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História Quem me fez sorrir - Suave vazio - História escrita por marhux - Spirit Fanfics e Histórias
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História Quem me fez sorrir - Suave vazio


Escrita por: marhux

Notas do Autor


muito bom dia de quarentenou, jovens raios de sol, flocos de neve
antes de tudo, obrigada por todos os favoritos, comentários e visualizações, sério, vocês são demais! <3
depois do antes de tudo, desculpem pelos meus textos enormes de notas iniciais, é que eu amo vocês e amo interagir, DESCULPEM. Sim, eu poderia colocar nas notas finais, mas eu acabo escrevendo ou muito cansada, porque pra quem dorme cedo e não vê as horas que eu posto, eu costumo postar tarde e doidinha pra dormir ou falar com alguém
agora, MEU DEUS, tem histórias que eu amo profundamente e as autoras dessas histórias INCRÍVEIS estão lendo a minha, o que faço? eu choro, né, porque a honra é muito grande auhauaeh
a todos os meus leitores, desculpem pelo tom muitas vezes íntimo que uso pra falar com vocês, seja respondendo comentários, nas notas ou mensagens, eu realmente falo com todo mundo como se fossem meus amigos, perdão
agora, sem mais enrolações, ao capitulo e boa leitura:

Capítulo 6 - Suave vazio


Desde aquele dia em que treinaram juntos, Tomioka não passara mais tempo na Mansão Borboleta ou ao menos com Shinobu. Ia até lá às vezes para pegar faixas e coisas do gênero, mas evitava parar muito tempo no lugar. Isso porque simplesmente desejava cumprir as missões com mais eficiência, mesmo que às vezes sentisse a exaustão tomando conta. Em geral, a vida dos pilares é cansativa, mas nenhum deles deixa que o cansaço interfira no próprio desempenho. Isso não era diferente com Giyuu. 

Havia se passado pouco tempo desde a última missão que tivera com a Kocho — apenas um mês —, no Monte Natagumo. Desde então, nenhum grande problema lhe fora entregue, e ele se limitava a suspeitas de atividades das luas demoníacas e patrulhas noturnas, além do usual controle de distrito. Era nessas pequenas suspeitas que ele costumava trabalhar na companhia da Pilar do Inseto, mesmo que acabassem encontrando apenas vestígios e capangas das luas superiores. Já havia algum tempo que essas suspeitas haviam diminuído consideravelmente: fora, inclusive, discutido se haviam se resumido para Seis, e não Doze Kizuki. Entretanto, continuavam surgindo, mesmo que em número menor, as missões confiadas apenas aos Pilares, e Tomioka permanecia cumprindo seu papel. 

Diferente do que estava se tornando comum, as únicas duas suspeitas que ele havia verificado no mês não foram confirmadas com o auxílio e parceria de Shinobu. Não que ele estivesse incomodado: longe disso, mas parecia haver algo de errado. Como sempre, não encontrara nenhuma lua, só demônios — tão fortes quanto as luas inferiores que ele tanto enfrentara, mas nenhum realmente parte dos Kizuki — que acabara derrotando sozinho, mesmo que de início seu corpo ficara confuso com a falta do auxílio que ele costumava receber. 

Quando é constatado "de início", quer dizer apenas pelos primeiros minutos da primeira batalha que tivera, contra um demônio chamado Haji. Durara uma hora e ele precisara descansar durante todo o dia seguinte para que as torções e fatiga se desfizessem, mas ele o derrotara, mesmo que do jeito mais vergonhoso possível: Haji estava convencido da inabilidade do homem, então apenas expôs o pescoço e lhe disse que tentasse cortar — e Tomioka, para nenhuma surpresa, cortara facilmente. Apesar disso, ele não ligara para orgulho, já sabia que venceria de qualquer modo. Precisava vencer para que sua existência não acabasse ali, tão breve, mesmo depois de ter tido duas pessoas morrendo por ele. 

