Capitulo 14
A indignação de Sesshoumaru sobre as últimas descobertas a respeito da “adoção” de Kagome o deixou com dor de cabeça e para piorar soube, por ambas amigas, naquela mesma tarde, que Kagome moraria com seu irmão e sua insuportável cunhada a partir do próximo final de semana, se assim ela permitir, o que duvidava um pouco. Enquanto não houvesse a aceitação de Kaguya ela moraria com Sango, deixando-o tranqüilo por enquanto.
Contudo, Miroku e Kohaku portando um único indício que os revelaria ao desaparecimento de Kagome anos atrás, deixaram o escritório poucos minutos antes delas serem deixadas por Inuyasha. Eles sabiam o complicado caso de Kagome e isso faria que eles retornassem aos arquivos de seus pais, entretanto, o melhor seria descomplicá-lo já que aquela família tinha sofrido por quase vinte anos até encontrá-la.
- Sango. – chamou Kagome – Tem certeza que não vou atrapalhar a sua vida passando mais esses dias com vocês? – perguntando receosa a sua amiga enquanto protocolava novos casos a serem analisados pelos membros daquele escritório.
Sango parou o que estava fazendo ficando enfrente a ela – Não Kagome, claro que não. Sabe muito bem o quanto gosto de ter você por perto, somos amigas. – pegou em uma de suas mãos – Você é sempre bem vinda em minha casa, e para provar vamos fazer uma comemoração, pois renovamos nossas bolsas. – piscou um dos olhos para ela soltando lhe as mãos – Vou pedir ao Souta e ao chato do Miroku para fazerem um ótimo jantar a nossa altura.
Sorrindo Kagome aceitou sem ressentimentos de incomodar aos amigos que a tanto se conheciam, só de imaginar o jantar sua boca enchia d’água. Viu quando Sango pegou o telefone ligando para seu irmão fazendo caras e bocas durante a conversa, imaginando não ser Souta, mas sim Miroku. Ao termino da ligação sua suspeita foi confirmada como também o saboroso jantar.
Kagome adorava morar com Sango, a casa é sempre repleta de amor e alegria, até mesmo quando morava apenas Sango. Agora, depois que seu irmão e amigo de infância estavam dividindo a apartamento com ela a felicidade não dava espaço à tristeza. Embora seu estado melancólico a obrigasse a ficar quieta, em seu mundo de lembranças só de olhá-los sentia-se mais alegre. As discussões entre Sango e Miroku eram mais divertida, melhorava quando Kohaku se intrometia, mas apesar de tudo eles eram uma família, o que ela não tinha mais.
Após deixar Kagome e Sango no escritório, sem contar numa passagem rápida pelo apartamento da última para deixar alguns pertences de Kagome e levando outro para sua própria residência, já que possivelmente ela iria morar nela. Inuyasha seguiu ao Studio pensando sobre o ótimo almoço que tivera esta tarde com as três mulheres, principalmente a sua prima. Sempre que podia a observava atenciosamente, e lembrou-se do beijo dado. Tão doce suave e, surpreendente quanto ela e sua reação a ele... intrigante.
Planejava naquela noite uma conversa com sua esposa, Kaguya, para Kagome permanecer com eles até tudo estiver resolvido. Não sabia como ela iria reagir a isso, mas não podia deixa de acompanhar o crescimento de um filho que tanto queria por causa de ciúmes de sua esposa. Ele estava começando a achar que existia algo por trás de todo aquele sentimentalismo. Primeiro, ela conseguiu ter um filho com ele sem modificar seu corpo por causa do emprego, como dizia e agora demonstração de insegurança. Inuyasha não entendia o que Kaguya estava querendo.
Durante o período que Sesshoumaru esteve com Rin na consulta pré-natal, naquela tarde, seu corpo estava presente e até participara em todos os momentos, mas sua mente insistia em voltar aos fatos discutidos com Miroku e Kohaku. Sua esposa estranhou a testa franzida durante o tempo em que eles passaram juntos, tal eventualidade só ocorre quando ela está preocupado com alguma coisa.
- Quer me dizer o que se passa Sesshoumaru? – perguntou Rin saindo do consultório indo ao estacionamento, após atestar que sua gravidez está indo muito bem.
- Por que pergunta? – ele indagou com outra pergunta. Um tanto idiota, claro, mas gostaria de saber antes de dar a sua resposta.
- Sua testa está franzida, desde que você me apanhou em casa. – disse-lhe Rin tocando o local e continuou – Quando você está preocupado. O que lhe preocupa? – reformulou.
Sesshoumaru suspirou parando apenas quando chegou ao carro. Em silêncio abriu a porta do passageiro fazendo que Rin entrasse e se acomodasse no banco, para em seguida fazer o mesmo. Ao colocar a chave na ignição virou-se para a esposa beijando-lhe os lábios, segurou seu rosto com as duas mãos e observou-a sorrir.
