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História Príncipe Légolas - Capítulo 8: O Encontro com o Príncipe - História escrita por America-Sinnger - Spirit Fanfics e Histórias
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História Príncipe Légolas - Capítulo 8: O Encontro com o Príncipe


Escrita por: America-Sinnger

Notas do Autor


Olá pessoa, tudo bom? E
Ai está mais um capítulo. Boa Leitura ♥

Capítulo 8 - Capítulo 8: O Encontro com o Príncipe


- A sua reverência é horrível, senhorita. - Thranduil disse e me deixou completamente envergonhada por isso.

- Sinto muito, Majestade. É que eu me assustei, não sabia que tinha alguém atrás de mim. - Tentei explicar sem parecer indelicada - Normalmente apenas o guarda que fica do lado de fora ouve enquanto eu toco, não esperava vossa presença.

- Pelo menos a senhorita sabe que se chama um rei de Majestade, e não de Vossa Alteza como algumas das outras garotas disseram. - Thranduil respondeu, e parecia não se importar muito em parecer completamente arrogante e frio para mim. - Pode me dizer o que estava tocando?

- Uma música que o guarda me pede sempre que venho aqui. Ele permitiu que eu entrasse no salão e me vigia todas as vezes. Não sei exatamente como a música se chama, ou se tem alguma letra, apenas conheço sua melodia, pois aprendi a tocar piano desde criança com minha mãe. - Respondi, e senti minhas pernas tremerem de nervosismo por estar conversando com o rei a sós.

- Eu ouvi apenas o final e notei que tocas com bastante intensidade. - O rei elogiou, e me senti intimamente feliz por isso. - Poderia tocar outra vez? Gostaria de ouvi-la por completo - Thranduil pediu, e eu não poderia recusar um pedido do rei.

Assenti e sentei-me outra vez ao piano. Minhas mãos tremiam e suavam um pouco pelo nervosismo de sua presença, mas respirei fundo e tentei fingir que não havia ninguém ali me observando ou me julgando. Normalmente eu não tenho vergonha de tocar na frente de alguém, mas com o rei do meu lado era como se uma pessoa extremamente profissional fosse me observar.

Recomecei a música. Dessa vez não fechei os olhos, pois tinha medo de parecer ridícula ou perder as notas por causa disso. Thranduil estava do meu lado, olhando cada detalhe, tentando absorver cada nota que minhas mãos produziam com atenção.

A música parecia não ter fim, e minha vontade era de sair correndo dali o mais depressa possível, fugir do palácio e nunca mais olhar para ele de tanta vergonha que senti. Acho que minhas bochechas ficaram tão vermelhas quanto um tomate, e parecia que ambas pegavam fogo de tão quentes que estavam.

Apesar disso, dentro mim uma voz dizia que aquilo não era nada demais, que ele era um rei, mas não era um deus e não podia fazer nada além de me criticar. Mas por fora não estava tão segura quanto a isso.

Quando terminei a canção, percebi que os olhos de Thranduil brilhavam. Ele parecia num êxtase, diferente de tudo o que eu já vi em minha vida.

- Você a tocou perfeitamente, apesar de estar travada por minha presença. - Thranduil percebeu, e parecia não ter vergonha de falar o que quer que fosse.

O rei sentou-se ao meu lado, e acho que meus olhos arregalaram-se demais, pois os senti arder e lacrimejar um pouco. Senti um perfume de folhas silvestres adentrar minhas narinas e entorpecer meus sentidos, e seus cabelos em perfeitas mechas lisas encostaram-se em minhas mãos enquanto ele ajeitava sua capa.

- Conheço essa música. Minha mulher a compôs há muito tempo atrás, quando estava grávida de Légolas. O reino inteiro a ouvia tocar, e ela compôs tantas outras que aposto que a senhorita conhece. Na verdade, quase toda terra conhece, mesmo não sabendo que foi ela, pois os elfos espalharam suas melodias por onde foram, incluindo meu filho.

