CAPÍTULO QUATRO
Acordei na minha cama, Pietro estava do meu lado junto com mamãe, olho para eles confusa, mas então, os flashes do que tinha acontecido voltaram a minha mente e eu gemi.
— Tudo bem, Amore. – mamãe sorri fraco. — Tome isso, e fique calma. – ela diz, me entregando uma xícara de chá de camomila.
— Preciso falar com Justin. – digo, me levantando da cama.
— Você precisa se acalmar. – mamãe me fez sentar novamente na cama. — Senhor Bieber não estava na propriedade. – paro de tentar passar por ela, olhando-a. — Ele saiu antes mesmo do sol nascer.
— Isso já tinha sido divulgado? – questiono, e quando mamãe se mantém em silêncio, olho para Pietro, que suspira.
— O primeiro site a divulgar, soltou a matéria a meia noite. – Justin, provavelmente, viu isso assim que foi publicado, ele deve ter várias pessoas cuidando há cada vez que seu nome é citado na internet.
— Tesoro, isso não quer dizer nada. – mamãe tenta me tranquilizar, mas isso não seria possível agora.
Justin sabia que isso estava sendo publicado e, ainda assim, não me avisou. Não tentou fazer isso sumir. Como eu voltaria para a faculdade depois disso? Os fotógrafos conseguiram entrar no vinhedo, o que os impedia de me perseguirem na faculdade?
— Como eles conseguiram entrar aqui?
— Seu pai e seus irmãos estão cuidando disso, querida. – mamãe diz, passando as mãos por meus cabelos. — Tenho certeza que quando Justin voltar, tudo isso já vai ter se acalmado. – ela beija minha testa, saindo do quarto.
Mamãe estava errada.
Dois dias depois e, novo romance do príncipe ainda estava em todas as páginas. Minha imagem desmaiando na frente das câmeras alimentou rumores de que estou grávida de Justin e, até agora, ele não tinha feito nada a respeito.
Ele estava na Itália, foi o que as páginas de fofoca disseram. Toda vez que era perguntando sobre as notícias, ele só ignorava e passava para a próxima pergunta, o que só aumentou os rumores.
Eu não podia sair de casa, tinha repórteres colados nos muros da propriedade esperando por uma foto.
Colegas da faculdade estavam me mandando mensagem perguntando sobre as manchetes e eu tenho feito um ótimo trabalho em ignorá-los, mas eu não poderia fazer isso daqui um mês, quando voltasse para as aulas. Minha vida estava uma bagunça no momento, a única parte dela que eu tinha controle no momento, era as peças que eu estava criando.
— Papai, já disse que não estou com fome. – digo, quando escuto o barulho da porta do ateliê se fechando.
Nos dois dias que passaram, a única coisa que me mantinha longe de surtar era costurar. Eu já tinha terminado os ternos de Enrico e Lucca, e agora, estava terminando de cortar o de papai.
— Você deveria comer. – ergo minha cabeça, assim que a voz de Justin adentra meus ouvidos quase me cortando com a máquina de corte. — Você está mais magra. – ele caminha mais para dentro do ateliê e seus olhos percorrem todo o espaço, antes de parar nos tecidos intocados. — Não está usando os tecidos que te mandei? – seus olhos voltaram para os meus.
— Seu terno é o primeiro na arara. – aponto para a arara que estava na entrada do ateliê, perto da onde ele estava parado. — Estava esperando você voltar para pedir para Félix vir pegar os tecidos. – volto a cortar o tecido, tomando o máximo de cuidado, já que minhas mãos agora estavam trêmulas.
— Eles são seus. – suspiro, mas decido que não irei responder.
Justin me evitou por dois dias, então, eu tinha decidido que não iria fazer parte do jogo que ele estava jogando.
Em um dia ele era o Justin encantador, conversando comigo, me fazendo sentir especial. E, então, ele era o Justin frio, que não me deixava entender nada dele, que me fazia sentir como se eu fosse somente mais uma oportunista em sua vida.