- Kagome. – disse-lhe e afastou um pouco seus rostos fazendo que Rin estranhasse, e franzisse o cenho em sinal de não compreensão. – Ela resolveu morar com Inuyasha por causa da gravidez, isto é, se Kaguya a aceitar. – suspirou – Não gosto daquela mulher, nunca gostei.
- Meu amor, você não pode deixar se envolver por animosidade por ela. – Rin disse carinhosamente – Sei o quanto ela é prepotente, arrogante e egoísta, mas deixar-se envolver por suas intrigas... – continuou – Porém, Kagome está grávida deles e seria inevitável que isso não ocorresse.
- Eu sei... – dando aquele caso como encerrado e incompleto e continuou – Isso é o que pior importa no momento. – olhou para ela serio, desviou o olhar para lhe dizer – Kagome foi comprada.
Rin abriu a boca compreendendo a preocupação dele, mas ele continuou reformulando suas palavras – Há uma possibilidade de que o casal Higurashi tenha comprado o registro de Kagome, indicando que ela tenha sido vendida para eles por algum motivo que ainda não sei.
- Oh! Sesshoumaru. – Ela o abraçou – Deve está sendo difícil para você, não?
- Não. – disse ele – Difícil vai ser para meus pais e para Kagome, principalmente para ela. – separou dela, sorrindo com o conforto que encontrara nos braços da mulher que tanto ama. – Não quero imaginar a sua reação.
- Sei o quanto a estima e a admira.
- Sim... Minha preocupação é como ficará emocionalmente em relação a isso tudo. Isto é, se ela suportar a tanto. – girou a chave na ignição encerrando o assunto, por enquanto. Naquele momento deveria curtir o casamento e a benção do filho está em ótima saúde assim como ela. – Vamos para casa, vou mimá-la um pouco. O que acha, hã? – beijou lhe a face, seguindo o seu caminho.
Arrumar a janta para comemorar a renovação da bolsa de estudos de Kagome e Sango, para os dois amigos, estava sendo muito divertido. A princípio eles pensaram em fazer um jantar tradicional com todos sentados a mesa, comendo alguma massa, rápida e fácil de fazer ou pediria alguma comida estrangeira, ao qual sairia saboroso. Por fim, resolveram mudar deixando a comemoração mais descontraída do que um jantar pede.
No caminho para a casa as amigas pararam em uma livraria para comprar alguns livros que a faculdade exigia para aquele semestre, e na carreira depois da faculdade. Sem saberem o que as aguardavam entraram no apartamento, encontrando-o silencioso, como se não houvesse alguém em “casa”, Sango estava à frente e ligou o interruptor, tomando um susto.
- Mas o que...? – Sango não conseguiu completar suas palavras, admirada com tudo o que via. Kagome vinha logo atrás e assim como sua amiga não pronunciou nada.
O apartamento encontrava-se enfeitado com balões de ar, uma faixa improvisada pelos dois homens da casa com a saudação “Valeu Vocês Merecem!”, na mesa havia duas pizzas gigantes fumegantes que acabaram se sair do forno, rodeadas de refrigerante e suco, tudo feito com bastante carinho e atenção.
Admiradas pelo carinho, elas entraram sorrindo procurando por eles e os encontraram de surpresa colocando enfeites em suas cabeças.
- Nunca esperamos tanto, - disse Kagome contente com o que via – nunca pensamos... Bom, pelo menos eu pensava que fosse ser tão... tão...
- Tão, tão o quê? – pediu Kohaku.
- Oh! Não tenho palavras. O que acha Sango? – passou para a amiga os novos elogios.
- Nunca pensei que vocês fossem fazer algo... – sorriu – maravilhoso. Jurava que seria alguma massa ou algo parecido – mais uma vez sorriu tentando disfarçar a direção de seu olhar.
- Não, nós a surpreendemos não? – enfatizou Miroku ironicamente, percebendo o disfarce que ela dava para não olhá-lo diretamente. – O que afinal?
Sango suspirou antes de ser interrompida por Kagome pedindo para sentarem a mesa e saborear as maravilhosas pizzas postas sobre a mesa, já que percebera os olhares trocados por eles. Para ela, estava claro que eles sentiam algo em comum pelo outro. No entanto, aqueles cabeças duras não viam nada disso. Passou por eles deixando-os a sós, sendo seguida por Kohaku que a acompanhava também reclamando de fome.
- Miroku, Sango, vocês não vem? – chamou Kohaku da sala de jantar, puxando uma cadeira para se sentar – As pizzas estão esfriando.
Apenas com o chamado de Kohaku, fora aí que, se deram de estarem sozinhos na sala se olhando, rapidamente Sango desviou os olhos dos dele seguindo para a sala de jantar passando por ele.
Miroku segurou seu braço – Agora não Miroku. – disse sem olhá-lo, ele soltou seu braço deixando-a seguir onde se encontrava seu irmão e amiga.
- Sango... – ele lamentou com pesar, para depois ir de encontro ela e os outros.
