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História Rebel Hearts - BoruSara - - Capítulo Três - História escrita por Brinna_Uchiha07 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Rebel Hearts - BoruSara - - Capítulo Três


Escrita por: Brinna_Uchiha07

Notas do Autor


Hi, People!
E como prometido aqui está.
Bem longo 😅, por isso paciência.
Bjs e boa leitura.

Capítulo 3 - Capítulo Três


Fanfic / Fanfiction Rebel Hearts - BoruSara - - Capítulo Três


Pensadora Himawari: "A luz da bondade é o farol em tempos de escuridão.

☆☆☆

   Sarada acordou com a cabeça pesada após passar a noite inteira pesquisando sobre a família Uzumaki. O encontro com Boruto, filho de seu ídolo, a deixou intrigada, mas suas buscas não revelaram muito, exceto que Naruto tinha dois filhos que agora viviam com ele.


   Ao perceber a hora, Sarada entrou em pânico. Era o primeiro dia de aula e, como vice-presidente do grêmio, precisava chegar cedo para ajudar Sumire a receber os novos alunos.


   — Droga, droga, droga! - Sarada pulou da cama, vestiu-se rapidamente e arrumou suas coisas. Saiu do pequeno apartamento às pressas, quase correndo, ciente de que Sumire ficaria furiosa se ela se atrasasse. Ela precisava estar pronta para o que viesse, e não tinha um segundo a perder.


( ☆☆☆ )


 Enquanto isso, na estrada que levava ao Elite Namikaze School, um jovem loiro albino de olhos cianos estava imerso na paisagem urbana que passava pela janela da limousine. Ele observava atentamente as pinturas e grafites nas paredes dos edifícios, encontrando nas cores e formas uma fonte de inspiração para sua própria arte.


 Inojin Yamanaka, 17 anos, estudante do último ano do ensino médio no prestigiado Elite Namikaze School, era o aluno mais destacado da classe de arte. Seus pais, figuras proeminentes no mundo da moda e cosméticos, eram bem conhecidos na sociedade. Seu pai, Sai Yamanaka, era um renomado designer de moda, enquanto sua mãe, Ino Yamanaka, comandava uma bem-sucedida empresa de cosméticos e, como passatempo, gerenciava uma loja de floricultura, preservando a tradição familiar.


 Na limusine luxuosa que os levava ao colégio para a cerimônia de boas-vindas, Sai dirigiu a palavra ao filho.


 — Então, Inojin, como estão indo seus desenhos? — perguntou Sai, com uma expressão de interesse genuíno.


 Inojin, distraído pela paisagem, demorou um momento para processar a pergunta. Quando o fez, um suspiro frustrado escapou de seus lábios.

  

 Ele estava enfrentando um bloqueio criativo significativo. Havia planejado criar um diário de arte para dar início à sua carreira e garantir uma vaga em uma boa faculdade, mas a falta de inspiração estava se tornando um obstáculo difícil de superar. A última coisa que queria era admitir sua dificuldade para seu pai.


— Está indo bem — respondeu Inojin, com um sorriso forçado e um encolher de ombros.


 Sai, perceptivo ao tom de voz do filho, continuou.


— É mesmo? Gostaria de ver o que você tem feito.


 — Ainda não está pronto. Quero que a obra esteja perfeita antes de mostrar — mentiu Inojin, tentando esconder sua frustração.


— Tenho certeza de que será uma obra de arte maravilhosa, querido — disse Ino, com um sorriso encorajador.


 Inojin sorriu em resposta, grato pelo apoio, mas a preocupação interna persistia. Sabia que precisava enfrentar seu bloqueio e começar a trabalhar seriamente em seus projetos, ou corria o risco de ver seu sonho se desvanecer.


— Essas obras urbanas são interessantes e inspiradoras, mas não são suficientes para o que você realmente busca. Se quer criar um diário de arte, procure algo belo que tenha ou que deseja ter em sua vida — aconselhou Sai, com um olhar sério e encorajador.


