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História Proposta Indecente (Now United) - Capítulo VI - História escrita por yoonoah - Spirit Fanfics e Histórias
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História Proposta Indecente (Now United) - Capítulo VI


Escrita por: yoonoah

Capítulo 7 - Capítulo VI


Fanfic / Fanfiction Proposta Indecente (Now United) - Capítulo VI

 

           — Que porra você tá fazendo?

            Noah.

            Ele bufava pelas narinas e a sua expressão era a personificação clara de alguém prestes a se irritar. Se houvesse um momento certo para fugir, agora seria a hora, mas Heyoon não conseguia se mover; seus pés estavam enraizados no piso encerado do colégio e não saíam do lugar de jeito nenhum.

            Se antes achava que estavam muito próximos, agora podia até sentir o cheiro de hortelã vindo da boca dele.

            Não obtendo uma resposta imediata, Noah agarrou a coreana pelo braço e a chacoalhou levemente com o ato.

            — Por que você tá me seguindo? — Tentou tirar a resposta dela mais uma vez.

            — E-e-eu-... — Heyoon interrompeu-se para engolir em seco.

            Encarar os olhos de Noah tão de perto numa situação daquelas era assustador e ao mesmo tempo incrível. Ao menos conseguia reparar na cor dos olhos dele – era um verde intenso, um gramado invejável. Era a imensidão de uma floresta. E após a apreciação, o temor vinha. Yoon podia sentir a irritação no toque dele. Os dedos estavam firmes no seu braço.

            — Qual é, — Noah riu, irônico. — acha que eu não notei?

            — Eu só, eu só-... — Gaguejou. Respira fundo, Heyoon. — Eu só tava indo pra aula de química.

            — Indo na direção do jardim? — Ele retrucou sem nem pensar. Noah já tinha tudo na ponta da língua. — Ou talvez eu também precise te lembrar que... você deu a volta três vezes no prédio principal sem motivo algum? — Acrescentou, entredentes. O tom de voz firme. Dava até para sentir que ele tinha certeza do que falava.

            Como rebater aquele argumento? Era tudo verdade.

            Para Noah o silêncio foi uma resposta muito clara. Heyoon se entregou fácil demais e seria impossível correr agora. Ela tentou puxar o braço dos dedos inflexíveis, porém ele não soltou, pelo contrário; apertou mais. Por azar – ou sorte – não havia ninguém ali para salvá-la.

            — Eu não sou idiota — garantiu —, eu fiz aquilo de propósito.

            A confissão fez Heyoon arregalar mais os olhos miúdos. E eu cai direitinho, ela pensou. Nasci para ser burra. Qual é o meu maldito problema?

            — Não! — A coreana resolveu se impor. — Eu não tava te seguindo, você tá louco? — Quanto mais mentiras saem, mais aparecem.

            Noah respirou fundo. Era visível que ele tentava manter a paciência, mas as respostas da garota não ajudavam em nada.

            — O que você quer? — Questionou, irredutível. Ele não desistiria fácil.

            — Nada. — Heyoon soltou imediatamente. Queria transparecer confiança, mas diante daqueles olhos ferozes estava cheia de medo. — Você pode me soltar? — Pediu ela, sem vacilar, lançando uma olhadela para o punho de Noah no seu braço. Haveriam marcas ali com certeza.

            Ele soltou, porém continuou perigosamente perto. Seu hálito se misturava ao dela. Heyoon nunca imaginou que um dia falaria com Noah, não de forma espontânea. Não diria um "oi" na classe ou um "tudo bem?" na hora do intervalo. Ele era um enigma que qualquer um enlouqueceria para decifrar, mas ela quis ficar distante. Os mistérios mais complexos são os mais perigosos também, e era assim que Noah se mostrava neste momento.

            — Você já fez isso antes, — ele afirmou — no ginásio. — Completou. Heyoon sentiu os seus ossos gelarem, assim como seu olhar fixos na íris de Noah. — Era você que tava lá, não é? — Insistiu.

            — Eu? Você tem certeza? — Retrucou, se esforçando para parecer natural. — Euzinha? Você só pode estar sonhando!

            — Aah, pelo amor de Deus, não se faça de sonsa! — Noah implorou com impaciência. — Acha que eu não reconheceria aquele chaveiro estúpido de coelho que você carrega na mochila? — Perguntou, o tom de voz mais alto agora. Mais irritado. Aparentemente alguém detesta ser contrariado. — Você é a única idiota que tem aquela merda!

            — Por quê? Tá escondendo alguma coisa? — Heyoon respondeu sem nem pensar nas palavras. A sua coragem subindo em um nível indesejado. A coragem veio sabe-se lá de onde.