O rei dizia com sua voz fria e calma, fitando-me de tal forma que me fez sentir mais à vontade. Não imaginara que aquela música foi composta por sua mulher, e muito menos que ele estaria ali do meu lado dizendo isso sem ao menos me conhecer. Não acreditava que o rei se abriria assim, de uma hora para outra, e expusesse sua vida de maneira tão repentina para mim, e me surpreendi quando ele começara a falar sobre sua mulher.

- Ela partiu muito cedo, mas Légolas... ele às vezes tocava as canções quando mais novo, e eu o ouvia como se ela estivesse ali. - o rei esclareceu e sorri com a imagem que formei em minha mente de Légolas tocando piano para ele.

- Quantos anos tem, senhorita Belle? - Ele perguntou, mexendo um pouco nas teclas e fazendo barulhos sem sentido. Pelo visto não sabia tocar o instrumento, e me assustei ao perceber que o rei sabia quem eu era, mesmo me comportando silenciosamente em todas as ocasiões que ele e o príncipe estavam presentes.

- Vinte anos. - respondi, e minha voz falhou um pouco pelo nervosismo que voltara a se apoderar de mim.

- Não precisa me temer, Luzziel. Eu não estou aqui para te dar uma bronca ou coisa parecida por causa do piano. - O rei esclareceu com sua voz tão doce e tranquila que me dava inveja. - Há muito tempo não ouvia essa música. Há muitos aqui que não sabem que foi ela quem a fez, mesmo ouvindo-a tocar. Na verdade, quase ninguém conhece muito sobre ela, a não ser eu.

Era muito de se estranhar a presença de Thranduil ao meu lado, contando coisas sobre sua vida. Eu não havia dito nada ainda, e ele se abriu comigo como se eu fosse sua melhor amiga.

- Conhece a música que os povos cantam às estrelas no início da primavera? - Thranduil perguntou, e maneei com a cabeça em concordância. Era uma música que celebrava o fim do inverno rigoroso e início das plantações. - Poderias tocá-la para mim?

A música em questão era muito mais conhecida entre os povos. Era uma canção que, em parte era triste, em parte feliz que provocava certa nostalgia naqueles que a ouviam.

Toquei-a para o rei, que olhava para minhas mãos e sorria. Achei que ele estivesse observando se eu tocava certo, mas naquele momento eu não estava tão nervosa a ponto de tremer as mãos, mesmo temendo tocar alguma parte errado.

Quando acabei, um sorriso maior estava em seus perfeitos lábios, e o brilho de seu olhar denunciava certa emoção. Duvidei que ele não tentasse segurar alguma lágrima.

- Esta também fora sua mulher quem fez? - perguntei para ele, já não me importando com a voz fria e as respostas grotescas que às vezes ele dava.

- Foi sim. É esplêndida, não acha? - ele perguntou um tanto sentimental.

- É perfeita, meu senhor. - respondi sorrindo, e senti meu rosto esquentar enquanto o rei me olhava com ternura.

- É claro que é. - Thranduil repondeu e se levantou. - Por acaso tem alguma hora em especial que gostas de tocar?

- Não, majestade. Apenas venho quando sinto necessidade da companhia da música.

- Então diga-me quando fizer isso outra vez. Podes me mandar, se preciso for, uma mensagem através de algum guarda. Eu adoraria ouvir mais, e farei um esforço quando puder para vir vê-la. 

- Perfeitamente, senhor. - respondi. O rei fez uma reverência com a cabeça e saiu a passos lentos do salão, arrastando sua capa pelo chão de mármore branco que mal emitia o som de seus passos.

Assim que percebi o rei sair, pude respirar o ar que me faltava desde o momento em que ele apareceu. Saí de lá o mais rápido possível, passando por diversas garotas que iam para os quartos se prepararem para o jantar, deixando-as curiosas sobre onde estava e porque estava andando depressa e tão nervosa. Provavelmente acharam, mais uma vez, que eu fora expulsa pelo príncipe. Qualquer sinal de nervosismo no palácio e todas já imaginavam algo do tipo.

Cheguei ao meu quarto e vi que meu banho e minha roupa já estavam preparados para esta noite. Tirei a roupa quase que imediatamente e mergulhei na banheira, deixando a água tomar conta de mim por completo, dos pés a cabeça. Vell e Ang, que já estavam à minha espera pra preparar o meu cabelo, minhas unhas e mais um monte coisas para minha beleza, pareceram apavorar-se com o meu comportamento.

