New York, New York – 14 de fevereiro de 2011
Collegiate School
Selena Clost
E se o mundo acabasse hoje? E se o amor fosse ser substituído por ódio intenso como foi na década de 30? E se o amor fosse só praticado apenas por um dia? São tantas perguntas com respostas infinitas e incertas. Qual seria a sua resposta real para todas elas? Há uma solução ou uma proposta radical?
Bem vindo ao dia em que o amor está em alta.
Feliz dia de São Valentim ou Feliz dia dos namorados.
Esse é o meu ultimo dia dos namorados que passarei dentro da escola, é estranho né? Sentirei falta desse preparativo todo dentro da escola, também sentirei falta do correio elegante e também das meninas fazendo planos para quem elas iriam chamar para ir ao baile do dia dos namorados.
O baile ocorrerá no sábado e eu nem sei se irei para o baile.
Suspiro fundo ao ver as meninas falando sobre o dia dos namorados no ponto de ônibus. Arrumei a alça da minha mochila sobre os meus ombros, olhei para Beatrice e Rosie falando sobre o campeonato das lideres de torcida que começariam daqui duas semanas.
Outra coisa do qual sentirei falta era isso, era torcer nos campeonatos.
Mas chega de choradeira né?
O ônibus chegou e parou na minha frente, as portas se abriram e eu entrei no ônibus, eu vi um lugar livre para me sentar um pouco longe do fundo. Andei até lá, passei a mão sobre o banco vermelho e retirei a minha mochila, me sentei no canto da janela e coloquei a mochila em meu bolo.
Porque eu estava andando de ônibus hoje?
Abri a minha mochila, peguei o meu celular e fone de ouvido da bolsa, fechei a mesma. Liguei o meu celular, acionei o 3G e pluguei o fone de ouvido, desbloqueio o celular e passei o dedo procurando o meu player da música e assim que eu o achei, abri o mesmo e procurei o álbum do meu irmão Maxon Clost e achei, coloquei para tocar uma música chamada “One Less Lonely Girl” e deixei o player rolando em segundo plano.
Minhas notificações estavam lotando demais e todos foram sobre o grupo Twerk. Eu achei que era uma nova briga que não era uma novidade.
Cara, são 7 da manhã.
Cliquei nas notificações e só via uma postagem fixada no grupo mostrando prints de conversas com um ex-moderador do grupo com os outros moderadores e estavam explicando sua parte da história para seus membros.
O nome do moderador era Montgomery Letterman, ele era conhecido por ter um bom coração e muito dedicado ao grupo. Eu adorava suas interações por serem tão naturais, não era algo forçado.
Ele realmente adorava estar ali.
Fui procurar o porque estava essa confusão o envolveu. Monty contou em seu perfil sem mencionar nomes que ele se dedicou por meses ali até que encontraram um defeito, ele não reagiu bem que chamaram sua atenção, surtou e ainda por cima tentaram falar com ele e não adiantou mesmo.
Acho que o Monty estava em seu limite e ele estourou a boca do balão. Mas Monty também era impulsivo, mas a vida mostrou para ele que sua impulsividade tinha motivos.
Monty falou que foi afastado da equipe por isso. Ele quis dizer que a equipe buscava perfeição e que se essa perfeição os agradasse, ele se manteria ali. Mas se a perfeição não agradasse, ele seria chutado para fora como um cachorro que não serve mais.
A equipe só se preocuparia com eles mesmos.
Eu concordei com o Monty que essa era a verdade sobre o Twerk.
Ele falou que tinham prints até do que tinha sido resolvido. Ele disse em seu texto que para fazer votação para afastar alguém é muito rápido e que para fazer um banimento preciso demoram dois meses.
Pelo que ele estava falando a equipe se mostrava bastante rancorosa. Acho justo fazerem uma votação para que ele voltasse mesmo que fosse temporário.
Não fazia sentido, não importa qualquer erro que seja no mundo. Fazer um consenso para afastar, mas não fazer uma votação digna e democrática para alguém voltar.
Montgomery não falava de nomes, mas falava com o seu coração decepcionado. Falavam que ele iria aprender com os erros e que se mostrasse alguém calmo, as coisas poderiam mudar.
Mas não deram um prazo, não deram uma garantia. Com isso falavam que o Montgomery tinha que esperar meses e anos para retornar a fazer algo que ele amava.
Não era justo.
Se pedisse para um pintor não pintar mais quadros para sua galeria e ele só pudesse pintar meses depois ou anosdepois teria seus quadros expostos por lá.
Acha que ele esperaria?
Você esperaria, mas ele não.
Um artista não esperaria para mostrar sua arte, um artista não esperaria para mostrar sua música que criou a meses para que tivesse visibilidade.
