- masmorra? – perguntou pela terceira vez Jonathan assustado, ninguém tinha falado nada sobre masmorras. – eu não vou fugir, eu disse. Vou colaborar.
- nós sabemos que vai, mas as primeiras doses vão faze-lo ter muita sede, por isso vamos ter que conte-lo. – falou Draco com paciência, algo que Harry não imaginava que o loiro tivesse.
- então eu vou ter que ficar preso? Por quanto tempo? Quando poderei ver meu filho?
- você vai vê-lo logo, eu prometo. – disse Harry com empatia. – quanto antes começar a tomar o antidoto, mais rápido você está com ele.
- tudo bem. – concordou com a voz trêmula. Seus olhos se prenderam nos verdes de Harry com intensidade antes dele acrescentar. – me promete que tudo vai acabar bem?
- eu prometo. – respondeu sem hesitar, o que acalmou um pouco o vampiro.
Harry, acompanhou Jonathan e Draco até às masmorras, sendo escoltados por Jacob, Sam, Edward e Carlisle. Ao entrarem, Draco ajustou as correntes nos pulsos e tornozelos do vampiro, e ao certificar-se de que ele estava bem preso e não se machucaria, Draco pegou o último apetrecho.
- sinto muito, não quero humilha-lo, mas será necessário. – se desculpou Harry ao ver os olhos do vampiro mirarem a focinheira na mão do Malfoy.
- eu entendo, é para que eu não morda ninguém. – murmurou o rapaz compreensivo. – pode colocar.
E assim foi feito, Draco prendeu a focinheira, e pela brecha ele passou a boca do frasco longo onde estava a poção.
- o efeito será imediato, você sentira a queimação e depois a sede, você vai ter a ideia de que elas estão piorando conforme o tempo passa, mas prometo que vai melhorar na segunda doze. – falou Draco virando o líquido enquanto o vampiro engolia em rápidas goladas.
Assim que Draco afastou o frasco o vampiro urrou de dor e rosnou se lançando a frente em uma tentativa de se soltar, seus olhos escureceram e se prenderam na jugular do loiro, a pele clara era tentadora ao vampiro faminto, ele podia ver com perfeição cada veia pulsar no pescoço fino do bruxo. A boca dele salivou e espumou quando ele soltou outro rosnado animalesco.
- talvez seja melhor que um de nós de a ele as outras doses. – disse Carlisle encarando Jonathan.
- eu também acho. – falaram Edward e Jacob enquanto cobriam com o corpo seus companheiros.
- a próxima dose deve ser dada daqui a seis horas, nem um minuto a mais e nem a menos. – falou Draco e o senhor Cullen concordou com a cabeça. – as doses estão separadas, a quantia exata está em cada frasco. Vocês não teriam problemas, as correntes são mágicas e não vai se quebrar nem com a força dele, e se eu fiz a poção corretamente... E eu fiz sim... Na terceira dose a força dele já terá diminuído pela metade.
- é uma pena que só funcione com esses recém criados. – falou Jacob, Carlisle concordou com um olhar perdido e Draco não queria ter visto a sombra de tristeza no rosto do vampiro Cullen, mas estava lá.
Se ao menos houvesse uma forma... Se eu pudesse encontrá-la. Pensou o Malfoy.
E em meio a pensamentos complexos Draco acompanhou os outros para fora das masmorras. Harry encarava o rosto do loiro e sabia que ele estava pensando o mesmo, mas Harry sabia que havia coisas que a magia não podia fazer. Ele virou o rosto e encontrou Edward lhe olhando com um sorriso carinhoso, Harry retribuiu e se sentiu grato por ter seu companheiro com ele.
Sentimento este que foi profundo e transbordou ao ponto de Edward sentir como um toque quente em seu peito. O vampiro ainda se sentia atordoado por poder sentir os sentimentos do outro dessa forma, e ele se perguntava se seu irmão Jasper também tinha esses sobressaltos quando os sentimentos de alguém o atingia tão forte. O vampiro decidiu que falaria com seu irmão mais tarde sobre isso.
- Han... Senhor Potter? – Harry se virou ao ouvir a voz jovem o chamar de forma tão forma.
Ao se virar encontrou o garoto jovem de mais cedo, ele não se lembrava de ter visto esse antes de hoje, o menino era sorridente apesar de estar acanhado, ele tinha as feições de uma criança ainda, mas o tronco sem camisa era tão definido por músculos quanto os outros lobos da reserva.
