A menina Lauren estava muito nervosa, apesar de manter em seu rosto uma expressão de animação, ainda sim, a sua outra mão, aquela que não segurava a mão da pequena Cabello contorcia-se e seus olhos corriam o local como se busca-se o mínimo desajuste para pegar a sua sobrinha postiça no colo e sair correndo dali para a segurança de sua casa onde veriam filmes e comeriam pipoca.
A pequena Camila estava tensa e apertava as mãos que com as dela estavam dadas: a do pai e a de Lauren. Observava o longo muro pintado, a calçada vermelha e a grade colorida do que seria a sua escola, sua primeira escola. Via muitas crianças cumprimentando a moça que estava na porta e depois de despedir-se do seu responsável sair correndo para o parquinho cheio de outras crianças e os mais variados brinquedos para juntar-se a brincadeira. Era a sua primeira vez em uma escola, seu primeiro dia de aula, Camila estava aflita, mas também, tinha uma grande expectativa para o dia.
Alejandro sentia-se um pouco estranho ao ter que deixar sua pequena em um local que ainda que tivesse ótimas referências, ainda lhe deixava inseguro, afinal, eram tantas crianças e ele sabia muito bem como era uma criança imperativa, imagine várias delas... Alejandro estava ansioso com tudo aquilo, queria que sua filha inicia-se no sistema de educação, no entanto, era tão difícil estar ali e deixá-la ali que não era o conforto de sua casa ao cuidado de alguém de sua extrema proximidade e confiança.
- Eu quero ficar mais um pouquinho aqui. - sussurrou a doce Camila.
Alejandro assentiu e agachou-se para apontar para a filha os pontos mais interessantes daquele educandário, enquanto Lauren, ah Lauren, essa guardava na memória tudo, absolutamente tudo para se caso seu menininha voltasse com algum arranhão ela poder argumentar contra aquele estabelecimento.
- Nós podemos voltar amanhã se quiser. - disse Alejandro à filha chamando atenção de Lauren para si.
Sinueh e Alejandro resolveram matricular sua filha em uma escola de ensino infantil quando esta atingiu três anos e meio de idade. A pequena Cabello era bastante agitada e inteligente para a sua idade por sempre ser estimulada dentro de casa pelas pessoas mais próximas de si, quando a pequena latina questionou aos pais porque Lauren ia à escola e tinha amigos da escola e ela não os Cabello's passaram a considerar a possibilidade de iniciar sua primogênita no sistema de educação. Além do mais, Sinueh e Alejandro estavam intercalando horários e ainda sim, contavam com a ajuda da afilhada filha dos amigos de longa data em alguns momentos para fazer companhia à pequena Camila.
- Não papa, eu... Eu quero ficar. - afirmou apertando as duas mãos que segurava.
Lauren ao ouvir a resposta abaixou-se como seu padrinho para falar com a sua menininha e convencer-se de que seria fácil deixá-la ali se era de sua vontade.
- Camz, você sabe que não queremos te pressionar, - começou - se for o caso, se você se sentir mais preparada e segura amanhã, nós voltamos amanhã. - garantiu.
- Não Lolo, eu quero ficar sim. - Disse fazendo um leve carinho nas mãos de sua tia postiça.
- Tudo bem pequena.
- Mas queria que vocês ficassem comigo - confessou.
- Você sabe amor, que papa não pode ficar. - lembrou Alejandro.
A pequena Cabello assentiu, mas logo outra ideia invadiu sua mente e assim, ela virou-se para encarar aquele par de olhos verdes ao seu lado.
- Se você disser que é minha titia mais legal, eles te deixam ficar, Lo?
Lauren riu de leve, mas seu coração comprimiu um pouco. Queria tanto ficar dentro daquela sala de aula e acompanhar cada passo de sua menininha só para garantir que nenhum coleguinha fosse maldoso com ela e também para que ela não se sentisse só como ela se sentira nos seus primeiros dias de aula.