Agora, o Pilar partia para outra patrulha noturna. Ele recebera o trabalho de cuidar de uma área a mais durante os últimos quatro dias, então treinara para aumentar a própria percepção espacial, uma vez que ambos os territórios que estavam sob seus cuidados não eram assim tão próximos. O Sol estava se pondo ao horizonte enquanto aos poucos a noite caía. O céu, apesar disso, permanecia iluminado em parte pelos raios acolhedores. Aquele fim de tarde era tranquilo e belo, as cores se fundiam ao fundo, como em um quadro. Mesmo tendo tantos tons das cores fortes e quentes, Tomioka acabou reparando apenas no tom de lilás que acompanhava o véu da noite, que caía devagar. 

— Tomioka-san, o céu está lindo, não acha? Está todo cheio de cores. Lembra-se de Chuya-san, minha antiga Tsuguko? Ela teria transformado esse cenário em uma pintura linda. Qual é a sua cor favorita, Tomioka-san? 

— ...

— A minha é roxo. Acho que é porque combina com os meus olhos. A cor favorita da Kanae-onee-san era rosa suave, combinava com os olhos dela, também. Será que isso é algo com todos? Se for, acho que sua cor favorita é azul, estou certa? 

— Não. 

Lembrava-se nitidamente da expressão confusa da mais nova. Lembrava-se nitidamente, na verdade, de muitas coisas acerca da Pilar: seu estilo de luta, o sorriso calmo, a voz irritante e os olhos que lhe causavam ânsia, em ambos os sentidos da palavra. Algo nos olhos da mulher parecia estar sempre a espreita, mesmo que fosse sutil — como um pequeno inseto venenoso, tão venenoso quanto a mulher podia ser. Algo nos olhos dela... não, algo nela o fazia ter uma sensação estranha, como um receio salpicado de curiosidade. A mudança repentina na personalidade de Kochou Shinobu, dois anos atrás, era um mistério com o qual tivera que conviver nos últimos meses, sempre que saíam juntos em missão. E por mais que a companhia dela fosse desgastante, ela era admiravelmente eficiente — se Tomioka não tivesse marcas tão profundas acerca disso, ele poderia confiar sua vida a ela sem preocupação alguma. E tal companhia desgastante parecia estar fazendo falta agora, naquele fim de tarde tão suave, enquanto o Pilar partia para mais uma patrulha noturna. 

Sim, era um fim de tarde belo e suave, tal qual o vazio que ele percebera enquanto corria pela agora penumbra florestal, sem a mulher venenosa e irritante com a qual havia se acostumado. Por um momento, achou que podia ter ouvido a voz doce e chata de Shinobu. Mas era apenas uma pequena borboleta, voando apressada, próxima das flores da Casa Glicínia de onde o Pilar saía.

[...]

"Tamayo-san, 

Obrigada pelas cartas que enviara. Tratei de examinar todas e fazer testes a mais, com sangue Marechi e o meu próprio. Testei, portanto, diversos casos e as reações, que estou enviando por fórmulas e frascos anexados no pacote. Devo dizer que surgiu também uma oni sob os cuidados de minha casa, oni essa que nunca comeu humanos e recupera energias por meio do sono. Seu nome é Kamado Nezuko. Seria interessante pedir autorização para estudar seu sangue, concorda? 

Agradeço pelos seus esforços e aguardo para nosso próximo encontro.

Atenciosamente,

Kochou Shinobu."

A Pilar suspirou ao fechar a carta e lacrar com o selo dos Exterminadores, se sentindo mais leve. Já fazia um mês desde que recebera as cartas de Tamayo, mas só encerrara seus estudos um dia antes, e então transcrevera tudo para os papéis de forma mais organizada enquanto o corvo observava pacientemente seu trabalho, sem saber que não seria ele a levar tudo aquilo para a mulher, e sim o gato encantado por outro demônio que teve sua existência informada para Shinobu: Yushiro. Apesar de não ter reclamado e nem protestado quando o meio de comunicação entre eles foi apresentado, a Pilar guarda um crescente receio e repulsa por animais com pelos — incluindo, claro, o gato que enviava as correspondências. 

