- Eu não seu como me sinto - confessa Camila.
Dinah suspira e afaga os cabelos da mais velha enquanto a abraça com mais força. Camila havia pago Lauren "na mesma moeda" quando transou com ela e a largou só em seu quarto. Bem, isso fora o que Lauren fez antes também, não fora? A ideia de ter sido usada pela Jauregui entrara forte na mente da pequena Cabello e agora, quando ela deixara a poeira baixar teve a sensação de que não era bem aquilo; de que agiu por impulso e isso pode ter ferrado mais ainda as coisas.
- Tudo bem Chancho, acho que se isso não servir como "fim" serve como um "susto" – Dinah suspirou. – Se a gente entendeu errado mesmo, acho que ela vai querer deixar isso claro e bem, talvez aí seja uma chance de tentar reverter as coisas, ou só deixar terminar de vez.
- Sei não DJ...
- Vamos esperar para ver...
Lauren acordara naquela manhã desorientada. Afinal de contas, que puta giro foi aquele que o mundo deu que colocou a sua vida de cabeça para baixo? Estava indo tudo tão bem: Camila e ela se reaproximando e se reconhecendo; começando uma nova relação, foram dois dias maravilhosos na casa dos Cabellos até que numa manhã, BUM, Emily aparece em sua casa, como hóspede e age como se ainda fosse sua namorada, Camila visivelmente é afetada por isso perde a cabeça e no mesmo dia a noite esgota suas energias e diz que acabou.
- Tá tudo uma merda! - exclama a morena ainda deitada.
Levanta-se de sua cama, que ontem fora palco de um momento louvável e dirigi-se ao banheiro para fazer sua higiene pessoal, mas antes de sair do quarto para tomar café, manda mensagem para suas duas melhores amigas. Visivelmente Lauren precisava de um conselho.
- Hey Chan, é mesmo lindo esse quadro! - observou admirada a pintura a sua frente, Dinah.
- Sim é sim! Papa estava bastante inspirado e pelo que parece mesmo, Dona Sinu é a mulher da vida dele.
- Vai ser uma linda surpresa! - exclamou, Greg.
- Sei que vai! - concordou. - Agora vamos pegar isso com muito cuidado e colocar na caminhonete para que não se estrague a surpresa.
- Sim capitã Cabello! - disseram juntos os dois amigos da cubana.
Após ter uma noite de sono completamente mal dormida na companhia de sua melhor amiga, Camila decidira que iria organizar as coisas da surpresa dos anos de casados de seus pais. Bem, esse era o plano desde o início, afinal de contas Alejandro sugeriu viajar nesse feriado prolongado para que a esposa estivesse fora de casa e não percebesse a movimentação que a sua surpresa pedia, porém uma morena de olhos verdes adiara o plano entre filha e pai por dois dias. Camila se sentira culpada por não estar cuidando de algo tão importante que representa muito para seus pais - e se sentia estranha com relação como as coisas estavam com Lauren.
Greg, um antigo amigo de Camila, ia dirigindo a caminhonete de seus pais enquanto as meninas olhavam de minuto em minuto para trás; conferindo se a pintura estava segura. Seguiam os três para a casa dos Hansen para guardar a peça que lhes exigia tanto cuidado.
Assim que o quadro fora guardado em segurança, Camila e Dinah seguiram de volta para a casa dos Cabellos, ainda hoje, a produtora e a cerimonialista apareceriam por lá para fazer o que é chamado de "reconhecimento do espaço" para começar a montar as ideias de como seria a decoração e as homenagens, respectivamente.
- Ai Deus, isso é cansativo - comentou Dinah.
Camila rolou os olhos e com uma das mãos, estalou um tapa na coxa da amiga.
- Você não fez nada! - exclamou.
- Meu amor, até respirando eu brilho e isso - frisou - cansa. Com mais isso de te ajudar, minhas energias de esgotam - justificou.
- Pra alguém que tem 17 anos você está muito no mundo Barbie e afins. - contrapôs Camila.
- Sua função aqui é só aceitar, - a cubana ergueu uma sobrancelha sem entender - porque aceitar dói menos!- concluiu a mais nova.
Camila e Greg acabaram por rir da fala da descendente de polinésios e ao dobrarem a esquina entraram na rua da casa da cubana. Greg estacionou o carro bem em frente a casa e os três notaram um outro carro estacionado a sua frente.
- Parece que alguém está atrasada com o encontro com a cerimonialista e a produtora. - comentou risonho.
- Cacete! -exclamou Camila saltando do carro do amigo. - Muito obrigada Greg!
Dinah antes de descer do veículo, beijou a bochecha rosada do garoto.
- Por nada meninas.
Camila seguiu com rapidez até o carro preto estacionado logo em frente tendo Dinah em seu enlaço. Respirou fundo e deu leves batidinhas no vidro do carro discreto.
- Oi - se pronunciou - eu, hum, - puxou o ar - vocês estão atrás de algum Cabello?
- Sim - respondeu a morena de olhos extremamente azuis no banco do passageiro o lado onde à cubana estava de pé.
- Ah bem, eu sou Camila Cabello - apresentou-se.
A mulher sorriu em sua direção e levantou o vidro do carro para meio segundo depois abrir a porta e ficar de pé a sua frente estendendo-lhe a mão.
- Alexandra Duarte, prazer. Pode chamar de Alex.
Alex Duarte era o tipo de mulher que você simplesmente baba. Alta, com um senhor corpo, olhos azuis tentadores, sorriso convidativo com um quê de malícia, e voz marcante. Camila teve vontade de soltar um suspiro, mas em vez disso apenas apertou a mão de Alex sorrindo para a mesma.
