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História Razões Para Acreditar - Promessas. - História escrita por perriela - Spirit Fanfics e Histórias
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História Razões Para Acreditar - Promessas.


Escrita por: perriela e YueMaya

Notas do Autor


Oi Galera, estamos de volta após quase 1 mês e muita aconteceu ultimamente, pedimos desculpas pelo atraso mas vamos tentar atualizar nos próximos 15 dias. Dito isso esperamos que gostem do capítulo de hoje. Beijinhos e até as notas finais.
Perriela e YueMaya

Capítulo 6 - Promessas.


Capítulo 06 – Promessas.

Perriela e Maya.


 

Baekhyun tentou chamar o namorado mais algumas vezes sem sucesso, estava confuso, Junmyeon nunca se trancava daquela maneira e estava com um sentimento ruim. Pegou novamente o celular e releu a mensagem do chinês.

 Zhang: Pensei que pudesse ter de novo espaço na sua vida para mim, mas parece que as coisas são diferentes agora, vou voltar para casa o quanto antes e me desculpe pela bagunça, ainda amo você.  00:48 AM

Baekhyun: O que você fez Yixing? Não estou entendendo o que aconteceu entre vocês aqui. 01:20AM

Zhang: Te quero de volta na minha vida, Baekhyun. A minha intenção desde o início era essa, mas como você não me deu abertura em nenhum momento, eu precisava fazer ele perceber que na verdade não é bom o suficiente para estar ao seu lado. 01:27AM

Baekhyun: VOCÊ O QUE, FICOU MALUCO? 01:30 AM

Baekhyun: Pensei que já tinha deixado bem claro que nunca mais iriamos voltar depois que VOCÊ me deixou. Você já ter tido um relacionamento comigo não significa que pode se meter na minha vida dessa maneira. Espero que agora entenda que é definitivo, se um dia voltar para a Coréia não me procure mais. 01:30 AM

Desde o momento que começou a trocar mensagens com Yixing, até o momento em que tinha encerrado tudo, Baekhyun estava na sala e indignado em como as coisas tinham acontecido, decidiu dar um tempo para Junmyeon absorver as coisas que tinham acontecido rápido demais, por fim acabando por dormir sentado no sofá enquanto olhava para o teto e sentia a incerteza de como ficariam após o tanto de emoções entre eles.

Por ter dormido na sala e de uma forma totalmente desconfortável, Baekhyun não demorou para acordar naquela manhã friamente chuvosa, sentindo o corpo reclamar, mas não tanto quando seus pensamentos que logo voltaram a repassar tudo o que tinha acontecido e o motivo de ter dormido tão mal e longe dele quando na verdade tinha programado que eles teriam um começo de férias tão bom. Começou a preparar um café de forma bem lenta, deixando que a velocidade dos seus atos fosse totalmente oposta dos seus pensamentos, que por descuido acabou derrubando e quebrando sem querer uma de suas canecas preferidas.

 Junmyeon ainda estava no chão atrás da porta quando acordou assustado com o barulho alto que ecoou pela casa, notando que já tinha amanhecido e que provavelmente Baekhyun estava em casa. Levantou devagar, pronto para abrir a porta, sem lembrar o porquê estava trancada, levou a mão até a maçaneta, parando a mão ali ao ouvir a voz dele. Recuou em dois passos, sentiu o peito doer lembrando das palavras do outro e a briga da noite anterior, que agora voltava a sua mente como um tornado avassalador. 

Sabia que não tinha o direito de ficar assim, ou talvez tivesse? Sabia que Baekhyun tinha uma vida antes deles mas não conseguia parar de sentir, algo tão familiar, que por alguns meses havia esquecido. Sentir que foi enganado doía e estava doendo muito mais do que se lembrava.

Permaneceu alguns segundos parado, mas percebeu que não poderia continuar ali, engoliu seus sentimentos, colocou o maior sorriso que tinha no rosto, abriu a porta devagar, imediatamente indo até a cozinha, vendo os cacos ao chão. Ficou preocupado, agachando e ajudando a recolher, aos poucos com o sorriso morrendo por ver o rosto do namorado.

— Perdoa meu amor, acabei dormindo enquanto trabalhava, não ouvi quando chegou. Está com fome? Posso fazer algo pra você comer. — Disse ainda distraído, sem perceber que Baekhyun já estava cozinhando.

Como já tinha começado a juntar todos os cacos de porcelana do chão, Baekhyun demorou um pouco mais para perceber a presença do namorado, mas assim que o viu, apenas primeiro terminou de limpar tudo com ele, antes de parar o resto que estava fazendo e passou a língua entre os lábios. 

— Não precisa, já estou preparando o nosso café, mas também se quiser pode me contar melhor sobre o motivo de ter dormido no escritório trancado. Até porque mesmo nas outras vezes em que você esteve ocupado ou mesmo dormindo lá, nunca chegou a se trancar.

Pensou em se aproximar mais, mas ficou no mesmo lugar, tinha o sentimento de que precisava se aproximar e o ter nos braços, mas precisava saber primeiro quais eram os pensamentos dele em relação a tudo o que tinha acontecido.

Junmyeon foi pego de surpresa e não soube o que responder e Baekhyun ao perceber a agitação do namorado pela pergunta, deixou ele sair assim que anunciou que primeiro iria tomar banho e realizar as sua higienes matinais, mas rápido demais se passou pela sua mente de que não queria esperar que ele entrasse no banho e de alguma forma pensasse mais sobre as coisas do dia anterior e tirar mais conclusões precipitadas, por isso correu atrás dele o parando antes de entrar no banheiro.

— Acho que a gente pode conversar antes disso, não me importo que ainda não tenha tomado banho, também não fiz e acho que temos coisas mais importantes para ser tratadas agora, certo?

O mais velho respirou fundo, virou pra ele e então o abraçou, tentando ao máximo fugir do assunto e não olhar pra ele. Ainda estava com a cabeça cheia, detestava conflito e já havia abusado disso na noite anterior.

