...
Voltando para o dia de hoje, o clima naquela sala pesava com tantas emoções confusas que surgiam em todos os corações presentes.
— Por que não?
Metal Lee perguntou gesticulando as mãos, ele não entendia os adultos que sempre complicavam as coisas e também não entendia o motivo daquilo ter sido um segredo por tanto tempo. Era errado Neji ser sua mãe? Mas qual o problema?
Rock Lee estava elaborando uma resposta em sua mente, ele queria ter dito isso há tanto tempo, mas agora não sabia o que dizer para não parecer que Neji praticamente abandonou o filho. Era tão claro que o ômega pertencia aos dois, por que ele insistia em fingir ser o que não é? Ele sofre por algo que poderia ser evitado se ele aceitasse a si mesmo e a sua verdadeira família.
E por fim, Neji mergulhava em uma ansiedade e medo de ser rejeitado pelo próprio filho quando ele soube a verdade. Não era momento de se irritar por ter sido um ômega irresponsável, era momento de encarar as consequências.
— Neji já está casado. — O seu pai alfa respondeu e notou uma expressão de confusão no rosto da criança. Pensou ter sido direto demais e logo tentou formular outra frase, mas sua distração quase que fez não perceber que Neji estava indo até a porta. — Espera! Está tarde, não é seguro ômegas andarem por aí de noite, mesmo que você seja o mais forte que eu conheço.
— Isso! Fica, Neji! Por favor! — A criança pediu. Mesmo que só soube hoje quem era a sua "mãe", não ficou chateado, afinal, sempre admirou o Hyuuga. Na mente do Metal, era impossível Neji estar casado e com certeza aquilo era um mal entendido. — Neji, não, desculpa! Eu quis dizer mãe. — Se corrigiu e viu um olhar de reprovação. — O que foi? Não vai ficar?
Ele me chamou de mãe e está
me pedindo isso?
Pensei que ele fosse me odiar.
Bem,
mas eu mereço um pouco de amor dele.
Ele parecia um monstrinho
quando estava na minha barriga,
não parava de chutar nem por um segundo
— Eu vou sim. — Imediatamente se acomodou ao sentar-se no sofá, colocando algumas almofadas ao redor de seu corpo.
— Eu guardei uma Tortuguita pra você, mas só vou te dar quando você acordar. — Metal disse isso como um pedido para Neji permanecer ali até o amanhecer. O garoto corou absurdamente com uma insegurança, pensou que Neji fosse achar ruim a leve chantagem. Saiu correndo pelas escadas, subindo os degraus e silibando alto a frase. — Bo.a no.i.teee, mãe!
— Boa noite, filho... — O Hyuuga respondeu em um sussurro para si mesmo, sabia que o outro não ouviria, mas o dono da casa escutou e sorriu com isso.
— Meu sonho era ouvir você dizendo isso pra ele e me chamando de amor. Agora só falta a segunda opção. — Rock Lee beija suavemente o topo da cabeça do ômega e depois na testa coberta de maquiagem que ele usava às vezes no lugar da bandana para esconder sua tatuagem. — Sinta-se em casa, você sabe que sempre será bem-vindo aqui, meu príncipe. — Sorriu mostrando empolgação. — Eu amo você, independente de qualquer coisa. — Ele confessou em voz alta pela primeira vez e então acariciou a bochecha de Neji que corou com aquilo.
— Não fala essas coisas! Eu não mereço! — Resmungou com uma voz manhosa.
— Claro que merece, afinal, hoje foi um dia de dizer a verdade, e essa é a minha. Eu te amo, muito. — Rock Lee continuava a se confessar. — Amo tanto que consigo aguentar o fardo de você já ter alguém. Vai morar aqui com a gente?
— Não exagere! A Tenten é casada comigo, mas eu considero ela uma amiga. — O Hyuuga desviou o olhar com um sorriso contido com aquelas palavras que ouviu e deitou-se no sofá de costas para o outro que permanecia esperando respostas. — Lee... Eu posso mesmo aceitar a sua proposta?
— Claro. Metal gosta de você, ele ficaria feliz. Talvez não mais do que eu que mesmo depois de dez anos ainda insisto nisso. — Falou de um jeito sincero tentando não olhar para a bunda que era apaixonado. Sorte que as almofadas cobriam boa parte. — O que acha?
— Hum. — Não negou e nem confirmou.
