História Quem disse que eu sou passivo? - Você por cima, só se for no meu colo

Nem eram oito da manhã e Jimin já estava tendo que lidar com alguns cochichos inconvenientes de alguns alunos da universidade, sendo mais específico, os novatos.

Jimin tinha uma fama bem… como pode dizer? Escandalosa? O seu jeito de vestir chamava bastante atenção entre os alunos, seu jeito de falar, gesticular, sua voz, sua beleza. Tudo nele o fazia se tornar um pontinho brilhante no meio de tanto cinza e preto, que tentavam arduamente ofuscar seu brilho próprio.

Normalmente, quem sempre estava cochichando e fazendo comentários dele, eram os novatos que vinham já do ensino médio e tinha que encarar uma fase nova da vida, talvez por eles estarem fechados demais em seus problemas fúteis de adolescente na adolescência, — mesmo que essa época seja a mais fodida de qualquer pessoa — acham que o mundo gira em torno deles e fazem drama por isso ou por coisas desnecessárias e sem contexto, e, para completar, vem com uma mente um pouco fechada sobre a vida e etc. 

Até os novatos entenderem que nem tudo é de grande importância, e que um homem vestindo saia rosa choque, blusa branca, jaqueta de couro, com uma maquiagem perfeita no rosto, unhas feitas de forma maravilhosa e usando um salto alto de arrasar, não é uma aberração ou uma atração de circo para ficarem tão surpresos quando ele anda pela rua, demora bastante.

Mas, eles não são os únicos que o olha dessa forma, alguns veteranos também lhe lançam olhares estranhos por onde passa, cochichando com os amigos, fazendo comentários inconvenientes e etc. Se tornou algo tão comum do seu dia a dia que ele sequer se importava com isso.

Haviam muitos olhares de admiração, mas em sua maioria eram olhares que lhe irritavam, contudo, não deixava isso aparecer em sua face serena.

Também havia olhares indiferentes, como se sua existência ou o seu jeito de vestir não fosse lá essas coisas.

Entretanto, talvez o que mais enchia sua cabeça no meio de toda essa algazarra, era comentários onde sempre perguntavam a mesma coisa.

"Como deve ser foder ele?"

Para o Park, isso chegava até mesmo ser inconveniente e sem noção. 

Ele se fazia de surdo e cego quando ocorriam essas situações, mas ele escutava tudo, sabia quem falava tais coisas e sabia que não valia a pena gastar sua saliva para ficar discutindo com um babaca qualquer que só quer chamar atenção, por isso guardava tudo para si e depois esquecia, porque isso era a melhor coisa que ele poderia fazer. Esquecer.

Mas então, Jimin se perguntava, por que as pessoas pensavam isso dele? Pelas suas vestimentas? Seu jeito? Sua voz que sempre foi um pouquinho mais fina do que as dos demais, desde sua adolescência? Seus gostos e preferências?

Desde quando vestir uma roupa fala que você é ativo ou passivo? Que só porque você veste uma saia e tem um jeito mais "afeminado" te faz alguém que dá a bunda? 

Será que as pessoas precisam saber que pessoas tem gostos e preferências? Ou elas não sabem desassociar uma coisa com a outra?

Não quer dizer que por ele gostar de usar saia, usar maquiagem, pintar as unhas e usar salto que isso o torna menos homem, lhe faça virar uma mulher e se torne o passivo da relação. Não! Jimin se sentia bem consigo mesmo, sabia exatamente como se identificava, que ele não queria virar uma mulher ou tinha inveja do sexo oposto, ao contrário, admirava as mulheres por estarem sempre firmes e fortes, batalhando todos os dias por direitos iguais e justos, admirava como elas conseguiam conciliar várias coisas ao mesmo tempo; cuidar de casa, trabalho, família, marido, ter um tempo para elas e para os amigos. Não queria ser uma mulher, ele as admirava, mas gostava mais de ser quem é e as admirar de longe.

E não! Não é porque gosta de se vestir de tal maneira, de agir de uma forma mais meiga e adorável, de possuir uma voz fina, um corpo que não era lá tão musculoso, — mas que para ele, já era o suficiente — que ele se tornava o passivo da relação. A pessoa que fica por baixo ou que se for por cima, só em cima de um pau.

Para sermos sinceros, Jimin não gostava de ter algo dentro de si. Desde que se conhece por gente, ficar por baixo nunca foi do seu agrado, ele não gostava de dar ou se tornar submisso a alguém. Até tentou algumas vezes, mas suas tentativas só mostraram que de fato, não gostava de ser penetrado. Talvez, gostasse de receber um beijo grego, mas não ter alguma coisa se movendo para trás e para frente dentro de si. Em compensação, Jimin descobriu que gostava mais de dar prazer a outras pessoas e descobrir seus pontos sensíveis, como se fosse um jogo que o prêmio maior, seria poder ver a outra pessoa escorrendo entre seus dedos. 

Era disso que ele gostava.

Mas até as pessoas entenderem isso, vai demorar bastante. E até lá, Jimin não iria fazer nada para mudar os pensamentos delas, até porque, ele não tinha a obrigação de fazer isso. Que as pessoas pensassem o que quisessem sobre ele, e o que elas bem entenderem, ele tinha mais coisas para se preocupar.

Um exemplo básico, eram os seus estudos, como estudante de moda e marketing e publicidade, — sim, fazia dois cursos ao mesmo tempo — ele deveria estar sempre estudando e se esforçando nas matérias, por isso, os livros e as aulas sempre estavam ocupando sua mente, invés de deixar espaço para ficar se preocupando com o que as pessoas pensavam de si.

Por esses motivos, ele acabou andando direto para a sua sala, mascando um chiclete de melancia, tal esse que o acompanhava por todo lugar, se movendo pelos corredores como se fosse uma pena de tão leve que era, chamando atenção da maioria das pessoas que encontrava pelo caminho e, até mesmo podia jurar que estava arrancando suspiros por aí, mas nada muito concreto em sua cabecinha.

Porém, só não sabia ainda, pois havia um garoto de cabelos cor de cereja, que usava óculos e roupas um pouco largas que o olhava passar de longe e observava toda aquela beleza exorbitante, suspirando baixinho quando ele passava e sentindo o ar faltar nos pulmões ao admirar toda aquela lindeza que era Park Jimin.

Já havia um tempo que Jeon Jungkook estava afim do azulado, sempre babando quando o via andar por aí pelos corredores. Quando ele estava sorrindo e se divertindo com os amigos, era pior ainda porque o pobre Jeon se sentia desnorteado com aquele sorriso bonito, onde os lábios se esticavam de ponta a ponta e os olhos miúdos se fechavam na mesma hora, o deixando tão bonito. 

Park Jimin era tão bonito que ele sentia que poderia morrer com tanta beleza.

Também tinha conhecimento sobre o que rolava pelos corredores daquela instituição sobre o azulado, não era um desinformado, mas mesmo assim, havia as suas próprias dúvidas em relação a isso.

Jeon Jungkook era a personificação de um homem, que com certeza, ficaria por cima. Era musculoso, alto, bonito, havia diversas tatuagens espalhadas por um dos seus braços e estava prestes a fazer a mesma coisa com o outro braço, era forte e sempre aparentava ser bem másculo pelas pessoas. Tudo isso ajudava com que os demais pensassem coisas sobre ele, e o ruivo se perguntava se o Park pensava da mesma forma. Na verdade, Jungkook se perguntava se Jimin havia notado sua presença alguma vez já que sempre estava rodeado de gente, ficava até difícil de saber sobre isso. 

— Por que você não para de ficar babando e vai falar com ele? — Seokjin, seu amigo desde o ensino médio e que cursava agronomia, perguntou enquanto o encarava com cara de tédio, vendo-o babando pelo Park que já estava adentrando sua sala de aula para assistir sua aula. — Ou faz isso, ou vai ficar parecendo um psicopata olhando desse jeito para ele.

— Aí, hyung… — o Jeon passou a resmungar, formando um bico manhoso choroso nos lábios. — Como que eu vou falar com ele? Eu me tremo todinho só quando ele passa, imagina se eu for falar com ele? Ela vai achar que eu tenho algum problema, tenho certeza. — ele bateu o pé no chão e cruzou os braços, como uma criança emburrada.