— Eu precisava resolver uma última coisa antes da viagem, só isso. — Deixou um beijinho no topo de sua cabeça e se afastou com calma, deslizando as mãos por seus braços até encontrar as dele. — Preciso mesmo de um banho antes do café, só quero relaxar um pouco e volto rapidinho, ou então se quiser me contar como foi seu trabalho ontem. — Finalmente o olhou e sorriu pequeno.

O mais novo ficou o olhando, tentou segurar a raiva pela maneira que ele estava agindo diante da situação, odiava coisas mal resolvidas e parou na frente dele com os braços cruzados.

— Vai ficar nessa até quando? Pode parecer que sim, mas eu não sou idiota e muito menos uma criança, se aconteceu alguma coisa por que não pode simplesmente agir como um homem de verdade e lidar com a situação? — Não conseguiu segurar como esbravejou sobre ele. — Como pode fazer isso logo depois de começarmos a namorar e você saber que eu odeio esse tipo de situação de verdade. Nunca pedi para mudar o seu jeito só para me agradar, mas o que custa resolver as coisas com uma conversa sem fugir o tempo inteiro?

Foi nesse momento que o mais velho sentiu o coração acelerar mais que o normal. Sabia que deveria ser paciente mas até quando? Lembrou das palavras de Yixing e agora as mesmas são repetidas pelo namorado, se afastando devagar mesmo muito agitado. 

“Seja homem de verdade.”

— A gente pode só não ter essa conversa agora Baekhyun? Como bem sabe, sou um grandissíssimo filho da puta, bundão do caralho que foge quando as coisas ficam ruins, não é? Se você ainda não percebeu eu não sei agir como esse homem que você quer! — Sente o ar faltando pelo nervosismo mas se manteve firme olhando em seus olhos. Junmyeon sabia que não deveria ter iniciado essa briga, mas era tarde demais para se arrepender.

— Ainda se faz de desentendido como pode? — Soltou uma risada alta, bufando de raiva.— Junmyeon, qual a porra do seu problema? Se aconteceu algo, fala logo, esbraveja, seja sincero, porque sim, agora você está agindo como um belo filho da puta mesmo.

— Mas é claro né, é super lindo e normal colocar dentro da nossa casa o cara que te comia enquanto eram namoradinhos… — Tentou dar as costas, na intenção de sair de perto dele, mas ainda haviam coisas entaladas que precisavam ser ditas. — Ah, claro, ex namoradinho esse que insinuou todas as maravilhosas transas e gozadas bem abaixo do meu nariz. — Riu sínico, se aproximando dele com os olhos fervendo em raiva. — Espero que tenha sido divertido me fazer de otário. 

— Mas é claro que você iria se sentir extremamente ofendido com mentiras que ele te contou, afinal você mesmo sabe o que está fazendo comigo mesmo estando casado. Como posso ter consideração por alguém que está passando tanto tempo atrás de um casamento, que mesmo sendo infeliz, carregou por tanto, não foi ótimo enquanto durou? Na verdade, ainda dura não é mesmo Junmyeon — Falou da mesma forma que ele, mas mantendo bem firme o seu deboche.

— Você é inacreditável Byun! — Sentiu o tom frio com que ele se referia a toda situação, levou a mão aos cabelos, ajeitando os fios, muito irritado. — Eu me recuso a ter que ouvir isso, mas obrigado por me mostrar como você é de verdade. — Deu as costas e voltou para o escritório.
Baekhyun decidiu não mais prolongar aquela discussão. Estava irritado, então saiu de perto, indo para o quarto batendo a porta, se ele não queria a conversa e preferia agir dessa forma, então faria igual. Mas não demorou para o mais velho entrar no quarto, pegando a pequena mala e juntando algumas poucas peças de roupa.

— Eu te disse antes e continua valendo Baekhyun, essa casa é sua, mas eu não quero estar presente quando seu ex namorado voltar. — Tentava manter a voz baixa, realmente estava cansado de briga e queria muito chorar mas aguentou firme. — Poderia ao menos ter me avisado e não me feito de palhaço enquanto ele fazia tudo isso aqui, um lugar que era pra ser nosso. — Além de ser um idiota por tudo, se sentia humilhado e enganado. — Mesmo que tarde já entendi que estou sobrando. Obrigado por ter me dado ao menos uma chance como eu pedi. — Fecha a mala, anda em passos apressados até a sala, olha os gatinhos miando no sofá, respira fundo e para pra fazer carinho neles, antes de realmente sair.

O dançarino olhava tudo em silêncio, sem acreditar que realmente tudo aquilo estava acontecendo.

— Você não é homem o suficiente pra conversar, mas é pra fazer isso? Então se considere solteiro se sair daqui. — Falou alto o suficiente para ele ouvir, continuando no quarto.

— Está terminando comigo? — Coloca os gatinhos de volta no sofá e por mais absurdo que fosse tudo aquilo estava realmente cansado e andou de volta até a porta do quarto, permanecendo ao lado de fora.

— Claro que estou, se você for capaz de sair daqui, quem sabe assim você não vai atrás da sua mulher? — Disse debochado, se ajeitando na cama.
— Muito coerente você Baekhyun. Não acredito no rumo que isso aqui tomou.

— Não que faça diferença agora Junmyeon, mas ele foi um relacionamento da minha adolescência, a quantos anos e quantas vezes me encontrei com ele depois disso e nunca aconteceu nada, tão pouco troquei você por ele, afinal todos esses dias eu chegava tarde da boate e sempre fiquei do seu lado, mas dói demais saber que eu tive alguém antes? Nem posso pensar como se sentiria se eu fosse o casado dessa relação. No fim de tudo a sua mulher é ela, eu sou só um suposto namorado dentro desse apartamento.