- Não vai funcionar Camz - disse baixinho logo beijando a testa da menininha ao vê-la fazendo careta. - Mas você sabe, qualquer coisa, é só pedir para ligarem pro tio Alê, tia Sin, eles deixaram os números.
A menina Camila assentiu e devagar soltou a mão dos dois acompanhantes e Lauren soube naquele momento que a sua tarde não seria preenchida com filmes e passeio no parque ao lado de sua sobrinha postiça e sim que esta passaria a tarde aprendendo e se divertindo ao lado de crianças de sua idade, era tão bom vê-la crescendo, mas tão difícil simplesmente abrir mão da rotina que criaram para isso.
- Eu estou pronta, eu quero entrar! - Afirmou sorridente a pequena Cabello.
Alejandro e Lauren sorriam mesmo que seus corações batessem em um ritmo acelerado e um tiquinho de sentimento de perda (?) corresse por entre os sentimentos de euforia, ansiedade e nervosismo.
- Filha, há de ser um ótimo primeiro dia! - Exclamou pegando sua primogênita no colo e a enchendo de beijos.
Assim que Camila foi posta no chão novamente, Lauren se agachou e sorrindo disse:
- Estude muito e faça vários amiguinhos! - Beijou a testa da mais nova logo ajeitando sua vestimenta e assim como o seu padrinho ofereceu a mão para guiar a pequena até a entrada da escola.
Mais uma vez, carinhosamente, Camila despediu-se do pai e da tia postiça com um abraço apertado, mas antes claro, apresentou-os para a moça que estava no portão resaltando o quanto eles eram legais e adoravam as mesmas brincadeiras que ela e então, com as pequenas mãos segurando as alças da pequena mochila que imitava um panda, a pequena Camila caminhou pelo pequeno corredor adentrando o estabelecimento.
Ao ver a menina sumir de suas visões, o cubano e morena de olhos verdes suspiraram ao mesmo tempo em que seus ombros caiam. Era um momento de dualidades: excitação pelo primeiro dia de aula de Camila, receio de que Camila sofresse rejeição dos colegas ou fosse mal tratada. Caminharam lado a lado até a calçada do outro lado da rua e sentaram-se no meio fio esperando que talvez a pequena latina reaparecesse e pedisse para passar mais uma tarde na companhia de Lauren com a supervisão da avó da mais velha.
- Foi difícil para você tio? - Perguntou Lauren com aquele incomodo ainda no peito.
- Foi. Eu não queria dar muita atenção à fala de Sinu quando ela disse que preferia vir buscar, pois vir deixar abre um pequeno buraco na gente... Foi difícil. - garantiu. - Mas estou feliz porque minha filha está iniciando mais uma etapa em sua vida.
- Eu sinto o mesmo tio. - confessou a ele com um pequeno sorriso no rosto.
Estavam todos parados na entrada enorme e movimentada da faculdade. Alejandro observava a movimentação frequente de pessoas entrando e saindo do corredor dos dormitórios, estavam eles fazendo o mesmo que vieram fazer: instalar a (o) mais nova (o) caloura (o) da família nas dependências no estabelecimento de ensino superior. Sinueh segurava uma das mãos de sua primogênita enquanto observava o local amplo, bem arborizado e com bastante movimentação. Sofia estava de olhos arregalados e boca aberta para tamanha estrutura que aquele lugar tinha, de longe notava-se que era muito maior - e mais fácil de se perder - do que a escola na qual estava e o fluxo de pessoas passando com várias caixas em direção do corredor a assustava um pouco e em determinado momento, a mais nova dos Cabello's estava abraçada as pernas da irmã mais velha já nervosa para a parte em que as caixas no porta malas acabariam e então Camila ficaria e eles partiriam sem ela para casa. Lauren por sua vez, balançava as chaves do carro de Camila enquanto, por trás das lentes do óculos escuros decorava todos os detalhes do prédio e queimava com seu olhar - ainda que fosse imperceptível - todas aquelas pessoas que olhavam para a cubana com um quê de malícia no rosto, sentia-se nervosa ainda que muito feliz pela namorada, mas tentava não transparecer sua tremedeira nas mãos e tão pouco falava para não gaguejar, Camila já teria de lidar com a despedida dos pais e Lauren não queria ser um a mais nisso, queria passar tranquilidade e segurança a sua amada. Camila sentia cada partícula de seu corpo vibrar em excitação ainda que suas mãos suassem em nervosismo. Seu peito inflava de felicidade por estar ali, em uma das melhores universidades, mas ainda sim, seu peito encolhia-se por toda a distância que seria imposta a partir daquele momento em relação aos seus pais e a sua namorada e seus amigos em geral. A lembrança de como todo aquele misto de sensações começou adentrou a sua mente e em silêncio como todos os outros que lhe acompanhavam, passou a reviver aquela lembrança.
