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História Quarentena (Minsung) - A quarentena na casa de Lee Minho - História escrita por Staycatt - Spirit Fanfics e Histórias
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História Quarentena (Minsung) - A quarentena na casa de Lee Minho


Escrita por: Staycatt

Notas do Autor


Oi gente!! Eu escrevi essa historia pensando em todas as pessoas que, assim como eu, estão entediada na quarentena!
Espero que vocês gostem!
E, por favor, quem puder, fique em casa!
Boa leitura!

Capítulo 1 - A quarentena na casa de Lee Minho


Fanfic / Fanfiction Quarentena (Minsung) - A quarentena na casa de Lee Minho

- Calma aí, deixa eu ver se eu entendi – Hyunjin disse enquanto olhava para o amigo.

Estavam sentados na mesa do refeitório os 4 amigos : Han, Felix, Hyunjin e Seungmin. Os quatro eram grandes e inseparáveis amigos e tinham se conhecido de maneira muito peculiar.

Hyunjin e Han estudaram na mesma escola durante o primário, naquela época eles costumavam ser inimigos mortais. Então um dia Han mudou de escola e finalmente se viu livre do menino que ele achava insuportável, mas, como a alegria de pobre dura pouco, no ano seguinte ele descobriu (para seu enorme desgosto) que Hyunjin tinha ido para mesma escola que ele. Jisung ainda não tinha feito muitas amizades na nova escola, então acabou sendo inevitável eles se aproximarem por já serem conhecidos. Tiveram que fazer trabalhos juntos e essas coisas porque ou Jisung ficava perto de Hyunjin ou ficava sozinho. Não demorou para eles perceberem que aquela rixa toda era uma enorme bobagem e, é claro, viraram inseparáveis. Eles se consideravam almas gêmeas, Yin e Yang.

No ano seguinte eles conheceram Lee Felix, o australiano transferido para a sala deles. No começo, Felix quase não falava Coreano, por isso o novato se aproximou bastante de Kim Seungmin, um dos poucos ali que tinha um inglês em nível mais alto e, por isso, acabou se oferecendo para ajudar. Era a primeira vez que Minho e Jisung caiam na mesma sala que Seungmin, mas já conheciam o menino de vista por ele ser presidente do Conselho estudantil e a maior nota do ano. Seungmin também era meio antissocial, mas pareceu ter ficado mais aberto depois de conhecer os garotos. Isso é, ele acabou se abrindo primeiro com Felix, e, quando Felix fez amizade com Han e Hyunjin, Acabou trazendo Seungmin junto. Logo eles se tornaram um quarteto e Seungmin até aprendeu a gostar daquela bagunça que eram os quatro juntos.

De volta a mesa de refeitório, Minho olhava para Han tentado entender o que o amigo tinha acabado de falar.

- Está me dizendo que você vai passar a quarentena na casa de Lee gostoso Minho? – Hyunjin perguntou já boquiaberto e Jisung não se surpreendeu com o surto dele, mas mesmo assim teve que fazer “shhhh" porque o amigo estava gritando no meio do refeitório.

Existe um outro detalhe sobre aquele grupo de amigos, um fator que não foi decisivo, mas ajudou o grupo a se unir e criar vínculos ainda mais fortes, embora eles sentissem como se a amizade deles fosse predestinada desde o começo. Três anos atrás, quando Jisung e Hyunjin começaram a ficar mais próximos fazendo trabalhos e sentando juntos nas aulas, eles acabaram descobrindo juntos que tinham interesses em garotos. Com 13 anos de idade, os colegas começavam a dar os primeiros beijos. Enquanto isso, Jisung sentia zero interesse em garotas e Hyunjin, por outro lado, tinha menos interesse ainda. Talvez esse seja um dos fatores que os juntou. Enquanto os outros falavam de meninas, Jisung e Hyunjin tinham interesse em música, dança ou qualquer outro assunto. Com 14 anos eles assistiram um filme juntos em que dois garotos se apaixonaram. Foi como um estalo, os garotos que nunca tinham visto dois homens juntos, ao ver uma cena em que a paixão entre dois garotos era representado como algo romântico e verdadeiro fez os dois ficarem pensativos. Como sempre, Hyunjin foi o primeiro a tocar mais abertamente no assunto e eles discutiram uma tarde inteira. O que começou com uma pergunta: “ É errado dois meninos se apaixonaram?” acabou com uma auto reflexão muito maior, na qual os dois garotos reconheceram neles mesmo um interesse especial por garotos. Aquele foi um dos dias mais especiais para os dois, não só por terem entendido melhor sua própria sexualidade, mas por terem fortalecido ainda mais o laço de amizade entre eles e a confiança. Os dois tinham o apoio mútuo e isso seria muito importante para eles porque na sociedade em que vivem ainda a há muito preconceito e é sempre importante ter alguém em quem se apoiar e confiar.

Também foi mais ou menos esse o tema de uma das primeiras conversas que aproximaram Jisung, Hyunjin e Felix. Na Austrália a temática LGBT era muito mais aceita e falada, sendo o próprio Felix um garoto completamente aberto àquele tema. Felix era bissexual, e não escondia isso de ninguém. Hyunjin, logo que soube disso pelas fofocas que circulavam a escola, insistiu com Jisung que eles deviam ir conversar com o novato. Jisung era tímido pra conversar com pessoas assim, e ainda mais sabendo do tanto que Hyunjin podia ser indiscreto. Ele tentou tirar aquela ideia da cabeça do amigo, mas falhou miseravelmente. Não foi muito depois que ele se encontrava vermelho dos pés a cabeça enquanto Hyunjin perguntava da forma mais direta e, para Jisung, sem noção, se Felix era realmente bissexual. Para o alívio de Jisung, Felix não pareceu incomodado com a pergunta, ele apenas respondeu que sim. Começaram então uma conversa animada, em que Hyunjin contou sobre ele serem gays, mas não tão assumidos assim, e eles ficaram nesse papo de sexualidade por um longo tempo. Jisung foi se soltando aos poucos, antes ele estava parado feito uma planta vendo os dois conversarem animados sobre aquele assunto, do qual Felix dominava bem, já conhecendo bem mais do tema por ser mais comum se falar nesse assunto na Austrália. Seungmin também apareceu, ajudando vez ou outra Felix com as traduções. Eles logo descobriram que Seungmin, apesar de mais quieto, era incrivelmente fofo e amável. Ele era a razão daquele grupo e, como o esperado de uma pessoa que era sempre tão racional, Seungmin não teve problema com a sexualidade dos outros três meninos. Ele próprio nunca tinha parado para pensar sobre isso antes, mas quando conheceu Felix, não precisou que o australiano contasse muito sobre a comunidade LGBT para que Seungmin chegasse a conclusão de que não havia nenhum fundamento racional nos discursos de ódio direcionado aos homossexuais e outros grupos da comunidade LGBT.

Enfim, conhecer Felix foi muito importante para Jisung e Hyunjin pois era o australiano quem mais mostrava para eles que não tinha nada de errado com a sexualidade deles e que mostrava filmes, documentários, livros e vídeos que tratavam do assunto. Seungmin, que devorava qualquer tipo de conhecimento, também lia e via tudo que ele mostrava.

Então, naquele grupo em que três deles eram assumidamente homossexuais (e um quarto garoto que parecia não estar nem aí para o amor e só se interessava pelos estudos), Lee Minho, o garoto assumidamente gay, se tornou o crush dos três.

Como eles conheceram Minho? Bem, para começo de conversa, Minho era filho da melhor amiga da mãe de Jisung. Eles tinham se visto algumas vezes por conta disso e, é claro, o Han tinha achado ele lindo. Entretanto, nenhuma das vezes eles conversaram muito. Suas mães se encontravam com frequência e fofocavam sobre eles. Por incrível que pareça, ambas as mães descobriram sobre a sexualidade dos filhos e ambas aceitaram bem. Elas ficaram muito amigas quando começaram a trabalhar na mesma empresa no mesmo dia, embora fossem de setores diferentes. Elas se perderam pelos corredores e foi uma longa busca até encontrarem onde deveria ir. Enfim, a amizade delas só aumentou quando descobriram que ambos seus filhos eram gays e, para a surpresa e alegria de Jisung, elas aceitaram aquilo tudo muito bem. Na verdade, foi um motivo a mais para elas fortaleceram a amizade.

De qualquer maneira, Jisung via a mãe de Minho com bastante frequência, mas raramente ele via o próprio Minho. A maioria das vezes YuMin aparecia na casa dele sozinha, da mesma forma que, sempre que a mãe de Jisung ia visitar a amiga, Jisung ficava em casa.

Entretanto Jisung via Minho com bastante frequência em outro lugar: os corredores da escola. Sim, eles estudavam na mesma escola, mas Minho era dois anos mais velho. É claro que um garoto bonito, mais velho e ainda por cima declaradamente gay chamaria a atenção dos quatro amigos. Eles passaram a maior parte do primeiro ano babando no bonitão do terceiro, Hyunjin especialmente parecia ter uma queda enorme por ele. Aconteceu, no entanto, de no final do primeiro ano, Hyunjin começar a sair com outro garoto que ele conheceu. O menino era mais novo e muitos conheciam por ser a criatura mais fofa do colégio. Hyunjin conheceu ele através de Seungmin porque Jeongin queria entrar também para o Conselho estudantil. Pode-se dizer que não demorou para Hyunjin cair nos encantos fofos daquele garoto. Depois disso ele parou de ficar babando em Minho o tempo todo.

Jisung, por outro lado, apesar de achar Minho um garoto lindo, não realmente pensava em ter qualquer coisa com ele. Apenas achava ele bonito e nada mais. Entretanto, ele acabava sendo a fonte de informação para os outros garotos. Eles viviam insistindo para Jisung recolher mais informações sobre o menino bonito, mas Jisung morria de vergonha de perguntar qualquer coisa para a mãe e, principalmente, para o próprio garoto. Ele não teria essa coragem. O máximo que ele fazia era escutar de vez em quando a conversa da mãe com YuMin e tentar captar algum tipo de informação. Normalmente ele só escutava coisas do tipo “ O Jisung também!! Se eu deixar ele fica cantando o dia todo!” “ Eu tenho que obrigar o Jisung a tomar banho, mas agora até que ele tá melhorando” “ Nossa, Jisung tá tendo muita dificuldade em Matemática, mas ele é ótimo em língua e literatura coreana!” e outros blá blá blás de mães.