— ...Sumi-chan, Naho-chan, Kiyo-chan? 

As três meninas apareceram rápido na porta do escritório, tímidas, mas prontas para as ordens diretas de Shinobu, que tão dificilmente recebiam. 

— Sim, senhora! O que precisa?

— Lembram-se de quando enviaram algumas cartas e pacotes para mim através daquele gatinho? Aquele com o papel na testa? — As meninas concordaram com a cabeça, concentradas. — Ótimo. Podem fazer isso? 

— Sim, podemos sim! Quais são as cartas, Shinobu-sama? — Kiyo dizia radiante e confiante, feliz pelo trabalho que lhes era passado.

— São essas e esse pacotinho de pano. O gatinho já vai aparecer. Obrigada, meninas — Shinobu sorriu, passando por elas. — Até depois.

A Pilar se dirigia para o mesmo lugar onde treinara com Tomioka, um mês antes. Já havia tido seu longo treino com Aoi naquela tarde: os resultados da Kanzaki eram, depois de todo o esforço da garota, promissores. Ela logo seria quase tão avançada quanto Shinobu, se a mais velha já não fosse tão familiarizada com os venenos e químicas. 

Era fato que, sendo uma Pilar, ela não poderia se dar o luxo de descansar, mas já não tinha um distrito sob seus cuidados e nem patrulhas diárias. Estivera trabalhando constantemente nos venenos e medicinas, então as missões eram bem menos frequentes e a mulher podia sempre ter alguns fins de tarde — assim como aquele — livres, quando alguma reação demorava ou enquanto aguardava a correspondência de Tamayo. 

Sentou-se aos pés da árvore de glicínias, com a cabeça pesada sobre os ombros. Estava sendo cansativo passar tanto tempo no laboratório, mesmo sem ter que se preocupar com missões ou patrulhas. Além disso, sentia algo estranho, como um suave vazio no peito. Olhou o céu, tirando a bainha da espada do cinto e a apoiando ao lado. Fora lá, naquele mesmo local, que treinara com Tomioka um mês atrás, não fora? Já fazia um bom tempo desde que não o via. Havia checado os registros de material algumas vezes e encontrara o nome do Pilar vez ou outra, seja por ter pego uma faixa ou ervas medicinais — esses que Aoi havia lhe entregado, como fazia com qualquer Pilar. 

Por que se importava em checar o nome dele nas listas? Por que ia sempre naquela árvore, e não em outras, onde a sombra era mais suave e havia mais borboletas? Ara, ara, Tomioka-san, você está atrapalhando meus pensamentos. A Pilar sorriu quando a imagem do homem ali sentado, um mês antes, surgiu em sua mente. 

— Shinobu-sama, você já se apaixonou? 

A voz de Kokoro, sua primeira Tsuguko, surgiu em sua mente nas lembranças.

— Não, Kokoro-san, e você?

A garota corou rapidamente, e disse logo depois, embaralhada:

— N...não, Shinobu-sama, desculpe. Vamos continuar...

Shinobu se perguntara o porquê de aquele diálogo ter surgido em sua mente tão repentinamente, mas apenas continuou fitando o contínuo pôr do sol. Haviam muitos tons no céu, mas tudo que ela observou foi o azul profundo que se estendia vindo do leste, em contraste com o show de cores que se via no oeste. Ela estava, enfim, tranquila, com aquele suave vazio — vazio aquele que era tão diferente do que sentia já há dois anos. 

— Tomioka-san, acho bom que volte logo, antes que eu acabe irritando a Aoi-san ao invés de você.

Por um momento, Shinobu pôde achar que ouviu o correr tranquilo de um rio. Mas apenas continuou fitando o céu e, depois, as borboletas, em seu suave vazio.

[...]