Assim que Sinueh ao estacinou o carro na garagem de sua casa, viu Lauren, Camila e Sofia revezarem-sem em tirar as bagagens do porta-malas do veículo e dividirem quem iria carregar o quê. Ao saírem da garagem todas depararam-se com um Alejandro elétrico, com os olhos arregalados e os membros superiores agitados, logo descendo a varanda da casa tropeçando em seus próprios pés abraçando a filha mais velha e a erguendo do chão.
- Calma papa! - Exclamou Camila um pouco assustada com a atitude, mas com um sorriso no rosto. - Ei, foi só uma semana.
Alejandro riu e abraçou a primogênita mais uma vez pedindo para que todas entrassem em casa. Sinueh estranhara aquela euforia toda do marido, havia algo mais nisso e ela bem sabia, mas iria esperar para que o amado revelasse.
- Papa tava com saudades da Kaki, hein. - Comentou Sofi para as duas que permaneciam ali na entrada da residência.
- Vamos entrar? - Pediu Lauren curiosa pela atitude do sogro.
Assim que adentraram e puseram as coisas da viajem no chão da sala observaram um Alejandro vermelho que gesticulava e parecia um pouco atrapalhado com as palavras que se embolavam em sua boca e uma Camila de cenho franzido observando aquilo sem nada entender.
- Ok, nós bem sabemos que você quer dizer algo, sem monólogos amor, só vá ao ponto. - Pediu Sinu.
Alejandro Cabello como um bom formando em história, curso da área de humanas, adorava uma contextualização, um monólogo e obviamente tinha tentado fazer um ao receber uma ligação do Sr. Hansen perguntando se Camila havia recebido uma carta também e então correu para o caixa de correspondência da casa e lá dentro viu uma com selo e carimbo próprio de uma faculdade. A pedido da esposa, o Sr. Cabello revelou e entregou a carta para a filha primogênita pedindo que a abrisse e os dissesse o conteúdo.
Um arrepio correu por todo o corpo de Camila e suas mãos tremiam ao começar a abrir a carta. As letras passaram rápidas pela visão da garota enquanto as lia duas vezes para ter certeza de que as estava decodificando corretamente. Assim que chegara ao fim da carta, sua expressão facial era de uma boca aberta em um perfeito "o" enquanto balançava a cabeça para os lados repetidas vezes sentindo as lágrimas banharem seu rosto. Soltou o papel que tinha em mãos e cobriu o rosto com as mesmas despertando mais curiosidade naquelas que as assistiam para saber a notícia de seus lábios.
Rápida, Lauren juntara a carta do chão e a lera logo abrindo um enorme sorriso dando o papel nas mãos de Sinueh que estava mais próxima de si e indo abraçar sua namorada.
- Kaki você foi aprovada!!! - Exclamou com muito orgulho e lágrimas nos olhos, Sinu.
- Porra, minha filha foi aprovada!!! - Gritou Alejandro pulando e logo juntando-se a Lauren dando um abraço em Camila.
- Kaki vai ser universitária!!! - Sofia berrou feliz pela conquista de sua irmã.