Mesmo com sua aparência, O ruivo era uma pessoa tão meiga e doce, e às vezes se comportava como uma criança, fazendo bico e batendo o pé. Seus amigos achavam algumas ações fofas e não foi diferente do Kim que riu de si e bagunçou seus cabelos cor de cereja.

— Não é 'pra rir, ah! — Ele empurrou o amigo, escutando a risada engraçada e estranha dele, este que o abraçou.

— Não dá, você às vezes é bem fofo, sabia? — Ele apertou o Jeon em seus braços. — Um dia você ainda vai conseguir pelo menos dar uma bitoquinha nele, baby. Mas saiba que é bom preparar essa bundinha branquela aí também, você sabe o porquê.

— Minha bunda não é branquela… — ele falou, tocando na sua parte traseira por cima da calça. — Eu não entendi.

— Ah, JK! Você sabe! — exclamou, fazendo uns sinais com a mão que o ruivo não entendeu, só consertou os óculos e continuou a olhá-lo sem entender nada. — Sabe, eu não gosto de ir pelos comentários dos outros, mas rola tanta coisa sobre o Jimin por aí, que eu tenho minhas dúvidas sobre ele — explicou, passando os dedos pelos fios de seu cabelo, os alinhando. — Então, para você não ser pego desprevenido, é melhor fazer a limpeza das suas áreas traseiras só por precaução, sabe? Sempre é bom estar prevenido para tudo.

— Meu Deus, hyung. Eu odeio quando você faz isso, mas eu te amo mesmo assim — Jungkook falou, passando a mão pelo rosto quando suas bochechas começaram a ficar quentes, assim que o mais velho prosseguia com sua linha de raciocínio. — Bem, eu nem sei como vou fazer isso, já que eu nunca, meio que, né... — ele comentou, olhando para os seus pés.

— Mas um motivo para você fazer a limpeza das partes de trás, meu amigo — Seokjin disse animado, passando o braço pelo pescoço do Jeon, puxando-o para andar pelo corredor ainda cheio de universitários. — Imagina perder o cabaço de trás com o cu sujo? Meu deus, que nojo!

Jungkook não lhe disse nada no momento, parou no meio do corredor e fechou os olhos fortemente, passando a mão pelo rosto, sentindo a face pegar fogo.

— Eu não vou nem te dirigir a palavra, Seokjin. Para mim já deu.

Foi tudo que ele disse, seguindo pelo corredor sem a ilustre presença do mais velho, este que gargalhava pela situação, principalmente dele.

— Jungkook, seu moleque! Me espera!

[...]

Naquela tarde de sábado, quando Jungkook saía do seu serviço de meio período e seguia em direção ao seu apartamento — que era mais parecido com uma kitnet —, recebeu uma mensagem dos seus amigos o chamando para ir em uma balada, onde a maioria dos universitários de sua instituição estaria. 

Pelo que foi dito, rolaria um show de uma banda famosinha e que estava fazendo sucesso com os jovens, mas ele sequer conhecia, então deu de ombros e só confirmou sua ida porque Seokjin o encheu o saco, porque se não fosse por isso, ele nem iria.

E também, recebeu a notícia de que uma certa pessoa estaria lá, então, não pensou muito em aceitar o convite.

Quando chegou em casa, fez questão de ir tomar um belo de um banho e ver o tipo de roupa que usaria naquele dia. Normalmente, não ia muito em festas e casas noturnas, então, raramente sabia o que usar, mas já tinha uma ideia de que não deveria ser uma roupa feia demais e nem muito simples, algo mais casual e que marcassem bem as suas pernas grossas e fartas, para chamar atenção, porque mesmo que ele não as deixe à mostra por tanto, tinha orgulho de suas pernas malhadas e bonitas, e gostava quando as pessoas olhavam para elas.

Durante o banho, as palavras do Kim brilharam em neon em sua mente sobre Park Jimin e suas preferências, enquanto olhava para o espelho e via seu cabelo todo molhado, se perguntava se deveria ou não fazer a limpeza de suas áreas traseiras, mas no final acabou fazendo. Pesquisou uns tutoriais na internet de como fazê-la, prestando atenção nas informações, pesquisando também outras coisas sem muita importância, quando acabou, ele passou a reclamar de como saiu andando engraçado pela casa e se perguntando como que o ser humano teve a grandíssima ideia de inventar aquilo, apenas para fazer sexo.

Uma completa loucura.

Quando estava pronto, pediu um carro por aplicativo e não demorou mais que quarenta minutos para estar adentrando a casa noturna, passando os dedinhos nervosos pelos fios pintados, enquanto andava entre as pessoas e chamava atenção pela sua roupa escolhida.

Jungkook usava uma blusa de botões preta, esta que estava com os dois primeiros botões abertos, uma calça preta e rasgada por toda a sua extensão, uma jaqueta de couro e botas pretas de plataforma nos pés. Sem contar os brincos que decoravam ambas as orelhas e os cabelos bem alinhados.

O óculos de armação redonda e delicada, que não largava de jeito nenhum, só se fosse caso de vida ou morte, parecia dar um charme ao ruivo.

Jungkook não havia se arrumado todo para chamar atenção especificamente do Park, não iria mentir que desejava bastante os olhos do azulado em si, mas também, queria o foco das demais pessoas que ali se encontravam. Sabia que seria impossível aquilo acontecer quando se tratava do azulado meio daquele mar de gente e nem contava muito com isso, ele só fez a limpeza por causa das palavras do seu amigo pela segurança de estar preparado para tudo.

Se não ficasse com Jimin naquela noite, pelo menos teria a chance de beijar a boca de outro alguém.

Ao se aproximar dos seus amigos que estavam sentados em umas cadeiras acolchoadas, foi recebido com alguns gritos e abraços, todos elogiando o quanto estava bonito, e até lançaram algumas indiretas sobre quem seria a tal pessoa que o Jeon queria tanto beijar, deixando-o um pouco envergonhado durante esse tempo.

Logo o tempo foi passando, conversa ia e vinha, os meninos sempre mudando de assuntos conforme o tempo, uma hora estavam falando sobre as aulas na universidade e em outro momento, falavam sobre política ou algum programa de TV.

Houve uma hora que o grupo se dividiu, uma parte foi para a pista de dança, outra metade ao bar atrás de mais bebidas e, outra acabou saindo para ir atrás de alguém para passar a noite. Jungkook continuou no mesmo lugar, sentado e sozinho, primeiro porque estava com preguiça de levantar dali e seguir parte do grupo que foi até o bar, segundo que ainda não havia encontrado alguém para se divertir e estava com preguiça de fazer isso também.

Em uma de suas mãos, se encontrava uma bebida vermelha e que tinha gostinho de morango, havia gostado bastante e já era a sua terceira dose. Levava o copo até os lábios e desfrutava da bebida alcoólica que descia suavemente pela sua garganta, não era tão forte como as que seus amigos até então haviam tomado, era simplesmente perfeita, a mesma manchava um pouco seus lábios, mas nada demais.

Seus olhos acabaram indo de encontro a pista de dança, onde havia muitas pessoas ali, não conseguia identificar seus amigos dentro daquele mar de gente.

Jungkook era bom na dança, mesmo que tivesse um pouco de vergonha para fazer livremente no meio de tanta gente, ele gostava. Sem querer se gabar, mas era muito bom mexendo o quadril, principalmente sabendo da finura da sua cintura que quando exposta, atraía olhares, arrancando suspiros por onde passava. 

Quando a bebida acabou, o ruivo resmungou alguma coisa incompreensível e deixou o corpo em cima da mesinha de vidro que havia ali, os demais dos seus companheiros não haviam voltado, suspeitava que foi deixado para trás e que os demais já estavam acompanhados. De qualquer forma, não se importava muito, daqui a um tempo daria a hora de ir para casa e mesmo que não tivesse tido a companhia de ninguém,além dos seus amigos, já estava satisfeito por pelo menos ter ido vê-los e conversado um pouco, distraído a mente da rotina pesada e complicada de universitário e trabalhador.

Soltou um suspiro e se levantou, querendo ir ao banheiro para se aliviar. Andou entre as pessoas, esbarrando em algumas no meio do caminho sem querer, quando chegou no local, foi até uma cabine e se trancou ali, soltando um suspiro satisfeito depois de ter feito as suas necessidades.

