Alika Bianchi
Estou escorada na grade que tem no pátio, apenas observando as pessoas.
- Allen Schweitzer. O que esse nome significa? - escuto o policial que vive no meu pé, perguntar pra mim, do outro lado da grade.
- Por que? - finjo a sonsa.
- Não sei, me diga você.
- Nunca nem vi. - olho pro nada.
- Tem certeza?
- Absoluta! - escuto seus passo de distanciar e olho vendo ele ir embora.
[...]
Término de abotoar a minha camisa no banheiro e sinto alguém tocar meu ombro, olho pra trás e vejo uma mulher.
- Pediram-me pra te avisar que conseguiu as suas pílulas. - fala e sai andando, vou atrás e vejo a o cara da farmácia local com as pílulas.
- E aí, floco de neve. - fala e me empurra contra a grade e logo vem a mulher que me chamou no banhos e outro cara me segurando. - Tá achando que eu sou otário?
- Do que você está falando? - pergunto.
- Eu te vi conversando com T-Bang. Sabe, eu tô pensando em te corta agora...
- Não é o que você está pensando, eles tem uma coisa que eu preciso.
- Mas que coincidência, eu também tenho uma coisa que você precisa. - sacode o potinho com as pílulas. - Tá afim do seu medicamento? Ele é todo seu. - abre o pote e coloca as pílulas na sua mão. - A parada é o seguinte, branquela, sua sorte acabou! E você escolheu o lado errado. - fala e sai ando, e a mulher e o cara que me seguravam me solta.
[...]
Me encontrava sentada na cama da cela e muito nervosa com o que iria acontecer em alguns minutos.
- Atenção, levantem agora! Todos de pé! - exclamou um guarda da penitenciária.
As grades das celas se abriram para que os prisioneiros saíssem. Assim, todos pararam em frente as celas.
- Tá chegando a hora, branquela. - uma mulher, toda forte e tatuada falou para mim, assim que saímos das celas.
- Volte pro seu lugar! - o guarda exclamou novamente, quando um dos prisioneiros deu um passo a frente.
Então começou o tumulto, os presos começaram a bater um no outro, a se atacarem. Me virei para o lado, um deles veio pra cima de mim e me jogou no andar de baixo. Levantei e vi o cara que anda segurando o bolso do T-Bang com o parafuso, ele veio pra cima de mim e eu joguei ele no chão, tentando pegar o parafuso. Consegui tirar dele e ele veio novamente pra cima de mim, então um outro preso começou a fura-lo com um parafuso parecido ao meu. Olhei tudo assustada, e ele caiu em cima de mim, segurando minha camisa, vi T-Bang e me soltei do amigo dele. Os policiais logo jogaram bombas de fumaça, tampei meu nariz e comecei a subir as escadas correndo para minha cela.
- Você é uma pessoa morta, Bianchi! Tá ouvindo!? - ouvi T-Bang gritar e eu só sabia tossir, por conta da fumaça.
Me segurei na beliche, e tentei me acalmar. Olhei pra mim mesma, e eu estava toda suja de sangue. Peguei uma toalha e dei uma limpada mais ou menos, me agachei no chão, encostada na parede, com a pernas dobradas e fechei os olhos, suspirando pesadamente.
- Eu não sei o que dizer, senhoras e senhores. Tentei dá o benefício da dúvida, tentei tratar todos com respeito. - ouvi o chefe da penitenciária falar, e comecei a tirar minha blusa que estava com sangue. - Mas vocês não respeitam a si mesmos. Então, vão ficar trancados 48 horas. Sem missa, sem banho, sem visita e eu faço questão que aprendam a conviver uns com os outros. Se não, a próxima vez, será uma semana, depois um mês! Pensem nisso. - ele termina de falar e suponho que ele tenha saído da ala. Olho o parafuso em minha mão, sento novamente no chão e começo a passar a ponta dele no chão.
- Você está aí, bonitona? - paro de passar a ponta do parafuso no chão assim que escuto T-Bang falar, mas em seguida volto a raspar o parafuso. - Eu sei que está. Só quero que saiba que eu vou te pegar! Não tem pra onde fugir, tá encurralada nesse buraco. - ele dá uma pausa, já eu estou suando igual tampa de panela, e talvez com um leve medo. - Como uma leitoa que eu vou abater.
Depois de algum tempo, olho para a ponta do parafuso e deu uma assoprada. Me lembro dos papéis do projeto de penitenciária, o livro com todas as anotações da reforma da penitenciária de Fox River, nele uma página onde contém as informações sobre os banheiros. Um deles é o "suporte angulares de aço com parafusos Allen ¼"
Subo a manga da minha blusa, onde eu posso ter acesso a tatuagem que contém a forma perfeita que o parafuso devia ficar. Coloco o parafuso lá e, excelente! Encaixou direitinho. Vou para até a privada e olho atrás, escrito "Schweitzer equipamentos hidráulicos" e embaixo desse aviso a um buraquinho para colocar o parafuso e desenroscar, então é isso que faço.
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