Passava pouco mais das oito da noite quando Inuyasha chegou a sua casa e não encontrou Kaguya, ele pensou que a encontraria esperando por sua chegada, mas definitivamente estava errado. Sem querer perder seu tempo, seguiu para a suíte na intenção de tomar um banho refrescante enquanto esperava sua esposa. Certamente precisava de um banho, enquanto retirava o sabonete do corpo ouviu um barulho vindo do quarto, pegou a toalha próxima ao Box e saiu do banheiro ainda com o corpo molhado.
Encontrando Kaguya deitada despojada, os sapatos largados de qualquer jeito, a bolsa no sofá próximo a cama e um sorrido travesso nos lábios devido ao corpo languido do dia. “Não percebeu a minha presença” – pensou ele. Balançou a cabeça negativamente, sem dizer nada, voltou para o banheiro colocando um short de seda que tanto gostava. Saiu do mesmo a encontrando ainda deitada com os olhos fechados da mesma forma que a vira minutos atrás. Em poucos passos ele se aproximou e sentou na cama ao lado de Kaguya. Ela se assustou quando sentiu o colchão ceder um pouco, levantando-se depressa.
- Inuyasha! Você me assustou. – disse com a mão no peito enquanto se ajeitava numa melhor posição na cama. – Estou cansada, tive um dia muito... cansativo. – sorriu mostrando o quanto se sentia fatigada - Preciso tomar um ban...
- Temos que conversar... sobre Kagome. – Kaguya fez careta de desgosto levantando sem dar a ele a chance de iniciar a conversa.
- Sim, lembro de você me dizer alguma coisa quanto te liguei esta tarde. – disse quando entrava no banheiro e gritou dentro dele – E estou muito cansada para conversar com você hoje, - tirou a blusa seguida da saia que usava – Principalmente sobre ela. – entrou no Box.
Inuyasha não saiu da cama, apenas sentou-se melhor, encostando as costas na cabeceira da cama, virado para a porta do banheiro esperando terminar seu asseio para ela poder escutar o que ele tinha que dizer. Alguns minutos se passaram até que Kaguya deixou o banheiro, vestida da camisola branca e parou ao vê-lo sentado a sua espera. Ela suspirou, mas não disse nada sabia que ia ser duro não ouvi-lo. Ele a olhava enquanto rodeava a cama, retirou os travesseiros e o edredom do seu lado da cama e deitou. Incomodada com o olhar dele Kaguya se virou para ele perguntando:
- O que quer falar sobre... sua prima? – disse ela percebendo a seriedade no seu rosto dele.
Inuyasha olhava em sua direção irritado com o tom de ironia contida na voz de sua esposa ao citar o nome de Kagome, não bastava o que ouvia dizer a seu respeito ao telefone quando imaginara ele ter acabado a ligação. E agora, ignorava o tinha a dizer.
- Estive pensando e seria melhor que Kagome viesse morar conosco. – ainda com a expressão anterior Inuyasha falou. – Além do mais eu quero acompanhar a gravidez e o crescimento do meu filho.
- O que? – Kaguya gritou levantando da cama sem acreditar no que acabara de ouvir.
- Isso que ouviu. – ele virou para ela que estava em pé um pouco distante dele. – É melhor para ela e para nós.
- Oh! Não Inuyasha, não pode. – tentou fazê-lo mudar de idéia – Sabe muito bem o meu sentimento por ela. Não a quero perambulando em minha casa e assediando meu marido, mesmo com nosso filho.
- Ah! Sim eu posso. – olhou intenso em seus olhos, desconsiderando suas últimas palavras e continuou – Kagome está grávida de um filho nosso, seu avô morreu antes mesmo que ela tivesse tempo de ajudá-lo.
- Isso nada tem a ver com nós dois. Ele morreu e daí? O que isso tem a ver com nós? – relutante contra a idéia de ter a garota morando em sua casa. Aproximou de seu marido – Veja bem, - respirou fundo – Podemos mantê-la em sua casa, seguir o que estava no contrato, não há necessidade de...
Ele interrompeu – Claro que precisa. Nós dois sabemos, muito bem, por que Kagome aceitou ser mãe de aluguel. Mesmo depois de ela deixar evidente que não queria, lembra-se? – olhou bem para ver as feições de sua esposa. – Você podia muito bem evitar tudo isso tendo o nosso filho, algo que você podia e pode muito bem, mas agora é tarde. – Kaguya arqueou a coluna - Só Deus sabe como você a persuadiu para ela aceitar.
Após ouvir as últimas palavras de Inuyasha ela partiu para o ataque de uma forma mais singela, que não o atingisse diretamente. Não acreditava que estava discutindo com seu marido por causa daquela bastarda.
- Inuyasha, me deixe falar. – pediu ela sendo atendida – Não se faça de bobo, não conhece essa... – se corrigiu rapidamente – sua prima direito e ela não sabe nada sobre tal fato, então, meu amor, é melhor você ir com calma.
- Kagome além de ser a mãe do meu filho é minha prima, embora seja preciso um exame para confirmar isso, – disse irritado por ela o ter chamado de idiota – mas não é preciso muito para se ter certeza, basta olhar para ela.
O silêncio reinou entre eles por alguns minutos Kaguya voltou a sentar na cama, mas dessa vez enfrente a ele.