Kanao acabava de chegar de uma missão. Confrontara uma demônio que, pela primeira vez em algum tempo, lhe dera trabalho. Seu kekkijutsu era incrivelmente irritante e eficaz, uma vez que ela atacava de longe, usando um arco que a Tsuguko pôde achar lindo quando o viu, mesmo que não houvesse percebido o próprio pensamento. As flechas que ele disparava eram explosivas e ridiculamente rápidas, e ficava difícil se aproximar da oni. Ela se chamava Saya, não é? A oni que eu enfrentei? Bem, ela já morreu, então não importa. 

O semblante tranquilo de Kanao permaneceu quando ela adentrou os limites da Mansão Borboleta, seguindo as ordens de escrever um relatório, ser examinada por Aoi e então descansar para treinar com Shinobu no dia seguinte. 

— Kanao-san! Já voltou?

A voz de Aoi reverberou quando Kanao colocou os pés no corredor, seguindo para o próprio quarto. Parou e observou a expressão da chefe de enfermagem se tranquilizar, esperando as próximas palavras. 

— Aqueles meninos do Monte Natagumo estão quase totalmente recuperados. O treino de reabilitação deve começar em apenas alguns dias... — Kanzaki observou a expressão inerte de Kanao. — Shinobu-san pediu que eu lhe dissesse. 

Kanao assentiu com a cabeça e seguiu seu caminho. Passando pela enfermaria, ouviu os gritos e só parou quando um deles disse, preocupado:

— Zenitsu, pare de gritar, nós estamos na Ala Hospitalar!

A garota voltou um pouco e espiou a porta. Reconheceu o dono da voz como o menino que ela atordoara no Monte Natagumo, um mês antes. Ele havia ficado tão mal assim? Ela o havia machucado? Kanao sentiu algumas gotas de suor descerem pela têmpora quando tentou entender porque estava se preocupando. Apenas seguiu seu caminho, sem se importar com o suave vazio que preencheu o peito ao deixar aquela área e, por consequência, mergulhar na quietude tranquila que era a Mansão Borboleta. 

— Tanjiro, não é minha culpa, eu só queria ver a Nezuko-chan. Ela fez um kekkijutsu no Monte Natagumo? ELA É INCRÍVEL! NEZUKO-CHAN É INCRÍVEL!

— Zenitsu, você voltou a gritar...

— Parem os dois. Tem mais pessoas aqui. 

A voz de Aoi fez Zenitsu assustar, se virando para ela.

— Desculpe, Aoi-san. 

Aoi assentiu, saindo. Todos os dias, ela se preocupava cada vez mais com a falta de interação do menino em que ela colocara a máscara de javali, um mês antes. Aquilo a perseguia a todo local, mesmo que não soubesse bem o porquê. Era como um suave vazio, mas a garota supôs que fosse a usual preocupação que se tem com um paciente. Ao menos ela esperava.

[...]

— Iguro-san, já vai sair em missão? 

Mitsuri dizia preocupada, internamente chateada com a ida do Pilar. Sabia que não o veria novamente tão cedo.

— Vou. Mas vamos falar por cartas, aí não nos preocupamos, certo? Tome cuidado. — disse, já se distanciando.

A Pilar sorriu, genuinamente feliz com a proposta do homem. 

— Perfeito! Tome cuidado, Iguro-san!

Havia um suave vazio no peito de Obanai, mas em Mitsuri só existia um constante calor. Por um moderno, o Pilar pôde acreditar que o sorriso da Kanroji era tão radiante quanto o sol.

 


Notas Finais


YOHO
sobre a imagem do capítulo: eu percebi que ela encaixaria perfeitamente nesse capítulo, mas ela na verdade vem de uma tirinha giyushino de duas páginas sobre a morte da Shinobu. Essa tirinha, na verdade, me deixa bem sad.
sobre todos os nomes que eu uso na história, incluindo os demônios: todos eles têm um significado que se encaixa na história, então vou começar a deixar esses significados aqui nas notas finais, e futuramente editar os capítulos já postados pra colocar esses significados também.

Kokoro: coração, mente, emoções.
Haji: vergonha, vexame, ou primeiro filho.
Saya: flecha rápida, luz.
espero que tenham gostado do capítulo e não esqueçam de comentar! obrigada por ler <3


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