Após terminar de lavar as mãos, pegou o seu celular para olhar as horas, vendo que já iria ser uma da manhã. Acabou dando uma olhada em suas redes sociais e curtiu algumas fotos de alguns conhecidos seus, que estavam presentes no mesmo local que ele, aproveitando a noite e se divertindo com os seus amigos.

Sem perceber, acabou passando tempo demais ali, olhando o aplicativo, dando like algumas fotos e comentando em outras, que nem notou que estava completamente sozinho naquele local, encostado de lado na pia e digitando algumas coisas no telefone. 

Foi quando a porta se abriu e se fechou com certa força, provocando um barulho alto, que lhe fez voltar à realidade e pulou pelo susto, olhou para trás, consertando os óculos em seu rosto.

Então se deparou com ninguém mais e ninguém menos que Park Jimin, ali na sua frente, perfeito como sempre. O mais velho usava uma saia rodada, solta e quadriculada das cores preta e branco, um cropped preto de manga comprida, salto alto nos pés e jóias, muitas jóias mesmo. Brincos decoravam suas orelhas, anéis em seus dedos, colares em volta do seu pescoço e pulseiras em seus pulsos. Para completar, havia os cabelos pintados de azul que estavam repartidos de lado e deixava parte da sua testa à mostra. 

Estava lindo e perfeito como sempre, Jungkook nem sabia o que falar para expressar o quão ficou abalado com a presença marcante do garoto no local e o quanto era bonito. Tudo vindo do Park lhe abalava diretamente, era quase impossível não se sentir afetado por ele. Jesus!

Virou o rosto depois de o observar por três segundos e engoliu seco, seus ombros se encolheram e ele procurou focar outra vez no que estava vendo em sua tela de celular, tentando ignorar a presença ilustre do outro e do assobio vindo da sua parte.

— O que uma beldade dessas está fazendo sozinho aqui nesse banheiro imundo? — A voz do Park soou pelo local vazio, onde só os dois se encontravam e Jungkook sentiu seu corpo corresponder, ao tom rouco e provocativo, através do arrepios que correram por todo seu ser. Conseguia sentir que o outro estava atrás de si, lavando as mãos já que escutou som da torneira sendo ligada. — Não vai dizer que seus amigos lhe deixaram aqui e agora você tem que se virar para ir para casa? — Aquilo foi uma pergunta retórica e que parecia está apenas querendo divertir os dois presentes no local. — Sinto muito por isso, gracinha.

— Na verdade, eu vim sozinho — Jungkook respondeu, em tom de voz baixo, mas alto o suficiente para o azulado escutar. — E pretendia voltar sozinho para casa. 

— E não vai mais? — perguntou mais uma vez, passando os dedos pelo cabelo.

— Eu ainda vou — disse, finalmente criando coragem para olhá-lo pelo espelho enorme que havia no local, vendo ele retocar o gloss labial e sorrir em sua direção.

— É realmente uma pena… — Jimin resmungou, com um pesar na voz, fazendo um leve bico nos lábios enquanto guardava o cosmético no bolso que o cropped tinha. — Eu queria tanto poder pagar uma bebida para você, ruivinho. 

Jungkook quase faleceu ali mesmo ao escutar o apelido sair da boca do Park, a mesma boca que ele almejava tanto beijar e desfrutar dos lábios carnudos e rosados, que com certeza deveria ter um gosto doce misturado com álcool.

Seu coração bateu forte na caixa torácica e pode jurar que quase colocou-o para fora. Seu rosto esquentou e suas bochechas ficaram com uma tonalidade carmesim, deixando bem claro que estava com vergonha. O azulado que observava todas as suas reações através do espelho riu baixinho, virando o corpo em sua direção, cruzando os braços em frente ao peito, esperando por uma resposta.

Jimin já havia o visto outras vezes pelos corredores da universidade, admitia que o ruivo era bem bonito e que por um momento, se viu agarrando a cintura fina dele assim que o avistou sentado naquelas cadeiras acolchoadas, junto de alguns amigos. Estava sim de olho nele, esperando a esperando algum momento para se aproximar e lançar um pouco do seu charme para cima do Jungkook, tendo a missão concluída com sucesso ao ver as bochechas vermelhas e um sorrisinho brotar em seus lábios avermelhados.

— Só uma bebida? — O ruivo passou a língua pelos lábios, dessa vez, olhando para o azulado ao seu lado.

— Se você quiser mais... — Jimin deu de ombros, levando o olhar as suas unhas grandes e que pareciam ser garras. Jungkook sentiu outro arrepio correr pelo seu corpo assim que olhou para as mãos pequenas, mas que pareciam fortes, vendo as unhas longas e imaginando as tais contra sua pele, arranhando. — Eu posso até lhe pagar mais bebidas, mas você tem que aceitar primeiro. Então, aceita? — Jimin perguntou e não foi preciso mais do que dois segundos para o Jeon afirmar com a cabeça, concordando.

O Park abriu um sorriso grande e divertido, agarrando a mão do mais alto para ambos saírem dali, em direção ao bar. Jungkook bloqueou o celular e colocou o aparelho no bolso da jaqueta, se deixando ser guiado pelo azulado até o bar onde havia alguns garçons disponíveis.

Pediu o mesmo drink que estava tomando antes de ir ao banheiro e Jimin acabou pedindo algo mais forte, virando a mesma de uma vez só. O outro garoto deu apenas um belo gole em sua bebida vermelha, desfrutando do gosto doce misturado com álcool.

Porém, seu corpo foi virado e ficou frente a frente com o do menor, fazendo-o levar um susto e quase se engasgar com a bebida. Jimin sorriu se divertindo com a situação, encurralando o outro estudante contra o balcão de atendimento , passando os dedos pelas bochechas rosadas e cheinhas. 

— Antes de tudo, me deixe confirmar uma coisa — disse o azulado, levando uma das mãos até a cintura desenhada do outro, aproximando-se ao ponto de ficar próximo demais do seu rosto, colando ambos os corpos no processo. Jungkook ficou sem ar, acabou por segurar um dos ombros de forma alheia com a mão trêmula, sentiu as pernas amolecerem por um instante e por pouco não soltou um ofego devido a isso. A pegada do Park era firme e forte, conseguiu o desestabilizar por completo, nunca havia sentido algo desse tipo antes, estava até impressionado pela forma que seu corpo correspondeu a isso. — Seu nome é realmente JK ou é só uma forma para que os outros possam o reconhecer? — perguntou em dúvida, tombando a cabeça para o lado, o que lhe deixou adorável e Jungkook quase teve um ataque de fofura, é claro, se não fosse pela situação que ambos se encontravam no momento.

— JK é apenas um apelido, meu nome de verdade é Jeon Jungkook — respondeu, usando um tom de voz onde apenas o Park poderia escutar devido ao som alto. 

— Como eu imaginei, mas JK não é um apelido um pouco sem graça, ruivo? — ele o provocou e Jeon acabou rindo baixinho, deixando a bebida no balcão de madeira.

— Como se “ruivo” fosse original — rebateu em resposta, arrancando um risinho baixo do azulado, este que se aproximou mais ainda do seu rosto.

Ambas as respirações se misturaram, se transformando em uma só. Jungkook fechou os olhos levemente, ficando mole nos braços do outro, segurando os ombros com as mãos fraquinhas. Deixou um suspiro escapar dos seus lábios quando Jimin apertou os dedos na linha de sua cintura, enquanto a ponta do seu nariz deslizava pela bochecha fofinha e levemente rosada, descendo pela mandíbula até chegar em seus pescoço e inspirar o cheiro do perfume gostoso que o mais novo usava, fazendo sua mente ficar em completo transe sobre aquele garoto que além de bonito e gostoso, era extremamente cheiroso. Seu cheiro não enjoava e nem trazia dores de cabeça para o Park como outros perfumes faziam, simplesmente perfeito.

Eles não souberam dizer como aconteceu e em que momento aconteceu, mas quando menos perceberam, ambos já estavam com os lábios colados um no outro, enrolando as línguas uma na outra e aproveitando o contato entre elas. Jimin soltou um suspiro contra a boca avermelhada do mais novo quando este puxou os fios de seus cabelos e virou a cabeça para o lado oposto do seu, suas mãos apoiadas na cintura alheia escorregaram até o quadril do ruivo e se situaram ali, apertando os dedos contra a pele do local, fazendo-o ofegar contra a sua boca e derreter em seus braços.