- Está tudo bem, senhorita Belle? - Ang perguntou-me com a preocupação emitida em sua voz e em seu rosto.

- Não, definitivamente não estou bem. - limitei a dizer.

- A senhorita teve finalmente seu encontro com o príncipe? - ela assustou-se ainda mais com tal perspectiva.

- Ainda não. - céus, se fosse isso não estaria tão nervosa.

- E o que houve? A senhorita está nos deixando de cabelos em pé. - Vell disse quase querendo voar para cima de mim para saber o que havia me deixado tão estranha.

- Eu estava no salão de música tocando piano, como faço às vezes, e o rei Thranduil entrou lá e me viu tocar. - expliquei.

- O rei? Ah, senhorita. Nós a advertimos sobre não poder usar os instrumentos do palácio sem a permissão de alguém. - Vell lembrou.

- Mas ele não brigou comigo, pelo contrário. Pediu para tocar mais, e disse que gostaria de me ouvir tocar depois quando eu voltasse lá, pediu que eu mande uma mensagem à ele quando isso acontecer.

Vell e Ang entreolharam-se aliviadas e desconfiadas ao mesmo tempo. A situação realmente não parecia ser muito surreal.

- Tem certeza de que não foi o príncipe Légolas? Quer dizer, isso não é bem o tipo de coisa que o rei faria. - Vell perguntou e revirei os olhos.

- Era o rei, eu sei bem distingui-los, apesar da aparência. Ele me falou sobre sua mulher, e sobre as músicas que ela tinha feito. Inclusive, a que eu estava tocando era dela. Sabem de algo sobre a mulher de Thranduil? Algo que não me faça passar vergonha da próxima vez, de preferência.

- Não, senhorita Belle. Na verdade, quase ninguém sabe, apenas ele. Há especulações, uma história aqui, outra ali, mas não a conhecemos. Poucas pessoas aqui tiveram o prazer de conhecê-la quando estava com o rei Thranduil, e o casamento dos dois não durou muito tempo, porque ela morreu. Légolas era muito pequeno quando aconteceu. - Ang esclareceu, mas senti que aquilo não ajudara em nada.

Sai do banho e me vesti o mais depressa possível. Já estava atrasada para o jantar, e mesmo que o príncipe não comparecesse esta noite, os atrasos não eram bem vistos por Swín.

Vell e Ang ainda me olhavam curiosas, mas eu não tinha nada mais a acrescentar sobre o ocorrido. Tudo o que me aconteceu parecia realmente inacreditável para qualquer pessoa que ouvisse.

Desci para o salão de jantar e percebi que era a única que faltava. Até mesmo o príncipe estava lá, fazendo companhia para as outras garotas que nem sequer sorriam e mantinham o corpo rígido em suas cadeiras.

O olhar de curiosidade de Légolas foi notado até mesmo pelas minhas criadas que me acompanhavam sempre até a porta, para depois ir conversar com Swín sobre as novidades e preparo dos demais compromissos que tínhamos - esses que só incluíam almoços e jantares e aparições para o povo que vivia na Floresta das Trevas, conversas, aulas práticas e teóricas de como ser uma princesa perfeita. Era tudo muito exagerado e glamouroso, mas servia para nos manter distraídas durante esse duríssimo mês que passamos aqui.

Légolas levantou-se de seu lugar para me receber com uma reverência, e senti meu rosto arder mais uma vez de vergonha. Em pouco tempo, a minha ideia de não ser notada pela realeza tinha ido por água abaixo. Dessa vez, fiz um movimento leve e delicado com as pernas e cabeça para reverenciá-lo. A péssima reverência que dei ao rei Thranduil me fez ver que eu nunca a praticava de fato, mesmo sabendo que quase nunca precisava fazer. Ainda assim, não era desculpa não saber como executar de forma adequada.

- Boa noite, senhorita Luz. - Légolas cumprimentou-me antes de me sentar em meu lugar com a placa do meu nome. Aparentemente ele havia guardado para si, e pude perceber que eu não estava tão invisível quanto desejava.

