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História Príncipe Légolas - Capítulo 35: Lar, doce Lar - História escrita por America-Sinnger - Spirit Fanfics e Histórias
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História Príncipe Légolas - Capítulo 35: Lar, doce Lar


Escrita por: America-Sinnger

Notas do Autor


Estamos caminhando para o final.

Não esqueçam do votinho :D

Boa Leitura ♥

Capítulo 35 - Capítulo 35: Lar, doce Lar


No dia seguinte viajamos quase sem pressa pela manhã. Talvez Aragorn quisesse que eu pensasse direito sobre o que estava por fazer e tentava tornar tudo da maneira mais simples possível para mim. Não sei em qual momento eu conquistei a sua confiança, porém soube desde o primeiro segundo que ele acreditara em mim e em minha história com o príncipe. Talvez meus relatos detalhados mostrassem para ele que se tratava realmente de Legolas, já que ambos eram mesmo muito amigos de anos. Aragorn contava algumas de suas destrezas ao lado de Legolas e fez-me recordar que uma vez o príncipe contou-me que havia treinado um amigo desde sua infância, e que estava acostumado a dar aulas desse tipo.

O dia estava agradável e ótimo para viagem O mormaço conferia a ele um aconchego acolhedor bem parecido com aquelas luzes do jardim particular do palácio. Lembrava-me sempre que aquela sensação confortável acompanhava o cheiro encantador que Legolas tinha. Um perfume que, mesmo não entrando em minhas narinas, permanecia guardado dentro de mim. E sei que eu nunca o esqueceria.

Sentia um leve formigamento nas pernas por ir montada no cavalo todo o tempo, então decidi andar um pouco. Ao lado de Aragorn sentia certa segurança, essa que talvez apenas Légolas suprisse.

Meu príncipe era um dos melhores e maiores cavalheiros, isso eu não tinha dúvidas.

Surpreendi-me ao me pegar pensando assim: Meu príncipe. Nunca pensei em Legolas dessa forma pois sabia eu que não fazia parte de seu reino, apesar de quase sempre chamá-lo de Vossa Alteza.

– De onde é? – Perguntei a Aragorn. Paramos para o almoçarmos após quase seis horas de viagem.

Ele sorriu.

– Não posso lhe dizer agora. – Respondeu misterioso. – Mas pergunte à Legolas quando tiver a oportunidade.

Desconfiei daquela resposta.

– Pelo que me disse, aposto que esconde algum segredo surpreendente. – arrisquei.

– Talvez.

– Poderia apostar que é da linhagem real. Talvez filho de algum senhor, como Bard. Alguém bem famoso. – Continuei. – O senhor tem modos e atos de cavalheirismo, é gentil, cortês, temido e aposto que tem muita habilidade com uma espada.

– Aprendi muita coisa com Legolas. Se eu sei, devo muito a ele. – Aragorn mantinha o ar de mistério.

– Seu nome não me é estranho. – Persisti. – E para ter contato com tantos elfos, no mínimo, tem de ser muito importante.

– Está chegando lá. – Aragorn ria de mim. Senti certa simpatia por isso.

– Não vai me dizer mesmo, não é?

– Não. Mas é que eu realmente sei que um dia vai descobrir. Até porque, Legolas vai lhe contar de qualquer forma. – Ele respondeu, e eu suspirei.

– Acha mesmo que ele me perdoaria? – perguntei momentos depois, sentindo-me muito culpada por ter deixado Legolas de modo tão estúpido e repentino.

– Acha que merece perdão?

– Não. Sinceramente, acho que não mereço mesmo. – conclui.

Aragorn fitou-me com seus belíssimos olhos azuis, entristecido por minha resposta.

– Perdoar, sei que Legolas vai. Talvez seja tarde demais e ele já esteja se casando nesse momento. Mas você vai consertar o que fez. Encarar tudo de frente e não fugir de seu destino. Aceitar o que está por vir como consequência de seus próprios atos. Não é esse o nosso trato?

– Sim. - concordei, sentindo minha garganta se fechar involuntariamente. Todo o meu corpo se arrepiou de medo pelo que estava por enfrentar.

– Então não se preocupe com o perdão. Apenas peça-o, e tudo se encaminhará.

– Acha mesmo que ele possa estar se casando agora? – perguntei e senti certo medo de que aquilo pudesse realmente estar acontecendo antes mesmo de chegar à Floresta das Trevas. Imaginá-lo selando seu destino conjugal ao lado de outra garota me doeu muito.

