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História Problem - Prólogo - História escrita por BubblesChan - Spirit Fanfics e Histórias
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História Problem - Prólogo


Escrita por: BubblesChan

Notas do Autor


Bom, eu não sei bem o que dizer porque... Digamos que a ideia pra essa fic tenha sido meio repentina e tudo mais.
Tá, na verdade eu sempre quis escrever uma fic de Kara (porque elas são lindas, divas, e lindas, e poderosas, e meigas, e lindas, e perfeitas, e eu já falei lindas? <3), mas nunca tinha pensado em algum enredo... Pelo menos até hoje xD. Não sei bem se eu continuo a fic ou se deixo esse prólogo como uma one-shot, não sei mesmo o que vai ser... Só sei que eu me animei muito com a ideia, então resolvi postar.
Okay, já falei demais aqui...
Faça uma boa leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


Os gritos vinham da sala, e ficavam cada vez mais altos. Era sempre assim. Toda semana era a mesma coisa. Mesmo que aquilo já fizesse parte da rotina, ainda sim, lhe arrepiava cada centímetro de seu corpo. Fechou os olhos, tapou os ouvidos e se escondeu entre as cobertas. Fez o que lhe parecia seguro. E iria ficar assim até pegar no sono.

Mas, especialmente naquela noite, os gritos demoraram mais a cessar. Ela escutava tudo. Os baques nas paredes finas. O choro constante. O estalo certeiro das mãos do pai contra o rosto da mãe. A louça quebrando. Eles estavam na cozinha, pondo tudo abaixo. Ela fechou os olhos com força, seu coração disparava toda vez que eles começavam.

Sentiu sua garganta se fechando aos poucos, mesmo que não estivesse chorando. Apenas sentia a agonia lhe dominando. O barulho naquela casa era ensurdecedor, o frio na barriga começava a deixá-la enjoada. Tremia de medo. Algo em sua cabeça lhe dizia que naquela noite o final seria muito mais trágico do que das outras vezes.
 
A pequena Nicole tinha apenas dezessete anos, uma adolescente perfeitamente normal. Nascida na família errada. A relação entre os pais da garota era extremamente delicada. Não importava quantas surras a senhora Jung levasse de seu marido, seu amor por ele era inabalável e obsessivo. E mortalmente incansável.

Seu marido era envolvido com a pior espécie de gente daquela cidade. Jamais revelava seus negócios a ninguém, e devido a isso a família estava sempre se mudando pra uma espelunca pior que a outra, que ele fazia o favor de deixar pior ainda quando discutia com sua esposa. Nicole nunca frequentou uma escola, isso seria muito arriscado na concepção do pai.

Todo o conhecimento que tinha fora ensinado por sua mãe, ao menos nos dias em que ela estava sóbria. Algo além do pouco que a senhora Jung sabia, Nicole aprendia nas bibliotecas. Sozinha. Havia sido jogada contra o amadurecimento sem nem ao menos ter escolha. Por sorte, seu pai passava grande parte dos dias fora de casa.

E quando ele não estava em casa, era a vez da depressão de sua mãe lhe atordoar. Todos os dias que ela passava chorando e bebendo até perder a consciência faziam Nicole desejar que ele voltasse logo, mesmo que junto dele viessem todas as coisas ruins. Sua mãe era perdidamente apaixonada por aquele homem, não importava o quanto ele pudesse a machucar.

Nicole ouviu um grito mais alto, fazendo sua pupila dilatar. O ar lhe faltou por poucos segundos. Puxou as cobertas para baixo, já estava suando frio. Não sentia as lágrimas descendo de seu rosto, apenas levantou-se rapidamente e foi até a porta do quarto. Colou o ouvido na madeira fina, escutando murmúrios seguidos de fortes pancadas.

Cravou as unhas na parede, a revolta começava a percorrer seus nervos. Abriu a porta do quarto silenciosamente, sendo agraciada pelos gritos de sua mãe, agora amplificados. Seguiu até o quarto de seus pais, as pernas tremiam, suas mãos suavam. Procurou em todo canto do quarto, sabia que estava ali em algum lugar. Tinha que ser rápida.

Abria as gavetas desesperadamente, as derrubando no chão e checando seus interiores. Não estava preocupada em fazer barulho, seria abafada pelos sons da cozinha de qualquer jeito. Até que chegou ao final do gaveteiro, deixando um suspiro aliviado escapar de seus lábios ao finalmente encontrar sua salvação.

Nicole tremia enquanto segurava a arma carregada. Toda a sua coragem estava sendo posta à prova naquele momento. Ela podia escolher. Largar aquele objeto ali e voltar para seu quarto, fadada a continuar na mediocridade em que esteve se afundado cada dia mais. Ou respirar fundo, ir até a cozinha e dar um fim a tudo aquilo.

A risada de seu pai a despertou de seus pensamentos. Ela já estava decidida. Queria mais. Muito mais para si mesma. Não queria fazer parte daquela tragédia. O mundo era muito mais bonito do lado de fora, e Nicole ansiava pela liberdade. Acabaria com seus dias escuros. E seria naquele exato momento.  

Saiu do quarto, cautelosamente indo até a cozinha. A visão que teve provavelmente a abalaria muito mais se não estivesse habituada àquilo. A casa estava em destroços, mas nem mesmo os buracos profundos nas paredes superavam as marcas do rosto de sua mãe. A senhora Jung estava de joelhos, o rosto preso entre os dedos fortes de seu marido.