De qualquer maneira, Jisung e seus amigos estavam agora no segundo ano. Um mês de aula tinha se passado e estavam no começo de março. Não falavam mais de Minho com a mesma frequência que antes já que agora ele tinha se formado e não o viam mais nos corredores da escola. Hyunjin tinha começado a namorar Jeongin e Felix estava tendo uma rolos com outro menino. Até Seungmin, que parecia não se interessar em romance, andava tendo conversas animadas com uma menina do Conselho estudantil e andava suspirando pelos corredores. Minho virou assunto passado para todos ali, exceto para Jisung, já que a mãe ainda era melhor amiga da mãe de Minho. Ele foi o primeiro a saber que Minho tinha passado em veterinária porque a mãe de Jisung não parava de elogiar o menino, até o ponto que Jisung reclamou que era ele quem era o filho dela. BongHee riu e disse que o filho estava sendo ciumento e que ela também tinha muito orgulho dele.

O ano estava apenas começando quando a notícia sobre uma nova doença começou a se espalhar. No começo não parecia ser nada sério, mas a medida que o tempo passava as pessoas foram percebendo que tinham muitas vidas em jogo naquele momento e que seria necessário o esforço de todos para que a doença não se espalhasse ainda mais rápido. Foi por isso que as escolas, shoppings e teatros todos fecharam. Várias empresas começaram a fazer homeoffice e shows de e artistas foram cancelados. As pessoas entraram em quarentena e foram instruídas a ficar em casa até que as coisas se acalmassem.

Jisung estava em seu último dia de aula e depois ele também ficaria preso dentro de casa, mas recebeu uma notícia um tanto quanto perturbadora. A avó de Jisung já tinha completado os 79 anos e estava entre o grupo de risco da doença. A senhora morava em Busan, sozinha e era bastante teimosa. BongHee não pensou duas vezes antes de decidir ir para lá ficar com a mãe e cuidar para que ele a permanecesse dentro de casa. Talvez por ser filha única, BongHee era extremamente apegada a mãe e foi só aquela pandemia começar que ela já ficou duplamente preocupada com a situação. BongHee estava fazendo HomeOffice como foi instruída pela empresa onde trabalha e poderia fazer isso de Busan sem problemas. Já o pai de Jisung, estava fora, viajando e, com as fronteiras fechadas, estava sem poder voltar para casa. Obviamente que a mãe de Jisung não iria deixa-lo sozinho em casa durante tempo indeterminado, mas também não queria levá-lo com ela, a casa da mãe já era apertada, ficarem os três presos lá dentro só iria deixar a senhora estressada e dificultaria as coisas. Por isso ela pediu que a melhor amiga recebesse o menino durante aquele período conturbado. Basicamente, depois da aula Jisung iria passar em casa para pegar suas malas e depois iria ficar preso na mesma casa que Minho durante o tempo que fosse necessário.

- Eu não sei o que fazer!! Eu vou realmente ter que ficar sabe-se lá quanto tempo morando com o Minho! Pior que isso, sem poder sair de casa!

- E você está reclamando?? Todos nós concordamos que Minho é um baita Deus grego e você vai poder ir morar com ele! Como é que isso pode ser ruim? – Felix também estava animado com a ideia, parecia um ótimo jeito de descobrir se o garoto bonito era também um garoto legal.

- Eu nem conheço ele!

- É uma oportunidade de conhecer! – Hyunjin disse.

- Okay gente, vocês não estão olhando essa situação de forma correta! Eu vou ficar preso com ele. PRESO! Imagina se nós não nos dermos bem? Ou se ele não gostar de mim? Ou se ficar um clima estranho? Eu não vou ter para onde ir!! – Jisung suspirou, frustrado.

- Agora você está se preocupando demais antes da hora, isso não faz bem pra você Jisung – Seungmin ponderou.

Os outros dois concordaram.

- Isso mesmo! Eu sei que você pode ser muito tímido para conhecer pessoas novas, mas vai dar tudo certo! Você sempre fala que a mãe dele é um amor, então deve ter criado bem o filho. E também, se tudo der errado e de fato se tornar insuportável ficar naquela casa, tenho certeza de que sua mãe dá um jeito de você ficar em outro lugar.

- Eu acho que minha outra opção é ir para a casa do meu tio Chul, irmão do meu pai. Ele é homofônico pra caramba, mas não sabe sobre mim. Seria terrível!

- Poia então! Dê uma chance para o Lee gostoso Minho! – Hyunjin disse.

- Verdade, quem sabe o que pode acontecer? As vezes vocês vão ficar muito amigos – Felix disse.

- Que amigos o que! – Hyunjin repreendeu – Você tem é que aproveitar pra dar uns beijos naquele garoto!! – Ele disse especialmente para Jisung.

- É Hyun, eu dou uns beijos nele e no dia seguinte finjo que nada aconteceu, apesar de estar na casa dele. Que ideia ótima! – Jisung disse em um revirar de olhos.

- Vai deixar passar a oportunidade? – Hyunjin perguntou.

- Que oportunidade? Estamos no meio de uma pandemia, não vou dar em cima de ninguém!

- O que que a pandemia tem a haver?? Se você não quer dar em cima do menino, não vem por a culpa na pandemia. E ainda digo mais, se você quer saber minha opinião, acho que você tem chances com ele, viu... – Seungmin disse.

- Como é que é? – Hyunjin foi o primeiro a gritar, mas todos os três arregalaram os olhos e olharam para Seungmin com surpresa.

- Não me surpreende que vocês três, lerdos do jeito que são, não tenham percebido – Seungmin revirou os olhos - Minho nem se quer disfarçava direito a maneira que secava o Jisung.

- O que você anda fumando, Seungmin? Seja lá o que for, não está te fazendo bem! – Jisung disse.

- Não está acreditando em mim? – Seungmin ergueu as sobrancelhas – Pois saiba que eu também acho esse tal Minho muito estranho por estar interessado em você, mas eu presenciei com os meus próprios olhos ele praticamente te comendo com o olhar naquele dia da apresentação de rap que você fez com o Changbin para o show de talentos.

- Você tá brincando!? – Hyunjin perguntou animado – Ahhhhh! Amigo, é a sua chance!!! Agarra o Lee gosto Minho! Você tem que fazer isso por todos nós! – gritou animado.

- Gente, vamos manter a calma. Eu nem sei como as coisas vão acontecer ainda... – Jisung já estava arrependido de ter falado alguma coisa, os meninos não iam deixar ele em paz com essa história de Minho.

Para a alegria de Jisung, o sinal bateu e os meninos tiveram que volta para a aula. Isso não impediu que Jisung escutasse os amigos insistirem sobre ele e Minho a cada brecha que os professores davam.

É, parece que realmente Jisung não tinha outra opção...

Mal sabia ele que, em outro lugar naquele exato momento um outro garoto recebia uma notícia parecida...

Minho acordou cedo apesar de não ter aula. A faculdade tinha parado bem quando o Lee estava começando a pegar o ritmo. Ele sempre foi apaixonado por animais e por biologia, entender como os seres vivos funcionam. É claro que, por entender um pouco disso, Minho sabia que aquele isolamento era mais que necessário para se conter o vírus que rapidamente se espalhava pelo país e pelo mundo.

Tudo estava indo bem até ele se sentar à mesa do café e receber a notícia que quase fez com que ele cuspisse o café na cara de sua mãe.

- Han Jisung vai ficar com a gente durante a quarentena? – Ele repetiu as palavras da mãe sem conseguir acreditar no que tinha escutado.

- Sim, BongHee tem de ir à Busan ficar com a mãe e o marido dela está preso na China sem poder sair por causa da pandemia. Você sabe o quanto BongHee fez por mim, não poderia negar esse favor! Além disso, Jisung é um amor!

Minho não respondeu por alguns segundos por ainda estar chocado demais. Han Jisung e ele ficariam presos em uma mesma casa durante sabe-se lá quanto tempo? Ele não sabia se achava a ideia legal ou um pesadelo completo.

- Você não gostou? – YuMin perguntou preocupada – Eu sei que pode ser meio abrupto, mas ele é um garoto tão educado e fofo, tenho certeza de que vocês vão se dar bem!

- Tudo bem, não é que eu não tenha gostado. Só fiquei surpreso – Minho respondeu – Quando ele vem?

- Hoje.

- Hoje??? – Minho arregalou os olhos – Mas mãe, a gente nem arrumou a casa!

- Calma Minho! Tá tudo certo, ele vai chegar aqui para o almoço. Da tempo de você arrumar seu quarto e de preparar uma cama para ele.

- Ele vai dormir no meu quarto??

- Sim, qual o problema?

O problema... ah, se a mãe soubesse que o problema tem nome e sobrenome e está vindo passar dias na mesma casa que eles...

- Talvez seja melhor se ele dormir no meu quarto e eu dormir na sala, pra ele ficar mais confortável, sabe?

- Você quem sabe, mas acho bobagem. Isso tudo é porque vocês dois são gays? Que eu saiba, você sempre deixou o Chan dormir no seu quarto mesmo ele sendo bi.

- É mãe, mas o Chan é meu amigo. Eu não tenho toda essa intimidade com o Jisung.

- Vai ser como ter um irmão mais novo por um tempo! Vai ser legal! Imagina como seria chato se fossemos só nós dois presos nessa casa?

- Nossa mãe, tá dizendo que passar tempo comigo é chato?

- Claro que não, meu amor! Só tô dizendo que vai ser mais uma pessoa para passar esse tempo com a gente.

- Tudo bem, eu vou subir para arrumar o meu quarto então. Ele deve vir da escola, né? – A mãe assentiu – Ok, então eu vou lá. Já volto.