 Inojin soltou um suspiro, claramente frustrado.


— Lá vem você com sua filosofia complicada de novo — disse Inojin, balançando a cabeça em desgosto — Não entendo seu ponto de vista sobre arte, principalmente o seu estilo.


— Não é sobre entender, é sobre sentir — respondeu Sai, olhando para Ino com ternura. Ele pegou a mão dela e deu um beijo suave, fazendo Ino corar intensamente.


— O-O que você está fazendo?! — exclamou Ino, puxando a mão de volta com um sorriso envergonhado — Senhor Sai, por favor, não faça isso na frente do nosso filho!


Inojin, constrangido, desviou o olhar para a janela. Observava as paisagens passando, sentindo-se deslocado por testemunhar um momento tão íntimo de seus pais. Enquanto isso, tentava entender o que seu pai queria dizer. O que poderia ser tão belo assim para sua vida? Sua mãe era, sem dúvida, uma parte valiosa, mas parecia uma resposta óbvia demais. Havia algo mais profundo que Inojin ainda não conseguia identificar, mas que sentia estar bem à sua frente.


 Quando o motorista anunciou a chegada ao colégio, Inojin soltou um suspiro aliviado, agradecendo silenciosamente ao Kami por finalmente estarem ali. Ele olhou pela janela e avistou seus melhores amigos de infância, Chouchou e Shikadai, conversando animadamente nos degraus da entrada.


— Finalmente chegamos. Vejo vocês no auditório — disse Inojin, apressado, enquanto abria a porta da limousine, ansioso para se juntar aos amigos.


— Inojin, espere! — chamou Ino, com um tom de reprovação e um bico formado nos lábios — Pelo menos se despeça direito! 


— Aff... — Inojin revirou os olhos, mas obedeceu, inclinando-se para dar um beijo rápido na bochecha de Ino — Tchau, mãe. Tchau, pai — acenou enquanto saía do carro.


 — E o meu beijinho...? — começou Sai, mas antes que pudesse terminar, Inojin já havia disparado para fora do carro.


— Amor, o que aconteceu com o nosso bebê...? — lamentou Sai, com uma pitada de drama.


 Ino soltou uma risadinha, acariciando o rosto de Sai antes de lhe dar um beijo na bochecha. 


— Nosso bebezinho já está virando um homem — disse, com um misto de orgulho e nostalgia.


 Enquanto isso, Inojin correu até Chouchou e Shikadai, acenando animadamente.


— E aí, Shika! E aí, gorducha? — cumprimentou Inojin, dando um soquinho de leve no ombro de Shikadai.


 — Fala, Jin! — respondeu Shikadai, com um sorriso relaxado.


 — Oi, boneco de Ken falsificado — retrucou Chouchou, levantando uma sobrancelha enquanto mastigava suas batatinhas. — Como foram as férias?


 Inojin riu do apelido, já acostumado com as farpas de Chouchou. 


— Nada mal. E você, ainda não se cansou dessas batatas?


— Não é por nada, mas no dia que Chouchou se cansar de batatas, pode ter certeza de que o Apocalipse estará próximo — disse Shikadai com um sorriso irônico.


— Pode apostar — respondeu Chouchou, piscando com confiança, enquanto estendia mais uma batatinha em direção à boca.


 Inojin revirou os olhos, exibindo um leve desdém. 


   — Eu hein... vocês dois não mudam.


De repente, a atenção do trio InoShikaCho e de todos os estudantes na entrada foi capturada por uma limousine de marca super famosa, a mesma que só a família Uzumaki poderia se dar ao luxo de usar. Murmúrios e olhares curiosos espalharam-se pelo local, quando a porta da limusine se abriu e, de lá, desceram Boruto e Himawari Uzumaki, atraindo olhares de todos ao redor.


