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História Quando éramos apenas crianças sob as estrelas - Ah, quer saber? Tá tudo uma merda. - História escrita por mistvnture - Spirit Fanfics e Histórias
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História Quando éramos apenas crianças sob as estrelas - Ah, quer saber? Tá tudo uma merda.


Escrita por: mistvnture

Notas do Autor


Oii
Esse capítulo tá bem família pq eu acho que a Crystal quase nunca fala com a Alice e o Kile, então eu fiz esse capítulo.
E pelas minhas contas essa fanfic não acaba antes do capítulo 70 sem brincadeira

Capítulo 41 - Ah, quer saber? Tá tudo uma merda.


-Wow, só isso já fez toda a seleção valer a pena. -Piper disse.

-Sua tarada! -Mika deu um tapa no ombro dela e eu ri.

Os guardas estavam treinando na piscina e nós estávamos tomando um café no Jardim bem ali do lado, mas as garotas não estavam nem um pouco interessadas na comida.

-Gente, gente, olha aquele loiro ali...

-TORTA DE CHOCOLATE PARA A SENHORITA! -Gardner disse colocando a torta na frente de Piper e tapando a visão que ela tinha de Gunther. Tampei a risada com a mão.

Todas ficaram secando eles com os olhos tanto que eu fiquei com medo que eles sumissem. Os guardas eram bonitos, até porque eram obrigados a ter músculos, mas nenhum deles tinha o cabelo escuro e os olhos claros que eu procurava.

-Curtindo a vista? -Perguntei quando Gardner parou perto de mim.

-N-nao por que eu estaria?

-Sei.

-Crystal! -Ele ficou vermelho. -Nao vou ficar secando Gunther...

-Ha! -Apontei o garfo pra ele. -Eu não falei do Gunther, falei da vista, por que está falando dele?

-Parece que seu suco acabou. -Ele disse pegando o copo e indo pra longe.

Gardner saiu e não demorou muito para outra pessoa vir, dessa vez era quem eu estava realmente procurando.

-Garotas! -Shalom disse.

-Alteza! -Elas fizeram um coro.

-Voces parecem bem interessadas na piscina. -Todas coraram e eu segurei o riso, fazendo Shay olhar pra mim e quase rir também enquanto falava. -Está calor, o que acham de reservarmos algum dia para fazer algo na piscina. Todo mundo junto?

Todas concordaram de maneiras diferentes e Shay sorriu, se voltando para uma selecionada em particular e falando algo que só ela podia escutar.

Sem ciúmes. Amizade. Apenas isso. Apenas amizade, o príncipe e a raposa, não Romeu e Julieta.

Ele se despediu e saiu, deixando a selecionada ser vítima de um turbilhão de perguntas.

Olhei para o lado e percebi que Lana não estava nem um pouco interessada em nada que estava acontecendo.

-Ei, está tudo bem?

-Sim... -Ela continuou com a expressão triste.

-Lana.

-Ta tudo bem, Crys, é só coisa da minha cabeça, não é nada de mais.

-Tudo bem então. Mas se quiser falar qualquer coisa, pode me falar. Tô aqui pra isso.

-Se eu fosse falar tudo... -Ela deu um gole na água dela e depois olhou para o lado, para onde um monte de selecionadas se aglomeravam em cima da "escolhida" para o encontro de hoje.

Fui para a biblioteca pegar um livro, mas não achei que ia achar o que achei em cima da mesa. Lá estava. O Grande Herói, o livro favorito de Shalom. Abri e resolvi ler mais uma vez. Durante a viagem, li Cidades de Mentira umas cinco vezes, e todas elas eu chorava no final ao lembrar de Shay. Será que ele fez o mesmo com esse livro?

Eu estava na metade do livro quando minha mãe sentou do meu lado.

-Shalom estava lendo esse livro mais cedo. Como sempre. Até eu li depois de ver ele lendo tanto. O que tem de tão legal nele?