Minho saiu correndo para o quarto para deixar tudo limpo e organizado. Não era todos os dias que se acorda com a notícia de que o garoto por quem você tem uma ligeira queda (lê-se penhasco) vai passar dias morando com você. Isso mesmo que tá escrito aí, Lee Minho tinha uma quedinha por Han Jisung, filho da melhor amiga de sua mãe. Na verdade, ele sempre achou o menino fofo, mas só começou a olhar para ele diferente depois de um dia na escola quando ele subiu no palco do colégio e se apresentou com o menino do segundo ano, Changbin. Naquela ocasião, Jisung pareceu ganhar vida no palco. A energia, os sorrisos e o olhar, tudo parecia brilhar nele naquele momento. Se não bastasse isso, a letra da música era linda e, Minho descobriu, foi escrita pelo próprio Jisung! Ele achava Han um menino lindo, fofo e talentoso. Depois daquele dia, passou a observar mais o menino pelos corredores da escola. Jisung sempre tinha um sorriso bonito para distribuir entre os amigos, andava distraído e claramente, era bastante tímido. Minho nunca teve coragem para ir falar com ele.

Depois de se formar na escola, Minho achava que não veria mais Jisung com tanta frequência e acabaria por supera-lo. Entretanto, a vida parecia ter outros planos, já que agora eles iriam passar tempo indeterminado juntos. Foi só pensar nisso que Minho não pode deixar de sorrir, mas logo que viu o que estava fazendo, ele tratou de esconder aquele sorriso. O que ele estava pensando? Controle seus hormônios Lee Minho!

Minho podia até fingir que não, mas tomou um banho mais demorado naquela manhã depois de arrumar a casa e ainda vestiu uma roupa mais bonita que o normal para alguém que vai ficar em casa. Quem reparou em tudo isso foi YuMin, mas, apesar de ter achado estranho, a ficha dela estava só começando a cair.

Enquanto Minho se vestia e se arrumava para receber o novo morador temporário, Jisung mal teve tempo de entrar em casa e pegar suas malas (que já estavam prontas) antes de a mãe já estar gritando com ele para andar rápido que eles estavam atrasados. BongHee estava ansiosa para chegar em Busan logo. A mãe não podia ficar sozinha desse jeito! Como consequência, Jisung nem ser quer trocou de roupa, entrando no carro ainda vestido com o uniforme escolar e com os cabelos mais bagunçados do que nunca. Que jeito de chegar na casa de alguém...

Ele passou as mãos pelos fios loiros do cabelo recém descolorido e tentou parecer meramente apresentável. Em menos de 15 minutos o carro parou na porta da casa de YuMin e Jisung sentiu o costumeiro nervosismo de encontrar pessoas novas lhe tomar o corpo. Por causa de sua timidez, Jisung estava muito nervoso com essa ideia de ficar na casa de estranhos. Não tanto por causa de YuMin, com quem ele já tinha certa intimidade, mas por causa do filho dela. Por que era tão difícil para ele conversar com pessoas novas?

BongHee tirou as malas de Jisung de dentro do carro e depois apertou o interfone. Em pouco tempo as portas se abriram e Jisung e BongHee entraram. Para a sorte de Jisung, que estava carregando a mala pesada, YuMin morava no segundo andar.

Quando eles já estavam no último lance de escadas, já puderam ver a mulher de sorriso largo esperando por eles na porta.

- Querido, deixa o Minho te ajudar com essa mala pesada! Eu vou chamar ele, pera aí! – YuMin disse lá de cima assim que colocou os olhos neles.

- Não precisa! Falta tão pouco agora! – Jisung respondeu rápido, não queria causar nenhum problema. Sem dar tempo para YuMin chamar Minho, ele já começou a subir rapidamente os degraus carregando a mala com dificuldade.

BongHee, que vinha subindo logo atrás, disse:

- Deixa Yu, Jisung agora tá numa fase que só pensa em fazer exercício físico pra “ficar com um corpo malhado", como diz ele – Mães nunca perdem a oportunidade de falar coisas desnecessárias...

As duas riram.

- Ihh, já vi então que agora vou ter dois garotos malhando na minha casa o dia todo, o Minho é igualzinho!

Começou...

- É a fase! Pelo menos eles ficam fortes e podem carregar coisas pra gente depois!

As duas riram mais.

- Com certeza! É pra isso que a gente tem filho, não é? – Será que elas não cansam desse papo de mãe, toda vez a mesma coisa! – Mas eu tenho que dizer, estou te achando mais encorpado mesmo, Jisung! Você parece que cresceu, ganhou músculo! Tá de parabéns, oh! – YuMin disse levantando o polegar em aprovação. Jisung, como em toda vez que recebia esse tipo de comentário, sentiu as bochechas esquentarem e sorriu para YuMin.

- Obrigado, tia YuMin.

- De nada, querido – respondeu a mulher com carinho.

- Meu Jisung já tá virando um homem! Como o tempo passa rápido, não é?

- Eu que o diga, mal posso acreditar que Minho já está na faculdade!

- Ah, mas o Minho é um menino de ouro! Tenho certeza de que vai ser ótimo na faculdade! Por falar nisso, cadê ele? – BongHee perguntou.

- Ele estava se arrumando. Vê se pode, esse menino as vezes dá uma de vaidoso. Já desisti de entender! – Jisung nem estava dando mais atenção praquela conversa de mãe, até YuMin dizer que ia chamar Minho. Ela virou pra dentro de casa e gritou “Minhooo! Vem receber o Jisung!!”

Na mesma hora o garoto de cabelos negros apareceu no corredor vindo em direção a eles. Minho estava com uma calça Jogger e uma camiseta preta lisa por cima, mas mesmo com uma roupa tão normal, dava para ver que ele tinha se arrumado. Nos olhos ele tinha uma maquiagem leve e nos lábios provavelmente tinha passado um brilho. Naquele momento Jisung se sentiu ainda mais nervoso e intimidado, nunca se sentiu mais mal vestido na vida. Instintivamente ele abaixou a cabeça e sentiu as bochechas vermelhas. Em uma coisa os amigos estavam certos: Minho era lindo.

- Olha que menino mais lindo! – BongHee elogiou.

- Obrigado tia BongHee! – Minho sorriu para a mulher, mas logo seu olhar recaiu sobre a pessoa que ele de fato queria impressionar. Infelizmente, Jisung não estava olhando para ele e sim para o chão. Não que Minho não soubesse da timidez de Jisung, mas ele tinha esperança de pelo menos chamar um pouquinho da atenção do menino para ele. Não foi atoa que ele passou horas tentando decidir uma roupa que parecesse bonita, mas que ao mesmo tempo não fosse extravagante demais a ponto de não parecer casual, afinal eles nem iam sair de casa! Ele também teve que se preocupar com a maquiagem e só terminou de arrumar toda a bagunça que tinha feito no guarda roupa e no banheiro pouco antes de a mãe chama-lo.

- Lindo de mais pra alguém que vai ficar preso em casa, se vocês querem saber minha opinião – YuMin negou com a cabeça.

- Deixa ele, YuMin! Antes um garoto vaidoso do que um porquinho igual o meu Ji!

Se Jisung já estava envergonhado antes, era agora que ele de fato teve vontade de sumir! Talvez ele realmente tivesse tentado cavar um buraco para esconder a própria cabeça no chão, se a mãe não tivesse escolhido aquele momento para lembrar que estava com pressa.

- Yu, eu tenho que ir! Minha mãe já deve estar esperando por mim, eu só vim mesmo para trazer o Jisung e para te agradecer por cuidar dele por mim durante esses dias. Você está sendo um verdadeiro anjo!

- Não por isso, amiga! É um prazer enorme pra mim! E só assim pro Jisung vir visitar a minha casa!

Jisung conseguiu se forçar a dar um pequeno sorriso para YuMin, mas ainda assim evitava olhar para Minho a todo custo. Isso não o impedia de sentir o olhar do outro sobre ele o tempo inteiro, quase ao ponto de fazer Jisung querer sair dali correndo. E, afinal de contas, como Minho podia estar tão cheiroso? Pensar nisso só fazia Jisung se lembrar da mãe chamando ele de porquinho.

- Então eu já vou! Yu, já depositei dinheiro dos gastos do Jisung na sua conta. Nem adianta me olhar com essa cara porque já está feito e não vou aceitar devoluções! Se essa quarentena se prolongar, eu posso acabar te enviando mais – BongHee disse ao se despedir da amiga – Minho, estou muito feliz por te ver! Não pare de estudar durante a quarentena que eu sei bem o tanto que você está se esforçando pra ser um bom futuro veterinário! E também, pare de ficar cada dia mais lindo! – BongHee brincou arrancando uma risada gostosa de Minho – Por último, e o mais importante, Jisung, meu filho, fique bem! Eu sei que você já está grande, mas eu não ficaria confortável em te deixar sozinho por tantos dias. Eu vou te ligar todos os dias e qualquer coisa que acontecer você não só pode como deve me chamar na mesma hora, sim? – Jisung assentiu – Te amo, meu amor! Fique bem!

- Também te amo mãe.

Com um último abraço, Jisung assistiu a mãe sumir pelo corredor. Finalmente YuMin fechou a porta da casa.

- Ok menino, agora somos ser só nós três! Primeiro de tudo, vamos passar um álcool em gel nas nossas mãos já que o Jisung acabou de chegar da rua! – Todos seguiram as instruções de YuMin, higienizando as mãos e a mala de Jisung – Ok! Agora, Minho, porque você não ajuda o Jisung a levar a mala dele para o quarto? Eu vou terminar de preparar o almoço! Só estava esperando você chegar para finaliza-lo Jisung! E você pode ficar bem a vontade, querido! Se quiser tomar um banho e tirar esse uniforme antes de comer, o Minho te mostra tudo, não é filho?

- Claro – Minho respondeu.

- Obrigado – Jisung agradeceu, embora a voz tenha saído mais baixo do que planejou.

Minho foi pegar a mala dele, mas Jisung percebeu e tentou impedir.

- Ah, não precisa! Eu consigo puxar a mala sozinho!! – Ele disse meio envergonhado.