Nunca, nem em seus melhores sonhos, Jungkook havia se imaginado agarrado no azulado e aos beijos, como estava agora tampouco que as carícias dele fossem tão boas ao ponto de perder o fôlego e a linha de raciocínio. Parecia loucura, mas era a verdade, Jimin conseguiu o deixar desnorteado apenas com um toque, um simples beijo, imagina o que ele poderia fazer na cama.

Céus! Só de pensar nisso, ele ficou zonzo.

A pegada dele era coisa de outro mundo, diferente de outros caras que possuíam as mãos de gelatina e nem sabiam o que fazer ou como agir, Jimin sabia muito bem o que estava fazendo e o que queria. Agarrava, apalpava, puxava e marcava com gosto, fazendo o pobre do Jeon ficar sem chão, dificultando a situação do ruivo onde ele poderia cair a qualquer momento visto que suas pernas que não atendiam mais aos pedidos de sua mente, nem mesmo seu corpo, que já estava totalmente entregue, parecia obedecer. Estava em êxtase, esse era o poder do de cabelos azuis.

Quando Jimin apertou mais seu corpo contra o balcão de madeira do bar e levou os lábios até a pele sensível do seu pescoço, Jungkook só faltou gemer e revirar os olhos em pura satisfação, puxando os fios coloridos com seus dedos e rindo baixinho.

“Deus, se isso for apenas um sonho, por favor não me acorde” pensou o ruivo, enquanto acariciava as costas do outro, com suas mãos sedentas.

[...]

Jimin não costumava levar pessoas até a sua casa se o intuito fosse transar com elas. Já fez muito isso há alguns anos atrás, mas depois de ter muitos problemas com o excesso de barulho e essas tais pessoas o procurando para repetir a dose, ou ir tirar satisfação com ele devido a alguma coisa — sem contar que odiava gente estranha em sua casa —, começou a preferir um motel qualquer ou ir na casa de outras pessoas, porque assim, ele poderia ir embora sem a tal pessoa ver e nem mostraria o caminho de sua casa.

Mas com Jungkook as coisas foram diferentes e quando menos percebeu, já estava puxando o ruivinho para seu apartamento, testando os limites com aproximações perigosas, beijos e toques. Jimin teve que se segurar muito para não avançar no garoto enquanto estava no carro, mentindo para o motorista quando Jeon enfiou o rosto na curvatura do seu pescoço e passou a rastejar sua língua atrevida ali, assim como começou a apertar suas coxas por debaixo do pano da saia, dizendo que estava passando mal.

Aquele garoto estava brincando com ele e como forma de vingança, planejou o que faria com o ruivo assim que chegasse em sua residência.

Assim que chegaram, os sapatos voaram junto com a jaqueta do Jeon. Jimin agarrou e o prensou contra a parede da sala com brutalidade, enquanto atacava-o com um beijo quente e completamente dominador, onde deixou o mais novo de pernas bambas e entorpecido pelo momento, completamente à mercê do Park.

O azulado fez com que o outro abrisse as pernas para si, no intuito de enfiar a sua no meio delas e perigosamente, perto do seu membro duro e bem evidente pelo volume na calça. Jeon ofegou, sentindo seus cabelos sendo puxados e sua cabeça forçada a ir na direção contrária tentando descontar tudo o que sentia nos cabelos do mais velho. O dono do apartamento mexeu a perna, proporcionando uma fricção gostosa e prazerosa que o fez soltar o primeiro gemido da noite pelos seus lábios, agraciando os ouvidos do Park, que sorriu entre o beijo quando se afastou.

Jungkook estava tremendo, sentindo sua respiração ofegante e o peito subindo e descendo, as pernas tremendo e o suor se acumulando em sua testa, embaixo da franja. Sua cabeça caiu para trás, encostando na parede atrás de si, dando total liberdade para o outro marcar a derme branquinha com a boca, trazendo arrepios gostosos para o mais novo, continuando a fazer pressão contra o volume do ruivo, fazendo-o soltar murmúrios manhosos.

— Filha da puta — xingou o ruivo, apertando o tecido do cropped do azulado com seus dedos trêmulos, revirando os olhinhos por debaixo das pálpebras. 

Jimin riu contra a pele sensível do outro, recuando levemente para agarrar as pernas do maior e sustentar o corpo dele com seus braços fortes, que fez Jungkook se assustar e se firmar no corpo do mais velho, este que andava até o seu quarto com a boca grudada na sua, em um ósculo lento e cheio de tesão.

Suas costas foram de encontro a uma superfície plana e fofinha, o corpo meramente menor ficou por cima do seu, subindo no colo enquanto, posicionava bem em cima do volume do mais novo, mexendo o quadril lentamente, criando uma sensação gostosa entre seu membro e a bunda alheia. As mãos do Jeon foram em direção ao traseiro alheio, apertando ambas as nádegas com vontade, o que tirou um gemido satisfeito do azulado.

Em um movimento rápido, Jungkook trocou suas posições e ficou por cima do corpo do mais velho, apoiando parte do seu corpo com os braços que se encontravam em cada lado do rosto deitado na cama,se desprendendo aos poucos dos lábios viciantes e avermelhados. As mãos do Park adentraram a sua camisa de botões e com suas unhas enormes, arranhou a lateral do tronco alheio, sentindo a pele arrepiar contra seus dígitos enquanto jogava o quadril contra o do outro. O ruivo apertou uma das coxas fartas do Park com gosto, sentindo a pele macia contra sua palma e marcando até que ficasse vermelha, escutando o azulado rir contra a sua orelha.

O quarto poderia até estar gelado naquela madrugada, mas ambos os corpos em cima da cama se encontravam mais quentes que o próprio sol, até pensavam que deveria ser impossível chegar a esse ponto, mas ali,perdidos um no outro, tinham certeza que era possível sim. Quando seu corpo foi empurrado para o lado e despencou na cama outra vez, Jungkook deve ter soltado o vigésimo suspiro naquela noite quando o Park começou a abrir os botões de sua camisa, um por um enquanto distribuía selares por todo seu pescoço, clavícula e os ombro já desnudos. Um gemido baixo saiu pelos seus lábios quando a língua aveludada do ruivo rodeou seu mamilo amarronzado e o chupou, trazendo pequenos choques elétricos que percorreram por todo seu corpo, e fez os dedinhos dos seus pés se contraírem. Enrolou as madeixas azuis entre nas suas mãos mais uma vez e puxou, deixando Jimin fazer o que quisesse com seu corpo, desde a morder, chupar ou marcar do jeito que desejasse, contanto que ele o fizesse delirar de prazer como estava fazendo naquele exato momento.

Contudo, o Park não demorou muito ali, logo passou a descer e arrastar seus lábios pela barriga levemente definida do mais novo, até chegar em sua virilha, perto da borda da calça, onde ele levou os dedinhos atrevidos até lá e desabotoou, descendo o zíper lentamente, tendo todos os movimentos observados pelo próprio Jeon e seus olhinhos brilhantes, que o azulado achava tão fofos.

Não se demorou muito nisso e arrancou a calça do mais novo junto com a peça íntima com ajuda dele, apreciava bastante as preliminares, porém, naquele momento, queria mesmo era sentir o pênis do garoto em sua boca enquanto desfrutava do gosto que deveria ter, tanto que não pensou duas vezes ao enfiar o membro alheio na sua boca até onde conseguia, deslizando os lábios grossos e avermelhados pelo caralho duro do mais novo, onde já se encontrava com a glande melada de pré gozo.

As costas do ruivo formaram um leve arco e ele soltou um gemido alto vindo do fundo da sua garganta, tentando fechar as pernas inutilmente, já que o azulado segurou suas coxas com as mãos, apertando a carne branquinha com os dedos até que ficassem marcas avermelhadas na pele.

Jungkook não sabia que era a sensação de estar no céu, mas poderia ver as mais belas estrelas quando tinha a boca do Park subindo e descendo pelo seu pau, babando-o por inteiro e o fazendo revirar os olhinhos por debaixo das pálpebras devido ao prazer eminente. O único problema naquilo tudo era que o céu era o último local onde Jungkook poderia estar, e o mais próximo de céu que ele conseguiria chegar seria no céu da boca de Park Jimin.  