— Eu não quero nada que venha de você. – digo, quando percebo que ele ainda estava parado no mesmo lugar, me encarando.
— Você pode me explicar porquê? – termino de cortar o tecido e junto todas as partes, pronta para começar a costurar e ignorar Justin.
Se ele quiser ficar aqui o dia todo, eu não me importo, mas eu não tinha mais nada para falar com ele.
— Você não foi ver o pôr do sol. – ele diz, depois de dez minutos em silêncio.
— Não quero que uma foto minha vá parar nos sites de fofoca. – sorrio sarcástica, olhando para ele. — Desculpe, me esqueci que isso já aconteceu.
— Não seja irônica comigo. – me encosto em minha cadeira, olhando para ele. Justin estava em seu terno sob medida; Tom Ford desta vez, e ele parecia cansado.
— Não ser irônica com você? Você quer saber o que é irônico, vossa majestade? – minha voz subiu um pouco, meu temperamento saindo. — Irônico você me beijar em um dia e no outro a minha foto estar em todos os sites como: ‘’A amante do príncipe.’’...
— Cecília... – ele dá um passo para mais perto de mim, me cortando, mas levanto da cadeira, parando-o.
— Oh, as minhas preferidas: ‘’Amante secreta do príncipe, espera um filho bastardo.’’ – continuo, minha voz aumentando a cada palavra. — ‘’Garota do campo, ganha na loteria ao conquistar o coraç...
— Chega! – ele aumenta o tom de voz e, então, eu percebo o quão próximo ele estava de mim.
— Sim, Justin, chega. – tento passar por ele, mas ele tranca meu caminho com seu corpo.
— Por que você está tão chateada com isso? – olho para ele, não acreditando que ele estava me perguntando isso.
— Eu vou esclarecer para você. – ele continua me olhando, sem nenhuma expressão. — Eu não sei com quem você está acostumado a sair, mas eu não quero fotos minhas nos sites de fofoca, eu não vejo nada em ser chamada de interesseira e oportunista. – pauso, respirando fundo. — E, quando você era perguntado sobre isso, você só ignorava e deixava tudo pior.
— Se eu falasse sobre isso, seria mil vezes pior. – ele dá um passo para trás, se afastando de mim.
— Desmentisse tudo isso, falasse que sou só uma amiga, qualquer coisa, Justin. – passo minhas mãos por meus cabelos, respirando fundo.
— Todos os sites e jornais que falaram algo negativo sobre você, tem vinte e quatro horas para retirar as notícias, estava tentando resolver isso assim que vi a primeira notícia. – me sento novamente em minha cadeira, voltando a costurar. — O que eu podia fazer eu fiz, Cecília. Você sabia que sair comigo traria riscos como esse.
— Como eles conseguiram entrar na propriedade? – não olhei para ele, continuando a costurar.
— Eu não sei, Felix está investigando isso. – quando não respondi nada, ele continuou. — Ninguém que não trabalhe ou more aqui tem permissão para chegar a cem metros dos muros.
— Tudo bem, obrigada. – respondo, ainda sem tirar minha atenção da peça. Escuto o farfalhar no saco que eu embrulhava as roupas prontas, e depois, o de roupas. Levanto meu olhar, para encontrar Justin se despindo. — O que está fazendo? – ele para, me olhando.
— Experimentando meu terno. – responde simples, tirando a camisa.
— Você pode fazer isso depois, se tiver algo que queira ajustar, então mande Felix me trazer. – ele não respondeu e nem me olhou, quando tirou a calça, ficando somente de cueca box preta, todas as suas tatuagens a mostra. Meus olhos percorrendo cada uma delas, desejando tocá-las, descobrir o significado de todas elas.
— As calças estão um pouco largas na cintura. – ele diz, me tirando de meu transe. Pisco, voltando a mim, para encontrar Justin vestido.