- Não custa nada, eu levo pra você! – Minho insistiu na intenção de agradar Jisung.

Ele pegou a mala e, dessas vez, Jisung deixou, embora as bochechas dele estivessem ainda vermelhas. É normal sentir vontade de morder a bochecha de alguém? Minho se perguntou.

Ele puxou a mala e Jisung seguiu ele pelo corredor até entrar no quarto. A decoração e a cama de solteiro no centro da cama já indicavam de cara que aquele era o quarto de Minho. Jisung não pode e deixar de olhar em volta e reparar em tudo. A primeira coisa que chamava a atenção em qualquer um era o colchão no chão ao lado da cama, já com travesseiro e cobertores dobrados na ponta, prontos para serem usados. Jisung só pode e pensar uma coisa: Será que eu vou dormir no mesmo quarto que o Minho?

- Pode ficar a vontade, Jisung. Esse é meu quarto, depois eu te levo para conhecer os outros cômodos. Eu preparei uma cama para você, mas se você se sentir desconfortável, eu posso dormir na sala e você fica com a minha cama.

- Não! Eu posso dormir aqui! Parece perfeito, muito obrigado – Jisung agradeceu envergonhado, a voz baixando na última frase. Ele estava sim desconfortável, mas não ia dizer isso nunca. Já estava abusando o suficiente só por estar ficando ali todos aqueles dias e de fato apreciava toda a boa vontade e o carinho com o qual estava sendo recebido.

- Então tudo bem, mas você pode me avisar qualquer coisa! Eu também separei um espaço pra você no meu armário de roupas, mas talvez não caiba tudo... A gente pode arrumar isso mais tarde.

Jisung concordou. Ele voltou a observar o quarto. Foi inevitável sorrir quando viu uma pequena bandeira LGBT próxima a uma pelúcia do Dragão banguela. Também chamou a atenção de Jisung todos os livros que Minho tinha organizados em uma estante. As paredes do quarto tinham um tom de cinza azulado e a iluminação vinha de uma grande janela na parede oposta à porta. No geral, o quarto era simples, mas estava incrivelmente limpo e organizado de um jeito que fez Jisung sentir vergonha de seu próprio quarto.

A atenção de Jisung foi desviada quando ele sentiu um esfregar em sua perna e deu de cara com a gata de pelagem mais escura e levemente rajada. Jisung sorriu e se abaixou para acariciar o animalzinho.

- Essa é a... Soonie? – Jisung perguntou enquanto coçava a cabecinha da gata.

- Essa é a Dori, mas fico feliz que você lembra das meninas!! – Minho talvez tenha se apaixonado um pouco mais. Ele amava demais as gatinhas e saber que Jisung se lembrava delas, mesmo só as tendo visto umas poucas vezes quando veio comer em sua casa, já deixava ele derretido. Tudo era desculpa para se iludir um pouco mais quando se está apaixonado, e a cabeça de Minho já sussurrava que aquilo só podia significar que Jisung era sua alma gêmea! – Soonie e Doongie devem estar lá na sala. Eu vou te mostrar elas, mas você não quer tomar um banho primeiro? – Minho perguntou.

É normal ficar escutando a voz da sua mãe em sua cabeça sussurrando “porquinho, porquinho” o tempo todo? Jisung tinha apenas uma certeza, a mãe tinha conseguido o que queria. Ele nunca mais ia enrolar para tomar banho depois dessa vergonha.

- Eu vou só pegar minhas coisas! – Ele disse se abaixando para abrir a mala e tirar de lá uma toalha, uma muda de roupas e seus produtos de beleza. Já com tudo em mãos ele olhou para Minho, esperando ele guia-lo para o banheiro.

Minho achava Jisung muito fofo e talvez tenha ficado um segundo paralisado olhando para aqueles olhos bonitos que finalmente estavam grudados nele. Isso até ele perceber o desconforto de Jisung quando o garoto desviou o olhar para o chão.

- Quer que eu te ajude a carregar as coisas?

- Não, está tudo bem. Obrigado.

- Então vamos lá! Vai ser bom pra você tomar um banho e tirar essas roupas! – “porquinho, porquinho" – Se tem uma coisa que eu não sinto falta da escola é de ter que usar esse uniforme! Mas se bem que você fica lindo nele – “porqui... Peraí, é o quê?!?” Minho acabou de fazer um elogio a Jisung ou foi imaginação?

Jisung corou e Minho comemorou por dentro que tivesse sido ele a provocar essa reação.

- Então Jisung, bem vindo ao banheiro! – Ele apresentou teatralmente – Esse banheiro é de nós dois, a minha mãe tem o dela na suíte. A água quente é a da direita e a fria a da esquerda. Você pode ficar a vontade. Se quiser, já pode deixar suas coisas aqui também. Pode deixar shampoo, condicionador e essas coisas aqui – apontou para um canto do banheiro – E os as outras coisas podem ficar aqui nesse armário. A escova fica aqui junto da minha. Se você precisar de qualquer coisa ou se quiser usar um dos meus produtos é só pedir! – Jisung concordou de novo e sorriu agradecido – Bem, então eu vou deixar você a vontade...

Minho disse e, com um último olhar, saiu do banheiro deixando Jisung sozinho para trás. Minho não conseguia tirar o sorriso do rosto, Jisung era tão fofo!! Ele entrou no quarto e foi até Dori que estava deitada em sua cama.

- Você acredita que Han Jisung está tomando banho no meu banheiro nesse e exato momento, Dori? – A gata olhou para ele e entortou a cabeça – Eu também não! – Minho exclamou se jogando de costas na cama – Você gostou dele não foi? – Perguntou olhando para a gata E começando um carinho na cabecinha da felina – Eu sei, quem não iria gostar, não é mesmo?

Minho continuou deitado ali na cama com sua gatinha conversando com ela e sorrindo besta até Jisung entrar de volta para o quarto. Ele estava vestido com roupas simples, a blusa de mangas longas com listras brancas e pretas deixava ele ainda mais fofo. Os cabelos ainda estavam unidos e a franja tinha sido jogada para trás. Minho sentiu vontade de morder ele inteirinho!

- Hummm – Jisung começou ainda envergonhado, tentando juntar coragem para formar as palavras – Minho hyung, onde eu posso colocar a roupa suja? – A voz de Jisung saiu mais baixa do que ele pretendia, mas não sabia ele que Minho já tinha ganhado o dia só por ter sido chamado de “hyung".

Minho segurou o sorriso e levantou da cama.

- Eu vou te mostrar! Me segue – Ele disse antes de levar Jisung até a área de e serviço onde a máquina de lavar e o sexto de roupa suja ficavam. Depois de mostrar tudo para Jisung, ele disse que podia dividir as tarefas domésticas mais tarde.

Quando eles estavam saindo de lá, YuMin pediu que Minho colocasse a mesa porque a comida estava pronta. Jisung ajudou, mesmo Minho tendo dito que não precisava.

Sentados a mesa, os três agradeceram a refeição. Só depois disso que a comida foi atacada, e, Jisung tinha que admitir, estava faminto! Mesmo assim, ele se forçou a ser educado e se servir calmamente.

O almoço inteiro YuMin foi tentando puxar assunto é deixar Jisung o mais confortável possível. Parecia estar dando certo porque logo o garoto estava rindo junto dos outros dois. Eles estavam compartilhando memes e piadas engraçadas sobre a quarentena que, por incrível que pareça, já estavam tomando conta da internet. Em momentos difíceis como esse, rir era importante para conseguir passar pela situação difícil.

No final do almoço, Jisung já estava se sentindo um pouco mais a vontade na casa. Ele obrigou Minho a deixá-lo ajudar a limpar a louça, insistindo em enxaguar o que o outro ensaboava. No começo, estavam os dois em silêncio concentrado na própria tarefa, mas Minho não aguentou e acabou por puxar o assunto.

- Jisung, depois que a gente acabar aqui, o que você quer fazer? Eu tenho jogos de tabuleiro, videogame e Netflix. Você pode escolher.

Jisung era muito indeciso e ainda tímido demais para escolher coisas assim. Então ele resolveu ir pelo caminho mais rápido, falar de uma vez para não ficar enrolando e passar vergonha.

- Pode ser videogame. Quer dizer, se você também quiser! Eu não quero te obrigar nem nada! 1Eu também gosto muito de jogos de tabuleiro e de assistir filmes! – Ele se corrigiu rapidamente, mas logo que percebeu o que estava fazendo voltou a se calar, sentindo as bochechas esquentarem. Porque é que ele sempre tinha que falar demais?

- Então fechou! Eu tenho certeza que, com essa sua carinha de bebê, vais ser moleza te vencer! – Minho provocou.

Aquele comentário mexeu com o lado competitivo de Jisung que, aliais, talvez fosse a única coisa maior que sua timidez.

- Eu não seria tão confiante se eu fosse você!

- É o que nós vamos ver! – Minho disse, terminando de ensaboar o último copo e entregando a Jisung. Ele aproveitou o momento e as próprias mãos cheias de sabão para “sujar" o ponta do nariz de Jisung com espuma. Já teria sido engraçado a cena por si só, mas Jisung conseguiu deixar ainda melhor quando se assustou com a atitude repentina de Minho e tentou acompanhar o dedo dele com os olhos, ficando vesgo. Minho caiu na gargalhada, a única coisa que conseguia ser mais fofa que Jisung é o Jisung vesgo. Calma!! P0arece que um novo concorrente nessa competição de fofura acaba de chegar: Jisung bravo com as bochechas infladinhas.

- Ah, mas agora você me irritou! Não devia ter feito isso, Lee Minho hyung! – Jisung disse e imediatamente um sorriso diabólico surgiu no rosto dele. Com a espuma que estava no copo em sua mão, Jisung sujou a bochecha de Minho e no final o sorriso travesso dele foi a melhor parte para Minho. Sem conseguiu evitar, os dois caíram na risada.