A cavidade bucal do azulado era quente, acolhedora e aveludada, a língua atrevida deslizava de uma forma tão gostosa que era impossível ficar calado. Jimin parecia querer o levar ao limite o chupando daquele jeito e o pior de tudo era que o olhava com aqueles olhos castanhos de um felino prestes a atacar e que sabia muito bem o que estava fazendo.

 Jeon tentou fechar as pernas mais uma vez quando a língua do mais velho esfregou a glande inchadinha, porém o mais velho segurou e retirou o membro alheio de sua cavidade bucal, fazendo um barulhinho excitante logo em seguida, rindo ao observar o rostinho necessitado e vermelhinho do mais novo, vendo-o com os lábios entreabertos, choramingando por causa do fato de não ter mais daquele contato tão delicioso. Jimin levou uma das mãos até o cacete lambuzado, em uma mistura de pré gozo com saliva e passou a fazer uma masturbação lenta, subindo e descendo pela intimidade do outro enquanto a outra segurava o seu quadril, para o impedir de estocar contra a sua mão, se divertindo com a expressão sôfrega e pidona que o ruivo fez para si.

— Hyung… — Jeon o chamou, com a voz carregada de manha e tesão, alcançando o toque que estava no membro dele e apertando os dedos ali, querendo incentivar o mais velho para acelerar a masturbação que antes fazia em si. Os olhinhos dele brilhavam e o bico que se prendeu em seus lábios avermelhados e inchadinhos — devido aos beijos e mordidas dados com a intenção de conter os gemidos, quase fizeram o pau do Park parar na testa devido a visão.

Aquele ruivo deveria estar brincando com sua cara, não era possível. Como alguém poderia ser tão lindo assim? E tão gostoso como era? Jimin estava se segurando para não o virar de bruços e apenas meter dentro dele, fodendo forte o suficiente para ouvir gritos de prazer.

— Hm? — ele respondeu, com outra pergunta, acelerando os movimentos, vendo quando o garoto mordeu os lábios e jogou sua cabeça para trás, gemendo alto ao que suas pernas tremiam em espasmos. Era uma cena quente de ver, vamos dizer que o Park era um pouco… sádico, e vendo o ruivo tão a mercê dos seus toques daquela forma, deixando-o fazer o que quisesse com seu corpo, até mesmo provocar pequenos espasmos e o deixar à beira de um orgasmo, levava seu ego as alturas. — Diga meu bem, o que foi? 

— Jimin… — O maior apertou a mão deste, contudo, antes que pudesse de fato formular alguma frase, seus lábios se partiram ao meio e um som alto escapou por eles assim que sentiu o mais velho enfiar uma de suas bolas na boca e chupar fortemente, deslizando a língua. — Jimin!

Movendo sua mão para cima e para baixo de forma rápida, o último citado fechou os olhos, aproveitando o aperto que o mais novo deu em seus cabelos, puxando os fios pintados que estavam enrolados entre os dedos, fazendo seu trabalho, que era proporcioná-lo prazer. Largou uma das bolas completamente babada para ir até a outra, repetindo o mesmo processo de antes, entre chupar e dar pequenas lambidinhas que deixavam-no doido e com as pernas bambas.

Porém, o mais velho não parou por aí, deslizou a língua, indo cada vez mais baixo e quando encontrou o lugar que queria, não poupou esforços em lamber a entradinha enrugada, escutando o gritinho surpreso do outro e vendo os olhos dele se arregalaram quando se afastou levemente para olhar o rosto deste. Jungkook fechou as pernas na mesma da hora, sentando-se sobre a cama e colocando as mãos na frente do próprio membro. 

Ok, com certeza não estava esperando por isso, mesmo que já tivesse em mente que era bem provável de se acontecer, na verdade, era apenas uma probabilidade, não uma certeza. Agora estava ali, com os olhos arregalados e um rosto queimando de vergonha quando não sabia onde enfiar a cara.

Para ser bem sincero, Jungkook nunca teve uma experiência como aquela, porque não havia tido a oportunidade antes e nunca se imaginou por baixo, sem contar que as pessoas só iriam atrás de si para ter uma noite onde basicamente, ficasse por cima e não por baixo. Era uma experiência nova e assustadora, pelo menos para ele, mas não deixava de ser curiosamente interessante.

Jimin arqueou uma das sobrancelhas, olhando diretamente para os olhinhos assustados do mais novo, levando as mãos até os joelhos deste e acariciando eles com cuidado, para não apavorá-lo ainda mais.

— O que foi? — perguntou, levando os dedos em direção ao queixo alheio, onde segurou delicadamente e fez ele levantar o olhar para conseguir ver seu rostinho

— É que eu… eu nunca p-pensei nisso — Gaguejou um pouquinho, prendendo a respiração quando o rosto do mais velho se aproximava do seu.

— Pensou em que? Pensou que eu ficaria por baixo? — As perguntas saíram dos seus lábios sussurradas e batiam contra o rosto do outro fazendo-o fechar os olhos levemente. — Jungkookie, quem disse a você que eu sou o passivo?

— Ninguém, mas eu pensei que eram apenas comentários… — falou, respirando profundamente quando a ponta do nariz do azulado deslizou pela sua bochecha. — Eu pensei que era boatos apenas para tirar uma com sua cara ou algo assim, hm…

— Eu fico até feliz que você não segue os comentarios, pelo menos você não é como eles. — Ele sorriu, forçando o corpo a ir se deitando lentamente na cama, acariciando os fios cor de cereja com cuidado — Mas aqui Jeon, infelizmente, você por cima só se for no meu colo, entendeu? — perguntou, acariciando a barriguinha levemente definida do ruivo, observando-o o biquinho fofo se formar em seus lábios.

— Essa é minha primeira vez — avisou, vendo que Jimin já se colocava entre suas pernas novamente, mas dessa vez sem o cropped, já que o Park fez questão de tirar a peça de roupa e jogar em algum canto, deixando seu abdômen não tão definido , à mostra.

— Vou tentar fazer sua experiência se tornar a melhor de todas, está bom, meu bem? — Deixou um beijinho na boca alheia, assistindo-o rir, sentindo os dedos deste voltarem a se enrolar em seus fios de cabelo.

Jimin voltou a sua antiga posição e incentivando-o a abrir as pernas, dando visão a sua entradinha apertada, Jungkook soltou o ar totalmente nervoso com o que viria a seguir, porém seu corpo relaxou assim que o mais velho começou a lamber e chupar sua intimidade, todo o nervosismo evaporou assim como a vergonha, já que ele não fazia mais esforços para conter os gemidos altos e manhosos, o que fazia Jimin amar mais ainda o momento pois Jeon, mesmo cheio de vergonha, se contorcia de forma tímida na cama, deixando claro quanto prazer sentia.

O Park forçava sua língua para dentro do mais novo, tentando mantê-la firme e empurrando para dentro para lubrificar todo o buraquinho apertado, lambia e chupava o local com gosto enquanto o ruivo só conseguia pensar no quanto aquela boca era tão gostosa. Levou sua mão até o membro esquecido do ruivo, passando a punheta-lo rapidamente enquanto dava atenção a sua entrada piscante e necessitada.

O mais novo só faltou falecer ali mesmo, a mão do Park subindo e descendo pelo seu caralho duro e a sua língua trabalhando tão ardilosamente dentro dele, que já estava sentido as primeiras sensações de um orgasmo vindo, onde nem tinha como segurar devido aos estímulos que estava recebendo. O revirar em seu baixo ventre, as pernas tremendo, os dedinhos se contraindo, os gemidos mais altos e manhosos, mais sensível aos toques, tudo isso anunciava a chegada de um ápice próximo.

O que não demorou muito para chegar, a coluna se arqueou assim que seu limite atingiu e seus olhos se reviraram tão forte, que faria sua cabeça doer se não fosse pela situação atual. Seu membro expeliu o líquido branco em abundância, melando a palma do mais velho, este que continuou com os movimentos. Seu corpo tremeu um pouquinho enquanto segurava o lençol da cama entre seus dedos, tentando fechar as pernas inutilmente porque o azulado segurava uma das suas coxas.