- Não está me dando escolha. – falou mansa.
- Não. – respondeu mais duro. Ela tentou mudar de tática para convencê-lo a não trazer Kagome para a casa deles.
- Sabe muito bem como me sinto em relação a ela, tenho ciúmes, e não quero te perder. Eu amo você e você me ama e...
- Não tenho mais tanta certeza disso. – disse ele abertamente – Você não é mais a pessoa que conheci e que me apaixonei ou nunca foi e só agora estou lhe conhecendo. – aquelas palavras a atingiram como um foguete. Pálida e sem saber o que dizer Kaguya resolveu aceitar Kagome. – O que vejo é uma mulher egoísta e mesquinha.
- Não pode simplesmente... – em uma última tentativa tentou convencer do contrario, mas em vão.
- Kagome próximo de mim, minha mãe ficará mais perto dela. – Tentou fazê-la entender sem discutir ou falar alto – Até descobrimos como ela foi adotada e então revelaremos nosso parentesco.
- Quando ela virá? – tais palavras saíram de sua boca. Enquanto via seu marido levantar e arrumar os travesseiros em suas costas.
- Eu prometi que seria nesse final de semana. – disse Inuyasha retirando seu notebook de cima da cômoda e ligando.
- Tudo bem, irei pedir para que uma das empregadas arrume o quarto para ela. – derrotada pela decisão – “Maldita bastarda. Por causa dela... Inferno!” – pensou Kaguya levantando de onde estava seguindo para fora do quarto – Irei comer alguma coisa, você quer? – sem dizer nada Inuyasha negou com a cabeça. Assim que ela fechou a porta após sair, se encostou à mesma lembrando o real motivo do seu casamento com Inuyasha.
“Não vou permitir que essa bastardinha se intrometa onde não deve”.
Inuyasha ouviu o trinco da porta ser fechado e após algum tempo os passos de Kaguya se afastando enquanto esperava o sistema operacional de seu notebook ser concluído. Respirou fundo algumas vezes imaginando que Kaguya não seria fácil, procurou a pasta com as fotos que tinha retirado do celular dela e não os achou. A única coisa que aparecia na tela no seu notebook era: “Arquivo não encontrado”. Suspirou em derrota por não ter encontrado, entretanto não foi para isso que ele ligou o aparelho, abriu seu e-mail e dele retirou o script de sua personagem para o outro dia tinha muito a fazer.
O jantar seguia animado mesmo depois da troca de olhares de Miroku e Sango alguns minutos atrás, fora esse fato, às vezes eles trocavam olhares inusitados de apaixonados, entretanto logo voltavam à conversa. Estava muito claro que eles estavam apaixonados um pelo outro, ou melhor, que não se esqueceram. E a vinda de Miroku para próximo de Sango reavivou a chama que ardia neles.
Além disso, as risadas e as piadas entusiasmavam a todos. Quanto mais Miroku via Kagome sorrir das piadas que contava mais ele sentia pelo que ia fazer, ao tentar relembrar seu pai e avô, e acabar com o sorriso que ela estava no rosto desde a morte do avô, ela não sorria de uma forma tão contagiosa, não é uma forma muito honrosa, mas era necessário.
Pensando nisso, Miroku deu o sinal para que Kohaku começasse a conversar sobre algum assunto que pudesse descobrir a respeito de seus pais e falar sobre a infância seria perfeito, talvez começando por ela pudesse descobrir o que ela sabia de si mesma e sua família adotiva.
- Hum, Kagome. – chamou Kohaku terminando de mastigar um pedaço de pizza, levantando a mão pedindo para esperar – Aquele rapaz que... Como eu posso dizer? – se perguntou – Que você está grávida do casal, isso, esteve aqui deixando alguns objetos seus.
- Ah! Sim, obrigada por recebê-los Kohaku. – agradeceu ela. Pegou o copo com refrigerante terminando de tomar seu conteúdo – Onde estão? Eu quero ver se ele deixou minha herança.
- Herança?! – indagou unissonoro Miroku e Kohaku. Deixando Kagome vermelha.
- S-sim. – respondeu encabulada – Bom, não é bem uma herança, é apenas uma brincadeira minha e da Sango. – sorriu para a amiga perguntando ansiosa - Onde está? – Ele apontou para o quarto que ela ocupava com Sango.
Enquanto ela levantava murmurou “volto já” seguindo para onde Kohaku tinha apontado deixando para Sango explicar a eles. Vendo que eles a olhava interrogativamente ela não esperou perguntar e foi logo respondendo.
- É uma caixa com algumas coisas que o Vovô Higurashi deixou para ela, ele pediu para abrir depois que se fosse. Nada de mais. – disse Sango sorridente, pois também notara outra fisionomia de sua amiga – Acho que o conteúdo animou a ela um pouco.
Miroku virou a cabeça na direção em que Kagome seguiu refletindo sobre o que acabara de ouvir de Sango.