            Naqueles breves segundos após a acusação dela, Noah ficou em silêncio. Eles se encararam por poucos – e intensos – segundos, sendo a respiração alta o único som audível entre os dois.

            Heyoon abriu a boca para falar primeiro, porém Noah a cortou:

            — Me faz um favor? Para de me seguir! — Murmurou em tom autoritário, o rosto já vermelho de raiva. Ou constrangimento por ter sido pego? — Finja que eu não existo. Eu não tenho interesse em você. — Cuspiu as palavras de uma só vez, irritado.

            Após toda essa situação estranha, ele deu as costas para Yoon e disparou pelo corredor, deixando-lhe para trás. Ela ficou boquiaberta, chocada com a audácia dele, porém o seu sentimento de medo e nervosismo logo foi substituído por raiva.  Aquelas palavras lhe causaram raiva, a fizeram lembrar de coisas que até então estavam escondidas lá no fundo da sua mente.

            Quem ele pensa que é?

            Imediatamente uma Heyoon brava bateu os pés atrás de Noah e o perseguiu durante todo o caminho até a sala de aula. Pretendia confrontá-lo e perguntar qual era o problema dele, mas entrar na classe foi um baque tão grande que lhe arrancou a fala; todos já estavam lá, inclusive o professor de química, Harold Fletcher e o seu cabelo grisalho penteado de um jeito engraçado.

            Pares de olhos curiosos caíram sobre ambos. Noah entrou primeiro com todo o seu empoderamento e Yoon foi logo em seguida, tentando discretamente se esconder atrás do corpo do garoto.

            — Vocês dois. — O professor chamou a atenção dos atrasados, chacoalhando um tubo de ensaio vazio na direção deles. — Já que deram a sorte de chegarem atrasado juntos, tem uma mesa bem ali esperando por vocês. — Ele indicou o local com um aceno de cabeça. — Terá um trabalho em equipe e vocês farão uma dupla. Peguem o material... Aqui, tome — empurrou algumas apostilas na direção de Heyoon, visto que Noah já estava lá na frente pegando o seu assento e deixando todo o trabalho para ela —, e se preparem para o experimento.

            Empunhou bem os livros improvisados e passou encolhida por entre as mesas, moldando um escudo em torno de si própria para evitar os olhares curiosos. Desde que chegara no colégio, o que não faz lá tanto tempo, essa era a primeira vez que via Noah sentar ao lado de alguém diferente do seu círculo de amigos e teve a infelicidade de ser a escolhida. Yoon não quis acreditar, mas reparou no olhar furioso de Sabina a umas mesas de distância e na surpresa presente na expressão de Josh. Sina também parecia chocada e o seu rosto questionava um "O que tá rolando?", como fugiria disso?

            Yoon pigarreou e jogou os livros sobre a mesa, querendo anunciar a sua presença para Noah, porém emitiu um baque tão alto que calou o senhor Fletcher. Constrangida, ela fez alguns gestos repetidos de cabeça para se desculpar silenciosamente.

            Por mais que o homem tivesse começado a aula, não era nele que a coreana prestava a atenção no início. Em meio às explicações sobre química Noah buscou uma das apostilas e abriu numa página qualquer, mantendo aquele silêncio desagradável entre eles. Era tão óbvio que ele a ignorava e isso era muito irritante, só não mais do que aquela frase idiota de antes.

            Interesse? Pff, quem precisa do interesse dele?

            — Coloquem os óculos de proteção, — o professor falava — os jalecos e as luvas estão nos armários embaixo da mesa e os utensílhos nas gavetas. — E todos seguiam as instruções, inundando a sala com barulhos altos. — Não quero ver ninguém desprotegido. Vamos! Depressa! — Ia passando entre as mesas, averiguando o progresso dos alunos. — Senhorita Jeong, tem algum problema com o seu óculos?

            Ela lutava com o elástico do acessório, que agarrou na presilha do seu cabelo de um jeito inacreditável.

            — Noah, ajude a sua parceira. — Fletcher ordenou, tornando a caminhar pela extensão da sala. — Andem, pessoal! Não temos o dia todo!

            Heyoon, então, viu Noah levar as mãos para o seu cabelo sem nem pedir permissão e começar a desatar os nós que haviam se formado ali – e ele não era era nem um pouco delicado. Arrancou vários "Ai!" da boca da coreana que levava vez ou outra os próprios dedos à cabeça num movimento impensado.