Quando se trata de algo que nós amamos, as coisas não são tão fáceis. Tirar algo que alguém ama é como pedir para um coração parar de bater.
Porque para você seriam só quadros, para ele não. Para você seria um cargo apenas, para ele seria uma paixão.
Mas eles dizem que era preciso se dedicar para merecer, eu acredito que se fosse através de dedicação todo mundo merecia ser rico neste mundo.
Dedicação para merecimento do qual não tem reconhecimento, não era nada justo. Imagina passar-se dois anos se dedicando a algo para no final continuar na mesma merda?
Claro que em alguns casos a dedicação para tal merecer algo era valido. Mas neste caso é como ser saco sem fundo.
Montgomery denunciou o grupo, desarquivou um grupo. Algum motivo ele tinha não é? Não se perguntaram o porque ele estava sentindo raiva disso ou porque o levou chegar a tal situação? Mas foram atitudes assim que muitas pessoas estão até presas.
Porque nunca entendem a situação e nem o que estão sentindo. Parecia que o Monty estava em uma escola, ele tinha que sentar e agradar todo mundo e aindaser punido quando erra uma questão ou acabar sendo jogado fora.
“Ah, mas era bom para o grupo que ele fosse afastado.”
Pode ser que pra alguns fosse bom, mas para outros não. Claro que as regras precisam ser cumpridas nessa vida, mas nunca as ponha acima de tudo.
Sabe quem foi a ultima pessoa que colocou as regras acima de sua humanidade? Um chanceler alemão da década de 30 a 40. Isso custou a vida de muitas pessoas.
Eu entendo o lado do Montgomery, todo mundo virou as costas para ele e ele foi exposto como o vilão da história. Isso foi humilhante e desumano.
Ninguém perguntou se ele estava bem e se ajudariam ele a melhorar. Todo mundo lhe deu as costas dizendo que aquilo era para ele aprender sozinho.
A única coisa que Montgomery aprendeu foi não confiar em mais ninguém daquela equipe.
Montgomery estava envergonhado, despedaçado ao ver aquela exposição. Mas a exposição mostrou que Montgomery estava certo sobre eles terem prints para jogar em sua cara.
Nem se defender ele podia, sua situação estava mais suja que papel higiênico reaproveitado.
Montgomery não queria mais voltar para aquele grupo, sentia-se como se estivesse dentro do colégio com 7 anos onde as crianças mais velhas estavam rindo da sua nota baixa e expondo que era um perdedor.
Seu psicológico estava tão abalado que ele simplesmente jogou a senha e o email de sua conta para que qualquer um pegasse. Mas a única pessoa que pegou foi aquela que ficou do seu lado.
Ninguém perguntou se ele queria ajuda.
Só pediram para ele se afastar.
Monty só foi exposto porque ele falou a verdade e foi silenciado até o dia 27 de fevereiro porque ele pediu para a equipe inteira admitir que ele era o pior moderador de todos.
Ele não podia falar nada porque não queriam que isso fosse exposto.
Ele se lamentou por uma semana, sentiu raiva por uma semana.
Montgomery só tinha um comentário em sua cabeça.
“Vontade de xingar aquele garoto.”
E era aquele que não o faria voltar.
O Twerk simplesmente perdeu o seu melhor moderador.
E perdeu um membro, no caso eu.
A boa parte da equipe de administração do Twerk na verdade é egoísta e desumana. Eles se mostraram o que os membros realmente pensam deles com o exposed do Montgomery.
Mas agora ele nunca mais iria ser moderador ou administrador de mais nada. Ele estava magoado demais e com medo de ser exposto novamente como se fosse Machine Gun Kelly ou qualquer outro criminoso.
Com as novas mudanças lá dentro do Twerk na equipe de administração só mostra que os membros iriam tirar muito proveito e pintar com a cara de todos eles ali dentro.
50 Tons de Fake consegue ser um ícone humanista quando se trata de grupo.
Poucos se salvam no Twerk e eu diria que Tristan Hyde, Kendra Morschel, Lana Chantél e a DioraChantélque se salvavam lá dentro. Eram os meus favoritos lá dentro.
Montgomery surtou, mas com razão e também sem razão. Também foi silenciado, mas falta de aviso a equipe não tem de que ele iria sentir tudo isso. Todos sabiam que o Montgomery estava decepcionado com eles.
Também estava decepcionado consigo mesmo por explodir. Ele estava perdido, desnorteado e cheio de dor, com uma infinita mistura de sentimentos com ele.
Também estava traumatizado até de falar.
Ele sentia-se traído como se tivessem achado um jeito de colocar ele para fora como se fosse um cachorrinho.
Tomei um susto com o Alec sentando ao meu lado no ônibus. Ele estava usando o fone de ouvido e colocou a mochila no chão. Olhei para o lado, ele estava conversando em seu celular com Lydia.