Seu corpo ficou mole depois disso, tentando restabelecer a sua respiração, ele só abriu os olhos depois de sentir um tapa em sua coxa, tendo a visão do Park chupando seus dedos melados de porra de uma forma tão erótica, fazendo-o parar tudo para ficar observando-o colocando seus dedos dentro de sua cavidade bucal, os deslizando lentamente.

Aquela cena foi extremamente obscena, se não tivesse gozado há alguns segundos atrás, provavelmente teria gozado agora.

Jimin engoliu o último resquício de gozo presente em sua mão e pediu para que o mais novo se virasse, ficando de bruços e com um travesseiro embaixo do quadril para ajudar a levantar o traseiro na direção do outro deixando-o mais confortável. Se esticou até a cômoda ao lado da cama e de uma das gavetas tirou um frasco de lubrificante, afastando uma das bandas branquinhas do ruivo com a mão, observando a entrada lubrificada pela sua própria saliva e se contraindo em torno do nada.

— Meu bem, agora irei pedir que você me empreste seus dedos, pode ser? — perguntou, acariciando as ancas fofinhas do mais novo.

Jungkook possuía a bundinha mais adorável que já havia visto, ela era redondinha, avantajada e farta, e seria melhor ainda ver as marquinhas vermelhas que ele poderia fazer nela com a sua mão.

— Meus dedos? — Jeon o questionou um pouco confuso, virando o rosto levemente para trás no intuito de conseguir enxergar o rosto do azulado, que era a própria personificação de beleza. 

— Sim, baby — respondeu, distribuindo selares na nuca do outro. — Minhas unhas são grandes, vão machucar você, então você pode usar seus próprios dedos?

— Eu nunca fiz isso antes — disse meio abafado, com o rosto vermelhinho de vergonha enterrado no travesseiro.

— Eu te ensino, hm? A gente faz devagarinho. — Jimin puxou uma das mãos do mais novo, acariciando o dorso com cuidado. — Você só precisa relaxar.

Jungkook tentou fazer isso, mas era meio que impossível tentar relaxar quando você tinha total consciência de que algo iria o invadir, e mesmo assim, tentou. 

Jimin melou os três dedos de lubrificante e ainda jogou mais um pouco em seu buraquinho apertado, levando os dígitos para espalhar o líquido pegajoso logo depois. Quando o primeiro dedo adentrou o seu interior, o corpo do mais novo ficou tenso, sua respiração ficou pesada e ele travou durante alguns segundos, mas foi questão de tempo para se acostumar e acabar com três dentro de si, fazendo o trabalho de alargar e dar espaço para que o membro do mais velho pudesse entrar e lhe dar prazer, gemendo contra o travesseiro para abafar os seus gemidos.

Os olhos castanhos do Park observavam tudo com uma gula inexplicável, acompanhando os três dedos do mais novo sendo engolidos pela sua própria entrada, contraindo. Ele até conseguia visualizar a mesma coisa com o seu membro duro no lugar dos dedos do mais alto, e isso não estava fazendo bem para a sua sanidade mental. 

Quando achou que Jeon já estava alargado o suficiente, ele afastou os dedos melados e deu uma pequena risada quando este balançou as nádegas levemente de um lado para o outro. retirou a sua peça íntima, jorrou lubrificante em sua intimidade, suspirando quando levou sua mão até lá e espalhou o líquido por toda a sua extensão, sendo a primeira vez que recebia um toque direto.

Jungkook tentou não ficar nervoso, mas logo estava da mesma forma quando enfiou os próprios dedos em seu interior, seu corpo ficou completamente tenso e travado, acabou com o rosto no travesseiro quando sentiu a glande do membro gotejante esfregar em sua entradinha. Sentiu que o mais velho estava tentando o distrair, distribuindo selinhos e lhe acariciando nos pontos certos.

Pelo menos ele foi sincero ao dizer que doeria no início, então não foi muita surpresa para si quando sentiu a dor inicial da invasão. Não era uma dor de matar alguém, mas era bem incômoda e chata.

Levou um tempo considerável para que se acostumasse com aquela nova invasão, quando enfim estava pronto, avisou ao mais velho, recebendo um carinho na região da lombar, antes de começar a se mover. As primeiras estocadas se seguiram devagar, para o mais novo ir se acostumando, Jungkook sentia um sensação estranha em seu interior, mas não era incômoda em si, seus gemidos eram baixos, sempre abafados pelo travesseiro ao qual ele abraçou com força.

Com o passar dos minutos, as estocadas ganharam força e velocidade, Jimin passava a retirar metade do seu membro e depois enfiava tudo de novo no interior do ruivo, gemendo baixinho contra seu ouvido, arrepiando todos os pelinhos da nuca do outro.

— Jimin! — o ruivo gemeu seu nome meio alto quando o azulado deu a primeira estocada bruta, dando um tapa forte em sua bunda. — Cacete…

A risada do mais velho foi a próxima morte do Jeon, em seguida os movimentos brutos e fortes que fizeram o garoto fechar os olhos, apertar os lençóis com os dedos e mordendo o travesseiro para abafar os sons altos que insistiam em escapar pelos seus lábios, por último, as digitais do mais velho se embolaram em seus fios de cabelo e puxaram sua cabeça para trás. 

O pior de toda aquela bagunça eram os movimentos que eram brutos, fortes e rápidos, sem dar tempo para o Jeon formular alguma coisa em sua mente. A forma como Park Jimin o dominava e brincava com ele com as suas mãos, provocando tremores em seu corpo, simplesmente deveria ser banida em todo o país porque aquilo mexia demais com sua pobre mente frágil. O azulado só conseguia pensar no quão lindo aquele garoto era, de olhos fechados, gemendo lindamente e de forma manhosa, jogando seu quadril para trás em busca de contato, sendo gostoso. Um verdadeiro anjo. Jimin deveria sentir vergonha na cara por estar corrompendo aquele lindo anjo daquela forma, mas culpa era a última coisa que estava presente nele, apenas o desejo e o tesão que sentia no momento, mais nada.

Ele tocou aquele corpo do jeito que queria, arranhando, distribuindo tapas, apertando e deixando marcas dos seus dedos pela pele branquinha e sensível, assistindo todas as reações do Jeon em questão a isso, que não se passava nada além de um semblante carregado de desejo onde estava bem estampado em sua testa. 

— Hyung — o mais novo chamou outra vez, virando o rostinho para olhá-lo por cima dos ombros, com os olhinhos brilhando. — Deixa eu sentar em você? 

O Park gemeu alto, sentindo o interior do mais novo se contrair de forma gostosa contra seu membro, o que lhe deixou desnorteado e sem saber o que falar por alguns segundos, tentando formular alguma resposta com sua mente nublada de prazer. Acabou por balançar a cabeça positivamente e sair de dentro do alto, sentando com as costas apoiadas na cabeceira da cama, enquanto batia nas próprias coxas chamando pelo Jeon.

Jungkook não perdeu tempo em sentar no colo do mais velho, posicionando o membro dele entre suas bandas, deixando uma perna em cada lado do quadril do Park, apoiando as mãos na cabeceira da cama. Seus lábios se encontraram e um beijo intenso começou entre os dois enquanto Jungkook sentava no mais velho lentamente, se sentindo cheio outra vez.

O membro do Park não era grande ao ponto de ser quilométrico — aqui o sequer era possível — e nem era tão grosso ao ponto de o fazer sentir uma dor terrível, conseguia sentir perfeitamente o seu tamanho e sua grossura o preenchendo completamente. Era ideal para si.

— Eu definitivamente não sei fazer isso — disse, se separando minimamente dos lábios carnudos e avermelhados do azulado, para sussurrar para ele, como se aquilo fosse um segredo entre eles dois.

— Eu te ajudo — foi tudo que Jimin disse, antes de posicionar suas mãos na região da lombar do garoto e começar a indicar o começo dos movimentos.