-Esse livro é o Cidades de Mentira do Shay. -Ela entendeu a comparação com o meu livro favorito. -E meio que meu também.

-Entao tem uma história por trás dele? -Ele sorriu.

-Acho que sim...

Olhei a capa por um tempo e então minha mãe suspirou:

-Crys, você por acaso... você... O que se passa nesse seu coração?

-Como assim?

-Voce e Shalom. Eu vejo vocês vagando no Jardim a noite.

-E o que você quer dizer?

-Quero saber se você sabe o que está fazendo. Ou o que está prestes a fazer?

-Eu não entendi. -Menti.

-O seu coração. Você sabe onde você está botando ele, né?

Sei. Ah, como sei. E sei que isso não vai acabar nada bem. Lágrimas vieram aos meus olhos e eu espantei elas com um sorriso falso.

-Eu não estou botando ele em lugar nenhum, mãe. Shalom está tendo uma Seleção e eu não estou nela, eu sei disso. Mas eu ainda gosto dele. Shay é meu amigo. Meu melhor amigo.

-E é só isso que você quer que ele seja?

Odeio como minha mãe nunca presta atenção no que eu digo, e sim no que eu quero dizer. Odeio quando ela fala essas coisas que eu simplesmente não tenho resposta, quando sei que não posso mentir pra ela, quando ela toca na minha ferida e consegue fazer com que eu fale.

Eu não consegui parar de fazer as lágrimas se acumularem nos meus olhos, e quando vi uma delas já tinha caído.

-Nao sei...

Ela deu um sorriso triste e me abraçou.

Por que eu não posso fazer pelo menos uma coisa que não vá me machucar?

Minha mãe saiu da biblioteca e eu saí um tempo depois. Fui para uma varandinha para pensar. Não tinha nada que eu pudesse fazer, ou eu me machucava com Shalom distante ou eu me machucava com ele próximo.

Olhei para o Jardim e então vi duas pessoas fazendo um piquenique. Mas que droga! Por que isso me persegue?! Shalom e a selecionada que eu não faço nem questão de saber o nome estava rindo no meio do Jardim. As câmeras estavam perto e filmando tudo. É por isso que eu e ele só saímos a noite quando não tem ninguém pra ver nada. Se aparecermos no Jornal, tudo ia dar errado.

Lágrimas vieram e eu deixei elas cair. Pelo menos um pouco de peso sairia das minhas costas desse jeito.

-Crystal? -Meu pai disse entrando na varanda. -Está tudo bem?

-Sim. -Limpei as lágrimas e dei um sorriso triste pra ele.

-Eu sou seu pai. -Ele se encostou ao meu lado. -Te conheço muito bem pra você mentir pra mim.

Suspirei.

-Ah, quer saber? Na verdade, tá tudo uma merda.

Ele riu.

-Sei bem como é. Uma seleção já me fez pensar assim.

-M-mas não é por causa da Seleção.

-Mesmo? Sério mesmo? -Ele apontou pro piquenique.

-Ta bom, talvez seja.

-Quem diria. Minha filha agora tá chorando por um garoto. Antes você chorava por ficar longe de mim na escola. É, o tempo passa.

Eu ri.

-Mas eu não quero que você chore por esses caras. Se algum deles se machucar, me avisa que eu quebro a cara dele.

-Pai!

Ele deu uma risada e beijou minha testa.

-Eu te amo, filha. E não fique chorando assim por alguém. Ok?

-Ok.

-Agora eu tenho que achar o sua tia porque ela me deve umas explicações.

Ele saiu e eu fiquei lá pensando e olhando para Shalom lá embaixo. A garota se levantou e saiu, então eu me apressei e peguei uma pedra em um vaso de uma planta e taquei nele.

Ele olhou para os lados, confuso, então eu taquei outra, fazendo ele olhar pra mim. Acenei e ele sorriu. Não sabia por que tinha chamado Shay, talvez só pra ver o sorriso dele mesmo...




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