— Poderia ter me contado isso antes Baekhyun, já não me humilhou o suficiente? Precisa de mais um pouco? Eu tinha ao menos o direito de saber. — Respirou fundo, sentindo o peito doer, tentando ao menos manter a calma, não queria mais perder a cabeça. — Espero que esteja feliz, fez com que eu me sinta um lixo, assim como ela sempre adorou fazer. Acho que é de família, pode se sentir orgulhoso também, você conseguiu ser pior que ela.

— Quem está colocando um fim nisso é você! Você que está agindo como um verdadeiro idiota! Eu posso ter errado em não te contar quem ele foi pra mim, mas isso não muda o fato que não tenho culpa alguma do que ele fala ou não pra você. — Se levantou da cama, indo até ele. — Isso não muda que eu nunca dei bola ou abertura para todas as coisas que você está me acusando. Talvez seja melhor mesmo as coisas se acabarem aqui. Eu entrei de férias hoje e estava feliz e tinha adiantado nossa viagem, mas vou cancelar tudo e pode ficar tranquilo, eu não preciso de nada, eu nunca precisei de ninguém! — Mesmo que a voz fosse firme, o ar queria faltar e apertava com força as próprias mãos, precisava se proteger e esse era o único jeito que conhecia.

— Sei que nunca precisou de mim, sempre soube disso, mas eu precisei todos os dias de você Baekhyun e agora sei que cometi um erro te fazendo entrar nisso. Você está certo, talvez seja mesmo melhor terminar aqui. — Olha pra ele uma última vez sentindo a dor de um coração em pedaços. — Sinto muito ter te feito perder tempo. Depois pego o restante das minhas coisas.

A porta do apartamento fechando foi a última coisa que Baekhyun ouviu antes de se fechar e chorar por horas. Como sempre a raiva crescia quando ficava triste e mesmo que sem querer, começou a pensar na mãe e no quanto ela devia estar decepcionada por ter deixado mais uma vez a família vencer, querendo ou não, Junmyeon disse á todo momento que estava separado, não amava a esposa, mas agora não estava mais consigo. Era difícil controlar sua raiva das outras vezes e agora sentia que poderia ter tentado mas, entendia que o mais velho não tinha culpa mas também não conseguia imaginar que Yixing faria tudo aquilo. Chorou o bastante até ficar com o rosto todo inchado, se levantou apenas para alimentar os gatinhos miando, voltaria para o quarto mas decidiu sentar um pouco no sofá, não queria voltar para a cama que dividia com ele. Se sentou com o notebook e viu de longe a caixinha de presente que tinha comprado pra ele, olhando triste e riu entre as lágrimas, ligando o aparelho para cancelar as reservas e tudo que tinha programado, dormindo logo em seguida.

 Os dias após a recente separação de um namoro que era tão recente, mais uma vez tinha tirado Baekhyun dos eixos. Mesmo que quisesse se convencer de que não estava nem um pouco afetado com tudo, mesmo tentando manter uma rotina, todos os seus dias voltaram a ser cinzas. Estava de férias e agora com todos os planos arruinados não havia alternativa se voltar a trabalhar, e foi o que fez. Tomou um belo banho, ajeitou os cabelos, colocou uma roupa bem bonita, daquelas que não costumava usar, mas precisava provar para todos que estava impecável como sempre, pegou o que precisava e saiu. 

A primeira coisa que viu assim que saiu foi o motorista do mais velho, de prontidão para levar onde quisesse, sentiu dor no peito mas era uma oportunidade de provar que estava bem e conseguiria fazer isso sem problemas certo? Cumprimentou o rapaz que prontamente abriu a porta do carro, entrou, apertou o cinto e quando o carro começou a andar sentiu desespero. O cheiro de Junmyeon estava por toda parte, cheiro esse que ama pra caralho e que agora faz tanta falta. Colocou os fones de ouvido, deixando o aleatório mostrar o que deveria ouvir, mas talvez tenha sido uma péssima ideia, quando Dance For You - Beyoncé começou a tocar, justo a que dançava da primeira vez que viu Junmyeon na boate.

Nunca havia parado pra pensar nesse momento, mas do palco conseguiu ver ele quase babando e se sentiu ainda mais sensual naquele dia, por causa dele, um homem que nunca havia visto mas só por se sentir desejado, dava vontade de se dedicar mais no palco. Se soubesse que aquele relacionamento duraria tão pouco, teria aproveitado mais, teria curtido mais a dança no quarto da boate e com certeza teria lhe dado aquele primeiro beijo. A vida era engraçada, não é mesmo? Qual a real necessidade de uma simples música trazer tantas lembranças? Sem ao menos notar, Baekhyun estava chorando e ouvindo a mesma música por vários minutos, distraído, não percebeu que já estava em frente a boate. Agradeceu o motorista como conseguiu e entrou parecendo um furacão no lugar, esbarrando com Sehun que prontamente xingou mas não deu atenção, seguiu até o escritório, se fechando lá, o que causou estranheza no amigo. Sehun esperou cerca de duas horas para ir até lá ver o que estava acontecendo, era uma noite de quarta - feira e a boate não estava tão movimentada, foi a oportunidade perfeita  para uma conversa. Pegou uma garrafa de licor de frutas vermelhas e levou junto, adentrando no lugar sem pedir licença e Baekhyun não ligou, já estava acostumado com o jeito do amigo.

Sehun caminhou até a mesa, sentando de frente para o dançarino, amigo e agora sócio, serviu as doses da bebida para cada um e o encarou.

— Brigou com Junmyeon? — Colocou o copo vazio na mesa, enchendo novamente, bebendo logo em seguida. — Só quero ajudar, então pode me dizer se quiser.

— Vai embora Sehun, sem gracinhas por agora, realmente não tenho clima pra isso. — Aceitou a bebida, virando de uma vez, colocando o copo de volta à mesa, em breves segundos o vendo cheio novamente. 

— Estou com cara de quem está brincando Byun? Porra, sou seu amigo esqueceu? Vamos, pode me dizer o que aconteceu! — Continuou bebendo e esperando pela resposta.