- Boa noite, vossa alteza. - cumprimentei de volta e sentei-me em meu lugar, perto de Sigrid.

Thranduil veio fazer-nos companhia também. Ele parecia um tanto contente, e pude até achar que o príncipe também estava, por algum misterioso motivo.

As garotas já se sentiam mais a vontade para comer, apesar da tensão e o medo que estavam de serem mandadas embora sem mais nem menos. Fiquei parte do jantar imaginando o porquê delas ainda insistirem em se casar com Légolas, já que estavam tão tensas e medrosas. Por mais que ele fosse o príncipe, eu não ia querer ficar com uma pessoa que não há intimidade nenhuma e que me metesse tanto medo.

Legolas sorriu para mim por um momento, um sorriso doce e tímido, e algo me dizia que eu era a próxima a ter um encontro com ele. Não tinha medo, sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria, e que provavelmente a vencedora dessa Seleção seria aquela que passaria totalmente despercebida por ele.

E eu tinha certa dó de quem quer que fosse. Não consigo me imaginar casada com Légolas, muito menos passando o resto dos meus dias com ele, sendo tão rígido e totalmente imaturo, como parecia que era. Talvez até fosse por isso que ele não tinha ninguém, simplesmente porque ninguém suporta ter ao lado alguém tão avoado, que na maioria das vezes nem parece estar presente. Não me parecia um jeito correto de conquistar alguém, ou de se apaixonar.

Talvez ele nem queira isso, se apaixonar realmente parece algo inútil para alguém como ele.

O jantar foi um dos mais agradáveis na presença do rei e do príncipe, por mais incrível que fosse, nesse dia Légolas e Thranduil resolveram agradar as moças. Talvez eles perceberam que essa seleção estava tão fracassada, que precisavam dar mais atenção a nós, que mais parecíamos fantasmas vagando pelo castelo do que pretendentes do príncipe.

Quando terminou, decidi ir direto para meu quarto descansar um pouco como era de costume, pois por mais que estivesse acostumada com a presença e companhia dos dois, uma tensão tomava conta de mim toda vez que me encontrava em suas presenças. Mas Vell disse que Swín gostaria de conversar comigo, então esperei até que todas as garotas saíssem para saber o que era, apesar de ter ideia do que se tratava.

- O príncipe quer te ver. - Swín esclareceu. Nem dizia mais que era um encontro, pois todas já sabíamos o que aconteceria depois.

- Tudo bem, já esperava por isso. - respondi fingindo calma, quando na verdade meu coração disparava. Essa noite eu sairia do castelo, provavelmente, mas antes eu planejava algo. Eu aguentara tempo até demais.

- Como eu gostaria que desse certo dessa vez. Peço que tenha cuidado e muita paciência, senhorita Luzziel. Essa seleção já virou motivo de piada em todo o reino, e eu me sinto culpada por isso.

Senti uma pontada de angústia na voz de Swín. As elfas dedicavam-se ao máximo para tocar a Seleção da melhor maneira possível, cuidavam muito bem de nós e nos preparavam para sermos futuras princesas, mas o príncipe não parecia levar a sério.

-A culpa é totalmente dele, não se martirize por isto. - comentei, recebendo um olhar frio da elfa. 

-Vocês também são um tanto desequilibradas. - Swín disse, dando uma bronca. - Por favor, vá com calma. Ele é apenas um elfo e não tem coração de pedra. A maioria de vocês parece desesperada e ansiosa demais quando se encontram sozinhas com ele.

Assenti com a cabeça apenas para deixar a elfa tranquila. Já estava conformada com a minha expulsão do palácio nesta noite. Pediria perdão à ela depois, quando a reencontrasse.

Swín encaminhou-me até o jardim que dava de frente à janela do meu quarto. E no mesmo banco em que vi Légolas sentado pela primeira vez, ele me esperava. Seu olhar parecia perdido entre as frestas do teto, mas seus pés denunciavam a ansiedade que acometia o seu corpo. Deixaria ele fazer aquilo o mais rápido possível, para livrá-lo da angústia que era expulsar alguém.