Aragorn sorriu.

– Sem mim? Claro que não. Ele me espera para seu casamento, e sei que não fará nada até chegarmos lá. Afinal, quando for minha vez, quero tê-lo ao meu lado neste importante momento também.

Aquela resposta me deu certo ânimo. Talvez ele estivesse equivocado, talvez só quisesse que eu não perdesse as esperanças, mas eu confiava e acreditava.

Depois de uma hora de pausa recomeçamos a viagem. Chegaríamos antes do anoitecer com alguma sorte e partiríamos para a Floresta assim que amanhecesse, pois não seria muito viável viajar por entre aquelas árvores a noite.

Dessa vez corremos bastante. O cavalo por vezes reclamava, então Aragorn dava um pouco de água e uma maçã ao animal e voltávamos a correr.

Quando avistei a cidade de longe senti certa felicidade em meu coração por estar num lugar em que o povo é acolhedor e gentil. Mesmo que Legolas não me perdoasse, teria ao meu lado meu pai. Talvez mamãe ficaria triste comigo no início, mas sei que acabaria cedendo mais tarde e me perdoando pelas malcriações. Já Runel, assim como Légolas, temo que nunca mais queira me ver por tê-lo abandonado.

O sol se punha detrás da Montanha Solitária anunciando a chegada da noite. As luzes dos lampiões da cidade eram acesos e as pessoas se juntavam em suas casas logo após o dia costumeiro de trabalho. Guiei o cavalo até a fazenda de meu pai, já que Aragorn não conhecia o local apropriadamente.

– É uma belissima cidade. – Ele disse enquanto caminhávamos pelas ruas, vendo as simples, mas bonitas casas coloridas, acenderem aos poucos suas luzes. - Muito bem cuidada, seu pai deve ser um ótimo senhor.

– Sim, ele é muito amado por todos. Mas temo que Thranduil seja parcialmente responsável pela riqueza de detalhes que cobrem a cidade. – Respondi dando de ombros para a última informação.

– Não deveria achar tão ruim assim. Afinal, Thranduil é um coração de pedra. – Aragorn continuou. – Mas vejo que para certas pessoas seu coração se derrete por completo. Algo muito incomum, ainda mais por se tratar de uma humana.

– Sei que fui privilegiada. Sei que ele não é agradável, sendo que eu mesma já provei de seu veneno. E também sei que de alguma forma ele ainda sente algo muito forte por minha mãe, pois ele deu muitos sinais de que se arrependeu de não tê-la como sua rainha e esposa, o que me faz duvidar muitas vezes que um elfo realmente ama apenas uma vez em toda a sua vida. – concluí.

– Acho que se ele realmente a amasse como esposa, não mediria esforços para ficar com ela. Porém, como a culpa em seu coração por ter entrego ele a outra antes, ele soube que nunca daria certo e a livrou de um casamento frustrante e sem amor. É a única coisa certa a se fazer. Ele a machucaria ainda mais. Nesse ponto, concordo que Thranduil foi sábio. – Aragorn dizia, enquanto reparava as casas ao seu redor. – Essa é sua mãe?

Ele apontou para Melrise, que estava observando de longe, perto do portão principal de nossa casa. Seus olhos pareciam confusos, porém, quando ela percebeu do que se tratava abriu um largo sorriso.

– Sim, senhor. Ela é lindíssima, não acha?

– Sim, e vocês se parecem muito! Não é à toa que Thranduil tem obsessão por você.

Descemos do cavalo. Melrise aproximou-se e tomou-me pelos braços emocionada, apertando-me com toda a força que ela tinha num abraço caloroso.

– Não acredito que seja você. – Mamãe disse com lágrimas nos olhos. – Como está magra e abatida! O que aconteceu? Por onde esteve? Quem é esse senhor?

Ela fazia suas milhares de perguntas sufocando-me em seu peito.

– Calma mamãe! – Pedi, tentando recuperar o ar.

– Meu nome é Aragorn. – O senhor disse, fazendo uma reverência para ela.

– Não está casada com ele, não é? – Melrise perguntou e Aragorn riu.

– Não, não se preocupe. Ele é amigo de Legolas. Está aqui para o seu casamento... se houver casamento com alguém ainda. – respondi, tendo a esperança de que mamãe dissesse que a seleção estava acabada.

Porém, ela exibiu um olhar triste.