O homem ria com gosto, completamente alucinado. Nicole se aproximou aos poucos dos dois. As lágrimas de sua mãe se misturavam com o sangue que escorria de seus cortes, mas não havia tristeza naquele pranto. Ela apenas esperava que ele se desse por satisfeito. Estava cansada, mesmo que não admitisse isso a si própria.

O senhor Jung levantou seu braço mais uma vez, e foi quando notou outra presença no cômodo. Sorriu imediatamente, largando o rosto de sua esposa, que se deixou cair no chão com a falta de apoio.

— O que você faz aqui? Não vê que o papai e a mamãe estão conversando? Vá pra cama, Nikori.

A garota engoliu a saliva, a mão atrás de suas costas tremia com o peso da arma.

— Nicole, vá pra cama. Agora. — Seu sorriso morria enquanto se aproximava.

— Não, não! Deixa ela em paz! — Sua mãe gritou, encolhida no chão.

— NÃO ME DIGA O QUE FAZER! — Ele se virou, desferindo um chute no estômago da esposa, fazendo-a cuspir sangue no mesmo momento.

Nicole ao ver seu pai de costas, aproveitou sua distração para erguer a arma na direção dele. Assim que o senhor Jung virou-se novamente, olhou diretamente para sua própria arma nas mãos da filha. Parecia surpreso nos primeiros segundos, olhou nos olhos de Nicole e riu fraco.

— O que você vai fazer? Hein? — Se aproximou, encostando o peito no cano da pistola. — Sabe usar isso por acaso? — O sorriso debochado no rosto dele só a deixava ainda mais nervosa. E ele estava certo. Nicole não sabia atirar, muito menos manusear o que tinha em mãos. Não tinha nervos suficientes pra puxar o gatilho. E o que faria com seu remorso?

Ele riu ainda mais ao vê-la abaixar a arma lentamente, olhando pra baixo. Virou-se para sua esposa novamente. Nicole se sentiu fraca. Ela não podia desperdiçar aquele momento. Era sua única salvação. Por cerca de três segundos, sentiu a raiva lhe dominar. E a adrenalina havia finalmente sido injetada em seu sangue.

Sem pensar duas vezes, pulou nas costas de seu pai e o derrubou no chão. Ele tentava se desvencilhar, rolando com Nicole pelo chão, até ela conseguir ficar por cima. Pressionou seus joelhos firmes contra os cotovelos dele, e encarou seus olhos. Agarrou seus cabelos com força e desferiu um golpe certeiro com a coronha da arma em seu queixo. E depois mais outro. E outro. Os olhos de Nicole lacrimejavam, seu braço mexia-se em uma velocidade incontrolável.

Não demorou para que conseguisse deslocar a mandíbula do homem, e então partiu para seu pescoço, usando a pistola com um forte martelo. As marcas roxas espalhadas pelo rosto dele a deixavam cada vez mais insana. Nicole gritava enquanto o golpeava cada vez mais rápido, cada vez mais forte. Estava fora de si. Agarrava a arma com ambas as mãos e enterrava sua base em todas as direções do crânio dele, o desfigurando por completo.

Os punhos banhados em sangue, com a mão livre dava uma série de socos na garganta, a afundando como se fosse papelão. Não sentia nada, seus membros pareciam anestesiados. Apenas seguia aquele impulso que implorava por mais. Nicole não conhecia seu limite. Até que ouviu mais um estalo, que serviu para despertá-la daquele transe. Havia quebrado o osso do pescoço com as próprias mãos. Até que finalmente olhou para o rosto de seu pai, a pele completamente aberta, seus músculos aparentes. Então respirou, sentindo um estranho calafrio.

— O QUE VOCÊ FEZ?! — Sua mãe grita, a empurrando fortemente contra o chão e abraçando o corpo sem vida de seu marido. — Meu deus, meu deus... O que você fez... O que você fez?!

Nicole olha para as próprias mãos, sentindo-as latejarem. Os pedaços da pele de seu pai debaixo de suas unhas, o sangue pingando da ponta de seus dedos. Começou a tremer, ouvindo sua mãe chorar. Tinha feito sua escolha, e nada mais podia fazer.

O choro da senhora Jung ecoava pelos quatro cantos da casa. Sua própria filha tinha acabado com a vida de seu único amor, antes mesmo que ele pudesse acabar com a dela. Nicole não chorava. Não podia. Não conseguia sentir nada. A ficha demoraria a cair.

A garota engatinhou até sua mãe, que permanecia deitada no sangue dele. Pegou em seu rosto e olhou fundo nos olhos marejados dela. Ao mesmo tempo em que havia acabado com sua dor, também tinha dado fim à sua única e torta felicidade. E isso ela não poderia aguentar.

— Mãe... — A mulher a olhou, soluçando. — Vai ter que me perdoar por isso... — E sem esperar por alguma resposta, encostou o cano da arma no peito dela, apertando o gatilho.

E assim que as sirenes começaram a tocar, Nicole soube que era a hora de sair de lá. Indo em busca da própria liberdade.


Notas Finais


Então, o que acharam? Merece uma continuação ou no way?


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