— Boa noite. Tente ficar aqui pelo menos até o nosso filho acordar. Tenho certeza que ele ficará bem triste se você não estiver aqui pra receber o chocolate que ele guardou pra você. — Se distanciou um pouco para pegar uma coberta que surgiu no corrimão da escada, Metal havia deixado ali com passos silenciosos. O alfa pegou e a usou para cobrir o seu verdadeiro amor. — Eu te amo. — Disse mais uma vez, apagou as luzes e subiu as escadas até seu quarto para pensar no dia de hoje e nas lembranças que guardava em sua memória e coração, o outro fazia a mesma coisa na sala.
Neji agora sozinho, sorria para o teto. Estar enrolado na coberta com o cheirinho da sua criança, era maravilhoso, era o conforto que precisava. Certamente aquele cobertor de solteiro era do Metal Lee, Neji merecia mesmo usar aquilo? Bem, seu filho que trouxe, então suspirou com o coração quentinho.
Enfiou a sua destra por dentro da blusa e tateou o relevo baixo da cesariana que fez. Aquela cicatriz e as várias estrias que ele teve questão de manter traziam tantas lembranças, a mais forte era do seu monstrinho verde chutando a sua barriga sem parar. Era óbvio que ele seria incrível no taijutsu, afinal, era de família. Metal parecia ansioso até lá dentro, louco para nascer e sair por aí exibindo a sua energia.
Os julgamentos dos Hyuugas machucavam o coração de Neji, mas o amor que aquele bebê trouxe na sua vida lhe dava forças para aguentar tudo isso. Claro, ele por impulso acabou se casando com uma amiga, mas nada mudaria que a sua família de verdade era essa.
Em meio a tantos pensamentos reconfortantes, dormiu tão bem como nunca antes.
[...]
O som dos pássaros gritavam na janela, a claridade incomodava e um peso esmagava o seu corpo. Tudo isso contribuiu para que Neji desistisse de continuar dormindo, mal sabia ele que já era de tarde.
Remexeu o corpo imaginando que as almofadas amanheceram em cima de si e abriu os olhos lentamente. Ao fazer isso, viu que não eram almofadas, era o Metal Lee o abraçando com um sorrisinho contente encarando Neji.
O ômega ficou apavorado, qual a última vez que isso aconteceu? Quando ele era um bebê de colo! Ah não, isso era demais, fofura demais, amor demais e... Aquele conforto viciante que não lhe permitia ter coragem de sair dali. Aproveitou os sentimentos e abraçou a criança de volta.
— Bom dia, mãe. — Tirou do bolso da calça do pijama uma Tortuguita com a embalagem amassada. — Eu disse que ia te dar isso, você merece. — Colocou o chocolate na mão do Hyuuga e deitou sobre o seu peito. Escutou o coração acelerado e então o abraçou mais forte.
— A. — Só saiu isso de sua boca em forma de um suspiro interrompido. Ele não sabia como reagir ao pequeno estresse em ser chamado de mãe e a felicidade que transbordou ao ser tratado assim como se não houvessem problemas em ser da família.
— Me ensina a fazer o punho suave e a rotação dos oito trigramas? Meu pai sempre diz que os meus ataques são tão desorganizados... — Explicou confiante por ser um Hyuuga, sim, ele amava o fato de ser um. — Eu quero desafiar ele e ganhar! Vamos aproveitar que ele saiu.
— Metal. — Soltou a Tortuguita no sofá segurou com ambas as mãos as bochechas da criança, embriagado com tanta fofura. Não resistiu e acabou beijando a testa dele que era coberta com uma franja. — Filho... — Murmurou ainda com os lábios colados nos fios negros. — Eu vou te ensinar tudo o que eu sei.
— Obrigado, mãe. — Neji torceu o nariz ao ouvir ser chamado assim novamente. Por que mãe e não pai? — Algum problema? Falei algo errado? Ah, deve ser porque eu disse que meu pai saiu.
— Por que ele saiu? — Questionou curioso.
— O Hokage passou uma missão que só ele sabe fazer direito. — Riu orgulhoso. — Meu pai é rápido e ele chega em Suna em um piscar de olhos.
— S-Suna? Sunagakure? — Sentiu espasmos no rosto, claramente ficou descontente ao saber disso.
— Sim. Ele foi levar uns documentos ao Kazekage. — Segurou uma mecha longa de Neji e enrolou nos dedos tentando formar um cacho ali, mas quando soltava voltada imediatamente a ficar liso. — Um ninja normal leve uns três dias pra chegar lá, mas meu pai sempre chega antes.
