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História Real Life - No Peace - História escrita por DeWiit - Spirit Fanfics e Histórias
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História Real Life - No Peace


Escrita por: DeWiit

Notas do Autor


Bom diaa, espero que gostem do capítulo de hoje!


Beijos..

Capítulo 14 - No Peace


Fanfic / Fanfiction Real Life - No Peace

20 de Fevereiro de 2021

 

Lucy

Se houvesse um jeito de definir hoje o clima seria o maior exemplo possível, ele indubitavelmente refletia toda a dor e tristeza que estava estabelecida no ambiente. Chovia forte, e era praticamente impossível andar na rua naquele momento, e ventava com um vento tão forte que as janelas de qualquer lugar tremiam incansavelmente lembrando a um filme de terror.

Nem as pobres das árvores tinham sido poupadas, assim como estava sendo noticiado nos jornais, inúmeras delas tinham sido simplesmente arrancadas do chão e a cidade tinha se tornado um caos sem precedentes, era a primeira vez que presenciava um clima tão caótico desde que me mudei.

Naquele momento tínhamos chegado ao cemitério onde seria enterrado Igneel, e por ser bem afastado da cidade conseguimos escapar um pouco do clima terrível que assolava a cidade. Todos estavam lá prestando condolências, os amigos de Natsu, alguns familiares, amigos de Igneel, estava incrivelmente lotado.

Um pouco mais afastado de todo o tumulto estava reunido com Gray, Juvia, Erza, Levy e Gajeel e conversávamos entre si. Já Natsu, estava ocupada falando com várias pessoas que queriam prestar o devido respeito, mas era impossível não notar como ele estava claramente desconfortável com aquilo tudo, ele provavelmente só queria um pouco de paz.

- Ele é forte! - Começou Gray - Por mais difícil que possa parecer, ele é muito forte, vai sair dessa. - Finalizou. -

Todos concordaram com a cabeça.

Era inevitável, Natsu tinha uma personalidade extremamente única, conseguia ser frio e impiedoso, mas ao mesmo tempo, conseguia ser completamente carinhoso e com um coração enorme, era quase uma mesma moeda com lados opostos, mas que funcionavam perfeitamente juntas. Se tinha uma pessoa capaz de lidar com toda aquela situação, a pressão, os sentimentos, com certeza era ele, mas prometi a mim mesma que não sairia de seu lado um segundo sequer, e quando ele precisasse de mim, estaria disposta a ajuda-lo a se reerguer.

Passei a grande parte do meu tempo o olhando distante e me distraindo, pois era impossível não pensar em inúmeros momentos melhores do que aquele para que pudesse nos reconfortar, mas acabei retornando a realidade assim que ouvi uma voz familiar chamando meu nome, era o meu pai.

- Olá, Lucy. - Disse ele se aproximando pelas costas. -

- Pai? - Perguntei espantada. -

Não conseguia sequer compreender o motivo dele surgir ali do nada, se não fosse Levy me segurando eu provavelmente teria caído de costas de tanto espanto assim que vi seu rosto.

- Eu mesmo... - Ele riu. - Muito prazer, sou Jude o Pai de Lucy. - Disse cumprimentando todos que estavam ao redor. -

- O que veio fazer aqui? - Indaguei. -

- Igneel era um velho amigo, se esqueceu? E também pode ser considerado um parente.

Ele tinha razão, eles se conheciam já fazem muitos anos mas nem sequer passou pela minha cabeça a possibilidade de encontra-lo ali, ainda porque ele não tinha aparecido nenhuma vez antes.

- Bom, Natsu está conversando com algumas pessoas ali no centro. - Disse apontando para onde seria enterrado o caixão e o centro de tudo. -

Ele olhou e reconheceu facilmente Natsu pela cor de seu cabelo e demonstrou até uma certa surpresa provavelmente por ele estar completamente diferente de quando era criança. Foi andando lentamente em direção daquela multidão e por ser um homem tão grande foi impossível perde-lo de vista até que ele chegou em Natsu e o abraçou como uma demonstração de afeto e respeito, o que era muito estranho essa atitude vindo dele.

- Que bizarro. - Levy disse fazendo uma careta. - Pensei que vocês nem se dessem bem.

Levy era a minha melhor amiga desde que cheguei e portanto sabia de praticamente tudo sobre a minha vida, e consequentemente sabia basicamente tudo sobre a minha relação com o meu pai, e ela tinha total razão nesse momento.

- Vai ver ele só está tentando ser legal. - Me deu calafrios só de dizer a última frase e imaginar essa hipótese. -

Logo após a cerimonia tinha sido inciada e o funeral daria início, e com ele o clima esfriaria ainda mais e a chuva que assolava a cidade vinha chegando para essa parte. Apesar de tudo isso, a cerimónia tinha sido incrível e linda demais, Igneel merecia bastante essa homenagem e pelo que eu vi apesar dele ter se afastado de muita gente ele ainda era querido por várias delas, ele parecia realmente ser um cara muito legal.