Saber que o senhor, avô de Kagome, deixou uma caixa com alguns pertences para ela e ainda sob a ordem de abri-la após a sua morte deveria significar alguma coisa. Talvez ele deixasse provas do que realmente aconteceu da “adoção” de sua neta, esse fato intriga mais Miroku e ele utilizaria os conhecimentos de Kohaku para investigar mais fundo sobre a “adoção”.
Sem perceber que era observado por Sango ele continuou a olhar por alguns instantes para depois voltar a comer sério, ou melhor, refletindo sobre a extensão de seu pensamento.
- O que foi? – Miroku ouviu Sango perguntar e esta ser dirigida a ele – Por que essa cara?
- Não é nada. – respondeu ele ainda distante. Desconfiada de que tivesse dito algo de mais, Sango levantou deixando-os sozinhos para que conversassem seguindo para a sala, ligou a TV.
Ela não queria mais saber mais do já sabia sobre as descobertas que eles faziam a respeito do passado de Kagome, estava se sentindo incomoda com a situação. Ela é a única amiga de Kagome e vice versa, em outras palavras sentia que traía a sua confiança, “Idiota” chamou a si própria em pensamento. De certo que fizera tudo para ajudar seu irmão, amigo e o casal Tasho a encontrar a sobrinha que há anos procuravam sem cessar e em meio a tudo estava sua amiga, “o que fazer nessa situação?” pensou. Kagome tem o direto de saber o que realmente ocorreu em seu passado, e o real motivo da mulher que ela achava ser sua mãe a rejeitava.
Sango estava tão perdida em seu mundo que não percebeu a chegada de Kagome a sala, apenas quando ela sentou ao seu lado no sofá com a caixa na mão. Sorrindo para ela meigamente, como se nele estivesse um pedido inconsciente de apoio, compreensão e afeto. Talvez as lembranças contidas nela não fossem tão boas assim. No entanto, Kagome tinha que ser forte para enfrentar o que está para vir.
Kagome voltou a abrir a caixa de madeira naquele dia, tinham apenas visto apenas as vestimentas infantis e elas não deram muito valor aos outros objetos contidos nela. Ao abrir a caixa novamente viram as roupas minúsculas, as cartas e as fotografias e sorriram, mais uma vez abriu a sacola plástica retirando as roupinhas e a manta. Espalhou as fotos e as cartas sobre o centro próximo a elas e quando terminou de retirar os mesmos, elas vêem Miroku e Kohaku se dirigirem a elas.
Estava mais do que claro que Miroku contara para o irmão de Sango sobre suas suspeitas e Sango não era tão estúpida a ponto de não entender que é relacionado à “herança” de Kagome. Movido assim pela curiosidade, eles sentaram ao redor delas sendo notadas as fotos e as cartas em cima do centro, objeto de curiosidade. A presença de Miroku e Kohaku na sala com elas deixou Kagome um tanto receosa, via que os objetos eram uma intimidade sua e de seu avô, entretanto, eles a ajudaram tanto e vem a aturando depois que ela invadiu o espaço deles que sentiu aquele receio dissipar.
Kagome pegou as fotografias deixando de lado as roupinhas e a manta infantil mostrando, principalmente, aos rapazes as fotos de sua infância. Na maioria das fotos estavam Kagome, o pai e o avô, sempre sorrindo, se abraçando, em diversos lugares e nunca a presença da mãe. Eles sabiam que a mãe de Kagome não gostava da presença dela na casa, ou melhor, na vida deles. Contudo, as poucas fotografias que ela aparecia eram com um bebê nos braços e nelas se mostravam uma família feliz.
Vendo a mesma fotografia que Sango viu esta tarde Kohaku fez a mesma pergunta que Sango.
- Quem é este bebê? – Kagome sorriu por conta da pergunta, sua expressão mudou ao lembrar-se dele.
- Eu não gosto falar sobre isso. – disse de cabeça baixa – É difícil para mim...
- Por quê? - indagou Miroku tão curioso quanto os outros presentes.
- Miroku! – repreendeu Sango – Respeite a vontade de Kagome, por favor. – olhou sério para ele num pedido claro para não empurrá-la a falar, pois ele estava entrando num terreno perigoso para sua amiga.
- Tudo bem, Sango. – sorriu para a amiga sentada ao seu lado e depois para os dois – Vocês fizeram tanto por mim. Eu não tenho palavras para agradecer por isso.
- Não se preocupe com isso – docemente disse Kohaku segurando suas mãos tentando ganhar sua confiança – São coisas de amigos, você é amiga da minha irmã e também nossa amiga agora. – levantou a mão assanhando os cabelos negros – Quando você tiver mais confiante irá nos contar. Vamos, termine de mostrar sua família.