— Gaara. — Negou acreditar.
Ah!
Assim que esse cretino chegar
eu vou acabar com a raça dele!
— Sim, o Gaara. — Confirmou sorrindo bobo para o Hyuuga. — Você tem beleza até fazendo careta, mãe! Mora aqui com a gente pra eu te ver mais.
— Uh? Obrigado. Está bem, eu vou ficar aqui com você até o seu pai voltar. — Metal Lee teve que fechar os olhos com a risada animada que deu.
Ele está feliz?
Ele não faz ideia do que o pai dele
está aprontando com o Gaara.
— Ele vai demorar quase uma semana, nossa, eu sou tão sortudo! — Deu um salto até ficar com os pés no chão e começar a comemorar chutando vento. — Vamos treinar, mãe!
Como pode esse ser humaninho
ser tão alegre só por eu estar aqui?
Estou com vontade de pisar
em todo o chakra do pai dele,
mas estranhamente
eu sinto a raiva sumir
ao ver essa empolgação toda.
— Vamos treinar, filho. Me espera no... — Antes de continuar a frase viu o garoto subir as escadas tão rápido que parecia um vulto. Guardou a Tortuguita no bolso e murmurou olhando a palma da mão. — Ele é uma mistura perfeita minha e do pai dele, inacreditável.
Neji subiu as escadas e foi direto para a sala de treinamento, subiu no tatame já descalço, afinal, todos ali tinham o costume de tirar os sapatos antes de entrar na casa.
Metal fazia flexões e as contavam.
Cinquenta e seis?
Já? Céus, me sinto cansado por ele.
— Levante-se. — Ordenou com ar de professor, mas Metal só pensava que aquilo era uma ordem dada pela mãe.
O pequeno Lee obedeceu prontamente. Com a postura reta colocou a palma da mão de lado na testa com o polegar em sua franja em sinal de disciplina, esperando o comando.
— Muito bem. Cadê o seu Byakugan? — Neji questionou enquanto ativava o próprio.
— Byakugan! — Exclamou animado, mas sentiu tonturas com a visão. Não estava tão acostumado assim, principalmente quando a luz da janela pareceu mais clara que o normal. Sentiu uma mão no ombro e rapidamente se equilibrou.
— Não precisa olhar pra luz por enquanto. — Mesmo assim deixou a janela aberta para ele se acostumar.
— Sim, mãe! Isso são pontos de chakra? — Tocou em Neji admirado em ver tão de perto. Sorte que ele não sabia ainda como causar danos, foi só um toque de curiosidade. — Ué, não dói? — Deu um soco no abdômen do Hyuuga o assustando e logo foi segurado para não repetir aquilo. — Aaa eu não sei fazer isso! Só sei bater!
— Não é assim! — Reprovou.
— Então como é? — Prestou atenção.
— É como se você colocasse um pouco do seu próprio chakra na rede de chakra do seu oponente. Isso pode causar sérios danos aos órgãos de quem foi atacado. Só encostar ou dar socos não funciona se você não usar o próprio chakra! — Mostrou dois dedos juntos, o indicador e o médio juntando seu chakra ali e depois expôs a palma da mão já pronta para dar o golpe. — É como uma agulha, nao precisa usar força, mas sim foco em onde deve atingir. Estranhamente o meu punho suave não funciona direito no seu pai.
— Você já fez isso nele?! — Perguntou sentindo um leve medo do Neji o atacar também. Então para se defender caso aconteça, imitou a posição dos dedos empurrando o chakra em suas pontas. Não era não difícil, mas Metal não queria saber de "agulha", tapas eram mais legais, pois se assemelhavam aos socos.
— Talvez. — Sorriu convencido. Ah, eram tantas memórias.
— Ele é bem resistente, deve ter se acostumado. — Ajeitou as pernas e desviou do primeiro golpe. — Ou, seu chakra não tem grande efeito nele.
Hum. Quem sabe?
Então eu deveria bater nele
com um pedaço de madeira?
— Tenta me atingir. — Por que foi pedir? O garoto passou a se movimentar bem rápido tentando acertar o Hyuuga que desviava com dificuldade.
Rock Lee tinha razão, eram tão desorganizados os ataque que não dava para prever onde ele tentaria bater. As vezes ele revezava com chutes e socos com a mão esquerda, uma completa bagunça.