Tirei um lado dos fones de ouvido, ele olhou para mim um pouco surpreso. Tipo: “Porque você sempre faz isso?” e me segurei para não rir.
— Sério isso? — eu comecei a rir de sua cara de bravinho e ele começou a rir também do nada — Você ainda vai me deixar sem orelhas.
— Sim, isso é sério. — coloquei uma mecha do meu cabelo para a trás da orelha, apoiei o meu cotovelo sobre o banco — Você e Lydia? Achei que tinham terminado.
— Nós estamos juntos, provavelmente nos veremos daqui uns meses — ele me olhou meio tímido e era a coisa mais fofinha do mundo — Além disso eu devo te desejar feliz dia dos namorados.
— Feliz dia dos namorados também.
Coloquei o fone de ouvido por baixo da blusa e ele ficou pendurado em minha blusa, o celular dentro do bolso.
O ônibus parou e podíamos ver as estrelas da escola entrando no mesmo. E quem entra por ultimo cumprimentando todo mundo era o Brian.
Eu me escondi por trás do banco para que ele não me visse. Alec começou a rir da minha cara, eu o escutei chamar pelo nome do Brian.
— Alec! — tentei alertar para não chamar o Brian, mas ele estragou a surpresa.
Acho que as coisas nunca mudam.
Eu babava por um homem que era meu.
— Não adianta se esconder, eu já te vi mocinha — ele apoiou o cotovelo no banco e pude ver sua mão com a aliança e bati a cabeça frustrada ao levantar a mesma e passei a mão onde estava doendo e logo passou. — Continua linda.
— Bom dia para você também — me estiquei e o beijei logo e fui logo me sentando de volta enquanto ouvia o pessoal com os assobios e comemoração do beijo. — Feliz dia dos namorados.
— É só um beijo — ele sorriu para eles e voltou o seu olhar para mim — Feliz dia dos namorados para você também.
Devo dizer que o dia dos namorados também é um dia especial.
Alguém ia se casar, mas não era eu.
— Porque você veio de ônibus? — revirei os olhos ao ver o Alec trocando de banco com sua mochila em mãos e o Brian se sentou do meu lado e colocou sua mochila no chão, cruzou as pernas — E o que esta ouvindo?
Ame alguém que note os detalhes.
Ele notava.
— Minhas irmãs pegaram o meu carro emprestado e bateram com ele. — ele me olhou preocupado e passou a mão em meu rosto tentando achar se tinha algum machucado —Eu estou bem — olhei o celular vendo a música que estava pausada — One Less Lonely Girl de Maxon Clost
— Porque não me ligou? Eu teria te buscado — ele suspirou aliviado ao saber que eu estava bem — Boa escolha de música.
— Eu não queria incomoda-lo — ele olhou para mim e colocou as mãos na cintura, franziu a testa — Estou viciada nessa música já tem dias. É romântica e realmente faz as garotas se sentirem a ultima garota solitária no mundo.
— Ah qual é, Lena. — ele fez sinal de que queria o meu celular e o entreguei, ele desbloqueou a tela — Você nunca incomoda, você é a minha futura esposa, nunca me incomodaria com você. Se você tivesse me ligado, eu teria mandando a preguiça no lixo e teria te trazido no carro. — ele me entregou o celular e vi que seu numero estava como contato de emergencia — Também estou, essa música mostra que o romantismo não esta morto.
— Você sabe que odeio incomodar qualquer um — beijo a sua bochecha e vejo o seu sorriso, notei que ele cortou o cabelo através da pequena franjinha que estava a amostra em sua testa— Você está bonito.
— Gostou? — ele retirou a toca da sua cabeça e passou a mão sobre seu cabelo — Já estava na hora, não aguentava mais o cabelo em meu olho.
Ele sorriu, arrumou o cabelo e colocou a toca de volta em sua cabeça. Ele arrumou sua jaqueta de capitão de futebol americano, colocou as mãos no bolso.
Coloquei o fone de volta no celular e coloquei o celular de volta no bolso. O ônibus parou, recolhi a mochila e coloquei no ombro. Brian se levantou e fez a mesma coisa.
— Você vem? — ele estendeu sua mão e segurei a mesma — Será um longo dia.
Ele colocou o braço em volta do meu ombro, ele beijou a minha bochecha. Descemos do ônibus, andamos em direção a porta da escola e todo mundo estava olhando.
Estava tipo:
“Quem é esse andando com a Selena?”
Olhei para todos, a escola estava magnifica para o dia dos namorados. A decoração estava toda de vermelho e rosa, os balões em forma de coração estavam em toda parte, cartazes com frases de amor, um cartaz anunciando o baile.
