História Quatro Luas - L3ddy - Nunca mais serei o mesmo...

Lucas Fuerschütte On.

Era o fim do último período, tinha combinado de me encontrar com Gabriela no portão da faculdade para irmos embora juntos, então já fazia o meu caminho até lá. Quase não consegui me concentrar nas aulas, as lembranças dos lábios de T3ddy contra os meus ainda estavam frescas em minha memória, ouso dizer que conseguia sentir o seu gosto.

Apertei o passo quando estava perto de onde a garota me esperava, ela provavelmente iria gritar comigo pelo atraso, mas não é minha culpa que me perdi umas duas vezes até chegar aqui.

– Você sabe que minha sala fica bem mais longe da entrada! – Digo já me defendendo antes que ela comece a falar.

– Calma Luba, eu não vou brigar contigo... – Franzo as sobrancelhas estranhando a doçura da garota. – Até porque você não chegou atrasado, o T3ddy quer falar com você antes de sairmos e ele ainda não está aqui. – Sorrio largo, já imaginando o que o garoto queria falar comigo.

– Ele vai demorar muito? – Quando se trata do Lucas eu volto a parecer uma criança, nem me surpreendo.

– Não, ele só estava resolvendo umas coisas com o professor e... – O moreno aparece atrás de Gabbie interrompendo sua fala.

– Falando de mim? – Passa o braço em volta de meu pescoço.

– Vou deixar o OTP sozinho. –A garota sorri sínica e sai de perto de nós.

– O que ela disse? – Pergunto rindo, será que o Lucas falou algo? Não era quem queria esconder por enquanto? Até porque não temos nada... eu acho.

– Ignora isso, ela veio com esse papo de nos shippar do nada, doida. – Ele ri fraco agora se virando de frente pra mim. – Então... já que você aceitou o meu convite, nós... – Ele parece nervoso, mexe a perna incessantemente e vacila ao falar, tão fofo. – Podemos sair agora? Tipo, pra almoçar? Claro se você estiver cansado ou quiser ir embora eu vou entender, se tiver desistido do nosso encontro também ta tudo certo. – Coloco meu dedo indicador em sua boca, o calando e sorrindo pra ele.

– Só me leva até o lugar que vamos almoçar, já disse que nunca negaria seu convite. – Ele sorri grandemente e deposita um beijinho no meu dedo. – Vou lá avisar a Gabbie que ela irá sozinha, tudo bem? –Ele assente e eu me aproximo de novo da azulada que mexia no seu celular, distraída. – Gabbie, vou ir ajudar o T3ddy numa coisa ai, vai ter que ir sozinha hoje.

– Vai ajudar ele a gemer seu nome, é isso? – Ela fala e eu coro na hora, a menina ri.

– Gabriela! Para com isso, as pessoas podem acreditar em você. – Muita gente passava por ali, imagina se algum conhecido escuta eu sei lá.

– Aproveita sua foda que eu vou embora com o Chris e o Mauro, tchau migo. – Ela deixa um beijo em minha bochecha e segue pra dentro da faculdade como se nada tivesse acontecido, eu volto para perto do moreno atônito com o comentário, Lucas me olhava com um sorriso brincalhão no rosto, deve ter presumido o tipo de coisa que a menina me falaria.

– Vamos indo então? – Ele fala me estendendo o braço para irmos até o carro.

{...}

O restaurante era lindo, tinha uma arquitetura antiga, estilo colonial, com várias janelas e um ambiente bem casual. Ele havia escolhido muito bem e com muito cuidado, me pergunta de cinco em cinco minutos se eu tinha gostado do lugar. O garçom acabara de sair de nossa mesa com os pedidos anotados, eu olhava para o rosto dele que tinha uma expressão nervosa, mesmo assim não deixava de ser lindo.

– Então, foram tantos anos não é? – Ele começa a falar quebrando o silêncio nada desconfortável que estava entre nós. – Eu já nem sei mais os seus gostos ou o que faz em seu tempo livre.

– Não mudaram muito não. – Rio fraco. – Ainda sou aficionado por jogos e gasto uma boa parte do meu tempo neles, agora eu saio de vez em quando, pois a Gabbie faz uestão de me arrastar. – Ele abre um sorriso fodidamente lindo quando falo da azulada.

– Fico impressionado com a amizade de vocês dois, a Gabbie é toda hiperativa e extrovertida, diferente da imagem que eu tenho de ti.

– Qual a imagem que você tem de mim? – Apoio o cotovelo na mesa confortando o meu queixo na minha mão, o fitando.