Jungkook moveu o quadril com lentidão, para frente e para trás, deixando que sons baixinhos escapassem de seus lábios vez ou outra enquanto apertava os dedos na cabeceira da cama, com força ao ponto de fazer os nós de seus dedos ficarem brancos. Com o passar do tempo, seus movimentos passaram a ficar rápidos, assim como as sentadas, que passaram a ocorrer, fazendo ambos ficarem gemendo contra a boca um do outro, abafando os gemidos. Na mesma medida que o Jeon rebolava ele também sentava, algumas vezes mexia o quadril alternando os ritmos, outras ele cavalgava no colo do Park, indo forte e completamente bruto e necessitado, fazendo o ativo se questionar se era realmente verdade o fato do mais novo nunca ter feito isso em sua vida, porque, minha nossa senhora, nunca viu alguém sentar tão bem da forma como Jungkook sentava.

As respirações ofegantes e rápidas, os movimentos cada vez mais rápidos e em busca do seu próprio prazer, os gemidos mais altos e manhosos, o suor acumulando na testa, embaixo das franjas e formando uma leve camada em ambos os corpos e o calor presente entre eles e naquele quarto, se antes o quarto já estava quente, agora ele estava pegando fogo. 

Os movimentos do ruivo passaram a ficar mais desesperados, como se estivesse procurando seu ponto sensível para acertar e proporcionar um prazer imensurável, como estava fazendo agora, em busca de um próximo orgasmo. Afastou seus lábios do mais velho, encostando ambas as testas enquanto segurava os fios pintados com os dedos e puxava-os com força, descontando seu prazer. Jimin não estava diferente, marcando o corpo do garoto da forma que podia, não deixando nenhuma parte para trás. 

Os dois já conseguiam sentir que o orgasmo estava batendo na porta, os efeitos já estavam bem visíveis como os espasmos por todo o corpo, os pelos arrepiados, o revirar no baixo ventre, não foi necessário mais nada antes que o maior fosse o primeiro a gozar, derramando seu prazer e sujando os corpos assim que teve seu pontinho sensível acertado mais uma vez com força, se engasgando com os próprios gemidos e contraindo em volta da intimidade do mais velho, que ainda o preenchia.

Jimin veio logo depois, quando o Jeon mexeu o quadril por mais um tempo, revirando os olhos por estar sendo tão bem acolhido no interior quente e apertado, sentia que o ruivo estava querendo o esmagar daquela forma e acabou não aguentando, jorrando gozo dentro do mais novo que soltou um som baixinho e franziu o cenho, como se estivesse satisfeito por isso.

Depois não se ouve mais nada naquele cômodo que já tinha o cheiro de sexo presente, as respirações ofegantes tentando se normalizar aos poucos e os corações batendo acelerados dentro do peito. O azulado fez questão de aconchegar Jeon em seu colo, passando a mão pelas suas costas em um afago, trazendo-o para mais perto do seu corpo — mesmo que isso fosse tecnicamente impossível — e apertando ele em seus braços.

— Você está bem? — perguntou contra a orelha do outro, vendo ele se arrepiar devido a isso, recebendo apenas um aceno de cabeça e um resmungo abafado.

Depois disso não foi preciso dizer mais nada, ambos se agarraram um no outro e tentaram relaxar, depois daquela sessão de sexo selvagem.

[...]

No dia seguinte, Jungkook acordou e sem fazer barulho, saiu da cama, catou suas roupas, vestiu e foi embora em silêncio, deixando o Park dormindo tranquilo em sua cama. 

Era lindo ver o azulado dormindo, as bochechas se encontravam amassadas contra o travesseiro, os cabelos bagunçados e jogados contra o rostinho gordinho, o bico nos lábios e o rosto sereno. Tão lindo…

Jeon ficou tentado em acariciar os cabelinhos pintados de azul e ficar grudadinho com ele, contudo, se conhece e saiu antes de Jimin acordar. Sabia que o mais velho provavelmente não gostava de pessoas ao qual transava com grude perto dele, e que Jungkook seria apenas mais um caso de uma noite que acabou tendo, algo passageiro que serviu apenas para saciar o desejo e a vontade de possuir o corpo um do outro, nada além disso.

O ruivo não se sentia triste por isso, ao contrário, se sentia maravilhado pelo fato de ter tocado aquele corpo maravilhoso e ter tido a melhor foda da sua vida, mesmo que tenha saído com o quadril doendo devido a transa bruta. 

No meio da madrugada ambos acabaram fodendo outra vez, dessa vez em cima da escrivaninha que ficava no quarto do mais velho, devido a um pedido do ruivo. Jimin lhe deixou com mais marcas em lugares que não tinham nada, o que levou o Jeon a concluir que ele adorava marcar seus casos de uma noite, como forma de dizer que havia tido uma noite com a pessoa ou que bagunçou a vida dela.

Sabia que não teria uma possível segunda vez e por isso aproveitou o quanto pôde, agora, estava com um sorriso enorme estampado no rosto, com roupas largas que eram as habituais, mas que daquela vez tinha um papel muito importante que era esconder os arranjos, chupões e as marcas de tapas e dedos a estavam espalhados por toda a sua pele. Nada naquele dia iria tirar aquele sorriso enorme de seu rosto, nem as brincadeiras de Seokjin e nem o fato de está enxergando muitas coisas embaçadas porque havia perdido seu óculos.

Sim, ele perdeu o óculos. Não se lembrava onde estava, onde colocou, se perdeu em algum lugar, contudo, nada iria tirar sua felicidade. Nada!

— Bom dia, hyung! — cumprimentou bem humorado, parando ao lado do mais velho que olhava alguma coisa dentro do seu armário, assustando-o pela sua chegada repentina.

— Cacete! Vai assustar a sua vó, seu besta! — gritou Seokjin irritado, batendo no ombro do mais novo que riu do drama do seu amigo. — Qual foi desse sorriso? Cadê seus óculos? Por que tá vestido desse jeito? O que aconteceu que você sumiu no sábado? O que rolou?

Jungkook riu mais uma vez, sendo bombardeado com as mais diversas perguntas, mas se encontrava tão preso nas nuvens, que não se importou com mais nada, só encostou nos armários de metal e suspirou, sorrindo complemente besta para o mais velho que cerrou os olhos o encarando. 

— Aí hyung… — Soltou mais um suspiro, fechando os olhinhos e deixando os cabelinhos cor de cereja que não havia arrumado naquela manhã, caírem sobre seus olhos. — Se eu contar algo, você promete que não vai gritar? — perguntou, abrindo os olhos só para observar o mais velho.

— Prometo, agora desembucha — respondeu o mais velho, ansioso.

— Promete mesmo? — insistiu, apenas para ter certeza.

— Já disse que eu prometo menino, que saco! — Ele bateu os pés no chão, levando o dedão aos lábios, mordendo a ponta das unhas, uma ato nervoso que possuía. — Fala logo, tá me deixando nervoso. 

— Eu transei com Park Jimin — disse e logo voltou a sorrir bem grande, enquanto o seu hyung abria a boca desacreditado e completamente chocado.

— Você o que!? — gritou, chamando atenção daqueles que passavam ali, recebendo um tapa como repreensão. — Meu deus, você tá de brincadeira não?

— Não, eu tô falando sério — disse, mexendo nas unhas.

— Aí meu deus, como foi? Você gostou? O que aconteceu? Me conta!

— Calma, eu vou contar! — exclamou o Jeon, tentando acalmar o seu melhor amigo que estava a um ponto de ter um colapso. — Você só precisa ficar quieto e deixar eu falar.

— Meu Deus, eu não acredito. — Seokjin estava em surto, seu bebê tinha transado com o crush dele desde que pisou naquela instituição, o mesmo crush que era inalcançável para o Jeon como ele sempre dizia. Aquele dia era dia de festa, estava a um ponto de estourar fogos de artifício, se não fosse a mão do Jeon o segurando, o Kim já estaria pulando e festejando por cada cantinho do prédio. — Espera, os boatos são verdadeiros? — perguntou, tendo a certeza quando o ruivo concordou com a cabeça. — Meu Deus, você deu pra ele? Como assim?

— Bem… — O Jeon ponderou por alguns segundos, pensando no que iria responder ao mais velho. — Ele disse com todas as letras que se a gente fosse transar, eu só ficaria por cima se fosse quicando no pau dele e eu fiz, né. Não sou nem louco de recusar uma foda com Park jimin, porque, pasme, é Park Jimin amigo, você sabe que eu beijo o chão que ele pisa, acha mesmo que eu não iria transar com ele? 