- Tá bom, já descobri que você é vingativo... vou lembrar disso no futuro – Minho sorriu de pensar que já estava conhecendo Jisung melhor e, principalmente, porque agora ele parecia muito mais confortável ao seu lado – Eu só não revido porque passei a manhã inteira me arrumando e não vou destruir essa minha aparência incrível em uma guerra de sabão! Mas quem sabe amanhã...

Jisung riu daquela bobagem toda, mas ao mesmo tempo pensando se Minho ia ficar se arrumando daquele jeito todos os dias. Se ele fizer isso, com certeza a auto estima de Jisung vai ir pro ralo até o final daquela quarentena... Ele não era exatamente o mais vaidoso dos garotos, normalmente não passava maquiagem nem se preocupava demais em estar com o cabelo perfeitamente arrumado. Será que isso seria um problema?

Depois de terminar de arrumar tudo ali na cozinha, Minho mostrou o resto da casa para Jisung. Não que tenha demorado muito, afinal a casa não era grande e tinha apenas dois quartos. Entretanto, Minho fez questão de apresentar Jisung para cada uma das gatas e falar um pouco sobre cada uma. Só depois disso é que eles sentaram na sala para jogar videogame.

A tarde e foi passando rápido depois disso. Jisung perdeu totalmente a noção de tempo enquanto jogava com Minho. Ele agora já estava praticamente se sentindo em casa, rindo, brincando e enchendo o saco de Minho o tempo todo.

Naquele exato momento eles estavam no meio de uma partida decisiva. Cada uma tinha ganhado duas vezes e aquele seria o desempate. Nenhum dos meninos tirava os olhos da tela, mas ficavam o tempo todo se provocando com frases do tipo “você vai perder feio" e “espere só pra ver, você vai comer poeira!”. O jogo de corrida estava acirrado, com os dois carros lado a lado e a linha de chegada ser aproximava. Minho fez uma curva perfeita e conseguiu tomar a dianteira. Ele já estava até comemorando a Vitória quando Jisung gritou “Aí, hyung! A Dori tá me arranhando!” e, por um milésimo de segundo, assustado com o grito, Minho desviou o olhar da tela. Foi muita rápido, mas foi tempo suficiente para Jisung passar na frente.

Jisung levantou e começou uma dancinha da Vitória, rindo da cara de bobo de Minho.

- Venci!!!! Agora você tem que admitir que eu sou o melhor!!

- Não vou admitir nada, seu trapaceiro! Difamar uma de minhas gatas é um golpe baixo! Isso não se faz, Han Jisung! – Minho reclamou.

- Na guerra vale tudo, hyung! – Jisung sorriu aquele sorriso diabólico que Minho já não sabia mais se odiava ou se amava.

- Você me assustou! E olha que eu sei muito bem que a Dori é a gata mais pacífica dessa casa, se fosse pra alguém te arranhar seria a Doongie.

- Não é minha culpa se você foi trouxa! – Jisung disse ainda rindo e comemorando.

Minho naquele momento estava indeciso entre bater em Jisung, por ser um trapaceiro, ou encher ele de beijinhos, porque Minho sempre queria encher Jisung de beijinhos. No final, uma vontade anulou a outra e Minho acabou apenas sentado com a cara emburrada.

- Vai ficar com essa cara, hyung? – Minho só resmungou qualquer coisa e Jisung riu – Não fique assim! Olha, vamos fechar que nós dois somos os melhores, trato feito? – Ele estendeu a mão para fechar o acordo.

Minho olhou praquela mão e teve uma ideia. Em vez de apertar a mão de e Jisung, Minho puxou o loirinho para que ele caísse no sofá e deu um jeito de prender ele ali, sentando sobre as pernas dele e segurando os braços. Dessa vez era Minho quem tinha um sorriso diabólico no rosto.

- Você só sai se admitir que eu sou o melhor!

- Ei!! Isso não vale! – Jisung disse tentando se soltar, mas fracassando completamente.

- Parafraseando uma pessoa que eu admiro muito: “na guerra vale tudo"

Jisung fez cara feia pra ele e revirou os olhos.

- Meu primeiro dia nessa casa e você já é insuportável! – Jisung reclamou, mas Minho só pode sorrir sabendo que aquilo não passava de uma brincadeira.

- Não é o que eu quero ouvir, Sungie... – Minho provocou – Vamos, quanto mais rápido você disser, mais rápido eu te deixo ir!

A cara feia de Jisung piorou três vezes mais e ele tentou inutilmente se soltar mais uma vez. Não obtendo sucesso ele desviou o olhar e disse em um tom quase inaudível: “você é o melhor".

Minho nem conseguia mais esconder o sorriso no rosto.

- Eu não escutei direito...

- Eu não vou repetir! – Jisung disse bravo finalmente olhando para os olhos dele.

Minho achou que não valia a pena continuar com aquilo porque só irritaria Jisung mais ainda, então ele apenas saiu de cima dele, mas manteve o sorriso vitorioso no rosto. Além do mais, ter ficado tão perto de Jisung por alguns minutos já fez tudo valer a pena.

Quatro dias depois, Jisung já estava muito mais confortável na casa e, aos poucos, a vergonha toda que ele sentia estava se dissipando. Entretanto, ainda a tinha uma coisa que deixava ele desconfortável pela manhã. Todos os dias quando Jisung se levantava, Minho já estava de pé e, pior ainda, já tinha lavado a cara, penteado os cabelos e escovado os dentes. Basicamente, ele sempre acordava e dava de cara com um Deus grego, com um sorriso lindo desejando “Bom dia". Enquanto isso, Jisung estava com a cara toda amassada, bafo da manhã e cabelos parecendo um ninho de e pássaros. A vergonha vinha na hora e ele mal respondia o bom dia direito antes de sair correndo pro banheiro.

Aquele dia, Jisung estava decidido a acordar primeiro e se arrumar antes de Minho, entretanto ele não podia ligar o alarme porque os dois dividiam o quarto. Resultado, mais uma vez, ao se levantar, Jisung deu de cara com o sorriso bonito de Minho e um rosto perfeitamente sem defeitos.

- Hyung, você tem que parar com isso! – Ele disse finalmente, eles já tinham chegado em um nível de intimidade que permitia Jisung desabafar. Além do mais, por ter acabado de acordar, Jisung não estava 100% consciente ainda – Toda manhã é a mesma coisa! Como é que eu vou ter qualquer autoestima se todos os dias eu acordo e você já está todo arrumado enquanto eu pareço que acabei de voltar de um atropelamento?

Minho olhou para o garoto sem entender direito onde ele queria chegar, mas achando tudo muito fofo de qualquer maneira. O que Jisung esperava? Minho fazia de tudo para se arrumar o melhor possível justamente pra ele! Além de que, Minho adorava acordar primeiro e ficar vendo Jisung dormir.

- Sungiee, não fique assim! Eu acho que você fica extremamente fofo com a cara amassada.

Jisung não pode evitar corar, mas mesmo assim não acreditou muito nas palavras de Minho.

- Tá bom, vou fingir que acredito – Ele disse se levantando e indo para o banheiro.

Minho seguiu ele até lá.

- É sério, Jisung! Você é a pessoa mais fofa que eu já conheci!

Jisung não pode evitar sorrir, mas quando se virou para Minho ele tinha uma cara séria.

- Eu não sou fofo! Eu sou gostoso! Agora me da licença que eu quero fazer xixi! – Com isso ele bateu a porta na cara de Minho ficando sozinho no banheiro.

Bem, aquele Foi um começo de dia bastante peculiar, mas Minho jamais poderia adivinhar que aquele dia estava só começando e ainda teriam muitas emoções por vir.

Aquele dia, os dois resolveram retomar a rotina de exercícios que tinha sido abandonada desde que a quarentena começou, mas antes, eles passaram a tarde estudando, da forma que faziam todos os dias de quarentena: YuMin ficava no quarto dela trabalhando, Minho estudava no dele e Jisung ficava na mesa da sala. Cada um fazia suas próprias coisas, a única regra de YuMin é que aprendessem pelo menos uma coisa nova por dia, afinal, quarentena não era férias.

No final da tarde, por volta das 17:30, Minho e Jisung começaram a arrumar um canto da sala onde pudessem fazer seus exercícios. As 18h já estavam os dois fazendo uma série de flexões, abdominais e levantamento de pesos. Em algum momento, Jisung tentava levantar a cadeira que eles estavam usando como peso, mas Minho vendo que ele fazia errado levantou para ajuda-lo.

- Não, Sungie! – Ele disse rindo do mal jeito do garoto – Você tem que manter o braço parado aqui! – Ele foi para trás de Jisung e segurou os braços dele para que se mantivessem no ângulo certo. Talvez não tenha sido a melhor das ideias, porque ficar pertinho assim de um Jisung todo suado não fazia bem para o psicológico de Minho. Pior ainda fazia sentir os braços fortes do garoto ou então descobrir que até suado Jisung tinha um perfume gostoso.

Depois de ajudar Jisung um pouco, Minho se afastou, não querendo prolongar aquele contato, mas pelo resto da tarde, ele admirou o corpo bonito de Jisung. Na cabeça dele, Minho relembra a fala de Jisung naquela manhã: “Eu não sou fofo! Eu sou gostoso!”. Ele nunca concordou tanto com uma afirmativa na vida. Exceto pela parte de não ser fofo, Jisung era fofo sim!

Como é que Minho ia aguentar m!alhar com um garoto bonito desses todos os dias sem pirar? Ele estava praticamente babando, era um perfeito bobo apaixonado. Afinal de contas, quantas pessoas podiam malhar com o crush dentro da própria casa?

Jisung por outro lado, estava concentradíssimo em seus exercícios e mal percebeu a atenção que recebia. Quer dizer, isso até ele acabar flagrado Minho olhando para ele quase que fixamente. Jisung não soube dizer na hora o que aconteceu, mas o coração dele acelerou e ele ficou meio envergonhado, mas ignorou tudo e voltou a malhar. Ele era incrivelmente bom em fugir de sentimentos inoportunos.