Não demorou mais nada para que todos presentes na sala começassem a chorar felizes pela conquista de uma vaga em uma universidade pela garota Cabello e então todos ali estavam a abraçá-la e a parabenizá-la.
- Eu não lembro de ter me inscrito na seleção deles. - Comentou em meio a fungadas.
- Culpada. - disse Lauren chamando a atenção de todos ali. - Eu e Ariana fizemos isso. - Confessou. - Você estava muito ocupada com a festa de seus pais e Dinah nos disse que você tinha receio de não conseguir todas as recomendações necessárias de seus professores e que por isso não estava cogitando a possibilidade da bolsa só de prestar a prova no final do ano, como se fosse possível eles te negarem isso, você é uma ótima aluna. - Garantiu. - Aí, demos esse empurrão com toda a ajuda da Dinah que nos passou tudo que você já tinha feito, incluindo a carta em que defendia o porquê de você merecer a bolsa e aqui estamos.
Alejandro enxugou as lágrimas do rosto a passou abraçar forte sua nora ao ouvir tal relato.
- Eu disse que você era a pessoa certa para minha filha. - Comentou orgulhoso.
Camila agarrou-se a namorada e a ela deu um longo e emocionado beijo de agradecimento. Ali, passou toda a sua felicidade e gratidão pelo ato. Sem pressa ou vergonha, os lábios tocavam-se delicadamente enquanto as línguas logo tornaram aquele contato mais intenso. Fora um beijo longo carregado de sorrisos em meio a eles.
- Temos de chamar Ariana para comemorar conosco. - Sinueh disse a todos.
- Eu já estou ligando para ela. - Certificou Camila assim que finalizou o beijo na morena.
- Vamos nos juntar aos Hansen porque Dinah também fora aprovada - disse Alejandro fazendo a filha sorrir mais largo ainda.
- Prontos para deixar nossas bebês aqui? - Perguntou Milika chamando a atenção dos Cabello's e Lauren que ainda estavam parados na calçada observando a estrutura da instituição.
Recompondo-se do pensamento perdido e o olhar embasbacado, Alejandro perguntou:
- Há quanto tempo estão aqui?
- Uns quinze minutos. O pai de Dinah demorou isso para poder sair do carro e começar a descarregar as caixas da mudança. É um tanto difícil.
- Nós bem sabemos. - Suspirou Sinu ao concordar com a amiga.
Ao olhar para o lado, Camila depara-se com a melhor amiga com os olhos meio molhados e o nariz levemente avermelhado, a cubana bem sabia que chegaria o momento em que ela também ficaria nesse estado e também tinha consciência que Dinah teria a ela e ela a Dinah para chorar aquela despedida; aproveitando o seu braço livre, puxou a melhor amiga de infância para mais perto e a abraçou de lado observando seu pai começar a descarregar as suas coisas do porta mala com ajuda de sua namorada.
Ao chegar na casa dos Hansen, a família Cabello e Lauren alegremente adentraram na residência chamando por Dinah e cada um parabenizou-a com um abraço e algumas falas que lhe arrancaram algumas lágrimas. Após isso, foram todos juntar-se a família de Dinah – Dinah tinha uma família bem grande e moravam todos no mesmo bairro por conta da matriarca da família – no quintal da casa para ajudar a organizar uma pequena comemoração para as duas amigas. Algumas pessoas estavam ajustando a churrasqueira enquanto outras passavam de um lado para o outro com cadeiras e mesas de plásticos espalhando pelo local, outras com sacolas plásticas aparentando terem vindo do supermercado. Em meio aquele movimento todo, Milika chamou a atenção das duas meninas ao pedir para que elas olhassem para a câmera que ela segurava em mãos, sorrindo, as duas olharam para a câmera enquanto afirmavam o que a mãe de Dinah falava, “Sim, fomos aprovadas com bolsa integral!”, “Estamos muito felizes!”. Dinah começara a puxar o braço de Camila em uma tentativa de adverti-la sobre estranhar tantos sorrisinhos naqueles rostos de todos que de repente pararam o que estavam fazendo para olhá-las, a ficha de que estavam a aprontar alguma coisa caiu quando Lauren com um sorriso maior que o próprio rosto beijou a têmpora esquerda da namorada se afastando e piscando os olhos para trás.