Algo sobre ver Justin vestindo uma das minhas peças, mexeu comigo.
— Tudo bem, eu vou ajustá-las. – ele me olha através do espelho.
— Como vai fazer isso, se não sabe quanto ajustar. – suspiro, porque ele tinha razão.
Levanto-me, caminhando até ele. Assim que estava há menos de trinta centímetros do mesmo, Justin segura minha cintura, me erguendo e me sentando sobre a mesa de desenho e se enfiando entre minhas pernas.
— O que...
Seus lábios me cortaram, sua língua invadindo minha boca. Por um momento, fico tensa, mas então, meu corpo relaxa contra o de Justin e deixo sua língua ditar nosso beijo que, se tornou lento e intenso. A mão na minha nuca sobe para meus cabelos, soltando-os do coque desleixado em que estavam, sua mão que estava em minha cintura, me puxa mais contra seu corpo, minhas pernas abrindo mais para acomodá-lo. Justin me deita sobre a mesa, sem soltar meus lábios e gemi em seus lábios, sentindo sua ereção roçar em meu centro.
— Sinto muito... – ele sussurra contra meus lábios, se afastando para eu poder ver seu rosto. A dor em meu peito aumentando, enquanto olhava em seus olhos. — Por ter deixado você sozinha aqui para lidar com isso. – ele conclui, e a dor em meu peito diminui.
Suspiro, relaxando sobre a mesa, o corpo de Justin ainda curvado sobre o meu.
— O que estamos fazendo? – seus olhos castanhos intensos, percorrem todo meu rosto, antes dele me olhar nos olhos novamente.
— Eu não sei. – ele responde, sua mão que estava em minha nuca, agora parada em meu pescoço, seu polegar massageando a minha veia pulsando até meu maxilar. — Mas eu não quero parar. – ele sussurra contra meus lábios, antes de me beijar novamente.
— Você amassou todo seu terno. – digo, quando consigo sair da mesa, antes que alguém entrasse e nos encontrasse naquela situação.
— Vou mandar alguém passar e deixar guardado. – ele responde, terminando de abotoar sua camisa preta.
— Você não vai usar? – ele para de se vestir, quando nota a decepção em minha voz.
— Vou. – responde me olhando, como se pudesse ler cada pensamento meu. — Em um evento especial. – sorri fraco, terminando de guardar as roupas no estojo.
— Posso entrar? Vocês estão vestidos? – suspiro, quando a voz de Pietro grita na porta do ateliê.
— O que você quer? – pergunto, vendo ele descer as escadas e sorrir largo quando vê Justin terminando de ajustar seu paletó.
— Sua mãe está chamando para jantar. – ele avisa, começando a subir as escadas novamente, mas para na metade, olhando para Justin. — Sua presença é obrigatória, vossa majestade. – meu melhor amigo diz, sumindo para fora do ateliê e eu seguro a risada.
— Sua mãe está me emboscando. – ele diz, arrumando as mangas do terno.
— Talvez. – encolho meus ombros, entregando à ele, o estojo com seu terno.
— Deixe aqui, peço para Felix pegar depois. – concordo com a cabeça, guardando o estojo na arara.
— Vamos subir, antes que meu pai desça. – ele me dá passagem e, juntos, caminhamos para fora do ateliê.
Assim que chegamos perto da cozinha, o cheiro da macarronada com queijo da mamãe enche meu nariz.
— Ela colocou as louças do casamento dela. – Lucca diz, passando por mim e beijando minha bochecha. — Senhor Bieber.
— Me chame de Justin. – meu irmão concorda com a cabeça, caminhando para a cozinha.
— Ela cozinhou macarronada e usou sua louça de casamento. – olho para Justin que me olhava levemente confuso. — Isso significa que ela e papai gostam de você. – ele concorda com a cabeça, desviando os olhos dos meus.
Justin não sabia, mas ele estava prestes a ser considerado da família. E, nós nunca deixamos a família de lado.
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