Chegamos atéa porta do meu armário abri a porta do mesmo e virei a mochila, abri a mesma e puxei os livros que eu tinha usado e guardei no armário.
Peguei os livros que eu ia usar, coloquei na mochila e o Brian me ajudou com a mesma.Ele me deu um beijo na bochecha e viu as meninas se aproximando.
— Eu te amo e já volto— assenti com a cabeça e ele beijou a minha testa passando a mão as minhas costas —Cause baby, you smile, I smile.
Ele cantarolou enquanto ia em direção ao seu armário. Ele foi em direção ao seu armário, abriu o mesmo e lá caiu um monte de carta no chão.
— Mesmo estando noivo, os admiradores do Brian não desistem — fechei a porta do armário ao ouvir a voz da Rosie — Feliz dia dos namorados.
— Deixem eles — encostei no armário enquanto eu via o Brian arrumando as cartas, seus amigos estavam tirando sarro — Feliz dia dos namorados.
— Olha o que achei no departamento de jornalismo — ela me entregou uma sacola plástica com um jornal dentro — Lembra disso?
Peguei o jornal e vi que era o jornal onde tinha a enquete onde deduziam quem era a nova amada do Brian na época que ele ainda estava com a Charlottie.
— Ah meu Deus, não sabia que isso ainda existia — olhei para o jornal e abracei o mesmocontra o meu peito — Nem tinha ideia que eu ia acabar noiva dele nessa época. Eu achava que ele ia casar com a Charlottie igual aqueles típicos filmes clichês de Hollywood que namoram na escola e continuam juntos depois da escola e casam.
— Você conseguiu pegar ele sem nem dizer um “a” — Rosie dizia toda feliz, encostei as costas em meu armário — Ele estava com a Charlottie, mas com o coração batendo por você. Ai que romântico, isso é tipo um “eu fui, eu estava” e sempre será o momento mais histórico daqui.
— E ai gente? — Beatrice chegou e tomou o jornal de mim — Esse foi o dia mais iconico deste jornal. O dia em que a senhorita Selena virou a mulher mais sortuda deste colégio.
— Gente, vocês viram o bafafá que está no Twerk? — Rosie tentou mudar de assunto e eu tomei o jornal da mão da Beatrice para ler aquela enquete. — Eu estou sentindo é pena do Montgomery, mas ao mesmo tempo não sinto.
— Acho que o Monty deve é tirar um tempo para ele. — Brian ainda estava atrapalhado enquanto organizava as cartas que estavam em seu armário e voltei a prestar atenção para o que Beatrice falava — Ele colheu o que plantou, ele está lidando com as consequências.
— Mas também a administração do Twerk não é nenhuma santa. Monty foi silenciado em sua conta e em sua página, provavelmente ninguém devia saber o que estava acontecendo. Mas que pra ele chegar a esse ponto que ele chegou, seu psicológico estava no lixo. — olhei para os lados para ver se ninguém ouvia aquilo que estávamos falando— Acho que ele tinha motivos de dar e sobrar, mas isso não o torna um moderador ruim e nem que ele não se deu como moderador. Ele é o melhor dali, mas agora eles perderam também um membro.
— O Twerk vai ficar uma merda sem o Monty, ele era o mais amorzinho dali e o mais fofo. — Beatrice olhou para mim enquanto mexia com a mochila no ombro — Acho que ele nem vai conseguir confiar em ninguém depois que ele foi exposto. Eu sabia que ele tinha que colher o que plantou, mas não concordo com aquele exposição.
— Ele nem vai retornar como moderador, ele já sabe que se ele voltar é furada. Você sabe que as fofocas mostram que a reputação da equipe da administração não é uma das melhores e agora que ele sabe a razão do porque essas fofocas existem. Agora com o exposição dele já sabem que o Monty estava certo e vai piorar as fofocas.
Eu me desencostei do armário e fiquei do lado da Beatrice e de frente para a Rosie. Eu tomei um pequeno susto quando o Briancolocou as mãos sobre os meus olhos, senti seus lábios em meu pescoço. Ele removeu suas mãos dos meus olhos, colocou as mãos sobre os meus ombros.
— Olá. — ele se afastou de mim e pegou o jornal da minha mão — Posso roubar ela de vocês? Além disso, feliz dia dos namorados para vocês.
Elas disseram olá, eu disse que eu podia falar com elas mais tarde. Beatrice e Rosie saíram e foram conversar com os meninos da equipe do Brian para ver se conseguem um par para o baile do dia dos namorados.
— Onde conseguiu isso? — ele empurrou o óculos de grau que estava caindo sobre o seu nariz de volta no lugar enquanto nós andávamos juntos pelo corredor da escola em direção a sala de literatura — Eu me lembro disso aqui.