Parei um pouco antes de seguir até ele. Apesar de tudo e todo meu sentimento de irreverência, ele era realmente muito bonito e agradável aos meus olhos, e eu sentia certa tristeza por ele estar nesta situação. Mas ele teria de abrir os olhos para o mundo, havia muitas outras pessoas envolvidas naquilo tudo além dele.

- Alteza. - chamei sua atenção para mim, ele parecia mais uma vez aéreo e absorto aos acontecimentos ao seu redor.

- Como vai, Luz? Está muito bonita, como sempre. - ele elogiou, surpreendendo-me com o ato. Foi muito estranho ouvir isso dele. Eu, bonita? Ele era perfeito, como podia me dizer uma coisa dessas? Eu poderia elogiar cada pedaço dele em que meus olhos focassem.

- Obrigada, Alteza. - Agradeci afastando meus pensamentos.

Légolas estendeu seu braço para me levar a um passeio. De acordo com os encontros anteriores, esse era o padrão dele. Não tive como não rir daquela situação, por mais que eu parecesse ridícula e inadequada rindo do príncipe.

- A senhorita está rindo? Fiz algo errado? - Legolas perguntou, sorrindo um pouco nervoso, e percebi que eu deveria finalmente dizer umas coisas à ele. Não precisava fingir mais, nem alongar aquela tortura para ele que era estar ali se sujeitando ao ridículo ao meu lado.

- Alteza, não precisa fazer isso comigo OK? Estou ciente do que deseja fazer, então vá em frente sem tentar parecer ser agradável. Eu entendo perfeitamente seus objetivos.

- Do que está falando? - ele perguntou um tanto confuso.

- Dos outros encontros. É obvio que quer me expulsar, então faça logo. Não precisa fingir que quer me conhecer, que deseja ter este encontro comigo. Basta ir direto ao assunto, eu já aceitei que eu seria a próxima a sair, prometo que não chorarei e nem implorarei para ficar.

- Senhorita, eu realmente não estou entendendo. - ele tentou esclarecer, tornando seu rosto rígido e surpreso.

Suspirei um pouco o ar parcialmente frio que fazia ali, aquilo já era demais, então resolvi ir mais fundo de uma vez, afinal eu já estava mesmo fora dessa seleção desde o momento em que entrei.

- Todas as garotas sabem o que acontece quando você quer ver alguma de nós. Não precisa fingir que está interessado, porque é muito óbvio que não está. Você... o senhor, não está nem um pouco a vontade com isto e não quer estar aqui como eu também não quero. Como a maioria das garotas já não querem. Não está vendo o quanto isso está sendo ridículo, Lé-go-las? - A expressão do príncipe permanecia surpresa e intacta. Eu precisava dizer isto e muito mais. Engoli um pouco de ar e continuei. - A maioria de nós tem medo de você. Percebeu que mal tocamos na comida quando está por perto? Que mal conversamos? Que não adquirimos intimidade para sequer puxar algum assunto com o senhor? Já expulsou quinze de nós em um mês, a maioria disse que nunca se sentiu tão humilhada, mesmo aquelas em que o senhor beijou, algumas o amaldiçoaram fortemente e atiraram pragas para o resto de nós. Não quero permanecer em algo no qual, talvez, eu mantenha esperança que seja agradável quando na verdade tenho certeza que não será.

-Senhorita... - Légolas interrompeu-me, mas continuei sem temê-lo.

-Teríamos nosso encontro, como teve com todas as outras, eu tentaria ser agradável, mas não daria certo... e me expulsaria logo após. Todas já nos conformamos com isto, com o fato de que ninguém é perfeita o suficiente para sua alteza. Como tem deixado claro para todas nós com esse seu ar de desdém que tem todas as vezes que está em nossa presença!

- Senhorita Luz, eu não pretendia em hipótese nenhuma lhe mandar embora. Do que está falando? Eu não estou entendendo! - Légolas defendeu-se, um mix de raiva e confusão saindo de sua voz. - Que beijos? Eu não beijei nenhuma garota ainda, a maioria me pediu pra sair e eu deixei. Admito que expulsei cinco das quinze que já se foram, mas essas se atiraram em cima de mim como se isso me fizesse escolher alguma delas de imediato. E eu realmente não quero aproveitar de nenhuma de vocês dessa forma, não está em meus planos aproveitar-me de todas assim!