            — Ai! Para! — Agarrou as mãos de Noah e as afastou de si num gesto abrupto e violento. — Sai fora, eu não preciso da sua ajuda! — Resmungou, torcendo o nariz de desgosto e tentando "cuidar" do cabelo sozinha. — Credo, você é sempre rude assim? — Fez um muxoxo, lançando um olhar de desaprovação para o garoto.

            Noah respondeu com um revirar de olhos que, mesmo com pouco tempo, já se tornou um de seus costumes quando perto da asiática.

            Um puxãozinho aqui e um puxãozinho ali, ela conseguiu colocar os óculos no lugar certo: na frente de seus olhos.

            Aquela tensão se estendeu durante bons minutos de aula. Não trocaram nenhum olhar. Noah não dirigiu nenhuma palavra à ela. Eram como dois estranhos que compartilhavam o mesmo livro e os mesmos equipamentos.

            Depois de uma olhadela e outra, Heyoon falou:

            — Você é calado assim com todo mundo?... Sabina? Bailey...?

            Não houve nenhuma resposta, ele só continuou lá balançando os frascos e misturando produtos químicos como se fosse expert no assunto.

            — Isso é um sim ou um não? — Ela insistiu numa resposta.

            — Isso é um "não te interessa". — Noah soltou, sucinto, e ainda sem olhá-la.

            Para a sua sorte foi baixo demais para alguém ouvir, então não seria alvo de curiosos e piadas.

            — Mas deve interessar para outras pessoas... — Heyoon insinuou, fingindo mexer nos tubos de ensaio para disfarçar a "conversa" que tinham.

            — "Outras pessoas" que não são você. — Retrucou ele, daquele jeito ácido e sem papas na língua. - Vai fazer o trabalho direito ou pretende ficar aí parada a aula inteira?

            Ah, não! Se ele pensa que vai desconversar assim, tá muito enganado.

            — O que será que o diretor faria se soubesse do seu segredinho?

            A pergunta pareceu tocar num ponto fraco de Noah. Segredo? Heyoon o viu engolir em seco, mas não de nervosismo; de impaciência.

            — O que você tá insinuando? — Pela primeira vez naquela aula, Noah levou os olhos para ela e parecia querer perfurá-la com eles.

            — Eu acho que ele ficaria muuuuuito interessado... — Continuou com a implicância como quem nada queria.

            Ele não ia se safar dessa. Se precisava desvendar o mistério à força, faria isso.

            Noah expirou, um riso incrédulo escapando de sua garganta, a irritação numa crescente irrefreável.

            — Cara, sério, dá pra parar? — Espalmou as mãos na mesa, adquirindo uma postura mais tensa. — Qual é a porra do teu problema?

            — O meu problema é Noah Urrea transando dentro do co-...

            — Tá, já chega. — Ele a interrompeu, arrancando o óculos e o par de luvas que usava com certa violência, não esquecendo do jaleco, e jogando tudo dentro da pia embutida na mesa.

            O estardalhaço ecoou na sala e atraiu a atenção dos que estavam mais perto. Por mais que Heyoon estivesse irritada com o jeito rude de Noah, no fundo torceu para que ninguém notasse qualquer coisa.

            — Você é completamente louca. — Grunhiu só para ela ouvir, pouco antes de desviar de sua cadeira e deixá-la lá, sozinha e surpresa com aquela atitude.

            Noah pegou o caminho da saída e ignorou até as repreensões do professor. Ainda faltava mais ou menos cinco minutos para a aula acabar, mas ele não pareceu ligar. Não havia qualquer motivo para Yoon ficar brava, mas ela ficou; virou-se para os equipamentos de química e fechou a cara, tratando de finalizar o trabalho sozinha.

            — Além de grosso é irresponsável... — ela resmungava, mexendo nos tubos e béquer para tentar identificar o conteúdo deles. — Urgh...O que é que ele colocou aqui? Mas você, Heyoon, também é idiota... em vez de prestar atenção, nãããão... — Divagava, falando consigo mesma. — Mas quem precisa daquele babaca estúpi...damente bonito? — Bufou, jogando as espátulas dentro da pia com raiva. Por que era tão difícil xingá-lo sem pensar na sua aparência? — Eu não preciso dele. Não mesmo.

            O ruído estridente de uma cadeira sendo arrastada no piso se misturou às reclamações de Heyoon, e logo alguém, com uma voz alta e curiosa, perguntou:

            — Ei, e aí? Quer uma ajuda?


Notas Finais


Heeeey, e aí? Gostaram? Falem nos comentários, e não esqueçam de favoritar também! E muuuuuito obrigado por acompanhar a nossa fanfic. ;*


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