— Rosie achou uma cópia na sala de jornalismo e me deu — Brian colocou seu braço em volta do meu ombro — Você nunca me contou sobre esse dia e nem sobre a conversa que rolou no vestiário.
— Você nunca me perguntou — sua voz saia tranquila enquanto caminhávamos pelo corredor — Foi um dia de treino comum, eu estava meio pensativo. Os caras estavam falando sobre mulheres, eles notaram que eu estava estranho e ai perguntaram se eu estava apaixonado, não respondi nada. Olhei o anel em meu dedo, perguntaram o nome de várias garotas até que chegou o seu, deixei escapar um sorriso. Nesse momento, a conversa chegou na equipe do jornal e eles criaram várias teorias, fizeram a enquete.
— Mas disseram que você estava em crise com a Charlottie, era a maior fofoca na escola naquele tempo. Você nunca confirmou se isso era verdade ou não. — ele riu com aquilo e me devolveu o jornal — Como se apaixonou por mim?
— Era verdade que estávamos em crise, não me sentia pronto pra falar sobre aquilo na época.A Charlottie tinha me questionado a minha honestidade e eu não estava gostando muito, nós tínhamos oficializado o namoro já fazia uma semana e todo mundo notou que algo estava errado em nóse isso só agravou depois dos rumores de que eu estava apaixonado por outra pessoa — Brian nunca sentiu nenhum problema em falar sobre o seu antigo relacionamento, ele era sincero com ele mesmo e comigo. Era isso que eu admirava tanto em nós. —Na verdade, eu tinha uma quedinha por você desde os nossos 10 anos e a quedinha tinha aumentado depois daquele beijo. Mas você me ignorou depois daquilo por um bom tempo, aquela quedinha virou uma paixão. Eu comecei a tentar me resolver, ver o que fazer com a Charlottie e se valia a pena mesmo continuar com a ela e a minha vida estava uma bagunça total naquela época, eu estava completamente uma bagunça. Eu estava com uma garota que era legal, mas sentia que eu não era o tipo dela e o meu coração batia forte por alguém que eu não podia ter. Não era nem um pouco justo com ela e nem um pouco justo comigo, isso dar muito mal entre nós.— ele riu e coçou o nariz com as costas da mão livre — Como eu me apaixonei de fato mesmo? Quando eu percebi que era de fato era amor? Foi quando eu comecei a admirar você de longe no que fazia, no que dizia, no fato que cagava pra popularidade. Mas não, não sou um perseguidor. Eu arrumava as minhas coisas, olhava para você guardando os seus livros, olhava você na torcida e ainda criava coragem para falar com você dizendo que te amava. Eu me perdia e me perco com a sua beleza e no seu jeito.Mas nunca era a hora de falar a verdade, eu lia as suas mensagens pelo MSN de papel e ai pensava no que fazia enquanto o meu coração batia tão forte que parecia explodir ao te ver falando daqueles rumores.
— Ah meu Deus, você leu aquilo que escrevi naquele dia — o olhei e senti o meu rosto corar ao ouvir aquilo — Achei que só o Alec, Jace, Beatrice e a Rosie sabiam aquilo. Que vergonha.
— Eu li, sabe o que achei? Achei fofo. Você é fofa até negando que me amava, mas mal sabia você que tinha pegado o meu coração sem fazer absolutamente nada. — ele riu da minha cara e eu estava morta de vergonha naquele momento — Bom, eu vi a cartinha correndo pra lá e cá, a aula estava um saco e ai eu peguei o msn, li aquilo por curiosidade e ai tive a surpresa por que eu não imaginava que ainda tinha o seu coração. Eu deixei escapar um sorriso e tava torcendo para o que eu tinha feito desse certo.
— Então porque me chamou para ir a festa de comemoração do jogo lá dentro do ônibus? — franzi a testa e olhei para o pessoal que estava conversando com os seus namorados e namoradas no corredor — E por que você colocou aquele cartão azul dentro do meu armário? “Me Culpe” nunca entendi o porque escreveu aquilo?
— Eu já tinha te chamado com o cartão que eu tinha deixado no seu armário que você iria ver naquele dia. Mas eu estava tão feliz por te ver, por ter falado com você e deixei escapar que eu queria que fosse a festa e ai o cartão acabou virando mais um empurrão no processo. — ele colocou o dedo na ponta de seu nariz e empurrou o seu óculos que estava caindo — O que significa “Me Culpe”? Acho que você só vai descobrir o significado mais tarde.
— Eu confesso que foi bem fofo aquilo, ainda guardo aquele cartão até hoje — ele ficou em minha frente e pegou as minhas duas mãos e as balançou, olhou para o ladoe umedeceu os lábios — Eu tenho que esperar mais?
— Tem é? — ele sorriu e levantou o olhar, balançou as mãos — Tem sim, você sabe que hoje tem o casamento dos meus pais depois do jogo.