– Entrem. – Ela ordenou, tomando o braço de Aragorn com cortesia.

Papai estava na pequena biblioteca, como era de seu costume. Corri para abraçá-lo surpreendendo-o, este que se emocionou muito também. Quando terminamos nossas saudações, mamãe servia a mesa junto com a governanta Surie bastante comida para nós.

– Bem, a Seleção continua. E ao contrário do que você imaginava, Legolas prosseguiu com ela firme. – Ela disse, pegando um pedaço de pergaminho que estava sobreposta em uma das mesas de auxílio. – Se achava que o príncipe se livraria da competição após sua partida, está completamente enganada. Essa mensagem chegou hoje para nós. O príncipe escolherá uma das finalistas para ser sua noiva em dois dias com um grande baile. Todas as ex-selecionadas e suas famílias foram convidadas para presenciarem sua escolha.

– É, mas nós não vamos! – papai disse, fazendo careta para mamãe logo após. – E aconselho a senhorita ficar longe deste baile, do príncipe e principalmente do rei.

Nunca havia ouvido meu pai me dar ordens assim.

– Mas ela precisa ir. – Aragorn interveio. – Precisa pedir perdão à Legolas para seguir com sua vida em paz.

Papai olhou para o moço como se não entendesse.

– Esse é Aragorn, amigo de Legolas e, porque não, meu protetor.

– Protetor? O que quer dizer? – Mamãe olhou-me sem entender.

Contei toda a história para meus pais. Estes que me encararam em desaprovação sempre, mas tinham um ar de culpa por trás. Mamãe principalmente. Sabia que não deveria planejar toda a minha vida assim, começando logo pela infância.

-Sentimos muito por esconder tais segredos à você, querida. - ela se desculpou. - Sei que fui imprudente e cegada por Thranduil. Ambos fomos, de diferentes formas. Há tanta coisa que ainda não sabe.

-E não quero saber, pelo menos por enquanto. - rebati. - Vou me concentrar primeiramente em Legolas. Sei que ele, assim como eu, é apenas uma vítima. E sinto muito por nós dois, pela história catastrófica que temos. Mas não ignorarei a história que nos envolve, mamãe. Quero saber exatamente o que aconteceu entre a senhora e o rei para arquitetarem um plano minucioso como este. Como poderiam saber que eu e Legolas nos apaixonaríamos sendo que nunca tivemos contato?

-Não sabíamos, querida. E, acredite, estou realmente surpresa que tenham gostado um do outro. Você o odiou antes mesmo de conhecê-lo e saiu o total oposto da dama fina e requintada que eu tentei criar, que era o que imaginava que Legolas gostaria de ter ao lado dele. Contudo, ele pareceu encantado por sua teimosia e coragem.

Sorri. É exatamente isso que ele confessou ter gostado em mim na carta que mandara para Tauriel.

– E Runel? – Perguntei logo após.

– Voltou a trabalhar com o pai. Quando apareceu, minha vontade foi de expulsá-lo por lhe deixar sozinha. Porém vi que a culpa não foi dele, não é mesmo Belle? – Papai acusou-me.

– Não. A culpa foi minha. O abandonei no meio da madrugada, e tomei um caminho difícil para ele não me encontrar depois. – Confessei.

Logo após o jantar mamãe sugeriu que eu fosse procurar Runel. Não sentia vontade de fazer tal coisa, mas sabia que ele era uma das pessoas que deveria pedir perdão.

– Por favor, acomode Aragorn. Ele é um exímio cavalheiro, e eu irei com ele até a floresta amanhã cedo. – pedi.

– Prepararei um banho para ele e uma cama confortável. – Mamãe respondeu-me. – Mas tem certeza que gostaria de fazer tal coisa? Quer dizer, não precisa mais! Não tenho mais acordo com Thranduil, e mesmo que tivesse, eu abriria mão do que fosse para vê-la feliz.

Sorri sob a sinceridade e compaixão de minha mãe.

– Eu amo Legolas, e é por ele que vou. – Respondi. – Disso eu não tenho mais dúvidas. Sinto tanta falta dele, como sinto do ar que respiro. Dói pensar nele. Dói saber que ele está se casando com outra por eu ser totalmente estúpida. Dói saber que ele entregou seu coração para mim, e eu o despedacei. Eu tenho que pedir perdão a ele e dizer isso pela última vez. – Suspirei. – Preciso dizer que o amo.