- me chame de Harry. – falou o moreno simpático. – e você é?
- Seth Clearwater. Mas só Seth está bom. – respondeu com animação.
- certo, e o que foi, Seth?
- é que tem uma coisa lá atrás. – apontou com o dedo por cima dos ombros. – parece um campo de futebol, mas não tem gol, e as... cestas. – fez aspas com os dedos. – são muito altas pra basquete ou qualquer outro jogo. O Quill acha que o campo não foi terminado, já o Emmett acha que é um campo pra gigantes. E a Léia , minha irmã, ela acha que se trata de um lugar de rituais...
Harry soltou uma gargalhada com o falatório do menino, ele gostou do garoto, o menino que apesar de aparentar pouca idade era poucos centímetros maior do que Harry, mas tinha a mesma inocência e imperatividade de uma criança.
- você quer ver para que serve aquele campo? – perguntou lançando a Draco um olhar sugestivo, o loiro por sua vez devolveu com um sorriso torto. – vamos lá, Seth, sua irmã pode ficar tranquila, não será nenhum ritual que faremos.
Seth pareceu ficar ainda mais empolgado e correu na frente para avisar a irmã que eles mostrariam para que servia o lugar. Quando Harry chegou até eles Léia o olhava desconfiada e mantinha o irmão perto pelo braço, Harry quis rir, mas logo Draco que havia se separando deles para pegar as vassouras apareceu.
- pra que as vassouras? – perguntou Emmett, o grandalhão então olhou em volta procurando o que eles pretendiam limpar com elas.
- isso aqui é um campo de quadribol. – falou Harry, apesar de ser para todos ouvirem ele estava virado na direção de Seth e sua irmã arrisca. Ele tirou então do bolso uma pequena bolinha dourada e mostrou. – o quadribol é um esporte bruxo muito amado, Draco e eu jogávamos na escola, nos éramos os apanhadores, ele da sonserina e eu da Grifinoria.
- como apanhadores nossa obrigação era pegar essa bolinha dourada na mão do Harry, ela é chamada de pomo, e o jogo só acaba quando um dos apanhadores pega o pomo. – completou Draco. – no quadribol são precisos sete em cada time, mas isso não será uma partida de verdade, não é?
- não, aqui vamos só matar a saudade. – falou Harry pegando a sua vassoura e a montando. – e as vassouras são excenciais para o jogo. É com elas que vamos voar.
- essa eu quero ver. – Emmett falou com empolgação.
- ok, no três, Draco. – falou Harry e esperou o outro montar da vassoura. – um, dois. – nesse momento assas saíram da bolinha, batendo tão rápido quando as de um beija flor, então ela levantou vôo e saiu em disparada tão rápido que Bella a perdeu de vista no mesmo instante.
Os vampiros ainda conseguiam acompanhar ela subir ao céu até entre as nuvens, Harry não disse o três pois Draco saiu em disparada assim que o pomo fugiu, Jacob ao seu lado olhou confuso quando passou um borrão loiro ao seu lado e subiu ao céu.
- sempre trapaceando. – exclamou Harry antes de se tornar outro borrão rumo as nuvens.
Edward acompanhou atento seu companheiro, admirado e apreensivo com a velocidade que o mesmo voava, ele podia sentir a felicidade vinda do outro, e a adrenalina de uma caçada. A sensação era entorpecente e ele trocou um rápido olhar com Jasper, pois sabia que o irmão também podia sentir por seu dom.
Harry e Draco voavam tão rápido e alto que mesmo os lobos as vezes os perdia de vista, Seth parecia que ia explodir a qualquer momento de empolgação, Emmett dava alguns gritos de incentivo quando os bruxos faziam alguma manobra no ar. Em um momento um borrão dourado passou a centímetros deles e segundos depois outros dois maiores seguiram o rastro, então voltaram a subir até se perderem nas nuvens e voltarem a descer de bico ate quase chegarem no chão e novamente subir ao céu. Edward esperimentava as sensações de felicidade de Harry misturadas com seu medo a cada momento em que achava que o companheiro iria se espatifar na chão.
Isso é lindo. Ouviu Jacob pensar. Assustador, mas lindo.
E o vampiro não discordou, ninguém ali descordava. Porém os pensamentos deles foram cortados quando um grito ecoou de uma das janelas da mansão e todos se viraram na mesma hora.
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