— Tenho sim, ainda releio e me lembro do que eu pensei quando eu vi isso pela primeira vez. Eu agradeço por ter ido a aquela festa. — soltei uma de suas mãos e passei a mão livre em seu rosto — Mal posso esperar, mas não tenho ideia de como ir. Já que uma das meninas da família usou o meu carro e bateu o mesmo.
— Eita, festa abençoada — ele sorriu e soltei um riso e ele pegou a mão livre, juntou as mesmas e beijou — Acho que consigo resolver isso. — ele soltou as minhas mãos e pegou o seu iphonee mexeu no mesmo escrevendo algo, mostrou para mim a mensagem que mandou a irmã dele — Ariana vai vir nos pegar, a gente vai se arrumar lá em casa.
— Eu que o diga sobre essa festa que nos rendeu a isso — mostrei o anel de noivado, ele sorriu — Resolvido, depois eu peço pra Alexia Stoffhell levar o meu vestido pra sua casa.
— Hoje são meus pais se casando, logo a gente se casa e mal posso esperar para isso acontecer — ele voltou a estar do meu lado e colocou o braço sobre o meu ombro e colocou o celular de volta no bolso — E você vai estar maravilhosa como sempre.
— Vai ser o melhor dia das nossas vidas, disso eu sei. — acabamos ouvindo o coral da escola indo fazer o correio elegante para um dos meninos do time de futebol — E você continua incrível de qualquer maneira.
— O meu melhor dia já aconteceu e foi o dia em que meu coração bateu tão forte feito um passarinho, o dia em que te ouvi ensaiar para aquela audição do clube do coral. Parecia que eu estava ouvindo a voz de um anjo — sorrio envergonhadaao ouvir aquilo e coloquei a mão livre segurando a sua mão que estava em meu ombro — Você continua fazendo isso daqui bater forte feito um passarinho — ele pegou a minha mão e colocou em seu peito onde senti ele bater muito forte — Quero te falar que isso daqui vai continuar assim até o dia em que eu morrer. Só você faz isso.
— O melhor dia da minha vida foi aquele que eu conheci você.
Senti seus lábios no topo da minha cabeça. Assim que chegamos na porta da sala de aula, nos soltamos e entramos lá dentro da sala, cada um sentou em um canto diferente.
Eu me sentei no fundo da sala, abri o fichário e peguei uma folha, comecei a desenhar um pokemon no canto da folha. O professor estava explicando a matéria do jeito mais tedioso o possível.
Chegou um papel dobrado em minha mesa e abri a mesma. O MSN de papel estava de volta com as mesmas pessoas de sempre. Jace, Rosie, Izzie, Beatrice, Alec como fofoqueiros do momento.
Rosie: Quem vai no baile do dia dos namorados?
Jace: Acho que vou, ainda tenho que conseguir achar alguém para ir comigo. Rosie, quer ir comigo?
Alec: Eu vou com a Lydia.
Beatrice: Eu vou, mas sozinha. Não preciso de ninguém me fazendo companhia. Sou a minha própria companhia.
Rosie: Claro, Jace. Pensei que iria chamar a Clary para ir.
Alec: Ele nunca vai criar coragem para chamar a Clary para ir ao Baile. Ele está parecendo o Brian quando ele estava enrolando para dizer por quem ele estava apaixonado.
Isabelle: Beatrice, o que acha de ir comigo?
Beatrice: Adorei, ai podemos fofocar o dia inteiro.
Parece que alguém resolveu se enturmar na fofoca e era o Finn. Essa é nova para mim, ele costuma ficar isento nessas coisas. Ele resolveu cagar pra escola depois dessa pelo visto.
O que o tédio não faz né?
Finn: Eu vou ver se vou com o Eric, o carinha da banda do Simon.
Isabelle: O Eric????? Choque.
Jace: Ah, não enche. Pelo menos o Brian foi discreto e se deu bem.
Alec: O ano tá acabando, eu fiquei sabendo que a Clary vai estudar na escola de Artes depois de se formar aqui. Você é afim dela faz anos e não fez nada. Brian tomou atitude e agora ele vai é casar com a Selena.
Jace: Vou ver se bolo algo pra ver se consigo chegar nela.
Para a minha surpresa, o meu noivo estava nessa conversa.
Brian: Vai fundo, Jace. Antes tarde do que nunca.
Rosie: Ai que romântico, parece o dia em que o meu casal se juntou. Eu sou a primeira a apoiar esse casal maravilhoso chamadoClace, me convidem pro casamento. Já vou fazer nova enquete.
Beatrice: Rosie e suas enquetes mágicas que já juntou todo mundo nesse colégio.
Brian: E coloque mágica nisso.