Creck.
Alguma coisa melequenta escorrendo por suas cabeças enquanto todos presentes riam. Camila rapidamente virara de frente para sua melhor a amiga a tempo de vê-la tentar retirar o resíduo de seu cabelo e notara que estouraram ovos em suas cabeças. Dinah arregalou os olhos e negara freneticamente com as mãos cheias do resíduo do ovo de frente para a cubana e esta apenas fechara os olhos esperando o que viria e veio: alguma coisa branca caindo por suas cabeças grudando nos seus cabelos e rostos. Farinha de trigo.
- Agora sim! – Exclamou o pai de Dinah rindo e parando ao lado delas para tirar um foto com as duas calouras.
A partir daí seguiu-se uma sequência de fotos com os familiares e amigos que souberam da notícia e vieram parabenizar as garotas. Lauren e Normani ostentavam grandes sorrisos enquanto mostravam cada uma um batom vermelho e logo aproximaram-se a primeira da cubana e a segunda da polinésia afastando seus cabelos grudados de farinha de trigo e ovo e escrevendo em suas testas com delicadeza a palavra “Burra”, em seguida, nas bochechas as siglas da universidade e do curso de cada uma e plantavam um selinho nelas. Este último ato chamara a atenção de todos em relação à negra e a polinésia, despertando curiosidade até mesmo no casal que estava ali ao lado.
No momento em que as duas garotas subiram para lavar-se da bagunça feita por seus parentes, Dinah explicara à melhor amiga que durante a viagem que fizeram com suas amigas no mesmo período que ela e Lauren ficaram fora, ela e Normani se aproximaram bastante e em algum momento as duas perceberam que havia atração entre elas e então ficaram e aquilo estendeu-se até depois da viagem, portanto, continuavam ficando. No decorrer da festa, isso foi esclarecido para Lauren e alguns outros amigos da polinésia que ainda não sabiam da novidade. O dia foi arrastando-se entre comidas, parabenizações de quem chegava ou de que se ia da comemoração e muitas risadas entre as amigas Ally, Dinah, Normani, Camila, Lauren, Verônica e Lucy que estavam reunidas em uma mesa só.
Passou a manhã e a tarde e agora, já próximo do anoitecer, Camila deparava-se com o quarto em que passaria os quatro anos de sua graduação juntamente com Dinah devidamente arrumado e organizado e suas famílias começando a irem para fora do mesmo inspirando fundo para passar pela despedida. Ao lado de sua melhor amiga estava Normani que aparecera no inicio da tarde para ajudar na mudança e a mesma voltaria com Lauren; estavam de mãos dadas e a polinésia não conseguia disfarçar seu interesse e carinho pela negra sorrindo bobamente para cada coisa que a mais velha lhe dizia. Camila estava com sua irmãzinha no colo enquanto sua namorada estava lhe abraçando pelas costas e caminhava lentamente com ela para fora, como se pudesse retardar esse momento mais do que já haviam o feito.
Fora muito difícil e todas as faces dos presentes ficaram banhadas de lágrimas. Muitos “Eu te amo filha”, “Vou sentir saudades de vocês”, “Se cuidem”, “Eu amo vocês” foram soltados em meio aquele momento delicado. Entre os dois casais, o abraço foi estendido juntamente com os beijos trocados, beijos estes que foram intensos, molhados, sôfregos pela distância que lhes seria imposta a partir daquele momento, por pelo menos um mês as duas garotas esperariam pelo primeiro feriado para então retornarem por alguns dias para casa. Mesmo que na noite anterior os dois casais houvessem tido seus momentos após o janta de despedida que cada família havia feito, ainda sim, nada parecia suprir o sentimento de perda daquela despedida.
