! Que droga! ‘To deprimido! Eu dei esse cara pra você! – ele choramingou do outro lado. É Uruha! Morra de inveja! Fica com o beiçudo que eu fico com o ricaço das covinhas. – Escuta... Ele é pervertido?
– Não. – respondi simplesmente. Juro por Kami-sama que estou me sentindo uma adolescente. ‘Tá que quando eu era um adolescente, eu fazia coisas terríveis, mais isso não vem ao caso no momento.
– É bonito?
– Um gato. – respondi olhando para o teto lembrando as covinhas dele.
– Ele já deu o dinheiro? – perguntou e ouvi um barulho de vidro caindo do outro lado.
– Uruha! Se esse barulho foi do meu copo do Manchester se quebrado, eu juro que te quebro no meio. – o ameacei e ele riu. Filho de uma vaca.
– Não esquenta, foi o meu copo do Barcelona. Mais e então? Ele já pagou ou não?
– Já! Escuta! Onde eu compro roupas por aqui?
– Você está no centro de Tóquio querido. Qualquer lugar ai é bom para comprar roupas chiques.
– Tá legal! Viro-me aqui. Olha! Ele adiantou o dinheiro da noite passada, vou deixar uma parte para você na recepção. – disse para ele. Querendo ou não Uruha era com o um irmão mais novo da mesma idade para mim. Não entendeu? Foda-se, não é pra entender mesmo.
Enfim, expliquei o caminho, dei o endereço e só desliguei o telefone quando ele dissesse que sabia como chegar. Mentira! Só dei o endereço e desliguei o telefone na cara dele. Coloquei minha roupa e sai, levei tudo o que era meu e que estava ali dentro, coloquei a parte que eu iria dar para Uruha em um envelope e desci. Ao chegar à recepção, me debrucei no balcão e entreguei o envelope para a mocinha ali. Ela até que era bonitinha, eu pegava se não fosse gay.
– Em que posso ajudá-lo? – ela me perguntou toda educada e fofa apesar da voz grossa.
– Er... Vou deixar isso aqui para Takashima Kouyou. – disse e ele... Ela... Sei lá... Agora me confundi. Enfim... A criatura pegou o envelope e ficou olhando. – Não abre.
– Hã? Ah... Sim, claro. – respondeu sorrindo constrangido com aqueles olhinhos pequenos se escondendo atrás dos fios loiros.
É... Às compras Miyavi.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.