No palácio de Andalasia, todos os funcionários se moviam com pressa para preparar todos os detalhes da grande festa que iriam recepcionar. Liderados pelo Conselheiro Real Nekomata, o castelo todo estava ocupado. Finalmente, o herdeiro da falecida rainha Yuna* se casaria e se tornaria apto para assumir o trono. O casamento do príncipe Tetsurou era um evento aguardado pelos habitantes do reino há vários anos desde sua festa de maioridade.
Oposto aos súditos em fervorosa para a preparação, Lev estava extremamente nervoso por outro motivo. Devido a sua fidelidade para com o rei Yaku, ele tinha que impedir que o casamento acontecesse. E para isso o rapaz tinha que interceptar Bokuto na entrada do palácio, antes que o camponês encontrasse Kuroo-san.
Parado em frente aos portões, o rapaz observou nervoso a chegada da carruagem enviada para buscar o noivo. O homem de cabelos bicolores desceu do veículo bem vestido e sendo seguido por grupo alvoraçado de corujas.
_ Eu estou atrasado? Eu espero que não. Acabei perdendo a noção do tempo. _ Lev se viu atordoado pela rapidez e energia da ameaça ao reinado de Yaku-san.
_ Você chegou na hora certa. Mas vamos correr ou Yaku-san vai acabar comigo. _ liderando o caminho, o mais alto murmurou a última parte para que o outro não escutasse.
Distraído com a preocupação de seguir as ordens de seu rei, fechou as portas na cara das aves que os seguiam e perdeu a reclamação de Konoha pelo tratamento.
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Koutarou estava radiante de felicidade. Era impressionante como sua vida mudou em apenas um dia. Ele realmente iria se casar com o homem dos seus sonhos. Sua esperança foi recompensada.
Seguindo Lev, ele se viu adentrando em um grande jardim cheio de árvores, arbustos e flores que nunca viu em sua vida. Bokuto se surpreendeu quando um homem idoso e frágil coberto por uma capa escura surgiu na sua visão:
_ Que noivo encantador.
_ Obrigado, senhor. _ agradeceu educadamente, já tentando contornar o homem.
_ Espere, meu jovem, eu tenho um presente de casamento pra você.
_ Obrigado, mas tenho que ir encontrar o príncipe Tetsurou agora. _ Bokuto continuou alheio, antes da mão envelhecida agarrar seu pulso com força.
_ É importante, meu caro. Você não irá se arrepender. Um poço dos desejos pode garantir qualquer sonho do seu coração. _ o velho disse com convicção, mantendo seu olhar preso no de Koutarou.
_ É mesmo? _ curiosidade brilhou nos olhos do rapaz da floresta enquanto era arrastado pelo jardim.
Na lateral do jardim, um poço se localizava. Suas pedras já aparentavam os muitos anos passados e videiras cresciam sobre ele. Água cristalina fluía de uma abertura no muro e caía no poço. O homem o guiou até que estivesse em frente a ele:
_ Esse é o mais mágico dos poços dos desejos.
_ Incrível! _ exclamou Bokuto ao se aproximar do local e observar o seu interior, onde a corrente d'água caía.
_ Venha, meu bem. Feche seus olhos e diga o seu desejo que o poço o concederá. Isso mesmo. Incline-se bem para que o poço funcione. _ o velho empurrou levemente Koutarou, o inclinando cada vez mais.
_ Eu desejo... desejo viver feliz pra sempre com ele. Ahhhhhh!!!!
O estranho empurrou Koutarou para dentro do poço, observando com um sorriso vitorioso o homem desaparecer desesperado na escuridão do fundo do poço. Tomado por uma energia dourada, o velho sumiu para revelar um homem baixo de cabelos castanhos destacados por uma coroa de prata. Mas o sorriso e o olhar prepotente ainda se mantiveram com a certeza de que se livrou da ameaça.
_ Para onde o mandou, Yaku-san? _ Lev perguntou, se aproximando com curiosidade.
_ Para um um lugar onde não existem finais felizes. _ o rei respondeu mantendo um olhar implacável sobre o poço.
Ambos não notaram uma pequena coruja sobrevoando o local que tinha visto tudo o que ocorrera.
_ Bokuto! Essa não. _ Konoha mudou seu trajeto para o Palácio, ele precisava encontrar o príncipe Kuroo.
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Bokuto estava caindo por um tempo longo demais, totalmente imerso na escuridão. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma luz forte tomou o seu corpo e se expandiu quebrando toda a escuridão. Quando a luz finalmente se apagou, ele se viu novamente em um lugar escuro. A única luz vinha de pequenos furos no teto. Sons estranhos vinham de cima, o impelindo a subir pela escada presa na parede e deslocar a tampa pesada por onde passava as pequenas faixas de luz.
Barulhos altos e luzes fortes chocaram o rapaz ao sair do buraco. Ele se ergueu sem ter nenhuma ideia do que era qualquer uma daquelas coisas.
Koutarou tomou um susto quando sons altos e gritos de pessoas o xingando. Atordoado, o rapaz tentou correr para longe aos tropeços e quase sendo atingido por grandes estruturas que se moviam. Ao chegar próximo das pessoas, tombou em algumas delas e novamente foi alvo de reclamações. Vendo uma mulher se aproximando, tentou conversar com ela pra entender onde estava e o que era tudo aquilo:
_ Com licença! Onde eu estou?
Mas foi completamente ignorado. Por que ninguém o respondia direito? Por que ele era empurrado por aquelas pessoas por aí?
Finalmente tendo saído da multidão, Koutarou caminhou por uma rua vazia e escura. Onde ele estava? Por que todos eram tão rudes com ele sem motivo? Ele estava tão confuso e perdido naquele lugar estranho. E nunca se sentiu mais solitário em toda a sua vida. Na floresta, ele sempre teve a companhia de Konoha, Washio, Sarukui e Komi. Ali estava totalmente só.
Com tristeza percebeu que começara a chover, mas uma visão foi suficiente para encher seu peito de esperança. Um castelo se localizava no alto de uma estrutura. Quem morava lá poderia saber onde era Andalasia e até mesmo poderia lhe dar abrigo. Sendo abastecido por uma força e uma determinação redescobertas, Koutarou se pôs a escalar até chegar ao castelo. Não estranhou o curto espaço para se colocar de pé diante ao portão. Um castelo deve ser bem protegido de qualquer um. Koutarou bateu na porta ansioso:
_ Olá! Tem alguém aí? Por favor, podem me informar onde fica o reino de Andalasia. Algum de vocês conhece o príncipe Kuroo?
Ninguém lhe respondia, mas Koutarou não podia desistir. Ele precisava achar um jeito de voltar para casa.
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