-Meu amor - mamãe abraçou-me emocionada - És muito mais corajosa do que eu fui em toda a minha vida. Tenho orgulho de você, independentemente do que aconteça lá.

-Eu sei. Eu vou fazer o meu melhor.

Mamãe sorriu e soltou-me de seus braços para ir até Runel.

~***~

Runel estava do lado de fora de sua casa. Escovava o cavalo de leve, como se aquela tarefa não fizesse diferença alguma, ou como se fosse mais um hobby para ele.

Cheguei perto silenciosamente, desejando que ele não me avistasse até estiver cara a cara.

Ele olhou-me de cima a baixo quando estava perto o suficiente para ele saber que se tratava de mim. Deixou a escova cair, e foi de encontro a um abraço apertado e silencioso. Ele tremeu todo o seu corpo ao senti-lo em contato com o meu.

Beijei seu pescoço de leve, sentindo-o arrepiar e acordar daquele abraço.

– Bel... – ele sussurrou. – Eu lhe procurei tanto!

– Eu sei, Runel. Perdoe-me por te deixar daquela forma.

– Para onde foi? Como conseguiu sumir em tão pouco tempo?

– Procurei outro caminho, Run. Fui parar em Arnor.

– Mas te procurei em Arnor!

– Fui pelo caminho mais longo. Bem mais longo. – respondi, limpando um pouco das lágrimas que Runel deixava correr em seu rosto. – Me perdoe por isto.

Runel abraçou-me mais uma vez, e assim ficou por vários minutos.

– Estou feliz que esteja bem. – ele disse, beijando-me na face. – Seus pais ficaram furiosos comigo.

– Eu já esclareci tudo. Perdoe-me por ter passado por tudo isso desnecessariamente, por ter te metido em coisas absurdas e situações desnecessárias.

Runel soltou-me, procurando olhar em meus olhos fixamente.

– Legolas também procurou por você. – ele disse, assustando-me por completo.

– Como é?

– Ele veio até a cidade umas semanas atrás. Te pediria perdão, e caso aceitasse, acabaria com a seleção antes dele tomar a decisão de pedir alguma delas em casamento, mesmo que fosse motivo de chacota entre seus súditos. Te imploraria, se ajoelharia se possível diante você. Vi nos olhos dele o tamanho desespero. Parecia desnorteado, confuso. Mas não podia ir muito longe, pois a seleção ainda continuava e ele precisava voltar ao palácio antes do anoitecer.

– Creio que se estivesse ainda na cidade, não aceitaria sua proposta. – Confessei.

– É muito orgulhosa para isso. – Run disse. – Contei tudo a ele. Confessei que seu desejo de se afastar dele era muito maior do que qualquer coisa para colocar os sentimentos no lugar. Isso o entristeceu por completo. Jurou que não lhe procuraria então, que lhe deixaria viver de acordo com o que queria. Agora, em dois dias ele escolherá outra...

– Eu sei. Mamãe me disse. Mas vou até lá, preciso pedir perdão ao menos, mesmo que ele me odeie agora.

Runel esboçou um sorriso.

– Acho que deveria mesmo.

Ele segurou uma de minhas mãos, e passei a outra em seus cabelos rebeldes.

– Você o ama? – Runel perguntou mais uma vez. E sabia que depois de tantas respostas, eu daria daquela vez a definitiva e verdadeira.

– Amo. Amo muito. – Disse, sorrindo em meio A tentativa de não chorar.

– Fico feliz por admitir.

Aproximei-me dele e, devagar, selei um beijo em seus lábios – o último.

– Mas saiba que eu também te amei muito. - Confessei. - E desejei uma vida feliz ao seu lado por muitos anos.

– Eu também. – Ele respondeu, sorrindo em meio à declaração. – Mas nós não daríamos certo, princesa. - ele brincou.

– Eu sei que não. – Disse, afastando-me dele e dando meia volta para ir para casa. Precisava descansar pelo que estava por vir agora.

– Precisa de escolta até a Floresta? – Runel perguntou.

Balancei a cabeça em negativo. E voltei para casa.

Um aperto em meu coração dizia que o sentimento por Runel era algo que resolvi deixarno passado e que, mesmo que Legolas escolha outra pessoa, eu não voltaria atrás na escolha que fiz em amá-lo. 


Notas Finais


Vocês acham que a Belle vai conseguir pedir perdão ao Legolas antes dele escolher outra?

Acham que ele a perdoará?

Até o próximo! ♥♥♥


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