Neji fingiu tentar acertá-lo também, mas ao fazer isso analisou minuciosamente os pontos de chakra do seu filho, notou algo que chamou sua atenção. Pontos de chakra de um ômega, sim, Hyuugas sabiam ver isso, eles ficavam bem na parte onde se encontraria o útero, coisa que não reparou ontem.
— Metal. — Murmurou em meio aos movimentos e sentiu um chute em seu joelho o derrubando no tatame e depois um ataque diretamente em seu chakra do ombro. Se contorceu levemente suportando a pequena dor aguda. O garoto aproveitou daquela distração para atacar, surpreendente. — Você é bom. — Piscou para ele que sorria orgulhoso de si mesmo.
Incrível!
Ele pode usar o punho suave e
também força bruta.
Uhm? Baixou a guarda?
Vou fingir um ataque
só pra ele não perder o foco.
O Hyuuga levantou-se em um impulso e andou em direção ao Metal que se afastava medroso. Pensava que deixou a sua mãe com raiva, então se encolheu todo quando a mão do Neji ia de encontro com a sua cabeça.
Ao tocar nos cabelos, bagunçou e o encarou confuso.
— O que foi? Eu não vou te machucar. — Mostrou a palma da mão. — Não tem chakra aqui.
— É que meu pai leva a sério os treinos. — Corou envergonhado, jurava que ia morrer.
— Eu vou ter uma conversa com ele! Ah se vou! — Ele sabia dos treinos, mas não era isso que o tirou do sério. Foi ouvir falar dele que automaticamente lembrou-se da visitinha ao Gaara.
– Mas mãe, eu aprendo com aqueles métodos, não precisa brigar com ele por isso. — Defendeu o pai alfa.
Não é só por isso,
É O GAAAARAAAAAA!
— Hum. — Colocou as mãos na cintura, ao sentir algo no bolso desativou o Byakugan. Era a Tortuguita, por que não dividir? — Quer?
O outro afirmou com a cabeça várias vezes. Neji abriu a embalagem e partiu ao meio, ficando com o menor pedaço para si.
— Obrigado, mãe! Essa era a última! — Metal disse de boca cheia e se sentou no tatame ao lado do Hyuuga, estava se acostumando a ver as coisas com os seus novos olhos. — Como a Tenten está?
— Bem. — Respondeu rápido estranhando a pergunta.
— Você gosta dela? — Lá vem outra pergunta mais estranha ainda.
— Ela é uma boa pessoa. — Deu de ombros.
— Você gosta de mim? — Metal, a criança mais curiosa que Neji conheceu.
— Filho, eu... — Pensou em guardar o amor para si, mas como o pequeno sempre foi tão transparente, resolveu demonstrar. — Eu amo você.
— E o meu pai? Você ama ele também? Por que não ficam juntos? Somos uma família perfeita. — Falar de Rock Lee agora deixava o Hyuuga desconfortável.
— Vem. — Abraçou o garoto que prontamente retribuiu. — Eu preciso resolver algumas coisas, se der tudo certo eu prometo que irei permanecer aqui. Eu morria de medo de você não me aceitar ou fingir que gosta da minha presença só pra agradar o seu pai. Metal, eu estou realmente supreso com a sua reação, estou um pouco perdido também, bem, na verdade eu sempre fui perdido nas minhas decisões. Eu cometi tantos erros.
— Por que você se casou com ela? — Choramingou apertando a blusa verde que Neji usava.
— Creio que você não entenderia. — Disse enquanto fazia um cafuné nos cabelos de tigela.
— Me conta. — Insistiu.
— Eu nasci de um jeito que... — Tentou achar palavras, mas ao pausar a fala, o outro rapidamente indagou.
— Jinchuuriki?!
— Não, claro que não. — Suspirou pesado. — Eu nasci um homem ômega. Você é muito novo pra entender isso, mas resumindo eu sou um homem que pode ter bebês, por isso eu tive você.
— Isso é errado? — Aquele abraço já havia se tornado um colo há alguns minutos.
Colo.
Ele continua sendo o meu bebê.
— Não. Não acha estranho os seus amigos terem nascido de uma mulher e você não? — Segurou as bochechas dele e o afastou um pouco para encarar o rostinho curioso.
— Mulher? Eu não sabia! — Franziu as sobrancelhas grossas idênticas aos de Rock Lee.