E dessa forma seguiu mostrando as fotografias e relatando como cada uma delas tinha sido tirada, aproveitando o “momento família” Sango aproveitou e pegou alguns álbuns que não tinha mostrado a ela em anos de amizade deixando um pouco de lado os recortes de jornais. Miroku tentava se controlar ao máximo para não pegá-los, mas acabou o fazendo seu instinto investigativo foi mais forte. E neles viu o conteúdo: “Grave Acidente: Casal Morre e Sua Filha Desaparece Sem Indícios” estava escrito em um deles, “Parentes do Casal Envolvido em Grave Acidente há Três Dias Procuram Pela Filha que ainda Continua Desaparecida” estava no outro, “Continuam as Buscas Pela Sobrinha dos Tasho” sendo este tinha uma foto de Kagome aos oito meses de idade com uma legenda negra escrito: ‘desaparecida’ em letras brancas e seguindo igualmente os demais.
A foto do antigo jornal, com certeza era Kagome. Os traços infantis ainda existiam, embora um tanto mais maduros, mas estavam lá.
Estranhando, Miroku colocou o último recorte que viu no meio dos outros e perguntou: - Kagome, você viu esses recortes?
Ela levantou a cabeça, já que via as fotos de infância deles, e parando de rir de uma foto dos dois irmãos sujos de lama, igualmente como os irmãos – Oh! Não. Ainda não. Do que se trata?
- Bom, é sobre o caso da filha de um casal que foi morto em um acidente e a filha deles está desaparecida e por coincidência... – “é você, não resta dúvidas” completou em pensamento, principalmente, depois de ver as fotos de família dela. Entretanto ele parou e pensou bem nas palavras antes de dizer a ela que se tratava dela – Por que seu avô guardou isso? – mexeu levemente os pais em suas mãos.
- Deixe-me ver – pediu ela pegando das mãos dele, Miroku rezou para que ela não visse a própria foto ali, ele não saberia como reagir se ela voltasse contra eles. Folheou alguns não dando muito importância – Hum, não sei dizer. Acho que... meu avô apenas ficou interessado no caso.
- Eu posso ficar com eles é que... bom, um caso... – ele gaguejou vendo Sango olhá-lo desconfiada e Kohaku arquear uma sobrancelha entendendo perfeitamente o que ele estava tentando fazer.
- Sim, estou sabendo do caso que vocês estão investigando, Sango me contou. – olhou para a amiga e voltou seu olhar para ele – Se for ajudá-los. – ela fez uma pergunta sobre o caso devido a sua curiosidade – O casal já encontrou a sobrinha? – ele a olhou interrogativamente, não sabia que perguntava de si mesma – Se fosse eu nessa situação não sei o que eu faria...
- Como assim? – perguntou interessado.
- Se eu fosse à tia eu não descansaria até encontrá-la; já eu sendo a sobrinha, não sei se gostaria de saber que fui adotada. – tentou explicar melhor seu ponto de vista - As coisas complicam um pouco, tem muitas pessoas envolvidas, por exemplo, os pais que...
- “Os pais” o quê? – dessa vez quem perguntou foi Kohaku ao seu lado, a fez girar a cabeça em direção a ele.
- Apenas pensei nos fatos agora. – sua voz foi diminuindo de tom enquanto falava e seu cérebro recapitulando o aprendizado. E rapidamente sua mente a levou para o passado onde sua mãe sempre a chamava de bastarda quando seu pai e avô não estavam por perto, mas essa lembrança logo se desfez deixando um sentimento de tristeza dentro de si. Kagome ficou em silencio por alguns instantes, sendo observada em silêncio pelos presentes e continuou aumentando o tom – A adoção pode não ser legal, não é? Não tinha pensado por esse ângulo.
Absorta com o que sentia e o que tinha lembrado Kagome levantou-se do sofá recolhendo seus pertences deixando os recortes nas mãos de Miroku, ficou de frente para a amiga dizendo ir para o quarto, pois não estava se sentindo muito bem.
- Depois eu pego – disse a Miroku em relação aos recortes em sua mão.
-Kagome. – sussurrou Sango sem entender o que acabou de ocorrer, ela tentou seguir a amiga, mas foi impedia por seu irmão que sem palavras ficou a sua frente. Ela abriu a boca para dizer algo e encontrar apoio em Miroku, porém não encontrou.
- Mas...
- Não Sango, deixe Kagome um pouco sozinha. – interrompeu Miroku – Ela ainda não fez aponte entre os casos.
- Você acha que Kagome sabe que ela...
- Não. – respondeu Kohaku severamente – Ela não sabe, mas logo irá ligar as pontes e saberá.
Os documentos estavam amontoados ao lado sem conseguir ler, as horas passaram voando naquele dia. Não estava fazendo nada correto, sua dor de cabeça passara algumas horas atrás, mas voltou a atormentá-lo. Mais uma vez pegou o mesmo documento para ler, já tinha perdido a conta de quantas vezes pegou aquele documento em mãos e o deixou de lado. Apesar de passar um dia bastante agradável com sua esposa, este estava sendo perturbador.
Sesshoumaru não estava aceitando o fato de Kagome ir morar com Inuyasha, mas o que o perturbava é o fato dela ter sido objeto de um juiz corrupto na compra e venda de crianças. Com o primeiro ela podia lidar, no entanto, o segundo levaria algum tempo para ser resolvido. Talvez nunca soubesse ao certo como ela foi “adotada”, mas tinha que, no mínimo, ter uma teoria supondo o ocorrido. Pensando nisso, ele resmungou um palavrão, recolhendo de novo o documento. Sendo surpreendido por sua esposa.
