Nessas férias escolares, Minatozaki Sana planejava uma grande viagem surpresa para Hirai Momo, a sua melhor amiga. Até mesmo os pais da garota de franja, ajudaram em segredo, a amiga dela a escolher o melhor hotel em Orlando. Elas passariam duas semanas na Disney, em um hotel luxuoso. A viagem estava paga, tudo planejado para terem um dos melhores momentos juntas ao lado uma da outra.
Sana estava extremamente animada e ansiosa, não via a hora de contar o que tanto planejou. Mal esperava o momento de ver aquele sorriso que tanto amava, ao descobrir a surpresa. Seria perfeito. Seu coração não aguentava mais esperar um segundo sequer para saber a reação de Momo.
Mas, o que parecia um sonho, se tornou um grande e real pesadelo.
Dois meses atrás. Londres, Inglaterra.
— Pai, acelera logo isso! Poxa vida, que demora!
— Sana, pelo amor de Deus, se aquieta um pouco. Está me deixando zonzo! — O homem ruivo disse alto, prestando atenção no trânsito.
— Daqui à pouco, seu pai acaba batendo o carro. — O homem loiro e calmo, no banco do passageiro, apenas olhou para trás e viu a filha em pura euforia no banco. Sorriu, achando fofo. — Momo não vai acordar antes, querida. Você sabe que ela dorme até tarde, sempre que pode. Ela é quase um bicho preguiça.
Sana acabou rindo
— Eu sei, mas... — Um biquinho se transformou em seus lábios, e seus braços se cruzaram em pura birra. — O que custa ir um pouquinho mais rápido? Só um pouquinho?
— Hoje é sábado, filha. O trânsito está uma loucura, eu não tenho como passar por cima dos carros. — O ruivo retrucou. — Acalma esse coração.
— Desculpa. — Sana respirou fundo, vendo seu pai Shin - o loiro - voltar a olhar para frente. — Só estou ansiosa, eu esperei muito por isso. Ela vai amar saber dessa viagem.
— Eu sei, mas já estamos chegando.
A adolescente encarava o envelope nas mãos, pousado em seu colo. Sorriu ao imaginar a reação de Momo ao abrir ele, e ver as duas passagem para Orlando. Seus pés até batiam em ansiedade no carpete do carro. Ela olhou para frente e ouviu seus pais conversando, e o assunto a fez revirar os olhos.
— De novo isso? — Resmungou. — Eu não sou apaixonada pela Momo. Eu sei que vocês e os pais dela torcem por isso, mas somos grandes amigas, melhores amigas. É só isso.
Eles acabaram rindo.
— E quem disse que estávamos falando de vocês duas? — Shin a olhou, mais uma vez. — Estávamos comentando do filme que vimos ontem à noite. O garoto era apaixonado pela melhor amiga.
Sana ficou de bochechas vermelhas no mesmo instante.
— Ah... — Sorriu tímida. — Desculpa, eu achei que... — Estava tão envergonhada, que nem conseguiu terminar a frase.
— Pelo jeito, a carapuça serviu. — Yuri debochou da filha, fazendo o marido rir e a garota revirar os olhos.
Quando Sana, finalmente, avistou a casa de sua melhor amiga, quase saiu correndo antes de seu pai estacionar. Abriu a porta traseira como um vulto e apressou os passos até a porta de madeira escura, tocou a campainha como se não houvesse amanhã.
Akemi, mãe de Momo, abriu a porta e estava prestes a xingar o desespero da pessoa na campainha, mas quando viu a garota eufórica em sua frente, ficou confusa.
— Bom dia! Vou ver a Momo. — Sana falou apressada, deixando um beijo rápido na bochecha da mulher. Adentrou na casa e já estava indo até a escada.
Akemi nem se moveu direito, foi tudo muito rápido. Apenas riu confusa e olhou para frente, vendo os pais da mais nova se aproximando.
— Nunca vi ela tão animada assim. — Shin disse, dando um pequeno riso.
— Ah, agora eu entendi! — A mulher riu, cruzando os braços. — Ela vai falar da viagem aquela? — Sussurrou, tapando o canto da boca.
— Vai, mas acho que antes vai ter um infarto. — Yuri estava rindo, fazendo eles rirem também.