Assim que tudo se encerrou ficamos em uma capela ali perto para comermos alguns aperitivos que tinham sido encomendados, e quando a última pessoa se despediu acabou restando apenas eu dentro daquela capela fria. Fui em direção da porta de entrada dela e dali conseguia avistar Natsu de longe em meio a chuva apenas encarando o túmulo de seu pai.

Fui em sua direção tentando respeitar o máximo possível seu espaço, e assim que cheguei perto o suficiente o abracei por trás tentando dar o máximo de conforto que era possível

. - Você vai ficar resfriado nessa chuva... - O apertei ainda mais forte tentando esquenta-lo. -

Seu corpo estava gelado e completamente molhado, ele provavelmente nem tinha percebido a situação que se encontrava.

- Está tudo bem... - Ele riu baixinho. - Já disse que não precisa se preocupar - Disse levando seu olhar de encontro ao meu. -

- Do mesmo jeito que você sempre diz que não é para me preocupar, eu sempre irei me preocupar, não aprendeu ainda? - Disse fazendo uma cara emburrada o levando a dar uma risada baixinha. -

- Vem, vamos embora - Disse ele pegando em minha mão e indo em direção do carro. -

O caminho foi bem silencioso, o que foi uma tortura porque era bem longe e eu queria fazer qualquer coisa que pudesse arrancar algum sorriso de seu rosto, mas qualquer comentário que eu tentava fazer se mostrava totalmente inútil.

- Que estranho meu pai indo falar com você hoje, não é? - Perguntei curiosa tentando saber o que ele queria. -

- Sim... - Ele riu. - Mas também foi bem legal da parte dele.

- Concordo! Que bom que tudo ocorreu bem então.

- Acredito que sim. Ele queria marcar uma reunião também, vai me encontrar amanha no escritório.

- Uma reunião com você? Amanhã? - Me espantei. - Não, não! Você não tem que trabalhar, precisa tirar o tempo do seu luto... Não tem que se estressar com essas coisas no momento!

- Tá tudo bemm! - disse prologando a última letra por alguns segundos. - Eu estou bem, e eu não posso deixar minhas obrigações de lado, meu pai não iria querer isso tenho certeza... Fora que, é apenas uma reunião, vai ficar tudo bem. - Disse ele olhando em minha direção e me dando um leve beijo nos lábios. -

Natsu tinha um jeito único e especial de me confortar nas piores situações, queria conseguir fazer o mesmo com ele quando precisasse de mim para isso.

- Tá!! - Concordei cruzando os braços e fazendo uma cara ainda mais emburrada e provocando seus risos. -

Assim que chegamos em casa ainda estávamos encharcados pela chuva que tomamos, nossa sorte foi que acabou amenizando e não pegamos um trânsito tão caótico. Fomos em direção do banheiro e tomamos banhos quentes e bem longos que revigoraram a alma de cada um de nos, tinha sido a melhor parte daquele dia.

Já tinha anoitecido, Natsu jogava alguma coisa no video-game e eu tentava decidir alguma comida para pedir online já que ninguém tinha a menor condição física ou mental de cozinhar alguma coisa. No fim, acabamos decidindo por pedir alguns lanches bem caprichados e quentinhos para enchermos completamente nossos estômagos.

- Já pensou no que vai fazer com o estúdio quando as aulas voltarem na próxima semana? - Ele perguntou no intervalo de várias mordidas em seu lanche. -

- Humm, mais ou menos na verdade. - Disse colocando um dedo na bochecha demonstrando que ainda estava pensativa. - Não quero parar de dar as aulas, elas são muito gratificantes para mim, e ajudar todas aquelas pessoas tem sido uma experiência incrível, então acho que vou ter que me dedicar a elas apenas nos fim de semana mesmo. Já o resto dos dias eu ainda estou me decidindo, eu tenho pensado em pegar esses dias para montar uma exposição, o que acha?

- Acho uma excelente ideia! - Disse ele animado. - Assim todos irão ver o seu talento e sera questão de tempo até que Lucy Heartfilia esteja em vários Cartazes como a artista revelação do ano! -

Ele tinha dito tudo aquilo em pé enquanto demonstrava com as mãos, tinha sido a coisa mais engraçada que eu vi ele fazer aquele dia e vê-lo bem para fazer suas piadas me deixava completamente em paz.

- Não seja besta! - Eu ri. - Não sou tão boa assim..

- Você é a melhor! - Disse se aproximando e me depositando um beijo longo e calmo nos lábios. - E eu te amo demais, obrigado por estar sempre cuidando de mim!! - Me abraçou bem forte. -

Ele era incrível, fico feliz que esteja lidando com as coisas bem. Depois disso fomos em direção do quarto e apagamos em questão de minutos e tinha sido maravilhoso poder finalmente deitar e descansar depois de um dia tão longo.

Natsu

Já era de manhã, meu celular tocava timidamente acusando que estava na hora de levantar, mas nenhuma célula do meu corpo estava disposta a fazer aquilo, pelo menos não naquele momento.