O resto da tarde foi assim, até dar a hora de dormir. Minho estava feliz por finalmente ir se deitar e não ter mais que ficar sofrendo pelo garoto de bochechas gordinhas que agora dormia no mesmo quarto que ele. Mal sabia o pobre coitado que a mente dele ainda tinha alguns truques em baixo da manga...

Jisung estava no colo de Minho, ele estava todo suado de um jeito que fazia a pele dele brilhar e o cheiro gostoso que ele exalava deixava Minho ainda mais duro do que já estava. Não bastasse isso, o garoto começou a rebolar sobre Minho e, no meio de tudo aquilo, os braços fortes de Jisung estavam apoiados nos ombros de Minho.

- Hyung, você vai me ajudar nesse exercício também?? – Perguntou com a voz provocativa enquanto subia e descia sobre o colo de Minho.

Jisung começou a puxar a camisa para fora do corpo lentamente, revelando primeiro a barriga malhada, mas foi subindo e subindo e subindo...

Minho nunca chegou a ver o torso de Jisung completamente despido. Ele abriu os olhos e resmungou baixinho contra o travesseiro por ter acordado em uma parte tão boa de seu sonho.

Não precisava ser um gênio para saber que Minho tinha agora um probleminha entre as pernas, mas ele nem estava muito preocupado com isso. Ele ia apenas levantar silenciosamente e ir até o banheiro, já que Jisung era sempre o último a acordar. Minho levantou da cama silenciosamente pelo lado contrário ao da cama de Jisung e começou a andar em direção a porta, mas percebeu que tinha alguma coisa de errado quando lançou os olhos sobre o colchão vazio de Jisung. Minho não teve tempo de processar a informação, porque escutou a voz muito conhecida vir da a porta:

- Bom dia, flor do dia! Olha só quem acordou primeiro hoje! – O motivo da ereção matinal de Minho apareceu cantarolando animadamente na porta.

O corpo de Minho reagiu em um reflexo e ele se jogou no chão, amaldiçoando a própria má sorte por Jisung ter acordar cedo justamente naquele dia.

- Ahh... Bom dia, Sungie. Eu deixei cair a minhaaa... – “Dignidade” – O meu anel! Eu deixei cair o meu anel! – Minho respondeu do chão, onde estava jogado.

- Eu te ajudo a procurar! – Jisung disse indo para perto de onde Minho estava abaixado.

- Não! – Minho gritou – Quer dizer, não precisa! Eu vou procurar mais tarde!

- Eu posso te ajudar agora, não tem problema. A gente não tá fazendo nada mesmo – Jisung disse inocentemente.

Minho não teve muito o que fazer porque Jisung já estava se ajoelhado perto dele para “ajudar a procurar o anel" e, bem quando ele estava se abaixando, Minho viu o momento que ele percebeu a elevação em sua calça. Minho podia até ter achado fofo as bochechas de Jisung ficando vermelhas e os olhos arregalados se ele próprio também não estivesse tão vermelho quanto.

- P-pensando bem, a gente procura isso mais tarde! – Jisung disse se levantando de um salto - E-eu vou ver se... sua mãe está bem! – Ele disse antes de correr para fora do quarto.

Jisung só parou quando estava na sala, se jogando no sofá. Ele levou as mãos até as próprias bochechas sentindo o quanto estavam quentes e tentando normalizar os batimentos cardíacos. Foram alguns minutos até ele conseguir se sentir um pouco mais calmo, embora ainda estivesse envergonhado por ter visto o que viu. Um lado pervertido da mente de e Han não pode deixar de pensar: “Mas bem que eu gostei do que eu vi". Han não podia negar a atração que sentia por Minho, mas quem não sentiria, não é mesmo? De qualquer forma, era melhor não pensar nisso no momento.

Quando os dois voltaram a se encontrar, afinal estavam presos na mesma casa, nenhum dos dois disse nada sobre o incidente de mais cedo. Mesmo assim, até YuMin percebeu que alguma coisa tinha acontecido, afinal, Jisung mal conseguia olhar nos olhos de Minho sem corar. A vergonha toda de Jisung estava afetando Minho também. Ele não conseguia puxar nenhum assunto e se sentia anormalmente desconfortável.

Esse sentimento continuou por um tempo, mas aos pouco eles foram voltando a relaxar. No dia seguinte as coisas já pareciam estar perfeitamente normais, para o alívio dos dois.

Alguns dias mais se passaram. Agora já tinha quase duas semanas que Jisung morava com Minho e YuMin. Aquela foi uma tarde que se passou como nos outros dias, cada um em seu cômodo. Ao final do dia, Minho saiu do quarto e foi procurar Jisung na sala.

Levou um tempo até que ele localizasse Jisung, mas os olhos finalmente captaram uma parte do cabelo loiro detrás do encosto do sofá. Quando chegou mais perto, pode ver que Jisung estava assistindo alguma coisa no celular. Dori descansava aninhada no colo dele. Era a cena mais linda e fofa que Minho já presenciou.

- Ela gosta mesmo de você... – Minho disse assim que Jisung notou sua presença.

- Acho que sim.... – Jisung respondeu com um sorriso.

- Você quer ir lá fora pegar um ar fresco? – lá fora na verdade era só um modo de dizer, na verdade eles iam só até a pequena sacada que ficava ali na sala mesmo. E quando falam pequena, é pequena mesmo.

Jisung assentiu e seguiu Minho lá pra fora. Eles se sentaram no chão da sacada e ficaram olhando o céu, onde várias estrelas brilhavam como pontinhos luminosos no céu. O clima romântico daquela noite deixava os dois um tanto quanto nervosos e ansiosos.

Jisung pensava que aquele cenário seria perfeito para ficar abraçado com o namorado. A imaginação fértil dele logo visualizou a cena e, adivinhem só quem ficou com o papel de namorado? Jisung corou afastando aquele pensamento.

Minho por outro lado, olhava as estrelas e pensava em como o universo era grande, mas de todos os lugares que ele poderia estar, ficar naquela sacada com Jisung e observar as estrelas era o que ele mais desejava. Ele se sentiu o garoto mais sortudo do mundo, por ter uma casa com uma sacada (mesmo que pequena) e poder sentar ali durante a noite para olhar as estrelas com a melhor companhia do mundo. Minho tinha tanta sorte nessa vida, que as vezes ele achava injusto. Tudo bem que o pai dele era um idiota que magoou, e muito, YuMin e o próprio Minho, mas, em momentos como aquele, era impossível não se sentir sortudo e privilegiado.

- Esse céu tão lindo me lembrou uma música... 

- Qual? - Jisung perguntou desviando a atenção momentaneamente para o garoto ao seu lado. 

Com um tom baixo e reconfortante, Minho começou a cantarolar a música que Jisung logo reconheceu. O garoto não conseguia tirar os olhos de Minho enquanto pensava em como a voz dele sova tão doce. 

- Canta também, sua voz é tão linda...

Jisung teve até um arrepio por escutar a voz de Minho sussurrar tão pertinho de seu ouvido. Ele não poderia negar esse pedido, respirou fundo e começou também a cantar.

Os dois garotos cantaram diversas músicas depois daquela. Alguns vizinhos apareceram e até se uniram a cantoria (Alguns deles nem eram tão bom cantores assim). Estava sendo muito divertido, mas uma pergunta ainda martelada na cabeça de Jisung.

Quando começou a ficar tarde, os garotos se despediram dos vizinhos e voltaram para dentro de casa para se prepararem para dormir. Jisung só foi fazer a pergunta que tanto queria quando já estavam os dois deitados em suas respectivas camas.

- Hyung, você me assistiu no show de talentos, não é? É por isso que já sabia que eu cantava antes?

- Sim, eu assisti – Minho respondeu sentando na cama para poder olhar para Jisung – Você foi incrível, Jisung! Foi você que escreveu a letra também, não é?

- Foi – Jisung respondeu orgulhoso.

- Você é tão talentoso! Suas palavras foram tão lindas... Me fez refletir sobre as pessoas, sabe? Sobre como a gente pode acabar encontrando tanta coisa boa vindo de uma coisa ruim. A minha mãe, por exemplo, conheceu a sua justo quando estava passando pelo processo de divórcio com o meu pai. Sua mãe ajudou tanto a minha... Com coisas pequenas, sabe? Levando ela para sair, incentivando no trabalho e dando apoio sempre. Eu sou tão grato a tia BongHee por isso... Quando eu penso nisso, eu lembro da sua música.

Jisung estava emocionado por escutar um elogio desses a música que ele escreveu.

- Eu escrevi essa música pensando nas pessoas que me apoiam... Esses dias eu tenho pensado sobre como é importante a gente se focar mais nas pessoas que a gente gosta e no amor do que nas pessoas de quem não gostamos. Eu quero ser alguém que distribui amor, então eu devo me cercar de amor também, não é?

- E nós dois somos muito sortudos por termos tanto amor perto de nós.

- Com certeza – Eles ficaram em ficaram em silêncio um tempo, mas na cabeça deles ainda estavam digerindo tudo que havia sido dito – Isso também se aplica ao que nós estamos vivendo agora. No meio de toda essa tristeza da pandemia, eu pude me aproximar de você, hyung. Pelo menos de minha parte, eu tenho adorado passar tempo com você e tia YuMin.

- Pode ter certeza de que eu também estou amando passar esse tempo com você, Sungie. Eu te admiro muito desde aquele dia do festival de talentos, mas, morando com você, eu passei a te admirar ainda mais. Por você ser uma pessoa preocupada com quem está ao seu redor. Por ser tão expressivo e demonstrar seus sentimentos com tanta clareza e verdade. Por estar de bom humor e passar boas energias para as pessoas.

- Hyung, não fala assim que você me constrange! – Jisung reclamou de brincadeira. Minho poderia ver as bochechas dele vermelhas se as luzes não estivessem apagadas – Eu também te admiro muito, hyung. Eu admiro o seu esforço e sua dedicação em cada coisa que você faz. Seja o trabalho, seja limpando a casa, você sempre se concentra para fazer um trabalho bem feito. Você faz de novo quantas vezes forem necessárias e nunca desiste na primeira dificuldade. Eu sou muito disperso, então tenho dificuldade de me concentrar. Ver você estudando me da forças pra continuar e fazer o mesmo, sabe? E também, eu gosto de como você cuida e se preocupa, mesmo quando não coloca em palavras. E, é claro, você faz o melhor bolo de morangos do país! – Jisung brincou no final.