Boruto vestia o uniforme do colégio, mas com seu toque pessoal: a camiseta branca desabotoada, o casaco azul-marinho meio aberto, e a gravata afrouxada e desajustada, deixando à mostra parte de seu peito, onde se via uma tatuagem. Um colar de prata com um pingente de girassol pendia em seu pescoço, e uma luva de couro sem dedo adornava uma de suas mãos. Seu cabelo, naturalmente bagunçado e rebelde, dava-lhe um charme inegável, enquanto sua pele bronzeada reluzia sob a luz do sol, atraindo olhares de admiração – e até de suspiros – de várias garotas que não conseguiam tirar os olhos dele.


 Himawari, por sua vez, não ficava atrás. Ela usava a camiseta branca do uniforme, com a gravata ajustada perfeitamente, um casaco azul-marinho combinando com uma saia na mesma cor, que caía em um comprimento ideal, nem curto nem longo. Meias-calças brancas e sapatos de salto azul-escuro complementavam o visual. Seus cabelos estavam soltos, longos e bem escovados, sendo gentilmente acariciados pelo vento. A maquiagem era discreta, realçando suas feições sem exageros, e ela carregava uma bolsa tiracolo amarela, com uma estampa de ursinho, que dava um toque delicado e fofo ao seu visual.


O impacto da chegada dos irmãos Uzumaki foi instantâneo, fazendo todos os presentes se entreolharem e comentarem entre si. Boruto e Himawari eram novos na escola, mas já estavam deixando uma impressão forte, não só pelo nome de sua família, mas também pela forma como se apresentavam.


 Boruto suspirou, ciente da atenção que ele e sua irmã estavam recebendo. Embora ele gostasse de ser o centro das atenções, sabia que muitos estavam apenas especulando sobre como seria a vida deles no colégio por serem filhos do diretor. Esse tipo de interesse incomodava Boruto, pois ele não tinha intenção de usar o nome de seu pai para conseguir favores.


 — Vamos, Hima. Esses olhares invejosos já estão me deixando irritado — disse Boruto, tentando desviar o foco da atenção que recebiam.


Himawari assentiu, mantendo um sorriso animado. Ela segurou a mão de Boruto, e juntos subiram os degraus em direção à entrada do colégio. Enquanto subiam, o olhar de Himawari encontrou Inojin, que estava fixado nela com admiração. Inojin estava em choque; seu coração acelerava ao ver a garota mais linda diante de seus olhos. Quando seus olhares se encontraram, ele se sentiu paralisado, mas a conexão foi abruptamente interrompida quando os irmãos entraram no colégio.

— Uau, estou chocada com esses novatos super lindos — exclamou Chouchou, visivelmente impressionada.


 — E eles não são qualquer novatos. São filhos do diretor Naruto Uzumaki — revelou Shikadai, mantendo a calma e com as mãos nos bolsos.


— O QUÊ?! — Chocaram-se Chouchou e Inojin, com suor escorrendo pelo rosto, enquanto a revelação os pegava de surpresa.


 Inojin estava perplexo com a informação que acabara de receber. Embora estivesse confuso, o que mais o intrigava era o sentimento inesperado que surgira dentro de si ao olhar para aquela garota de olhos azuis. Para ele, garotas geralmente não eram tão interessantes, mesmo que algumas fossem bonitas como obras de arte. No entanto, algo havia mudado quando avistou a azulada. Aquilo o deixava inquieto.


Enquanto isso, na recepção do colégio, Boruto e Himawari entraram e avistaram um grupo de alunos, provavelmente novatos como eles. À frente do grupo, uma linda garota de rosto angelical, com cabelos sedosos e roxos trançados, usando o uniforme da escola com um toque chique e delicado, se aproximava com uma postura séria.


— Muito bem, novatos. Todos reunidos? Vou fazer a chamada. Eu sou Sumire Kakei, presidente do grêmio estudantil, e ficarei responsável por orientá-los durante este período de adaptação — anunciou Sumire, com um tom profissional e um olhar que transparecia confiança.