Enrolei por alguns minutos até que então levantei sorrateiramente da cama para não acordar a Lucy e fui em direção da cozinha. Preparei um café bem forte, e me agasalhei bem, ohoje estava extremamente frio. A noite tinha sido um pouco complicada já que demorei a cair no sono, os pensamentos e lembranças de meu Pai estavam tomando conta da minha mente, era impossível ter paz. Mas tentei ser forte, eu precisava ser e nada iria me abalar.

Assim que cheguei no escritório Lisanna me recebeu com um abraço, e acredito que pela primeira vez tenha sido um abraço sincero e não com segundas intenções como costuma fazer, pelo menos aquele momento ela sabia respeitar. Permaneci grande parte do tempo encarando a tela do meu computador tendo que resolver inúmeras coisas, mas eu não conseguia me concentrar nem por um segundo, e os inúmeros telefonemas que recebi acabei ignorando todos.

Sem que eu tenha percebido era o horário que eu tinha marcado de me encontrar com o Pai de Lucy e ele já estava no saguão apenas esperando a minha autorização para entrar, e assim que recebeu veio imediatamente em minha direção para conversar.

- Você tem um excelente escritório aqui. - Disse ele se sentando. -

- Igneel realmente tinha estilo para essas coisas. - Nós rimos. -

- Com certeza! - Concordou. -

- Bom, eu vou ao direto ao ponto. Igneel e eu tínhamos inúmeros negócios juntos e a parceria entre nossas empresas estava gerando frutos como jamais tinham gerado antes, o negócio estava realmente um sucesso. Entretanto, não me leve a mal Natsu, mas você entende que o homem que eu tinha como parceiro era ele, certo?

Eu já estava até imaginando onde aquela conversa iria parar, e com certeza eu não tinha um bom pressentimento sobre isso.

- E o que você quer dizer com isso? - Questionei. -

- Quero dizer que você ainda é muito novo, vai errar, vai se perder em inumeras coisas e não vai ter ninguém para que você possa se apoiar, isso vai ser inevitável... Quero te oferecer um negócio, uma reafirmação da nossa parceria e demonstração que estamos mais firmes e fortes do que nunca! - Ele se animou com aquela possibilidade e era notável em sua voz. - O que acha de me vender uma parte da empresa, e unificarmos nossos negócios e continuarmos o legado de seu pai? Era obvio suas reais intenções.

- E deixa eu adivinhar, a empresa teria o seu nome e você seria o CEO, certo? - Eu ri bem alto. -

- Bom, acho compreensível que seja isso já que sou eu quem estou me arriscando aqui, você entende não é? Você ainda vai ter uma grande parcela dos lucros e da empresa que provavelmente vai fazer com que nem seus netos precisem trabalhar, isso sem mencionar que você pode ainda ter um cargo aqui, mas em um nível inferior e ir consequentemente aprendendo, não concorda?

- Haha. - Eu gargalhei. - Senhor Jude, em respeito a Lucy eu não o mando para casa do caralho nesse momento. - Disse acendendo um cigarro e assoprando toda a fumaça em seu rosto. -

- Ora moleque! - Ele se irritou. - Não vê que está em uma posição totalmente fragilizada? É questão de tempo até que outras empresas se aproveitem do seu momento de fraqueza e roube seus clientes, eles sabem que você é apenas um menino inexperiente em uma cadeira importante - Disse se levantando do seu lugar e elevando ainda mais a sua voz. - É questão de tempo até que venham atrás de você, estou querendo apenas lhe ajudar.

- Senhor Jude, o legado do meu pai não está a venda. E eu tenho certeza que conseguirei acertar as pontas por aqui, não precise se preocupar. - Disse rindo novamente e alternando entre uma bebida e um trago no cigarro. -

- Bom... Só não se esqueça que possuo direitos em sua empresa por conta do contrato que fiz com Igneel, então saiba que se as coisas começarem a dar errado será só uma questão de tempo até que eu adquira tudo, você pode não querer venda-lá para mim, mas acredito que em tempos de crise seus conselheiros não iriam negar a generosidade que estou fazendo.

Assim que terminou de falar ele foi embora e por um segundo senti todo o sangue do corpo esquentar e quando percebi já tinha jogado a garrafa de Uísque que costumo beber na parede e causando uma enorme bagunça.

Ele tinha total razão daquilo, apesar de já estar no lugar do meu tempo a um tempo eu estava em completo risco, ainda que eu estivesse cuidando de tudo ele ainda estava aqui para dar as ordens maiores e cuidar de tudo... Maldito, ele tinha razão demais sobre isso, e a hipótese de que os clientes serem roubados era tão possível que me assustava. O Conselho tinha sido montado com homens de confiança de meu Pai que o ajudaram a erguer esse império, e ele também tinha razão sobre isso. Em uma votação unilateral eles tinham mais poder do que eu, e então esse seria o meu fim.

Droga pai, eu queria tanto que você estivesse aqui…



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