— Venham, entrem! Já estava indo fazer o café. Kenichi precisou ir na igreja hoje.
Enquanto isso, Sana já estava adentrando no quarto de Momo. Abriu a porta com todo o cuidado do mundo, não queria fazer barulho. Nem acendeu a luz, apenas caminhou até o pequeno móvel ao lado da cama e acendeu o abajur alaranjado.
A garota respirou fundo, contendo sua euforia enquanto segurava o envelope. Sentou na beirada do colchão e sorriu com o jeito que Hirai estava dormindo. O corpo dela estava virado para o lado em que Sana sentou, o seu ronco era baixo e sua boca estava entreaberta, suas mãos estavam escondidas no cobertor, por conta do ar condicionado ligado.
Sana levou seus dedos até a testa exposta da amiga, devido sua franja bagunçada. Fez um pequeno carinho, encarando o rostinho sereno da outra japonesa.
— Moguri... — Disse baixo, cautelosa. Se curvou um pouco e deixou um beijo na pontinha do nariz dela.
Momo resmungou algo desconexo e apenas franziu o local beijado.
— Ei, dorminhoca. Acorde. — Passou a sacudir os ombros da mais velha.
— Mãe, só mais cinco minutinhos. Por favor. — A garota disse de voz arrastada.
Sana deu risada.
— Não sou a sua mãe, bobona. Sou eu, a Sana. Sua Saninha, hum? — Parou de sacudir a amiga e apertou as bochechas dela. — E estamos de férias, não temos aula. Tonta!
Momo só fez resmungar, mas sorriu de olhos fechados.
— Você não vai perguntar o porquê de eu estar aqui em um sábado de manhã? — A loira seguiu empurrando os ombros da de franja, que começou a rir. — Hein? Não vai?
— Sana, deite aqui comigo e cale a boquinha. Vem cá, vamos ficar na conchinha que você gosta. — De olhos fechados, Momo tirou os braços do cobertor e os esticou, quando encontrou a cintura da garota, a puxou para si.
— Eu não quero deitar, Moguri. — Sana resmungou, se soltando da amiga. — Vai, levanta! Eu tenho uma surpresa para você. Não me faça perder a paciência.
Hirai percebeu que não tinha mais jeito, nem mesmo se fizesse voz fofinha para fazer a garota deitar consigo e ficar de boca fechada.
— Tudo bem, chatinha... — A de franja suspirou, se rendendo. Suas pálpebras abriram. — Só ligue a luz antes, sabe que odeio escuridão.
— Mas o abajur já está ligado, ceguinha. — Sana riu.
— É sério, Shiba. — Momo sentou e encostou as costas na cabeceira da cama, esticou o braço até o interruptor do abajur. Seus dedos apertaram o pequeno botão, mas ela seguiu vendo a escuridão. — Sana, faltou luz?
— Como assim faltou luz?! — A loira estava rindo, mas levantou da cama e foi até o interruptor da lâmpada do quarto, a acendendo.
— Sana, é sério. Para de brincadeira! Acende a porra da luz!
— Momo, para de brincadeira você! Eu odeio quando brinca com essas coisas!
Minatozaki estava começando a ficar assustada com o desespero da amiga, afinal, Momo estava de olhos abertos e quase chorando ao implorar para acender a luz, que já estava completamente acesa.
— Sana, eu não estou enxergando nada! O que está acontecendo? — A de franja se desesperou e tentou sair do colchão, mas tropeçou nas pantufas em frente à cama.
A loira foi correndo em sua direção.
— Como assim não está enxergando? ISSO NÃO TEM GRAÇA! — Pegou no rosto da amiga, olhando no fundo dos seus olhos. A íris de Momo mexia para todos os lados, menos de encontro à sua face. — Você não está me vendo? De verdade?
— Eu juro, Sana. Eu juro que não estou brincando. — Momo começou a chorar e levou suas mãos até os olhos, os tapando. — Sana, me ajuda. Por favor, me ajuda!
A loira estava de olhos arregalados.
— Calma! Calma! Eu vou chamar... Vou chamar ajuda. Espera aí, não entre em desespero! Eu já... Eu já venho.
Sana saiu às pressas do quarto, gritando por seus pais e a mãe de Momo.
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