Camila estava em seu quarto, não consegui dormir, pois sua cabeça trabalhava nas possibilidades do que aconteceria no dia seguinte e nos demais dias a partir dele. Um pouco aborrecida consigo mesma por começar a pensar demais em vez de só dormir – o que seria uma ótima coisa já que levantaria cedo no dia seguinte -, pegou seu celular para olhar as horas.
- Duas e meia da manhã. – disse para si. O reflexo da luz em seu anel no anelar direito lhe chamou atenção.
Suspirou porque não conseguiu dormir, porque não conseguia parar de pensar em sua vida daqui para frente e também porque não conseguia para de pensar em como seria para ela e Lauren... Ah, Lauren...
Agindo por impulso, Camila desceu as escadas e fora direto para a garagem de sua casa e logo saíra de lá dirigindo seu carro em direção à casa de sua namorada. Estacionou em frente casa grande que tanto conhecia, caminhou em direção a janela do quarto da morena de cabelos negros e logo passou a escalar árvore grossa em que um dos galhos davam diretamente para a janela do quarto da mais velha dos filhos dos amigos de longa data de seus pais como já fizera outra vez.
Assim que adentrara o local, com um pouco de dificuldade, até porque Camila não era acostumada a tal ato, paralisou para observar a amada que dormia de bruços em sua cama de solteiro. Com calma, Camila despiu-se das roupas lhe cobriam e logo estava com seu corpo por cima do da mais velha.
- Oi amor, - sussurrou. - eu sei que é meio tarde pra eu estar aqui, mas eu tô com muita vontade de estar com você. Eu não me despedi. Eu senti a sua falta. - disse baixinho ainda por cima do corpo da maior.
Lauren estava toda arrepiada e encontrava-se em meio à dúvida de saber se aquele perfume, aquela voz e aquele corpo quente por cima do seu era real ou apenas mais um de seus sonhos mais realistas e portanto, um dos melhores.
- Ei amor, acorda - pediu baixinho chupando o lóbulo direito da mais velha.
Ao sentir aquele toque mais ousado e tão real, Lauren abriu os olhos os arregalando. Camila está aqui?! Perguntou-se em pensamentos. Correu a mão que não estava por debaixo do travesseiro até a altura de sua cintura sentindo um joelho, subiu mais a mão e sentiu uma coxa. Definitivamente havia alguém sentada em seu bumbum tentando lhe despertar do sono e ao julgar pelo cheiro, só podia ser Camila - e era apenas a cubana que Lauren queria que estivesse ali.
- Acordou amor? - Indagou de forma mansa beijando a parte do pescoço que lhe estava mais acessível.
Lauren suspirou em resposta à outra e logo tentou mexer-se para sair daquela posição e poder encarar os seus olhos castanhos favoritos.
- Ei, tá ótimo aqui, - murmurou de forma risonha. - seu bumbum é um ótimo acento. - garantiu em tom mais baixo.
- Camz... - Chamou manhosa.
- Ei, eu vim aqui matar a saudade e você só precisa ficar paradinha aí na sua que eu vou deitar com você.
- Vem logo então - respondeu ao sentir a mais nova movimentando-se para sair de cima dela.
Camila saiu de cima da amada e de forma calma puxou o lençol que cobria o corpo branco da outra, viu o corpo da mulher estremecer um pouco com a brisa da madrugada que entrava pela frecha aberta da janela, com calma e Camila deitou-se em cima do corpo de bruços da namorada, distribuindo pequenos beijos na nuca exposta da mesma ao mesmo tempo que suas mãos trabalhavam de forma rápida em tirar a boxe feminina que cobria a parte de baixo da mulher.
- Ahh, Cami... La - Lauren gemeu ao sentir o corpo nu da latina sobre o seu.
Os mamilos entumecidos em contato com as costas da mais velha, os beijos molhados, as mãos hábeis que livraram-a da peça íntima, para Lauren, com certeza, aquela era a melhor forma de ser despertada durante a madrugada.