Baekhyun notou que ele estava sério e não havia soltado nenhuma piadinha, o que era raro, já que o amigo era debochado o tempo todo. Tomou mais um pouco da bebida, mordeu o lábio inferior e com as bochechas ainda molhadas do choro começou a falar.

— Ele me largou Sehun, ele foi embora, nós discutimos tão feio e eu disse coisas horríveis pra ele mas eu só agi assim porque ele começou a insinuar coisas que eu nunca faria… — Teria continuado a falar sem parar se não fosse por Sehun o interrompendo. 

— Yixing tem alguma coisa haver com isso, não tem? — Disse levantando, indo até a prateleira pegando uma garrafa de Whisky, um belo Buchanans Deluxe 12 Anos, serviu dois copos com uma pedra gelo cada e voltou para a mesa, voltando a beber e encarar Baekhyun, que não respondeu a pergunta. — Não vai me dizer que todos aqueles dias ele estava hospedado na casa de vocês?

— Sim estava, mas porque não estaria Sehun? Ele e eu éramos amigos e…

— E você colocou seu ex namorado, que é louco por você, junto com seu atual que também é lunático por você? No mesmo lugar? Como que diabos você não notou que daria merda Baekhyun? Você é burro ou se faz?

— Vai se foder Sehun! Eu e Yixing não temos nada há muitos anos e eu não achei que isso seria um problema. — Virou a bebida com agilidade, sentindo queimar em sua garganta.

— Você ao menos contou tudo isso pro seu namoradinho rico? — Sehun conhecia bem Baekhyun para saber que ele não daria atenção para esses detalhes e como imaginava soube que estava certo quando o amigo exitou em responder. — Olha Baek, pensa comigo, coloca esse mini cérebro pra funcionar. — Encheu novamente os copos e continuou. — Se fosse o Junmyeon colocando sua prima dentro da casa de vocês, mas sem contar nada de quem ela realmente é o que eles tiveram, como você se sentiria?

— Isso é diferente porque eles são casados Sehun…

— Ele está a meses tentando se divorciar pra fazer o lance de vocês dar certo, ele te deu um império e você realmente acha que ele ainda estar casado com ela é relevante? Porra Baekhyun, acorda! Ele aceitou você na casa dele, sem questionar nosso trabalho, você sabe até melhor que eu o quanto é difícil. Nós não somos prostitutos, mas não é assim que pensam lá fora. Não to dizendo que ele é inocente, porque se vocês brigaram, tenho certeza que disseram coisas horríveis um para o outro, mas eu conheço muito bem o Yixing, sei a víbora que ele é e o quão nojento ele pode ser.

— Eu sei Sehun, eu sei disso tudo mas eu não sei o que fazer agora. — Baekhyun deixou que todas as lágrimas rolassem ainda mais pesadas, sabia que o amigo estava certo, mesmo que fosse doloroso demais admitir.

— Você realmente vacilou pra caralho Baek e eu sinceramente acho que você precisa consertar isso com ele e por favor, tira esse babaca do Yixing da sua vida. O único motivo dele ainda estar nela é pelo apego com a memória de sua mãe mas de verdade, sua mãe não ia te querer perto de alguém que tem prazer em acabar com a sua felicidade. — Arrumou os fios soltos, jogando para trás, terminou a bebida e levantou em direção a saída. — Odeio ter que dar conselhos responsáveis, então faz um favor para nós dois? Vá para casa, descanse e conserte isso quando conseguir. — Olhou brevemente para ele e suspirou. — Não vai ser uma roupa bonita que vai fazer as coisas melhorarem Baek, esse não é você e sabe muito bem disso. — Atravessou a porta e saiu da sala, deixando Baekhyun sozinho por mais um tempo.

Já era de madrugada quando Baekhyun resolveu ir embora da boate, pedindo para o motorista o levar de volta para casa.

Depois de mais alguns dias pensando sobre de que forma realmente deveria prosseguir, percebeu que de alguma forma precisava de mais uma opinião, a de Sehun não seria o suficiente e para o terror dele, parou de lutar com sua vontade de visitar a mãe em menos de um mês, o que não era de costume, já que tinha prometido que não iria passar tanto tempo indo ao cemitério. O tempo estava começando a esfriar, apesar do inverno ainda não ter chegado, o outono já deixava Baekhyun arrepiado, por isso andava sempre com casacos bem pesados, toucas e luvas. Não aceitou os serviços do motorista, decidindo ir de metrô, estava acostumado a correria que sempre tinha que enfrentar ali, até mesmo quando se aproximava do local, pensou em comprar flores, mas desta vez desistiu, queria estar o mais simples e sem disfarces na frente da pessoa que mais ama na vida.

Observou de longe que havia algo na lápide da mãe e em passos pesados foi se aproximando devagar, era como se algo tentasse impedir de chegar perto e ver o que tinha ali. Só quando estava perto o suficiente conseguiu perceber o que estava ali. Pensou quem e quando, já que quando chegou em frente onde “sua mãe” estava, viu um buquê bonito demais para estar ali a tanto tempo, ficou olhando, tentando não pensar nas poucas possibilidades que existiam. Quem viria visitar a sua mãe? Já que em anos ninguém da família nunca se importou e agora, nem mesmo Sehun que a conheceu um pouco, nunca tinha voltado ali. 

Decidido a focar na parte que importava, se curvou totalmente em respeito e ali, enquanto estava completamente abaixado, com o rosto próximo ao chão, mais uma vez se rendeu ao cansaço e ao choro. Por mais que não estivesse trabalhando por causa de suas férias, não estava dormindo e nem comendo de forma adequada, por isso seu corpo estava se esgotando bem mais fácil do que quando passava horas do dia em ensaios e apresentações. 