O outro o encarou chocado com a notícia. Logo, Jeon Jungkook, o cara com pinta de ativo e um dos seus melhores amigos, era o único que mais tinha cara de "ativo" em seu grupo de amigos, liberou para o azulado e ainda gostou. Dava pra ver claramente o quanto ele amou rebolar no pau do Park, não precisava ser gênio para notar isso, mas ainda sim, era um baque muito grande. — Ah hyung… — O ruivo suspirou mais uma vez. — Ele foi tão cuidadoso, sabe? me preparou direitinho, verificou se eu estava bem, me fez gozar tão bem duas vezes. Cara, em todos os meus anos de vida sexualmente ativa, nunca havia gozado daquele jeito como ele fez, uma vez me chupando e outra vez me comendo, que ódio dele! Saco! Como pode ser tao perfeito? — se perguntou enquanto isso, Seokjin ainda parecia chocado e processava todas as informações recebidas. — É a porra do homem da minha vida, pena que ele não sabe disso e muito menos vai ter ideia algum dia, até porque, ele literalmente não é o tipo de cara que se amarra a alguém, principalmente tão sem graça como eu — falou, terminando fazendo um bico nos lábios, os tocando com a ponta do indicador.

— Você não é alguém sem graça, Jungkook. — Uma voz, calma e serena, soou atrás de si, fazendo seu corpo ficar tenso e travado no lugar. Seu sangue gelou e todo seu rosto, que antes se encontrava vermelhinho, ficou mais branco que papel de ofício. Tinha certeza que até seu coração havia parado de funcionar. — A gente só não teve tempo de se conhecer direito, mas tenho certeza que você não é nem um pouco sem graça. — Ele continuou, chegando perto demais ao ponto de fazer o mais novo tremer. Quando a mão parou em sua cintura, Jungkook tinha plena certeza que iria falecer ali mesmo com o queixo do Park apoiado em seu ombro e os toques dele em sua cintura. — Enfim, espero que não esteja atrapalhando nada.

Jungkook e, muito menos, Seokjin disseram alguma coisa. Enquanto o Kim observava tudo com os olhos arregalados sem saber o que pensar, o ruivo só conseguia sentir seu coração acelerado e outros caos interno que estava realmente sua cabeça com um alerta vermelho piscando incansavelmente, tenso com a probabilidade do azulado ter escutado toda a conversa que ele teve com o amigo.

Para falar a verdade, Jimin só havia escutado aquela parte da conversa onde o próprio Jeon se dizia sem graça. No dia seguinte, depois da transa deles, ficou levemente decepcionado em ver que o mais novo já tinha metido o pé de sua casa, o deixando sozinho e provavelmente, sem vestígios da visita do mais novo a sua casa, se não fosse pelo perfume que ficou impregnado nas roupas e os óculos do mais novo que achou no chão de sua sala. Talvez tivesse caído quando eles estavam em seu momento de pegação e sequer notaram isso.

O Park passou o resto do dia pensando nisso, tanto que quando chegou a segunda-feira, não hesitou em ir atrás do garoto. Não era de ir procurar as pessoas ao qual passou a noite, mas o Jeon… o Jeon era diferente.

Ele queria mesmo que o outro ficasse lá, passasse o tempo e o acompanhasse no café da manhã, poderiam até repetir a dose como fizeram pela madrugada, contudo, o mais novo preferiu ir embora antes, deixando-o sozinho em sua residência e pensando nele pelo resto do dia.

Sequer tinha esperanças de encontrar o mais novo, sabia que estudava na mesma universidade que ele, mas era tanta gente que ficava impossível de o encontrar. Porém, daquela vez, o mundo havia sido mais leve consigo e lhe feito dar de cara com o ruivo em pleno corredor. Uma beleza.

— É… — O Kim não sabia o que falar, mas sabia que estava na hora dele sair e deixar os dois se resolverem. — Eu vou atrás do Namjoon — foi tudo que ele disse, saindo de perto dos outros dois praticamente correndo e indo atrás de seu namorado, seu confidente de fofocas diárias.

Jimin fez um barulho com a boca e se colocou em frente ao mais novo, cruzando os braços em frente ao peito. Naquele dia usava uma saia rosa, cropped branco, uma jaqueta jeans clara com vários bolsos e botas com plataforma nos pés. Os cabelos bem arrumados, a maquiagem perfeita em seu rosto, o cheiro do seu perfume que adentrou as narinas do mais novo e o fez tremer por dentro. 

Park Jimin era lindo demais, ter ele em sua frente o observando de forma tão analítica era muito para sua cabecinha.

— Por que você foi embora? — O Park foi direto no x da questão. Normalmente não ligaria, mas naquela vez, algo o incomodou e ele não gostou nem um pouco disso. 

— E-Eu? — Apontou para si mesmo, tremendo de levinho quando o azulado se aproximou, ficando cara a cara

— Sim, você mesmo. — Ele só confirmou com a cabeça, esperando o mais novo falar mais alguma coisa.

— Ah! Eu, né! — De forma nervosa, ele começou a mexer as mãos e a articular com elas, sem saber o que dizer sobre o assunto ou algo do tipo. Sentia até mesmo, que as pessoas estavam o encarando e isso estava o deixando mais nervoso ainda, se é que era possível. — A-Ah, bom dia! Como você tá? — Mudou de assunto, causando leves risos no mais velho que deixou a expressão séria se esvair um pouco. 

— Para ser sincero, eu estou levemente decepcionado — falou, colocando as mãos no bolso de sua jaqueta jeans. — Eu realmente queria que você tivesse ficado mais um pouco, mas você foi embora e eu fiquei meio… — Ele virou a cabeça pro lado, procurando as palavras certas para falar. — Chateado.

— Ah…

Jungkook ficou sem palavras por breves instantes e se encolheu sem saber o que falar. Eles ficaram em silêncio por alguns segundos até o mais novo quebrar esse silêncio, completamente desconfortável.

— Desculpa.

— Não precisa pedir desculpas, Jungkook. Mas não irei mentir como fiquei em relação a isso. — Jungkook não viu por estar de cabeça baixa, mas o azulado formou um bico leve em seus lábios carnudos e lubrificados com gloss. — Eu só espero que isso não se repita novamente.

— Como assim?

Jimin riu mais uma vez e retirou dos bolsos o óculos do ruivo, este que arregalou os olhos e levou a mão para pegá-los, mas o azulado afastou do seu alcance antes que antes que desse tempo.

— Não, não. — Negou com a cabeça, passando a se afastar devagar do outro.

— Hyung, devolve, eu não enxergo sem eles! — Ele deu pulinhos no lugar, falando com manha enquanto o mais velho só sabia rir. — Jimin! 

— Uma pena, Jungkookie. Vai ficar ceguinho por um dia, que fofo — Tirou uma com sua cara, rindo quando o mais novo virou o rosto para o lado, não querendo o encarar. — Se quiser eles de volta, vem pegar na minha casa hoje, às sete horas. — Foi tudo que disse, passando a andar para longe dali.

— Jimin! — Tentou, mas o mais velho apenas balançou as mãos, se despedindo e levando o objeto para longe.

— Eu não vou dizer outra vez, Jeon! 

Jungkook xingou o mais velho de todas as formas em sua cabecinha, mas não foi atrás.

Entretanto, foi como disse, né? Se quer o óculos, que fosse pegar e ele foi, às sete horas da noite estava lá, batendo na porta do outro apenas para pegar o que lhe pertencia.

Sim! Era só para pegar o óculos, o que ele mais faria? Chuparia o mais velho? 

Assim, até que ele queria, né? E no fim, acabou pegando o que tanto queria e de brinde ganhou uma foda gostosinha, comida caseira e um cafuné gostoso acompanhando de um abraço enquanto os dois pegavam no sono.

Mas só foi por causa do óculos, ok? 

No fim, Jeon conseguiu ver que o único passivo naquela relação era ele e não estava reclamando. Se fosse por Park Jimin, deixava o azulado fazer o que quisesse consigo, até mesmo, o foder de cabeça para baixo — o que era impossível, mas ok. 

De passivo Jimin não tinha nada e se Jeon Jungkook já havia sido ativo em alguma relação em sua medíocre vida, ele não se lembrava, sequer sabe o que é isso e muito menos quer voltar a ser.

Afinal, ele tinha Park Jimin. E quem tem Park Jimin em sua vida, tem tudo.