História Quando o amor começa é impossível parar. - Uma carta de amor.

Sakura.

Caramba, Japão e muito longe da Califórnia.

Quando titia me disse que tudo ficaria bem eu achei que poderia ver Sasuke pelo menos nos fim de semana, mas é claro que isso estava fora de questão.

Quando chegamos ao aeroporto e vi que estávamos indo para Tóquio eu tentei correr, mas eu fui impedida pelos seguranças do aeroporto que ficaram de olho em mim até a hora do embarque.

Titia não tinha o direito de me trazer para tão longe, por mais que meus pais tivessem lhe dado a minha guarda, isso não significava que ela podia tornar a minha vida um inferno.

_Eu não quero ir para essa escola. - mal chegamos a sua casa e minha tia está me mandando para uma escola.

Na verdade não é uma escola, mas um internato só para meninas.

Ela disse que era um colégio para damas, mas isso é somente um jeito bonito de dizer internato.

_Sakura sem birras, por favor. Eu realmente preciso que você vá para esta escola. - ela murmura com uma voz cansada.

Eu a vi tomar vários comprimidos durante a nossa viagem.

_ Olha meu amor. Sua tia está um pouco doente e preciso que fique nesse internato até eu melhorar. Assim que eu estiver melhor vou trazê-la para casa. - ela diz entre uma tosse e outra.

E claro que ela está doente.

Ela está sempre com um olhar cansado e seu corpo parece estar pior a cada dia, puxo minha mala de rodinhas e entro no carro que vai me levar para o Tokyo Girls College.

_Ok tia.. Se é isso que você quer, eu vou.  

Eu acreditei em suas palavras, mas ela nunca veio me buscar. 

Eu estou aqui desde os meus doze anos e nem me lembro de como e o mundo lá fora.

 Eu sou a única garota a nunca voltar para casa, todas as meninas voltam para casa para passar o natal, o ano novo e os feriados ao lado de suas famílias, mas eu não.

Nunca ninguém veio me pegar e aqui estou sozinha novamente, mais um aniversário no internato.

A única companhia que eu tenho durante todos esses anos no internato é o meu diário onde escrevo cartas de amor para um Sasuke imaginário, sonho cada noite com ele e acordo chorando.

Porque os sonhos acabam e a realidade não.

Choro com o pensamento dele ter me esquecido, e choro ainda mais com a possibilidade de Sasuke estar nos braços de outra menina.

Talvez eu não seja mais especial e única, talvez ele tenha alguém em seu coração.

E claro que ele não estaria sozinho. Sasuke sempre foi tão bonito e inteligente que todas as meninas no ginásio suspiravam por ele.

Me lembro até hoje de como as meninas lhe lançavam olhares cheios de malícia, mas ele nunca as olhou de volta, mas hoje não sei.

Acho que com seus dezessete anos ele tenha mudado muito. Tenho certeza que ele não é mais aquele Sasuke do qual me lembro.

Eu tenho uma foto dele no meu diário, uma foto dele com treze anos em um campeonato de futebol, ele estava sem camisa e suado, seus olhos em mim e seu dedão levantado em um joia.

Sempre que vou dormir eu coloco a foto sob meu travesseiro para poder sonhar com ele.

Pego meu diário e escrevo a minha carta de amor de número 251.

Meu diário de 300 páginas já está no fim, e eu temo que chegue um dia que eu não tenha mais páginas para escrever, mas estou com meus dezesseis anos e logo estarei saindo daqui.

Bem, pelo menos é o que espero.

Pego minha caneta rosa e começo a escrever. A única coisa que me faz sorrir e escrever para Sasuke, mesmo sabendo que ele nunca irá ler estas páginas.

Querido Sasuke.

Como foi seu dia hoje?

Bem, vou lhe contar sobre o meu dia. Tive duas aulas chatas de etiqueta e tricô. Oh sim etiqueta e tricô e não ouse rir.

Não sei o que é pior se são as aulas de filosofia e antropologia, ou as de etiqueta e tricô. 

Onde no mundo vou usar isso na minha vida hein?

Tudo bem, pode rir porque até eu ri quando fiz meu primeiro par de luvas, tipo ficou horrível Sasuke, pareciam mais uma luva de baseball do que luvas para o inverno.

Eu sei que parece bobo, mas eu fiz algumas meias para você, elas são quentinhas e tem suas iniciais.

E olha que elas até que ficaram bonitinhas. Estou pegando o jeito da coisa. Logo poderei abrir minha própria loja de meias de inverno. Hahaha.

Brincadeirinha. Gosto mais da aula de culinária, eu já disse que sei fazer donuts e cupcakes? Sim eu sei, e eles ficam até que gostosinhos.

Eu descobri que canela e baunilha deixa tudo gostoso.

Voltando as meias, espero que elas sirvam, pois não sei mais o tamanho de seus pés.

Eu sei que você só usa meias de heróis, mas estas são fofinhas e quentinhas, talvez você as use nos dias mais frios.

A aula de etiqueta é chata demais, a professora Hana nos ensina como nos portar na mesa e outras coisinhas mais, ela me ensinou outro dia como usar o garfo para peixe.

Isso porque eu nem sabia que havia diferença de talheres para comer carne, frango e peixes.

Parece bobo né? Mas até que é divertido e eu aprendi até a segurar uma taça de cristal. Chique no último Sasuke. Hahaha.

Uma princesa precisa saber segurar uma taça de champanhe certo? Bem, e o que as meninas aqui do colégio dizem, se é verdade eu não sei.

Faz muito tempo que estou aqui e não sei sobre o mundo aí fora. Me conte Sasuke.

A sua vida é divertida? Você está apaixonado ou amando alguém? Já beijou na boca?

E você Sasuke o que tem feito?

Espero que não esteja olhando para meninas ou beijando meninas, caso esteja vou lhe chutar a bunda seu bobão.

Sinto sua falta.

Queria que estivesse aqui Sasuke..

De sua princesa para sempre.

Haruno Sakura.

Ps. - Beijar é bom? Porque eu nunca beijei na boca. As meninas daqui dizem que é a melhor coisa no mundo. É melhor do que Donuts de chocolate? Se sim, eu queria experimentar seu beijo..

Fecho meu diário e suspiro olhando para o vasto jardim esperando que cada pergunta seja respondida, talvez um dia eu tenha as respostas para todas as perguntas que eu fiz ao longo destes anos para meu Sasuke imaginário, ou não.

Será que o amor é tão bom quanto dizem que é? Porque estar apaixonada dói demais. Principalmente se a pessoa por quem você está apaixonada não está aqui para você.

Sinto falta de ser abraçada por ele. Sinto falta de suas carícias. Sinto ainda mais falta de escutar sua voz. Eu me sinto tão sozinha que dói. Meu coração está sangrando, mas ninguém pode curá- lo.