— Mãe, eu preciso de ajuda, acho que estraguei tudo. — Soluçava em meio a tantas dores que estava sentindo e se permitiu mostrar todas elas para a mãe. — Por favor me diga o que eu preciso fazer? Eu deixei ele ir embora mãe mas sinto saudade, meu Deus mãe eu sinto saudade da senhora, porque teve de ir tão cedo? Queria tanto seu abraço agora. — Levantou o rosto, olhando o pequeno retrato da mãe e consequentemente, as flores que estavam ali. — Foi ele, não foi mãe? — Não queria admitir, mas sabia exatamente quem deixou o buquê ali.

Ainda de joelhos Baekhyun pegou as flores, sentiu o cheiro delas, abraçou com certa força contra o peito e chorou mais um pouco, de certa forma, além do abraço da mãe procurava Junmyeon naquele pequeno gesto que naquele momento era valioso demais. 

— Sabe mãe, ele me ensinou a amar a vida, até adotamos dois gatinhos sabia? — Sorri em meio às lágrimas, lembrando o quanto ama a pequena família que construiu. —  Ainda não sei muito bem como é fazer a coisa certa mas eu juro que se eu tiver uma oportunidade, só uma... — Olhou mais uma vez para o retrato e levou a mão até o vidro, fazendo um leve carinho ali. — Eu sei que só conheci o amor duas vezes até hoje, o primeiro foi o seu e o segundo foi o dele, mas depois de tudo será que ele ainda sente o mesmo por mim? — Ficou mais alguns minutos ali em completo silêncio, deixando ecoar apenas os sussurros de um coração partido e muita saudade. Devolveu as flores para o seu lugar de direito, se despediu da mãe e voltou para a casa. 

No caminho pensou em muitas coisas, mas a principal delas foi imaginar como seria se sua mãe estivesse viva e o quanto ela amaria fazer parte de refeições em uma família formada por ele, Junmyeon e os dois gatinhos. Seria lindo… A parte mais dolorida foi chegar novamente em casa e ser recebido apenas pelos gatinhos. Os abraçou com muito amor e carinho, colocou comida e água bem fresquinha pra eles e ficou no sofá vendo eles comerem, completamente distraído em seu próprio mundo. Mesmo com os dias se passando não teve coragem de voltar para o quarto do casal então permaneceu na sala, o sofá virando seu novo abrigo. Se assustou quando ouviu o celular tocar, era um número desconhecido então ignorou a primeira vez, mesmo tocando novamente ignorou. Pegou o aparelho apenas quando viu uma mensagem do mesmo número e resolveu ver o que dizia.

 Olá Baekhyun, aqui é o Minseok, desculpe chamar assim mas queria saber se posso buscar as coisas do Junm no apartamento e também preciso falar com você sobre trabalho. O dia e horário que melhor forem para você. 

Baekhyun pensou um pouco antes de responder, queria ver o ex namorado mas se ele mandou o amigo entrar em contato talvez não quisesse ser visto. Digitou  “Estou em casa, pode vir quando quiser.”, bloqueou depois de ver que a resposta avisando que chegaria em breve e decidiu tomar um banho, apenas para se mostrar um pouco apresentável. Quando terminou colocou uma roupa quente e foi para a sacada sentindo imediatamente o vento gelado em seu rosto, talvez fizesse mal mas não se importava. Viu o momento exato em que o carro de Minseok estacionou mas não saiu do lugar. Ele e Junmyeon eram amigos de anos, então ele tinha a chave e permissão para entrar sem cerimônias então Baekhyun, se dando por vencido resolveu voltar para dentro, ficando no sofá como sempre fazia, até o ver passando pela porta.

— Baekhyun? — Minseok chamou assim que entrou.

— Oi, pode pegar o que for dele. — Deu de ombros e desviou o olhar, sentindo uma pontada de tristeza e decepção. Algo dentro de si ainda esperava que Junmyeon também aparecesse naquele momento.

— Na verdade eu preciso conversar com você primeiro. — Respirou fundo, olhando para baixo, levemente envergonhado. — Junmyeon provavelmente vai me odiar por isso e eu vim ensaiando o caminho como vou te falar isso, mas você precisa saber o que… — Respirou fundo mas antes olhou bem pra Baekhyun com cuidado e só aí prestando atenção ao redor. — Céus Baekhyun, você está bem? Está doente? — Uma aparência cansada, bem mais magra do que se lembrava, nem parece o mesmo homem.

— O que quer falar? Estou ótimo, então seja breve… — Abraçou o próprio corpo e encarou Akiva que miava perto da visita

— Não assim, não desse jeito. Eu já volto, me espere por favor! — Minseok deu as costas, sem esperar resposta e saindo do lugar. Voltou cerca de 20 minutos depois, indo direto para a cozinha. Cortou algumas frutas e levou para Baekhyun na sala, sem dizer nada e voltou para a cozinha. Minseok era horrível na cozinhando então ligou para Jongdae, que por telefone o ajudou com alguns pratos simples. Pegou também algumas vitaminas que comprou, deixando perto dele enquanto começava a limpar o lugar.

— Minseok, você não precisa fazer nada disso, estou bem e já sou grande para me cuidar, aposto que tem outras coisas a se preocupar, apenas cumpra com o que ele pediu. — permaneceu no mesmo lugar e mesmo que visse tudo o que ele estava fazendo, continuou ali parado.

— Baekhyun, eu estou aqui como um amigo e amigos cuidam uns dos outros. Sabe, não tem problema nenhum em precisar de um amigo às vezes. — Se aproximou dele, pegou as frutas e entregou em sua mão. — Coma um pouco e já conversamos, por favor?

De certa forma aqueles pequenos gestos tocaram o mais novo que suspirou, se dando por vencido, comendo as frutas que ele tinha cortado, tudo bem devagar, sentindo uma vontade absurda de chorar, mesmo segurando, tentando disfarçar enquanto olhava Karu lambendo o irmão no sofá e sorrindo quando eles se ajeitam para dormir juntos. Exatamente quando os viu pela primeira vez. 