Minho riu, pensando que era exatamente disso que ele estava falando quando elogiou o bom humor de Jisung.

- Fico feliz que você goste do meu bolo, mas me ajudar a lavar a louça que é bom... – Minho brincou.

- Porque a gente não volta a falar das minhas qualidades? – Jisung tentou desviar o assunto – Esse negócio de louça é muito sem graça... E também, ficou faltando você falar que eu sou lindo, maravilhoso, o mais bonito que você já viu...

- Boa noite, Jisung! – Minho disse só pra provocar.

- Ei! Essa doeu...

Depois de Minho rir desse pequeno drama de Jisung, eles fecharam os olhos e, finalmente, dormiram.

Com isso, as semanas foram passando, Jisung parecia se sentir mais a vontade com Minho a cada dia e gostava dele cada vez mais. Ele só não sabia se era impressão dele ou se de fato Minho ficava mais bonito a cada dia. Estava começando a ficar difícil controlar a imaginação fértil, a atração e a vontade de simplesmente ficar abraçadinho com Minho o dia todo...

Mais uma semana se passou e uma pequena tensão sexual começava a crescer entre eles. Naquela noite em especial, os dois estavam deitados sob a coberta vendo um drama qualquer. Jisung estava totalmente focado na história. Minho estava totalmente focado no rosto bonito de Jisung.

O episódio terminou, mas antes que pudessem pular para o próximo, Jisung virou os olhos bonitos e brilhantes para Minho.

- Hyung, você já se apaixonou? – Ele perguntou com curiosidade.

Minho sorriu pequeno.

- Já – Ele afirmou com toda a certeza que apenas aqueles poucos dias ao lado de Jisung tinham lhe dado. Antes podia ser um sentimento superficial, mas agora era mais real que nunca.

Jisung pareceu ficar pensativo.

- Como foi?

- Você nunca se apaixonou, Sungie? – Minho perguntou também curioso.

- Não sei... Como eu sei se estou apaixonado? – Jisung perguntou.

- Bem, eu acho que no geral, estar apaixonado é ficar meio bobo por uma pessoa. Querer passar tempo com ela, gosta da companhia e, é claro, sentir atração também. Eu acho que muitas vezes a gente se apaixona por alguém que a gente não chega a amar.

- Como assim?

- Eu vou te dar um exemplo. Meu primeiro namorado: eu me apaixonei por ele, tinha todos esses sintomas que eu falei, mas não durou muito, sabe? Quando a gente começou a ficar juntos, era muito ciúmes por causa de tudo. Ele tinha ciúmes de mim com mulheres! Assim, nada contra, mas... – Minho brincou arrancando uma risadinha de Jisung – No final, a paixão acabou morrendo, sabe? – Jisung assentiu. Embora nunca tenha passado por algo parecido, ele conseguia imaginar – Mas sabe, eu não me arrependo do que eu vivi ao lado dele. No final, foi muito importante para que eu me entendesse melhor e admitisse de uma vez por todas que eu gosto de garotos – Por um tempo nada mais foi dito. Jisung não conseguia deixar de pensar que o que ele sentia por Minho era, no mínimo, paixão. Ele gostava de Minho, adorava passar tempo com ele, achava ele carinhoso, doce, engraçado e inteligente, sem contar a atração enorme que sentia por ele. A questão era, e agora? Que atitude ele deveria tomar? – E você, Jisung? Nunca teve nenhum namorado por quem era apaixonado?

Jisung corou levemente. Ele não era exatamente a mais experiente das pessoas quando o assunto era romance.

- Eu só namorei uma vez na vida e não durou mais que dois meses. Por incrível que pareça, foi com o Hyunjin

Minho arregalou os olhos surpreso

- O seu amigo?

Jisung assentiu

- Pouco depois de a gente se assumir um pro outro, a gente resolveu tentar algo. Foi até bom no começo, mas o Hyunjin é como um irmão pra mim. Não deu certo. A gente percebeu que tínhamos expectativas diferentes em relação a isso de namoro, e que se continuássemos, poderíamos estragar nossa amizade. Por isso, paramos antes que desse errado. Hyunjin é muito importante pra mim, eu não quero perde-lo – Han contou – Ele foi meu primeiro beijo... – Fez-se silêncio por um tempo, mas Jisung quebrou ele de novo. Dessa vez para fazer um pequeno desabafo – Eu as vezes fico pensando que eu perco muito oportunidade por causa da minha timidez.... Quantas vezes eu deixei de falar com alguém por causa disso? Mas eu também não sei como chegar nas pessoas... Por que isso é tão difícil pra mim?

- É difícil pra todo mundo, Sung. A gente nunca sabe se a pessoa que a gente gosta também gosta da gente, mas em algum momento alguém tem que dar um primeiro passo. É como dizem, é melhor tentar e dar errado do que se arrepender de nem ter tentado – Como sempre, era fácil falar e difícil fazer. Minho não conseguia deixar de pensar que aquele conselho valia muito para ele também. Quanto tempo tinha que ele olhava diferente para Jisung? Por mais que Minho não tivesse admitido, quando ele se formou na escola esse sentimento de arrependimento bateu forte em seu coração. Ele pensou que não ia ter outra chance com Jisung depois de ter saído da escola, mas a vida deu a ele uma segunda chance. Ele agora estava morando com Jisung! E, se ele já gostava do bochechudo antes, agora é que ele era um completo bobo apaixonado. Mesmo tendo tido uma segunda chance, até agora nada de ele aproveita-la.

Talvez aquele fosse o momento. Eles estavam tendo uma conversa sobre romance, o clima estava bom... Minho podia fazer isso!

- Jisung...

- JISUNG, SUA MÃE ESTÁ QUERENDO FALAR COM VOCÊ!! – O grito de YuMin interrompeu e, mais uma vez, Minho não conseguiu se declarar.

Depois desse dia, Minho demorou para achar outra oportunidade para falar com Jisung, embora várias vezes eles tenham trocado olhares que fizeram o coração de Minho se agitar. Quando as mãos deles se tocaram durante o café da manhã, quando ambos tentaram pegar o mesmo biscoito ao mesmo tempo, foi como se uma corrente elétrica tivesse percorrido todo o corpo de Minho e ver que Jisung também estava completamente vermelho por um toque tão simples e banal, fez seu coração acelerar. Mais de uma vez, os dois se olharam diferente e algum deles abriu a boca para dizer algo, mas nada nunca saia.

Naquela noite, Jisung e Minho estavam novamente assistindo dorama deitados perto um do outro no sofá da sala. Sofá-cama para ser exato, e nesse momento permitia que os dois ficassem deitados com as pernas esticadas.

Mais uma vez, Minho dava mais atenção a presença de Jisung ao seu lado do que ao que acontecia na televisão. Uma das mãos de Jisung repousava ao lado do corpo, e Minho só precisaria mover a própria não um pouquinho pra a direita para que seus dedinhos se tocasse. E era exatamente isso que ele pretendia fazer. Entretanto, no momento em que ele começou a mover a não, Jisung retirou a dele para coçar o narizinho.

Minho suspirou frustrado.

Depois de coçar o nariz, Jisung devolveu a mão para o mesmo lugar de antes. O que foi um alívio para Minho. Ele juntou toda a coragem que tinha pela segunda vez pensando “É agora ou nunca!” e novamente começou a chegar a mão para perto da de Jisung. Faltavam poucos milímetros e Minho já fechou os olhos, forçando-se a continuar e não desistir naquele momento.

Ao sentir a pele quente de Jisung em contato com a sua, Minho quase teve um mini surto. Ele tinha conseguido!!! E o melhor, Jisung não tinha afastado a mão até agora! Isso era algo bom, não era?

Quem visse a cena de fora nem se quer entenderia o porque de tamanha euforia. Afinal, Minho tinha encostado apenas a pontinha de seu dedinho no dedinho de Jisung. Um contato tão leve que poderia ter passado despercebido por qualquer um, mas não para Jisung. Isso porque o garoto também estava igualmente bobo apaixonado por Minho e, a única coisa que ele se perguntava era se aquele contato tinha sido proposital ou não. Seja como fosse, ele não queria que Minho afastasse a mão nunca.

Enquanto isso, a mente de Minho continuava surtando a todo vapor: “ ok, muita calma agora, Minho! Estamos indo bem, mas não podemos parar agora! Temos que fazer mais alguma coisa. Ok. Então, o que fazer agora??” Minho pensava enquanto se mantinha umas perfeita estátua para não fazer nenhum movimento que fizesse Jisung se afastar. “ Eu devia dizer alguma coisa! Isso! Dizer pra ele que eu gosto dele e que quero beijar essa boca bonita dele!”. Decidido a se declarar para Jisung, Minho abriu a boca, mas nenhum som saiu dali porque nesse exato momento, Jisung virou a palma da mão e entrelaçou seus dedos.

O coração de Minho, que já estava acelerado, bateu tão forte desse momento que quase chegou a doer. Ele olhou para as mãos deles entrelaçadas, ainda em choque por Jisung ter tomado aquela atitude. Depois ergueu o olhar e encontrou Jisung olhando para ele com os grandes olhos castanhos expressando medo e apreensão.

Minho fez carinho nas mãos dele quando percebeu que estava agindo feito um bobo paralisado e que precisava mostrar que correspondia. Decidido a beijar Jisung, ele levou a mão livre pra a bochecha do garoto fazendo carinho ali enquanto os olhos deles tratavam de ter uma conversa muda. Ver carinho e amor refletidos nos olhos castanhos foi o suficiente para saber que Jisung também queria aquilo.

Os olhos dele agora se concentravam nos lábios rosados do garoto. Ele se ajeitou no sofá para conseguir aproximar mais o rosto para perto de Jisung, aproveitando para analisar as feições bonitas do garoto. As mãos de Jisung também foram para entorno do pescoço de Minho, puxando ele mais pra baixo, mais pra perto.

