Alika Bianchi
- O que você vai fazer? - Pergunto quando entro na cela e vejo Sucre guardando suas coisas.
- O que você acha que eu estou fazendo? Eu vou cair fora!
- Você não pode fazer isso, porra. - digo segurando seus braços.
- Eu tô cansado do seu joguinho, branquela. Eu vou ser transferido pra uma cela tranquila com um detento ou detenta normal que não estrague minha vida inteira. - se solta de mim e volta a guarda suas coisas.
- Olha, eu sinto muito pelas visitas. Mas se você for agora... - olho para trás e vejo dois guardas, então desisto de falar o que iria falar. - Não faz isso.
- É o seguinte, eu tenho 16 meses e uma noiva pra pensar. Se encontrarem um buraco aqui na minha cela, eu vou ganhar 5 anos de graça .
- Vamos Sucre. - o guarda chama.
- Boa sorte. - diz, mas eu o impeço de sair.
- Tem sempre uma solução, nós podemos dá um jeito.
- Não vai dá não. - pega suas coisas e sai da cela sendo acompanhado pelo guarda.
[...]
Estava na fila junto com outros detentos até que uma mulher vem até mim e me empurra até uma sala.
- Calminha ai novata. - vejo Abruzzi. É agora que ele arranca meu pé, penso. - Não torne isso mais difícil do que precisa ser, está na hora de entrarmos em um acordo não acha? - e aparece T-Bang assim que ele termina de falar. Retiro o que eu disse, eu não irei sair daqui sem o pé e sim sem vida!
- Sabe eu até pensei que arrancaria suas entranhas assim que colocasse os olhos em você, mas caralho você fica tão gostosa quando está com medo. - T-Bang diz se aproximando de mim. - Talvez a gente precise tirar o amor do caminho antes de irmos pro ódio. - diz se virando pra Abruzzi e depois volta a me olhar. - O que acha disso bonitona? - ele se afasta um pouco, ficando do lado de Abruzzi. - É, talvez seja a hora de eu arrancar seu couro de um vez por todas! - de repente Abruzzi dá uma cotovelada no rosto dele e dois detentos seguram T-Bang. Jogam ele no chão e começam a dar chutes no mesmo
- Ah, ele fala demais. - Abruzzi diz e passa o braço por cima do meu ombro. - Nós dois precisamos dele na conversa. - saímos da sala, entrando na fila novamente. - O que aconteceu lá foi minha maneira de dizer que eu sei que estava agindo errado nessa coisa toda. Estou tentando me corrigir, deixar o passado para trás. - diz me oferecendo a mão para apertar. Porém não aperto.
- Você é um homem esperto John.
- Eu prefiro audacioso. - começamos a andar até o pátio da penitenciária. - Fala o que quer de mim.
- Uma troca. Você me consegue um avião e eu te entrego o Fibonacci.
- Precisa de um avião pra que?
- Você sabe.
- Eu vou te arrumar a porra do avião, sabe disso?
- Eu sei.
- Eu só preciso saber do dia e o horário.
- Posso te falar isso em breve.
- Em breve não vai adiantar, preciso estar fora dessas paredes antes dele.
- Vai está.
- Ele vai depor em um mês.
- Então você vai ter muito tempo.
- Se não você irá ficar a sete palmos à baixo da terra. - diz olhando pra mim e dou um sorriso irônico arqueando uma sobrancelha. - É melhor me dizer o dia e a hora, para que eu possa tomar providências.
- Não sei se já posso te passar essa informação.
- Porque não?
- Como eu já disse, você é um homem esperto.
[...]
Abro um livro e dentro tinha o parafuso, pego o mesmo e vou até a privada, encaixando ele na rosquinha que tinha atrás da privada e começo a desenroscar.
- Abre a 69. - escuto Brad falar, me assusto, 69 era a minha cela. Tiro o parafuso de lá e coloco no meu bolso. - Bianchi! Encontrei um novo companheiro, ou melhor, desta vez uma companheira. E por sorte encontrei na ala de psiquiatria.
- Psiquiatria? - ótimo, uma louca que vai me matar quando eu estiver dormindo, penso.
- Isso tem algum problema? Porque se tiver, por favor coloque na minha caixa de sugestões. - aponta para a privada. - Rosie, venha aqui! - Brad chama a detenta e ela vem com suas coisas. - Fechem a cela 69. - logo é fechada. - Oh, só um aviso, não olhe nos olhos dela.
[...]
- Lincoln, temos um problema. Tem uma pessoa nova na minha cela. - digo enquanto ando ao redor da grade que me separava dele.
- Quem? - olho pra a Rosie e ele segue meu olhar. - Que problemão em.
- Vamos ter que levá-la junto.
- Não dá pra levar.
- Então vou trabalhar a noite, enquanto ela dorme.
- Fique longe Schwartz! - o guarda exclama pra nós e nos afastamos.
- Estamos atrasados a 4 dias. Você disse que a margem de erro era nenhum dia. - fala jogando e rebatendo a bola de basquete no chão.
- Eu disse.
[...]
Já estava de noite, e vejo Rosie deitada, pego o parafuso e me levanto da cama e vou terminar de fazer o que estava fazendo antes. Olho para trás e vejo Rosie acordada, me olhando. Puta merda que susto!
- Qual o seu problema?
- Tenho uma lesão neuroanatomia que afeta meu sistema ativador reticular.
- Isso quer dizer o que?
- Que eu não durmo. Nunca. - excelente, penso. Tiro o parafuso, o guardo e coloco as mãos no rosto, negando com a cabeça.
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