Aquilo foi como um baque inesperado para mim. Ele expulsara apenas cinco das quinze? Dez pediram para ir embora? Légolas sentou-se no banco outra vez, e parecia perplexo com tudo o que ouviu. Como eu pude ser tão precipitada?

Não sabia o que dizer, nem o que fazer nesse momento. Vi o quanto havia pegado pesado com o príncipe, e tudo o que mais queria era que o chão se abrisse em meus pés para não ter que vê-lo completamente decepcionado comigo. Mas seguiria firme, apesar da grosseria, parte do que falara era verdade.

- Acha mesmo que sou sem coração dessa forma? Todas vocês acham mesmo que eu mandei as outras embora por não gostar de nenhuma? Que estou mesmo emitindo um ar de desdém, como se nenhuma de vocês fosse digna de mim? -Légolas perguntou, e eu permaneci firme quando maneei a cabeça num singelo sim. - Pois bem, eu não sou. E vejo que nenhuma delas sabem o real motivo.

Légolas procurava olhar em meus olhos, e eu sempre desviava dele.

-Olhe para mim, Luzziel. - ele pediu, chegando perto e levantando minha cabeça para encará-lo. - Por causa disso, por toda a sua insolência e amargura, senhorita Belle, eu não a mandarei embora. Apesar de que eu nunca fui tão insultado em toda a minha vida. Não parecia que eras tão estúpida e tola dessa forma.

Senti certo nojo dessa última fala, ora essa! Ele era o culpado de tudo estar errado e ainda achara ruim minha atitude. Ele precisava saber, e eu não o pediria perdão por isto, mesmo que ele achasse que eu tinha espírito de porco.

-Como é? Vai me deixar aqui mesmo depois que esclareci...

-Vou, como castigo por ser tão tola e indelicada comigo! E, apesar disso, você me abriu os olhos, e me deu uma ideia. - ele disse enquanto segurava meu braço com firmeza.

- Ideia? - perguntei, não acreditava no que a conversa estava se tornando, na verdade, nem estava crendo que ainda permaneceria no palácio. Deveria mesmo ter ficado quieta!

- Sim. Quero deixar bem claro, que a senhorita não sairá do palácio até o fim dessa seleção. - ele respondeu e me choquei com sua decisão. - Agora preciso de você. Quero... não, ordeno, que me ajude a encontrar a parceira ideal entre as outras quatorze meninas, e que me ajude também a não ser mais esse idiota que elas pensam que sou. A senhorita vai dizer que tudo não passou de um engano, e todas as noites vai me encontrar pra dar detalhes das outras garotas.

- Vai me prender aqui até o final? - aquilo ecoava em minha mente sem parar. - E me obrigar a ajudá-lo, mesmo sabendo que eu sou "tola, insignificante, ignorante, amargurada" e todos esses adjetivos que concluiu em sua mente que sou?

- Vou sim. E não adiantará pedir a ninguém mais para sair, nem mesmo meu pai, eu sou o único que te pode deixa ir. E agora, você será minha aliada nesse processo, mesmo que me odeie mais do que tudo no mundo.

-Não pode me obrigar! - esclareci, me desvencilhando se sua mão que ainda me segurava o braço. - Não sou sua escrava.

-Não estou lhe obrigando, estou ordenando! - ele respondeu com toda a rigidez em sua voz. Porém, suspirou e deixou o corpo relaxar, retomando o ar calmo e pacífico que ele normalmente tinha. - Por favor... preciso de ajuda e não sei a quem recorrer.

Me senti um tanto culpada e angustiada. Minhas mãos suavam sem parar e não consegui dizer não, porém minha mente gritava em desespero me pedindo pra ir embora de uma vez por todas.

-Eu vou pensar. - respondi, fazendo um enorme esforço em não ceder minha vontade de socar sua bela face.


Notas Finais


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