- Se estiver pensando em Kagome irei achar que está mais pensando nela do que em mim. – disse Rin suavemente após ver seu marido resmungar – Ficarei enciumada.
Ele sorriu afastando um pouco a cadeira da mesa estendendo a mão em sua direção, esse gesto foi aceito com um sorriso, ela deu um passo a frente segurando a mão de seu amado marido sendo puxada para o colo. Sesshoumaru roçou seu rosto na dobra do pescoço de sua esposa sentindo o delicioso perfume que emanava de seus cabelos, beijou-lhe o lugar que tanto desejava, com muita dificuldade afastou um pouco.
Ah! Como adora o perfume que exala dos cabelos, o sabor da pele e dos beijos de sua adorada esposa. Apenas ela poderia acalmá-lo num momento de inquietude, ela é o céu azul num dia tempestuoso.
Sesshoumaru sorriu para ela enrolando as pontas do cabelo dela que caiam em suas costas. – Estou sim pensando em Kagome, mas não como eu penso em você.
Rin ficou envergonhada, como sempre diante da singela demonstração de afeto. Olhou para ele sorrindo discretamente. – Ainda sobre o que descobriu hoje à tarde? – perguntou segura.
Ainda com ela no colo Sesshoumaru encostou a cabeça no apoio da cadeira de olhos fechados – Sim, simplesmente não consigo entender como se passou tanto tempo e ninguém descobriu a venda de crianças. Isso é o que me deixa mais revoltado.
- E o que você vai fazer? – ele suspirou passou a não no ventre saliente de sua esposa. Beijou-lhe a face.
- Tenho que conversar com meus pais, revelar minhas suspeitas e esperar o momento certo para revelar a Kagome sua verdadeira origem – Rin fez um bico com a boca lembrando-se da brincadeira ao entrar na sala – e a família que tanto esperou para amá-la.
Mais uma vez apoiou a mão sobre o ventre dela e mais uma vez beijou-lhe os lábios – Mas no momento... – interrompeu o que falava ao beijar lhe os lábios apaixonadamente separou um pouco – ...a única coisa que eu quero... – voltou a beijá-la mais ardentemente - ...é amar você.
Rin gargalhou inclinando levemente para trás – Então somos dois, pois eu também quero amar e amo você.
- Eu também. – Completou abertamente levantando com ela nos braços caminhando para lugar onde os levaria ao céu.
Ambos riam e se beijavam ao atravessar a porta do escritório, as carícias singelas faziam aumentar a paixão entre eles enquanto se aproximava de seu destino, o quarto, onde se amariam e se amaram diversas vezes e que outras vezes ainda virão se amar no futuro próximo e distante.
Após se amarem, Rin ficou a observar seu amado deitado a sua frente, sabia o quanto aquele homem estava diferente depois que a conheceu, mais ainda depois que se casaram e ainda se transformava com a espera do bebê, a frieza que existia nele havia desaparecido só a encontrava na sua vida profissional. Entretanto, o assunto da prima o perturbava e ao mesmo tempo o alegrava, ela sempre foi o buraco que faltava para encher a vida de seus pais, embora nunca tenha faltado amor para ele e o irmão, a falta de Kagome fazia lembrar a morte de Kikyou e Bankotsu – pais de Kagome – que tanto os consumiam.
Não era muito tarde quando Sango entrou em seu quarto que dividia com Kagome para dormir e a encontrou sentada olhando mais uma vez as fotografias de sua família. Ao ver sua amiga ocupar o cômodo a qual se encontrava ela sorri, e em seu sorriso estava subentendido o quanto era bem vinda a está com ela. Sango retribuiu o sorriso com um mais alegre repleto de compreensão aproximou de Kagome com passos inseguros e a abraçou forte, transmitindo mais do que afeto.
Afastaram-se uma da outra e Sango sentou na cama a sua frente, permaneceram caladas por alguns minutos sem saber o que dizer. Entretanto, Kagome sabia que devia dizer algo para sua amiga tentar explicar o seu comportamento mais cedo. Ela pegou a foto que tinha a imagem de toda a família reunida respirou fundo e mostrou mais uma vez a sua amiga. Sango entendia perfeitamente o porquê de Kagome mostrar a ela esse foto.
- Sango, eu... Eu queria... – respirou fundo sem saber por onde começar – Eu não sei por onde começar. – disse melancólica.
Sango sorriu em resposta segurando a mão da amiga – Que tal começar pelo começo, hã?
Falar de sua família, principalmente de sua mãe, não é agradável como na família de Sango. Os melhores momentos que passou com eles eram sempre na companhia do avô e seu pai, e nunca com sua mãe.
- Eu não sei bem desde quando, mas minha mãe não gostava de mim. Sempre deixou claro. –Sango tentou dizer algumas palavras de força para a amiga, mas não sabia quais usar – Meu pai dizia que ela me amava do jeito dela, eu creio que não.