Viu quando Minseok entrou no escritório para arrumar alguns documentos da empresa que estavam ali. Aproveitou para pegar passaporte do amigo, pensando se diria ou não para Baekhyun toda a verdade. Não demorou já que o mais velho nunca guardava muita coisa ali, nem mesmo as roupas que queria, então tudo o que precisava pegar se resumia apenas ao escritório.

Assim que terminou a parte como amigo precisou tomar a frente da situação, deixando os sentimentos de lado, passando para o Minseok mais profissional possível. Mesmo que quisesse muito não conseguia deixar de pensar em como ajudar aqueles dois cabeça dura a se acertar. Foram com esses pensamentos que voltou pra sala, sentou ao lado de Baekhyun no sofá, vendo que ele havia comido um pouco.

— Olha preciso conversar com você, muitas coisas aconteceram, eu sei, mas preciso que me escute até o final, pode ser? — Respira fundo pegando alguns papéis para mostrar. — Sei que não é o momento, mas não posso deixar que fique sem saber dessas coisas.

Baekhyun olhou para concordar, mas não conseguia ficar olhando muito tempo, não queria acabar chorando na frente dele, então só olhou para as mãos e esperou ele falar.

— A essa altura já deve saber que ele está divorciado mas acredito que não saiba como isso aconteceu. — Tentou organizar as palavras da melhor maneira possível antes de continuar. — Bom, aqui estão os nomes de todos os acionistas da empresa sendo você Byun Baekhyun o sócio majoritário tendo mais de 80% da empresa seu nome. Ele passou tudo pra você pra evitar que sua família acabasse de vez com a sua empresa. Ele também comprou as ações da ex mulher, sua prima, que hoje também estão no seu nome e fez isso tudo por outro motivo. — O grande problema para Minseok naquele momento era pensar que poderia estar traindo a confiança do melhor amigo mas não podia deixar tudo como estava sem ao menos tentar. — Junmyeon me pediu pra cuidar de tudo antes de ir embora, sei que não deveria me meter mas vendo ele e vendo você agora sei o quanto estão magoados e o quanto se amam mas é injusto com vocês dois. Ele vai embora amanhã mas não contou pra ninguém seu destino, nem mesmo pra mim. 

— Ele realmente acha que é isso o que eu mais quero? A empresa? — Deixou escapar uma risada fraca, sentindo os olhos encherem, dessa vez sem controlar que caísse uma lágrima ou outra, sem perceber. Se encolhendo ainda mais no sofá, sentindo raiva em pensar no ponto em que tudo chegou e quanto mais pensava mais lágrimas acabava derramando. — Está bem, ele sabe o que faz, não é? Obrigado por avisar sobre isso, de verdade. Você também trabalha lá na empresa, né? E- Eu vou dar um jeito nisso.

— Você é meu chefe Baekhyun, posso te ajudar no que for preciso mas quero que me veja também como amigo. Pode contar comigo pro que precisar. — Pensou se deveria dizer e então tomou coragem. — Será que posso pedir que conversem antes dele ir? Por favor?

— Não se preocupe com isso, nem sei administrar uma empresa, eu realmente odeio isso e pensei que ele ao menos tivesse entendido isso, talvez eu devesse vender... — Limpou o rosto e o olhou. — Eu não sei, estou magoado e aposto que ele também, mas acima de tudo não acho que isso daria certo, você acha? Seja sincero, nós nos envolvemos rápido demais, ele ficou atrás de mim, me apaixonei tanto quanto ele e agora isso. Intenso demais e rápido demais, nem sempre o amor é o que queremos, não é? Se ele quisesse me ver, tinha vindo pessoalmente me dizer. — Sorriu pequeno para ele. — Obrigado mesmo, você é realmente um bom amigo, talvez você deva ficar com ele hoje.

— Sabe Baekhyun. Sendo bem sincero, vocês só vão saber disso se tentarem conversar. Nunca vou defender um dos lados mas ele acha que você odeia ele e que não quer ver ele nunca mais. Ele tá indo embora pra não vir te ver, porque ele te ama e não quer mais te fazer sofrer. Assim como só de te ver sei que sente o mesmo por ele. — Se levanta em direção a porta, pegando as coisas de Junmyeon para levar consigo. — O amor nem sempre é o suficiente, sei bem disso, mas pense se vale a pena tentar, por você e por ele também. Se acha que vale, ao menos uma conversa, então vai atrás dele mas só se realmente achar que vale. Me ligue se precisar de algo, pra ser meu amigo ou meu patrão é só me procurar. — Lança um sorriso acolhedor ao dançarino e vai embora.

— É, talvez seja melhor se despedir certo? — Disse quase em um sussurro olhando para os filhos que dormiam tranquilos. 

Baekhyun permaneceu ali por mais um tempo até tomar coragem de ir até a cozinha, vendo a comida que Minseok havia preparado e com um sorriso pequeno decidiu comer um pouco. Quando terminou, ansioso de como podia ser ou do que poderia acontecer, decidiu colocar um moletom pelo frio que sentia, indo para o metrô e seguindo até a empresa, andando devagar e via tudo quase apagado pelo horário, mas suspirou e foi até a entrada. Rindo quase irônico por já o conhecerem, mas só seguiu o caminho até o último andar onde ficava a sala dele, vendo que estava sozinho e ficou com os braços cruzados, depois de abrir a porta sem ser notado.

[...]

Depois da briga, já no carro, Junmyeon foi direto para o escritório, se trancando ali ,sem receber ninguém, só permitindo a entrada do amigo alguns dias depois, em um estado deplorável e sem conseguir encarar, permaneceu sentado, em silêncio. Minseok se assustou com a mesa quase vazia e todo o trabalho empilhado, aparentemente tudo pronto para algo que ainda não sabia, mas não sairia dali até descobrir. Assim que passou pela porta, trancou, tirou a chave na intenção de evitar fugas indesejadas, sentou na cadeira em sua frente e o encarou.