 — Vamos lá, Irmãozão! — disse Himawari animada, puxando Boruto pela mão, enquanto corria em direção ao grupo.


 — Espera, Hima! Devagar! — Boruto tentou acompanhar, mas seu desinteresse evidente o fazia se arrastar, sem conseguir igualar a energia de sua irmã.


— Ok, vou iniciar a chamada — disse Sumire, com o tablet em mãos. — Boruto Uzumaki?


 Boruto revirou os olhos, achando irônico ser o primeiro a ser chamado. Himawari sorriu, um pouco envergonhada pelo comportamento do irmão.


   — Aqui...


 Quando Boruto levantou a mão, uma jovem Uchiha entrou correndo, ofegante, após enfrentar problemas no trânsito. Ela se apoiou nos joelhos, recebendo um olhar severo de Sumire.


  — Atrasada como sempre Sarada ou melhor vice-presidente. — disse Sumire, com um tom cortante, tentando manter a calma.


   — Desculpe, o ônibus teve um problema e eu acabei atrasando. Eu planejava chegar cedo mas...


  — Mas não chegou cedo — cortou Sumire, ríspida. — Vamos, não podemos perder mais tempo. — Ela suspirou e voltou a olhar para o tablet.


  Sarada, constrangida, se posicionou ao lado de Sumire. Seus olhos se arregalaram ao ver Boruto entre os novos alunos.


   “Então é verdade, ele é mesmo filho do diretor Naruto,” - pensou Sarada, surpresa.


— Boruto Uzumaki, correto? — indagou Sumire, apontando para o loiro com a caneta digital.


   — Sim, sou eu! — respondeu Boruto.


 — Interessante — disse Sumire, avaliando-o. — Filho do diretor, com um currículo impecável e algumas advertências. Ninguém é perfeito, certo? — A ironia era clara em sua voz.


 — Eu percebo bem isso — retrucou Boruto com um sorriso cínico.


 — Vamos continuar... — disse Sumire, voltando à chamada.


 A atenção de todos se voltou para a entrada quando um casal de irmãos deslumbrantes entrou no local. O rapaz, com cabelos verdes e mechas rosa, usava o uniforme da escola com um estilo único: casaco adornado com pingentes de estrelas, luva sem dedos e camiseta desabotoada. Ao seu lado, uma jovem de beleza estonteante, com cabelos longos e azulados, usava uma versão ajustada do uniforme que destacava sua barriga tonificada. Suas unhas pintadas de rosa e maquiagem impecável chamavam a atenção, e o salto alto parecia desafiar a gravidade com sua elegância.


Todos estavam atônitos com a presença marcante dos dois irmãos que se aproximavam.


 — Desculpe o atraso —  disse Eida, com uma voz elegante e doce, enquanto tirava seus óculos escuros. — Perdemos a noção do tempo.


— Hum, vocês não foram os únicos — comentou Sumire, lançando um olhar sutil para Sarada com um sorriso que era mais um gesto de formalidade. — Vocês devem ser os irmãos Otsutsuki, correto? — perguntou Sumire, verificando a lista no tablet.


 —  Sim, eu sou Eida e este é meu irmão Daemon — apresentou Eida, enquanto acariciava o cabelo de Daemon.


— Entendi… — disse Sumire, voltando a olhar para o tablet. — Vamos prosseguir, Mitsuki? — chamou.


 O albino Mitsuki, com as bochechas coradas, estava completamente absorto observando Eida, até que ouviu seu nome.


 — A-Ah, aqui! — disse Mitsuki, levantando a mão rapidamente.


— E por último, Himawari Uzumaki — continuou Sumire, avaliando Himawari de cima a baixo. — Parece que este ano será bastante interessante — acrescentou com um sorriso que não prometia nada de bom, fazendo Sarada se arrepiar, conhecendo bem o estilo provocativo de Sumire. — Ótimo, agora todos peguem seus celulares e abram o aplicativo do colégio — instruiu Sumire, digitando no tablet.