Selena: Alguém vai ir pro casamento dos pais do Brian?
Dobrei o papel e repassei o papel para trás, continuei a desenhar o pokemon e anotei as coisas que estavam no quadro.
[...]
Eu estava no vestiário enquanto eu estava me preparando para a apresentação das lideres de torcida. Passei a mão sobre o meu cabelo e notei que o mesmo estava fixado de acordo com que eu queria.
Escutei Charlottie nos chamar, alguma coisa estava errada. Fechei o armário, andei em direção ao centro do vestiário. Eu a olhei, ela parecia tensa.
— É uma honra, é uma honra poder fazer parte da torcida com todas vocês. — ela olhou para todas nós — Eu sou muito grata por todos esses anos.
— Também somos todas gratas por tudo isso, Charlottie — Tiffany sorriu e colocou as mãos em sua cintura — Se não fosse por você e todas as outras, não seriamos nada.
— Ai, meninas. — Charlottie olhou para o alto e tentou não chorar — Eu não seria nada sem vocês.
— Charlottie, não chora. — Beatrice a abraçou e por um instante a capitã da torcida não parecia ser arrogante e nem irritante — Por que esta dizendo essas palavras?
Charlottie vinha agindo de forma estranha faz algumas semanas, ela estava mais calma e fechada. Parecia até mais simpática com as pessoas e aceitando até minhas sugestões. Coisa que ela não costuma aceitar, ela até me deixou coordenar essa apresentação de hoje.
— Eu estou deixando o meu cargo de capitã para a Selena Clost — as meninas estavam em choque e olhavam surpresas uma para outra — Essa é a minha última apresentação dentro da equipe, sigam as ordens dela a partir de agora.
Por que ela me escolheu?
— Meninas, o que acham de ir para a porta da quadra? — sugeri e escutei as meninas conversando sobre a saída da Charlottie da liderança da torcida — Charlottie, por que fez isso?
Fechei a porta do vestiário assim que as meninas se retiraram de lá. Virei para trás e vi ela sentada no banco, seu olhar estava triste e fiquei diante dela, me abaixei tentando entender ela.
— Eu estou grávida, Selena. — eu entrei em choque com aquilo e ela pousou as mãos sobre os seus joelhos — Eu só tenho 18 anos e estou grávida.
— Por isso está deixando a torcida? — eu me sentei ao seu lado e ela olhou para mim prestes a chorar — Está com medo?
Ela assentiu com a cabeça e deitou a sua cabeça sobre o meu ombro.
— A treinadora disse que não aceita garotas grávidas na equipe e que dei mal exemplo para as meninas da equipe. — sua voz soava tão triste — Eu estou com muito medo do que vai ser daqui pra frente, meus pais estão me apoiando nessa situação. Eu já pensei no pior, pensei em não conseguir ser uma boa mãe e no futuro.
— Você não deu um mal exemplo, se fosse assim eu seria o monstro no lado ness da equipe. — ela riu fraco ao me ouvir falar com aquilo — Você vai ser uma ótima mãe, vai ter um futuro ótimo e vai conseguir entrar em uma boa universidade.
— Por que está sendo tão legal comigo? Eu fui má com você todos esses anos, te tratei mal em todo esse tempo. — sorrio por ela, neguei com a cabeça — Como pode ter tanta certeza?
— Porque eu não consigo ser má com você e sei que você precisa de força e não ódio. — minha voz saia serena e olhei a aliança em meu dedo — Porque você é Charlottie Pugmann, você pode absolutamente tudo e do jeito que eu te conheço vai conseguir fazer tudo sem medo algum.
— Não é a toa que te escolhi para ser capitã — ela sorriu e pegou a minha mão, colocou em sua barriga — Você faz todo mundo se sentir melhor, mesmo que te machuquem como eu fiz.
— Eu nunca quis ser capitã — espero que ela note a minha sinceridade — Eu nunca liguei pra isso, eu só queria dançar.
— Eu sei disso, mas eu preciso te pedir uma coisa. — assenti com a cabeça mostrando que eu ainda a estava escutando falar — Quer ser madrinha do meu bebe?
— Por que eu? — arregalei os olhos e retirei a mão da sua barriga — Nem somos tão próximas.
— Por que você se importa, você cuida do Brian tão bem e isso me deixa feliz. — a olhei surpresa com tudo aquilo — Não somos tão próximas e isso é verdade, mas que a torna tão perfeita para isso.
— Você já pensou em tudo. — assenti com a cabeça confirmando — Eu aceito.
Nós ouvimos o locutor nos chamar para a apresentação. Nos levantamos e fomos até a porta do vestiário, abri a mesma para Charlottie e ela saiu primeiro, sai de lá em seguida.