— Pronto Junmyeon, pode começar a se explicar. — Disse baixinho, suspirando um pouco em ver seus olhos marejados apenas com a primeira pergunta. — Fala cara, vim pra tentar entender o que aconteceu e pra te ajudar.

— Eu nem sei por onde começar Min, só estou cansado de tanto me machucar. Me sinto patético mais uma vez e agora realmente aprendi minha lição. Viver sozinho é o meu destino, cheguei a conclusão que meu lugar não é e nunca será isso aqui. Fiz o que estava ao meu alcance e dei o meu melhor… — Sentiu algumas lágrimas que queriam escapar então secou antes que caíssem.  

— Sei tudo o que passou e sei o quanto os últimos anos foram difíceis Junm mas não precisa ser sempre assim. Você e o Baek estavam tão bem, o que aconteceu? — Permaneceu com a voz baixa, tentando tranquilizar o amigo.

— Terminamos, na verdade, se eu saísse de casa terminaríamos e veja, estou aqui. — Riu sem humor e agoniado decidiu voltar a arrumação. — Preciso de um favor Min, preciso que resolva esses documentos e depois vá até Baekhyun. — Entregou para o amigo e voltou a arrumar as coisas.

— Espera, que? — Minseok ficou chocado e triste ao ler do que se tratava. — Junmyeon, porque seu nome não está mais, pode me explicar o que está acontecendo? — Dessa vez a voz ficou um pouco mais alta e precisou se levantar pra ir até o amigo, precisava de explicações.

— Eu consegui o divórcio Min, você melhor que qualquer um sabe disso, a única coisa que fiz foi organizar tudo pra que volte ao seu dono de direito. Nada disso aqui é meu, nunca foi e agora está voltando para o seu verdadeiro dono. — Se deu por vencido e olhou para o amigo, tocando seu ombro com cuidado. — Vou embora em alguns dias, a passagem só de ida já foi comprada, se continuar perto dele sei que vou acabar correndo e me humilhando e sei que ele não vai me aceitar de volta. — Foi até o sofá que tinha na sala, se sentou e olhou as próprias mãos juntas, apertando forte. — Eu deveria ter confiado nele e ter conversado normalmente, mas acabei puxando briga, machuquei ele e me machuquei também, queria consertar tudo mas sei que ele não me quer mais, não depois de tudo.

— Junm meu amigo, não acha que deveria conversar com ele antes de tomar qualquer decisão? Poxa cara, vocês se gostam, estavam bem, o que deu errado? — Sentou ao lado dele e ficou ali perto para dar apoio ao amigo.

— Aquele amigo dele Min, sei que me alertou mas acabei caindo na pilha dele, hoje percebo que cometi uma sequência de erros, culpei ele sem ao menos deixar que falasse, nos acusamos de coisas horríveis e agora acabou. — Deixou as lágrimas rolarem, sentindo uma dor inexplicável. — Não culpo ele, por mais que ele também tenha errado, eu também tenho culpa e por isso sei que vai ser melhor assim.

— Melhor pra quem Junmyeon? Não sei exatamente o que aconteceu, mas posso imaginar e ainda acho que vocês precisam conversar, ainda dá tempo de tentar fazer algo e se for embora vai ser mais difícil consertar as coisas, entende? — Segurou a mão do amigo e fez um carinho nela.

— Eu já estou decidido Min e ele não quer me ver, então não tem mais jeito. Pode me ajudar com as questões da empresa, isso inclui também conversar com ele? — Apertou a mão do amigo e sorriu de um jeito devastador, mesmo que tentasse mostrar que estava bem.

— Certo, não vou tentar te fazer mudar de ideia, pode me dizer pra onde vai? — Olhou pra ele, sentindo o coração doer por ver o melhor amigo tão triste.

— Vou sentir sua falta Min… — Ignorou a pergunta do amigo e o puxou pra um abraço forte,  chorando um pouco mais antes de se afastar e voltar para a arrumação, na intenção de fugir de mais perguntas.  — Tem mais alguns documentos da empresa em casa, quando for lá pode pegar pra mim?

— Certo, teimoso. — Respirou fundo e se afastou, indo em direção a porta, destrancando mas antes de sair olhou novamente para o amigo. — De todo jeito me sinto no dever em te dizer que não precisa ser assim, vocês ainda podem se acertar Jun, uma conversa pode mudar tudo. Pensa nisso tudo bem? — Sorriu simplista para o amigo, saiu fechando a porta, o deixando em sua própria solidão. Quis voltar quando ouviu o choro e os soluços vindos da sala mas entendeu que não era o momento e apenas foi embora.

Alguns dias se passaram e pela primeira vez, depois de um longo período, Junmyeon saiu do escritório, estava de banho tomado e bem arrumado, entrou no carro e dirigiu por alguns minutos, parou em uma floricultura e como já estava pensando há alguns dias foi visitar a mãe de Baekhyun e havia prometido levar flores a próxima vez que fosse. Assim que chegou colocou as flores ali, reverenciou a mais velha e sorriu levemente tristonho. Se desculpou e conversou alguns minutos com ela, disse seus planos e que ainda tinha esperança de reatar com seu filho, confessou seu amor pelo dançarino e agradeceu por ter dado a luz a um homem tão bom, mesmo que nervoso às vezes. Não ficou muito tempo ali, mas o suficiente para uma última promessa.

— Senhora Minji, se for pra ele voltar pra mim eu prometo não deixar ele ir nunca mais, me caso com ele e faço dele o homem mais feliz de todo o mundo. — Se curvou novamente em respeito então levantou. — Tem a minha palavra!

Junmyeon estava prestes a sair quando sentiu algo em seu cabelo, levou a mão e pegou para ver o que era, uma folha e apertando com força olhou novamente para o túmulo, agradeceu em silêncio e foi embora.

[...]