Os narizes se tocaram, os olhos dos dois garotos se fecharam e, finalmente, os lábios se encontraram. Os de Jisung eram macios e suaves, os de Minho eram carnudos e aveludados. Os corações competiam pra ver quem batia mais rápido. Os lábios se moviam no mesmo ritmo, trocando carícias.

O cérebro de Jisung parecia ter derretido. Ele não conseguia pensar, estava tendo uma overdose de sentimentos em seu peito. Parecia que os lábios dele tinham sido feitos para beijar Minho e os de Minho para beijar os dele. O ritmo, os toques, as respirações... Minho parecia saber exatamente como derrete-lo. A cada carinho que recebia era um salto a mais que seu coração dava no peito. Jisung se agradeceu mentalmente por ter tido coragem de segurar a mão de Minho e se entregou ainda mais àquele beijo.

Não demorou para que Jisung entreabrisse os lábios e Minho deslizasse a língua para dentro da boca dele. Minho já estava quase por cima de Jisung. As mãos percorriam lentamente o corpo embaixo do seu, experimentando, conhecendo. Subia as mãos pela cintura fina de Jisung e depois descia, acariciava a bochecha dele com o polegar e, em seguida, dava carinho a nuca e aos fios de cabelo descoloridos e macios.

Jisung só conseguia se entregar mais a cada toque. Ele se agarrava aos fios negros de Minho, descia as mãos pelas costas largas e depois repetia tudo de novo.

Eles perderam totalmente a noção de tempo. Os lábios de Minho não desgrudava de Jisung. A língua deles se tocavam com paixão. Cada segundo o corpo de Minho parecia pedir por mais e mais. E Jisung lhe dava tudo, pedindo também cada vez mais de volta. Tanto era assim, que foi Jisung quem primeiro puxou Minho para cima dele.

Na televisão, os personagens continuavam falando, mas a muito que as vozes deles tinham sido esquecidas. Os carinhos que Jisung trocava com Minho eram muito mais importantes do que qualquer outra coisa. Em nenhuma das vezes que Minho se imaginou naquela situação, ele chegou perto do quão bom era beijar Han Jisung.

Os lábios deles finalmente se separaram, mas foi apenas para que Minho distribuísse mais beijo, das bochechas ao pescoço de Jisung, enchendo ele com todo o carinho que ele podia. Quando chegou ao limite que a gola da blusa de Jisung permitia, Minho voltou com os beijos pelo mesmo caminho que veio até chegar novamente aos lábios de Jisung e toma-los mais uma vez.

Por quanto tempo mais aquele beijo durou e1ra uma incógnita, mas os lábios de Jisung tinham gosto de eternidade.

Eles se separaram completamente ofegantes. Os lábios inchados e os rostos ainda próximos. Mais uma vez, Minho pode se perder no infinito dos olhos de Jisung. Por poucos segundos eles trocaram olhares apaixonados, até Minho perceber que ainda não estava satisfeito e os lábios dele pediam por mais.

Novamente ele juntou os lábios. Novamente os corações sincronizaram. L)

- Ah, mas então é isso que os bonitos ficam fazendo no meu sofá, é?

A voz de YuMin assustou os dois garotos que se separaram de em um pulo. Jisung sentiu a vergonha percorrer seu corpo e instintivamente abaixou a cabeça, em parte se escondendo atrás de Minho.

- Mãe! – Minho reclamou – Você está sendo inconveniente!

- Eu?! – YuMin disse com indignação – Mas a sala é pública! Se eu já era vela de vocês dois antes, é agora que eu viro a própria tocha humana! Pelo menos façam isso no seu quarto! Eu aqui, sofrendo por estar sozinha, sem um namorado a quarentena inteira e vocês dois no maior amor no meu sofá!

- Tá bom, mãe. Você está constrangendo o Jisung. A gente já vai pro quarto.

YuMin permitiu dar um pequeno sorriso.

- Não fique tímido, Jisung! Eu estou apenas brincando, apesar de estar sim com uma pequena invejinha de vocês dois. Eu só me assustei quando cheguei e encontrei dois adolescentes aos beijos no meu sofá – Jisung ainda estava vermelho da cabeça aos pés e sem saber o que responder, mas balançou positivamente a cabeça para mostrar que tinha escutado.

Minho negou com a cabeça achando a mãe muito inconveniente naquele momento. Ele levantou levando Jisung junto e começou a puxar ele para o quarto, mas YuMin ainda deu um último aviso.

- Eu sei que vocês dois já estão bem grandinhos, mas tenham juízo aí dentro!

Minho fechou a porta do quarto assim que eles entraram e respirou aliviado quando saiu do campo de e vista da mãe. Ele então olhou para Jisung, que permanecia calado e vermelho dos pés a cabeça. Os lábios dele estavam levemente inchados e os cabelos bagunçados.

- Desculpa por isso... – Minho se desculpou pela mãe. Em resposta ele recebeu um simples acenar de cabeça e nada mais. Minho suspirou frustrado, será que tinha sido só um beijo? Será que Jisung não queria mais que aquilo? Ele se perguntava.

Jisung, por outro lado, estava constrangido. Não foi o primeiro beijo dele, mas definitivamente foi o mais intenso e ter sido pego no flagra pela mãe de Minho deixou ele totalmente envergonhado.

- Eu... vou ao banheiro... me arrumar para dormir – Jisung disse antes de sair do quarto. Ele precisava de um tempinho para se acalmar e pensar sobre isso e a última coisa que ele conseguia fazer estando perto de Minho era pensar coerentemente.

Minho não podia mentir, ficou decepcionado. Jisung tinha beijado ele de volta e tinha sido o primeiro a segurar a mãos dele. Agora eles iam fingir que nada aconteceu?

Enquanto Jisung estava fora, Minho trocou de e roupa e colocou o pijama. Assim que Jisung voltou, foi a vez dele de ir ao banheiro se preparar para dormir. Ele passou por Jisung sem se quer olhar na cara do bochechudo, sentindo-se magoado e frustrado. Isso não passou despercebido por Jisung, que soube que teria que fazer alguma coisa sobre aquilo. Se ele conseguiu coragem para segurar a mão de Minho, ele podia fazer isso, não é? E ele já sabia exatamente o que ia fazer.

Depois de e terminar o que ele tinha que fazer no banheiro, Minh voltou pro quarto ainda frustrado com a situação. Jisung já estava de pijama, mas, diferente do que Minho esperava, ele não estava deitado na cama e sim em pé parado perto da cama de Minho.

- Hyung, eu posso dormir na sua cama com você? – Jisung perguntou com os enormes olhos castanhos pidões fixos em Minho.

Todo e qualquer sentimento ruim que Minho pudesse ter sentido se dissipou como um sopro.

- Merda, você é muito fofo – Ele reclamou por ter se derretido tão fácil.

Jisung se permitiu sorrir pequeno. Embora ainda estivesse envergonhado, ele entrou na brincadeira.

- Eu já disse não sou fofo! Eu sou gostoso!

Minho percorreu todo o corpo dele com os olhos com uma lentidão quase desconfortável, para no final sorrir.

- Você pode ser os dois – Ele concluiu, chegando mais perto de Jisung e trazendo de volta a sensação de frio na barriga que eles dois sentiam a poucos minutos atrás – Mas, respondendo a sua pergunta – Minho começou provocativo – Eu não sei... Minha cama é tão pequena, a gente teria que ficar bem agarradinhos... – Ele disse enquanto lentamente passava os braços em torno da cintura de Jisung e trazia ele mais pra perto – E pode ser que, no meio da noite, eu não resista e acabe mordendo essas suas bochechas bonitas – Ele disse dando um beijo em cada bochecha de Jisung.

- Eu acho que eu posso viver com isso – Jisung afirmou – Se você me der um beijo...

Minho juntou os lábios com os de Jisung em um beijo carinhoso. Quando se separaram, os dois tinham sorrisos bobos nos lábios.

- Você já quer deitar, Sungie? – Minho perguntou.

- Quero!

Jisung foi o primeiro a deitar sob as cobertas e Minho foi logo depois. Assim que Minho se deitou, Jisung embolou as pernas junto das dele. Minho passou um braço em torno da cintura de Jisung e eles ficaram de frente um pro outro, se encarando até que Jisung foi o primeiro a falar.

- Hyung, eu ainda estou morrendo de vergonha da sua mãe... – Ele admitiu.

- Não fique, ela só queria fazer um drama. Ela sabe do tanto que eu gosto de você, a gente já tinha conversado sobre isso antes.

- Você tinha dito pra sua mãe que gosta de mim? – Jisung perguntou surpreso.

Minho respondeu com um aceno de cabeça.

- Pra dizer a verdade, ela percebeu sozinha.

Foi a vez de Jisung assentir.

Ele lentamente chegou mais para perto de Minho, e sussurrou em tom de conspiração.

- Eu também gosto de você, Minho hyung.

Como não beijar, não é?

Aquela vez, Minho só parou de beijar Jisung quando percebeu que talvez não fosse parar nunca mais caso continuasse.

- Quem diria que essa quarentena teria pelo menos uma coisa boa – Minho disse enquanto fazia carinho na bochecha de Jisung, sorrindo como o bobo que era.

E, naquele dia, Jisung e Minho dormiram agarradinhos. Mal sabiam eles que aquela tinha sido apenas a primeira de muitas, muitaaaas outras vezes.

                   FIM


Notas Finais


Então, foi isso!
Espero que todos estejam se cuidando!
Não importa o que aconteça, eu sempre vou achar que as vidas são o mais importante. Vidas nunca vão ser números. Então, por favor, vamos fazer o possível para salvar o máximo de vidas possíveis! E agradecer pelas pessoas que se arriscam trabalhando nessa situação: profissionais de saúde, motoristas, responsáveis pela limpeza e tantos outros.
Em respeito a todas as pessoas e todas as vidas, por favor, fiquem em casa!
Aproveitem pra ler fanfic!😜
Muito obrigada por lerem! ❤

Ps: Vocês querem um extra com hot?


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