Realmente ele é muito novo pra entender. Pelo menos ele vai demorar pra saber o peso que ele carrega por ser ômega.
— Sim, as mulheres que são chamadas de mãe. — Explicou.
— Se Rock Lee é meu pai, você é minha mãe. Ele mesmo falou algo assim ontem. — Seus olhos de Byakugan giraram encarando o teto e depois Neji. — Ele mentiu?
— Não. Está certo. — Riu nasal por praticamente imitar o que Naruto dizia diariamente.
Não vou continuar esse assunto.
Não quero que ele tenha
mais essa insegurança,
eu sofri muito por isso,
afinal, os Hyuugas descobriram
que eu era um ômega desde cedo.
— Sabe, mãe? Eu gostei mais de treinar com você do que com o meu pai. — Sorriu e depois grunhiu com o aperto que recebeu na bochecha. — MÃE!
— Fofo. — Ele não conseguia soltar, era a melhor sensação do mundo, queria morder.
— Não sou tão fofo assim! — Desferiu um golpe de punho suave no braço de Neji que rosnou com a dor repentina e imediatamente soltou seu rosto. — Você baixou sua guarda. — Riu travesso.
— Você errou. Doeu, mas errou. — Devido a força usada deve ter ficado roxo.
— Errei? — Se levantou bruscamente e se movimentou várias vezes rápido tentando acertar o Hyuuga que desviava. — Esses pontos de chakra são tão difíceis de ver! Meu Byakugan tem defeito! NEJI! PARA DE DESVIAR!
— Você está nervoso, não vai acertar nunca, então não culpe o Byakugan! — Aumentou a voz para ele se concentrar, mas...
— Não grita comigo! — Reclamou choroso e desativou o Byakugan na força do ódio, ou melhor, nervosismo. Não queria mais usar aquilo hoje. — Eu não sei usar isso direito!
— Filho. Você foi bem antes, qual o problema? — Tentou acalmar ele, mas só o via chorar e resmungar.
— Eu só queria te impressionar. Eu queria um elogio tipo "Metal, você é incrível". Ser bom não é o suficiente. — Confessou.
Eu pensei exatamente isso antes,
devo dizer em palavras?
Mas ele não pode se acostumar
a ouvir elogios o tempo todo,
pois se ouvir uma crítica
pode machucá-lo.
— Não precisa tentar me impressionar, você tem todo o tempo do mundo pra dominar essa técnica. — Disse preocupado. — Tente não depender muito das opiniões alheias, você é perfeito e nada do que falem importa.
— Sua opinião importa! A do meu pai também! Dos meus amigos e...
— Não exiga tanto de si, porque você é apenas uma criança e precisa viver de acordo com a sua idade. Você treina, mas deve brincar, se divertir, estudar e... — A barriga de Neji roncou bem alto. — Comer coisas gostosas, tipo as Tortuguitas.
— Socorro! Você não comeu nada além do chocolate! — Percebeu isso e foi correndo para descer as escadas para preparar um sanduíche para Neji.
O Hyuuga desceu as escadas devagar e se encantou com a sua criança toda dedicada lavando as mãos na pia e depois indo pegar o pão fatiado que Neji trazia também. Fatiado mesmo, não iria ficar calmo se soubesse que Metal estivesse usando uma faca.
— Faz um pra você também. — Ele concordou concentrado no que fazia. — Não comeu nada hoje?
— Eu sim! Antes do meu pai sair ele fez uma omelete pra mim. — Passou geleia de morango com uma colher no pão.
Morango?
Esse é o cheiro da Gaara!
Rock Lee eu só não te mato
por causa do nosso filho!
— O que foi? — Entregou o pão e estranhou a cara de estresse no outro. — Não gosta de geleia de morango?
— Gosto, seu pai deve amar né, ele comprou...
— Não. Na verdade eu que colhi os morangos e fiz. — Sorriu abertamente com os olhinhos fechados. Mordeu seu pão e fez um som de ter aprovado a própria geleia. — Humm...
O mundo de Neji parou por um instante, como se sua vida fizesse sentido ao estar ali. Não estava mais perdido, havia encontrado respostas para tudo.
Metal Lee, arrancava sem dó todo o ódio e os sentimentos ruins do coração de Neji, trazendo amor e conforto.
Neji que odiava morango por lembrar o Gaara, passou a amá-los por algo tão simples, mas repleto de significado.
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