Assim que livrou o corpo jovem da Jauregui da peça íntima de cor preta, Camila ergueu-se um pouco para tirar a camiseta da outra com a ajuda da mesma. Assim que viu que o corpo da sua namorada estava idêntico ao seu, a garota Cabello deitou-se mais uma vez por cima do corpo arrepiado da mulher e lhe fez um pedido sussurrado cheio de desejo.
- Abre as pernas.
E ao ouvir um pedido com tanta malícia ao pé do ouvido da voz que lhe atirava na galáxia, Lauren atendeu sem ao menos pensar duas vezes. Sentiu o sorriso da sua parceira em suas costas enquanto esta lhe beijava e mordia quando abriu as pernas e então gemeu mais alto ao sentir dois dedos de Camila passearem por suas dobras espalhando o seu líquido lubrificante por todo o seu sexo.
Os dedos da latina logo encontraram o nervo pulsante e passaram a se dedicar àquele lugar, precisando, beliscando, esfregando, lendo, forte, no ritmo dos gemidos cada vez mais audíveis da Jauregui.
- Fica de quatro amor - pediu.
Lauren não fez-se de rogada e logo estava ma posição pedida. Com calma e exatidão, Camila invadiu-a com dois dedos fazendo seu corpo tremular.
- Eu tô com muita vontade de você - confessou baixinho no ouvido da outra é voltou a estocá-la.
Camila mordia os lábios ao ver a namorada rebolando ajudando em seus movimentos, não segurou-se e estalou um tapa na nádega direita da mais velha sentindo seus dedos serem mais apertados dentro dela. Encaixou seu quadril ali e esfregou-se para aliviar a pressão do seu próprio sexo.
- Eu vou com mais força dessa vez - avisou antes de inserir mais um dedo.
Com estocadas fortes e certeiras, cubana levou Lauren ao orgasmo e adorou vê-la tremer o corpo suado gemendo seu nome enquanto seus dedos eram maravilhosamente esmagados pelas paredes internas da outra.
Camila estava com as pernas ao redor da cintura de sua namorada lhe dizendo o quanto a amava e o quanto sentira saudades, pedia um tanto sem graça para que a morena ficasse escondida no quarto do dormitório fazendo com que as duas rissem.
- Eu preciso ir Camz. – disse ao ouvir seu nome ser chamado pelo pai da namorada.
- Hum... Fica escondida lá no quarto, de baixo da cama, fica? – fez uma última tentativa.
- Bem que eu queria, viu.
- Então fica...
- Camz...
- Eu sei, eu sei.
- Eu te amo, estou muito feliz por você. – disse assim que desceu a namorada de sua cintura.
O beijo de despedida fora longo e ninguém se atrevera a tentar interromper tal ato. As duas mulheres encontravam-se perdidas nas sensações que seus lábios juntos lhes proporcionavam, aproveitando-se daquele momento ao máximo, pois sabiam que a próxima vez demoraria e isso lhes torturaria dia e noite, a falta da presença uma da outra seria uma grande desafio a saber lidar. Enquanto as mentes das duas trabalhavam em esquecer as questões difíceis que tal momento traria, as bocas unidas tratavam-se de se provar e se devorar cada vez mais com mais fervor e precisão. As línguas enroscavam-se e chupavam-se com vontade enquanto os lábios pressionavam um ao outro, o ângulo do beijo mudava enquanto a vontade crescia mais e com isso o ar tornava-se raso. Com delicadeza o beijo ganhou um ritmo mais calmo até transforma-se em uma série de selinhos trocados.
Mas um abraço forte fora trocado entre as duas protagonistas e com pesar, Lauren observou Camila que agora estava abraçada com Dinah , ficar para trás com o avançar do carro. Algumas lágrimas teimaram e m escapar de seus olhos verdes ao mesmo tempo que seu coração remexia-se alegre em sua caixa torácica ao passar por um dos blocos da faculdade, era isso, sua menina estava crescendo, tendo novas conquistas e explorando algo novo em sua vida, então contrariando a sensação de perda e saudade, Lauren sorriu.
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