Chocada pelo que acabou de ouvir Sango tentou fazer alguma pergunta – Por que diz isso?
- Esse bebê, – apontou para ele na foto mostrando para ela – é meu irmãozinho, Souta. – sorriu olhando a imagem dele – Morreu com pouco mais de um ano e meio – voltou seu olhar a ela – Minha mãe nunca aceitou a perda, por outro lado, descarregava sua dor em mim.
- Oh, Kagome, eu sinto muito.
- Eu tinha quase três anos quando ele morreu, foi minha primeira perda. – continuou como se não tivesse ouvido as palavras da sua amiga – Antes disso, ela pouco se importava comigo. Apenas me tolerava na presença de meu pai ou avô, era muito pequena na época para compreender e até hoje não entendo, o porquê. – suspirou deitando a cabeça do colo da amiga deixando vir às primeiras lágrimas. – Certo dia, Souta adoeceu tomado por uma forte febre, do nada, em três dias faleceu. Lembro como se fosse hoje que ela preferia a minha morte a de Souta, eles brigaram por conta disso.
Sango ouvia a história de Kagome passando a mão nos cabelos dela, acalentando-a – Muitas vezes os ouvia brigando, e geralmente ela descontava em mim dizendo que só tinha um filho e que ele tinha morrido ou que eu era uma bastarda rejeitada. – suas palavras tocavam Sango – Depois que meu avô a surpreendeu me chamando assim, tanto ele quanto meu pai a proibiu de se aproximar de mim. Apesar de tudo, eu a amava. Qual garotinha não amaria a sua mãe, não é mesmo? – fez um som de escárnio com os lábios.
- E seu pai, como era com você? – perguntou suave e curiosa. Tal pergunta a fez sorrir, e olhar mais uma vez em sua direção para depois fechar seus olhos.
- Meu pai... Amou-me incondicionalmente, não só a mim a Souta também, nos amou igualmente assim como meu avô. Eu o amava e idolatrava, sempre fui feliz ao lado deles, até que... Tive a minha segunda perda. – curvou-se na posição fetal sentindo dor da lembrança soluçou algumas vezes antes de dizer – Meu pai se suicidou junto com minha mãe... Eu senti tanto medo, comecei a me sentir sozinha e só restava meu avô.
- Kagome, por favor, não precisa me contar. – Sango começou a se preocupar com ela desconfiando de seu estado depressivo. Hoje foi a primeira vez que a viu sorrir, entretanto em seus olhos havia tristes.
- Eu me sinto tão só, Sango. – falou se encolhendo mais em si mesma enquanto as lágrimas molhavam o colo de Sango. Ela não podia deixar sua amiga ficar mais depressiva do que já estava – Meu avô, eu só tinha ele como família e agora...
- Shiii... Não fique assim, Kagome, não é bom para você. – fez ela se sentar e abraçou – Olhe para mim. – obedecendo Kagome levantou a cabeça mirando seu rosto – Você tem a mim, e sou sua amiga.
Esperou que Kagome se acalmasse um pouco a confortando, e nesse instante teve a certeza do seu estado depressivo. Se antes ela suspeitava nesse momento teve a certeza. Ao ver as fotografias guardadas há muito tempo despertou algumas lembranças tristes e agravadas pela recente perda, Sango não podia deixá-la se aprofundar em sua dor.
Sango deixou o quarto murmurando “volto logo” deixando aporta entreaberta e a amiga deitada, seguindo para a cozinha. Pegou a chaleira esmaltada enchendo com água para ferver sobre o fogão, retirou do armário a xícara e a erva calmante com a finalidade de fazer um chá para ambas, virou para colocar as mesmas sobre a mesa e assustou-se com a presença inesperada de Miroku. Como um felino espreitando a sua presa, ele aproximou-se dela sentando em uma das cadeiras presente e a olhou intensamente.
- Ouvi sua conversa com Kagome...
- Não deveria ter feito isso – cortou antes que se aborrecesse a respeito de sua atitude. – Realmente precisava? – ela o viu abrir a boca continuou – Se você ouviu então não tem mais o que me perguntar.
- Eu... Eu só queria que soubesse, avisarei o estado depressivo de nossa amiga aos parentes. – disse tocado pelo que ouviu – Como também o que ouvi.
- Faça o que achar melhor, mas não esqueça que ela – apontou para a direção em que Kagome se encontrava – é minha amiga. E ficarei do lado dela, então não me peça mais favores a não ser que o beneficiado seja Kagome. – ouviu o som que saia pelo bico da chaleira com a força do vapor deu as costas a ele preparando a chá silenciosamente enquanto Miroku a observava atenciosamente.
Pegou a xícara sobre a mesa colocando os últimos ingredientes. Com o chá pronto seguia para seu destino, mas parou na porta da cozinha notando ser observada – Boa noite. – continuou seu caminho.
Ela o deixou parado diante da sua resposta a tudo que estava acontecendo, não podia ser mais clara, determinada e fiel a sua amiga. E essa atitude dela era o que mais adorara.
Sorriu.
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