Andamos pelo corredor até chegar a quadra. A torcida estava animada, as meninas entraram em suas posições. Eu me posicionei ma frente diante da plateia, virei para trás onde as luzes estavam apagadas.
— Prontas?
Elas assentiram com a cabeça, confirmei e olhei para a banda do coral que estava no canto da quadra. Assenti com a cabeça e eles começaram a tocar assim que as luzes acenderam novamente.
— The day started ordinary, Boys walking by (ooh ooh) — me virei diante da plateia e comecei a cantar usando o microfone que estava no pedestal na minha frente, comecei a dançar e movimentar as mãos — It was the same old story, Too fresh or too shy (ooh ooh.
Não havia acrobacias, nem movimentos extravagantes nessa apresentação. Era só lideres de torcida entretendo o seu publico com uma canção nova e exclusiva com ajuda da banda do coral.
— I'm not the kind to fall for a guy, Who flashes a smile (It goes on for miles)— Aos poucos o publico estava começando a se animar, os jogadores de basquete estavam surpresos com essa apresentação — Don't usuallyswoon, But I'm over the moon ('Cause he was just too cool for school).
Essa música tinha sido feita há alguns meses, lembro que eu tinha pegado umas fotos antigas em meu quarto e me bateu a inspiração de compor uma música.
Falling For Ya era pro Brian, era sobre como eu me apaixonei por ele. Eu sabia que ele era apaixonado por algumas músicas dos anos 50 ou 60.
Então eu me perguntei: porque eu não fazer uma música nesse estilo?
Não era bem um “Can’t Help Falling In Love”do Elvis Presley, mas era perfeita. Não queria desanimar a galera e nem muito menos trazer sono.
Então esse era o presente do dia dos namorados perfeito.
Tiffany e Charlottie estavam no vocal de coro, Beatrice e Rosie estavam dançando junto com as outras pessoas da equipe no fundo.
— And now I'm falling for ya, falling for ya, I know I shouldn't but I, I just can't stop myself from— olhei a minha volta enquanto estava com as mãos no pedestal e logo as soltei enquanto o meu olhar só estava em direção de uma pessoa e essa pessoa se chamava Brian — Falling for ya, falling for ya, Can't hold on any longer, And now I'm falling for ya.
Peguei o microfone enquanto eu dançava junto com o vocal de coro. Dei destaque a banda e as outras lideres de torcida no fundo. Esbocei um sorriso enquanto eu retornava ao local onde estava o pedestal.
— Nowwe'regoingsteady, He's the cat's meow (Meow Meow), He says I'm a betty, And we paint the town (ooh ooh)— segurei uma das mãos no pedestal e o arrastava pela quadra — I'm not the kind to fall for a guy, Just cause he says hi (When he's cruisin' by), He's ready to race, And I'm catching his gaze (They'll go on like this for days).
Brian se levantou enquanto dançava com os seus amigos. Os professores estavam adorando aquilo. Não era típico de uma equipe de torcida fazer isso, mas era isso que tinhamos para oferecer nesse dia dos namorados.
— It feels like I tumbled from another world, Into your arms and it's sosecure— me movimentei os braços enquanto ouvia as palmas ao ritmo vindo da plateia e apontei para o Brian e ele sorriu, mas quando eu cantei a ultima linha, com a mão livre mostrei as costas da mesma onde estava a aliança de noivado. — Maybe I'll stumble but I know for sure, Head over heels I'm gonna be your girl.
Seus lábios movimentaram como quem diz: “Você já é minha garota.”E isso me fez sorrir mais ainda.
— Andnow I'm falling for ya, falling for ya, I know I shouldn't but I— coloquei o microfone de volta no pedestal, movimentei os meus braços ao ritmo da música e coloquei a mão em meu peito e depois estiquei as mãos apontando para o Brian — I just can't stop myself from, falling for ya, falling for ya, Can't hold on any longer, And now I'm falling for you.
Eu ainda fingi que iria cair de propósito e antes de que eu caísse, senti suas mãos macias sobre o meu corpo. Seu olhar encontrando com o meu.
Eu o olhei por mais alguns segundos, agora quem tinha o coração batendo tão forte que nem um passarinho prestes a infartar era eu.
— Agora você literalmente caiu por mim.
Eu o ouvi dizer enquanto ele me colocava no chão, minhas mãos estavam sobre o seu peitoral e nossos olhares ainda estavam focados um no outro.
A galera vibrava com a apresentação e ainda mais com aquele momento, eles pediam por beijo.
Sem pensar, eu o puxei e o levei até o pedestal. Peguei o microfone, respirei fundo tentando recuperar o fôlego. Levei o microfone até a minha boca.
— Feliz dia dos namorados! — eu ouvia gritos e assobios junto com a banda marcial que estava animada com os tambores. — E isso foi pra você, Brian.
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