– Que você é um pouco retraído, paciente, calmo... lerdo.

– Não acredito que está me chamando de lerdo. –Nós rimos. – Tá, talvez eu seja, mas mesmo assim eu acho que precisava de uma Gabriela na minha vida pra movimentar um pouco.

– Se não fosse por ela, não teria me reencontrado. –Ele morde o lábio inferior me fazendo esquecer o arredor por um momento e encarar sua boca. – Eu sei que sou irresistível, mas estamos em público, Lubinha. – Sorri malicioso em seguida.

– Deixa de ser babaca, T3ddy! – Coro ao perceber que meu olhar não era nada discreto.

{...}

Já havíamos saído do restaurante e estávamos caminhando pelo bairro, era realmente um lugar bonito, bem arborizado e agradável, me imaginaria em uma daquelas casinhas com meus filhos brincando no quintal e minhas gatas na varanda junto a mim... e Lucas.

– No que está pensando? – O moreno me chama a atenção, me fazendo o olhar.

– Nada demais, bobeira minha. – Sorrio fraco.

– Não me convenceu, mas tudo bem. – Semicerra os olhos desconfiado e faz algo que me surpreende, entrelaça nossos dedos lentamente, parecia o encaixe perfeito, ambos olhamos pras nossas mãos juntas e sorrimos. Continuamos andando em silêncio, de mãos dadas, aquilo pra mim parecia tão certo, naquele momento sentia uma felicidade que não cabia dentro do meu peito.

– Hey, urso! Uma livraria. – Sorri aberto e o puxei até a vitrine do lugar, uma das paixões que adquiri durante meu tempo sozinho foi a leitura, sempre que via livros eu me animava e queria levar a loja inteira.

– Quando me disse hoje que gostava de livros eu não achei que era tanto. – Riu fraco.

– Ai meu Deus! O livro ilustrado do pequeno príncipe! – O ignoro completamente admirando a linda capa a minha frente. – Olha que coisa linda, T3ddy! – Olho pro moreno que está com um sorriso brando em seu rosto.

– Me espera aqui um instante. – Deposita um beijo na testa e entra no lugar, indo direto ao balcão. Conversa um tempo com a atendente que logo vem até a vitrine e pega o livro que eu tanto havia gostado, não estava acreditando que ele iria fazer isso. Lucas logo sai de lá de dentro com a pequena sacola em mãos. – Você deu sorte, era o último exemplar. – Me entregou a sacola, eu deveria estar com a maior cara de tonto do univeso.

– Você não precisava... – Retiro o livro lá de dentro olhando para o mesmo como se fosse a maior preciosidade do mundo, afinal, foi Lucas que me deu.

– Aceite como um presente de agradecimento pelo melhor encontro da minha vida, e a melhor tarde que eu já tive nos últimos anos. – Sorrio tímido, ele conseguia ser extremamente fofo quando queria. – Além de que, você parecia querer tanto ele, esse sorriso no seu rosto vale qualquer dinheiro do mundo... ah eu escrevi uma dedicatória dentro, pra você lembrar de mim. – Abro o mesmo e vejo a dedicatória escrita com sua letra e caneta preta.

“ Você me cativou,

 Espero que sempre que ler isso se lembre

Que eu não sei viver sem você.

De: Seu ursinho T3ddy :)”

– Eu não mereço você. – Meus olhos lacrimejavam, eu abracei o moreno a minha frente com toda a força do mundo, não deixaria ele fugir de novo. – Posso te beijar? – Sussurro em seu ouvido enquanto nos abraçávamos.

– Toda vez que você for fazer isso vai pedir permissão? –Ele olha em meus olhos, rindo. Lucas aproxima o rosto do meu, encarando meus lábios, nossas respirações já se misturavam e sem dar tempo de eu raciocinar minha boca já estava novamente contra a dele, seu beijo me fazia sentir no céu, e a maneira – vou ser ousado ao dizer – apaixonada com que ele apertava mais o meu corpo contra o seu tornava aquilo ainda mais quente e viciante, ele era a minha droga.

Just like nicotine, heroin, morphine
Suddenly, I'm a fiend and you're all I need

(Assim como nicotina, heroína, morfina
De repente, sou um viciado e você é tudo o que preciso)

Só não sabia que estar me tornando tão dependente dele, seria pior pra mim no futuro, afinal nem tudo são flores, e as vezes a pessoa que você mais ama pode ser a que irá te machucar mais profundamente.