- Sou Dinah Jane - apresentou-se a Hansen que logo fora cumprimentada pela morena de olhos azuis.
- Mas esse mundo é pequeno mesmo! - aquela voz, Camila conhecia. - Veja só, serei eu a preparar a comemoração de seus pais, os tios queridos da minha Lauren, Camila! - Camila fechara a expressão facial e Dinah e Alexandra ficaram sem entender o que se passava ali. A morena cor de jambo virou-se na direção da descendente de polinésios e apresentou-se: - Sou Emily Fields, a produtora dessa comemoração.
Camila respirou fundo e fez sinal com uma das mãos para que as duas mulheres a seguissem pelo espaço de fora da casa. Dinah notando o desconforto da amiga, tomou a frente e comentou sobre as preferências do Sr. e Sra. Cabello para a decoração do jardim.
- São quantos convidados? – perguntou varrendo os olhos pelo jardim mediano da casa.
- Serão cento e cinquenta – respondeu sem delongas Camila parecendo voltar a si.
- Ah bem, então, penso que não teremos problemas para montar uma boa decoração aqui e o local comporta esse tanto de convidados, desde que, eu posso montar alguns espaços na parte da frente, como por exemplo o local da foto. – disse Emily aparentando uma postura profissional.
- Tudo bem – respondeu Camila.
- E como está a contratação da banda e afins? – indagou Alexandra.
- Então... – suspirou Camila. – Houve um imprevisto com a cantora que queríamos, eu terei de contratar outra ou outro agora, mas até amanhã isso está resolvido. – esclareceu e observou Alex anotar tudo em seu bloquinho fazendo um sinal de “ok” com o polegar levantado.
- Lauren nunca usaria sua bela voz para um evento tão... argh! – soltou como quem não quer nada, Emily.
Camila fechou as mãos em punho, que porra, ela tinha tocar no assunto “Lauren”?!
- A cantora não era Lauren – rosnou em resposta.
- Bem que ela comentou comigo que só faz isso, de cantar, para pessoas especiais em ocasiões realmente especiais. Ela me confidenciou isso no meu aniversário, depois de cantar para mim, é claro. – esclareceu petulante.
- Não me importa saber. – cortou Camila. Mesmo tento dito que não se importava, no fundo, queria muito saber se aquilo tudo era realmente verdade.
Após aquele diálogo nada agradável, o clima ficou tenso entre as quatro mulheres. Alexandra ainda tirava algumas brincadeiras que amenizava o clima, ganhando assim a simpatia de Camila e Dinah, mas sempre que Emily abria a boca, escorria veneno em suas palavras. Passaram-se pelo menos duas horas, entre mostrar os locais onde entrariam a parte da decoração para Emily e sentar-se para debater como ocorreria a festa e como encaixar as homenagens que seriam feitas com Alex.
Por pura educação no que diz respeito à Emily – já que de Alexandra as garotas gostaram – Camila e Dinah acompanharam as duas até a porta. Alexandra fez questão de despedisse com um abraço em cada uma das garotas enquanto Emily esperou que sua colega de trabalho caminhasse até o carro para enfim se pronunciar.
- Será uma bela comemoração. Garanto isso porque serei eu a coordenar tudo, não se preocupe menina, – referiu-se a Cabello – seus pais irão amar a festa de trinta anos de casado. Ainda estou boba com a história de amor deles, devem se amar mesmo para casarem tão cedo e estarem juntos até hoje – divagou. – Falando sobre histórias de amor, insolente Camila, fique longe de Lauren, ela é minha! Você é só uma menininha, uma lembrança doce de um passado que deve ficar para trás na vida da minha mulher. Não importa o quanto ela te disse coisas bonitas e que não estejamos de fato juntas no momento, o importante é que você caia na real e perceba que você não é nada e não pode fazer nada para garantir a felicidade da Jauregui. Eu sou. – aquela altura Camila se contorcia para não pular no pescoço da mulher a sua frente. – Olhe bem para mim e para você e responda sinceramente: quem poderá ser um bom futuro para Lauren? Você com seus dezessete anos e nada além de um carro chifrim e um sonho de ir para faculdade ou eu, mulher feita, com um bom e estável emprego, sendo que estou crescendo com meus negócios, aliás, eu sou minha própria chefa, madura e que já viveu o bastante de experiências para fazer uma mulher bem feliz? Eu sei que você sabe a resposta Camilinha – comentou. – Veja só, você está em desvantagem nesse jogo, te aconselho a desistir logo, pois eu piso em quem fica no meu caminho!
Camila engolia em seco e segurava as lágrimas que teimavam em se acumular em seus olhos.
- Ah, antes que eu esqueça: já tenho um a zero nesse placar, você com certeza fez burrice ontem com a Lauren – Dinah que parecia em transe até o momento, arregalou os olhos. – Eu já fui uma adolescente burra, mimada, inconsequente e apaixonada feito você, sei que fazer merda é o sue hobby favorito, mesmo quando você quer fazer o certo – riu sinicamente. – Desista Cabello, quem no mundo iria preferir você a mim?!
E a morena com pele com de jambo saiu desfilando da frente da casa até o carro, deixando para trás uma Dinah perplexa e uma Camila abalada. Mas se tinha algo que a Cabello não tirava a razão da Fields era: quem preferiria uma adolescente inconsequente e portanto burra, com ares de mimada e perdidamente apaixonada e ela, mulher feita?
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