Estava preso em seus pensamentos terminando de tirar suas coisas da estante. Usando roupa social mas a blusa dobrada até o braço, meio aberta, havia acabado o expediente então estava sem terno. Cabisbaixo tomando um susto ao virar pra porta e ver ele lá. Sorriu como se estivesse sonhando igual as últimas noites então fechou os olhos na tentativa de espantar o delírio mas sentiu o coração acelerar vendo que ele estava mesmo ali. Não sabia exatamente o que fazer ou como agir, permaneceu onde estava, ainda olhando em sua direção.

— Oi Baekhyun, posso ajudar com algo? — Sentiu o coração tão acelerado, mas se manteve firme, concentrado em não chorar em sua frente.

— Você vai mesmo embora? — Ficou exatamente do mesmo jeito, enquanto o olhava.

— Minseok tem a língua maior que a boca, não é mesmo? — Sorriu sem humor, encarando o mais novo, deixou escapar um suspiro cansado. — Sim, amanhã.

— Entendi, boa viagem então.— Balançou a cabeça concordando e desviou o olhar.

— Veio pra se despedir? Por que? — Olhou confuso, esperando uma resposta que não sabia se queria ouvir.

— Só para ter certeza de que é isso que você quer. — Entrou na sala e andou por ela agora quase vazia.

— É o melhor a se fazer agora, não tive muitas escolhas certo?

— Eu te dei a escolha, quem deixou a chance passar foi você. Você saiu de lá sabendo o que isso significava, mesmo assim, você fez.  — Parou de andar e o encarou.

— Então porque veio? Já deixou claro que não é por mim de fato então pra que? Porque se veio atrás de briga ou pra pisar ainda mais em mim perdeu seu tempo. Já estou de saída, acho que já conferiu que estou indo mesmo embora certo? — Olhou pra ele sério, e precisou fechar um pouco os olhos pra se acalmar. — Me desculpe, eu não…

—Eu vim te dar mais uma chance, mas parece que você está mais preocupado em me culpar por tudo do que tentar acertar alguma coisa, pois tenha uma boa vida. — Saiu da sala o ignorando, quando passou por si, balançando a cabeça do tempo perdido em ter ido até ali.

— Bae espera! — Corre atrás dele e segura sua mão com cuidado. — Por favor. Eu tenho tanta culpa por tudo quanto você, por favor vamos conversar, estou com tanta saudade. Me desculpa Bae, eu só não sei como agir, não sei te decifrar... Por favor, fica?

— Você não precisa me decifrar, era só parar de colocar palavras na minha boca, é só conversar comigo. Sinceramente, se um dia foi para darmos certo, como vai ser? Não temos mais a desculpa que você é casado, apenas de que não conseguimos nos entender, na nossa última briga combinamos de sempre conversar e olha onde estamos agora! —Olha pra ele, com lágrimas nos olhos suspirando cansado. — Eu amo você e aposto que sabe disso, mas não é só de amor que se vive uma relação, não é? Existe diálogo? Existe compreensão?

— Me deixa tentar mais uma vez? Se não der certo eu prometo que não insisto mais e me afasto mas me deixa tentar. Eu te amo tanto, por favor. — Começa a chorar ainda segurando sua mão. — Eu não tenho como prometer muita coisa mas me deixa te amar de novo?

— Sei que também errei e não me isento disso, mas se quer mesmo isso me diga o porquê? — Olhou para o mais velho e depois para as coisas arrumadas.

 

— Porque eu não quero me arrepender de não ter tentado, assim como me arrependo de ter passado por aquela porta. Eu quero fazer certo dessa vez. — Segura o rosto do mais novo para secar as lágrimas que escorriam molhando as bochechas. — Porque eu percebi que sinto falta de tudo em você, sinto falta dos nossos planos, sinto falta do seu cheiro e nossa, como eu sinto falta do seu biquinho bravo enquanto estava trabalhando muito. Quero tanto minha família de volta Bae, por favor me dê outra chance?

— Tudo bem, eu posso te dar mais uma chance, mas é só isso que tenho, já estou quebrado o suficiente e não quero mais viver nisso. Toda vez que tivermos uma briga, vai sair de casa ou se esconder, não quero. — Fechou os olhos com força, antes de o encarar novamente.

— Eu vou tentar juntar esses pedaços e cuidar bem de você. — Chega ainda mais perto, levando a outra mão até seu rosto, encostando a testa à dele. — Senti tanta saudade Bae

— Vai ter que lutar para conseguir de novo, seu abusado! Nunca mais saia quando eu falar para ficar, sinceramente! — Fechou os olhos com o quão próximos estavam e suspirou, se aproximando devagar e deixou um selar nos lábios dele.

— Eu te amo tanto Baekhyun! — Puxa ele para outro beijo cheio de saudade

— Também te amo! — Respondeu baixo e retribuiu o beijo, mesmo que devagar, tentando manter tudo bem mais calmo. —  Jun... 

— Oi meu amor. — Respondeu se afastando um pouco pra olhar pra cada detalhe e seu rosto

— Vamos pra casa? — Pediu baixinho, levemente ofegante pelo beijo, com o coração completamente acelerado. — Estou cansado, não tenho dormido direito e mesmo que queira te dar uma boa lição pelo que fez, posso deixar para amanhã. — Levantou o rosto para olhar seus olhos. — Além do mais, Karu e Akiva estão com saudades, vai ter que conseguir o perdão deles também.

Junmyeon concordou, tomou seus lábios em mais um beijo calmo e juntos foram para casa, um clima agradável de reconciliação, mesmo que ainda restasse medo, os dois estavam dispostos a tentar a felicidade.

Juntos!


Notas Finais


Por hoje é só e esperamos que tenham gostado. Tentaremos atualizar daqui a 15 dias mas se quiserem conversar ou mandar mensagem podem nos encontras no twitter X.
Beijinhos e até mais <3

Redes Sociais: (X): x.com/rpafanfic (contém spoilers)
Autoras: x.com/perriela_ e x.com/yuemaya21


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