Todos obedeceram. Boruto bufou, já entediado e ansioso para se acomodar no dormitório, mas não havia escolha. Ele entrou no aplicativo e recebeu um link para o kit de boas-vindas.


— O link que vocês receberam contém o kit de boas-vindas — explicou Sumire com um tom didático. — Nele, vocês encontrarão todas as informações necessárias sobre o colégio, incluindo horários de aula, localização das salas e regras importantes. 


Sarada, que estava ao lado de Sumire, ajudava os novos alunos a navegar pelo aplicativo, garantindo que todos compreendessem as informações.


— Se tiverem dúvidas sobre o uso do aplicativo ou qualquer outra coisa — disse Sarada, tentando ser útil e amigável — sintam-se à vontade para perguntar. Estamos aqui para ajudar.


— Muito bem, vamos começar o tour. Não podemos perder a cerimônia de boas-vindas, certo? — disse Sumire, já se dirigindo para a saída.


Os alunos seguiram Sumire, ansiosos para explorar o renomado colégio Elite Namikaze School e conhecer suas instalações.


☆ Na sala do diretor Naruto ☆


Dentro do seu escritório, o diretor Naruto tentava em vão revisar seu discurso para a cerimônia de boas-vindas. A página do seu caderno estava cheia de rabiscos e anotações, e a frustração estava começando a lhe causar ansiedade, já que o evento estava prestes a começar. De repente, um toque na porta o interrompeu.


— Sim? — perguntou Naruto, sem desviar o olhar do papel.


 A porta se abriu, revelando Shion, sua encantadora secretária, que secretamente nutria uma paixão por ele.


— Senhor Naruto, um jovem está aqui para vê-lo. Devo deixá-lo entrar? — perguntou Shion, tentando manter a compostura.


— E quem é esse jovem? — indagou Naruto, erguendo uma sobrancelha, ainda focado em seu discurso.


— Ele preferiu não revelar o nome, mas mencionou que é um conhecido muito importante — explicou Shion, suas bochechas levemente coradas ao olhar para Naruto.


— Entendi. Pode deixá-lo entrar — disse Naruto, permitindo a visita. Shion assentiu, saindo com um sorriso discreto e uma leve corada no rosto, encantada pela concentração de Naruto.


— Hum, deve ser o Boruto querendo reclamar de algo — murmurou Naruto para si mesmo, pensativo.


A porta se abriu novamente, e a voz familiar  chamou a atenção de Naruto.


   — Olá, senhor Sétimo.


   Naruto imediatamente soltou o lápis e se levantou, sorrindo ao ver um antigo aluno que estava de volta para completar seu último ano no colégio.


 — Kawaki! — exclamou Naruto, claramente emocionado. — É ótimo te ver, rapaz! — disse, estendendo os braços para um abraço afetuoso. Kawaki retribuiu o abraço, sentindo-se mais relaxado.


— Uau, você já está um rapaz feito — disse  Naruto, surpreso e feliz, enquanto segurava o rosto de Kawaki com as mãos. — Fiquei muito contente quando soube que seu pai o matriculou de volta aqui.


— Eu também estou feliz de estar de volta — revelou Kawaki, coçando a nuca timidamente. — Senti falta daqui e do senhor.


— Eu também, filho. Bem-vindo de volta! — disse Naruto, com um sorriso caloroso, sentindo a satisfação de ver um ex-aluno retornar ao lugar que ele considerava especial.


— Cof, cof, cof... —O som de uma tosse forçada ecoou pela sala, interrompendo o clima amigável. Jigen entrou acompanhado por Code, com um semblante que misturava formalidade e desdém. — Naruto Uzumaki, quanto tempo! Imagino que seus negócios estejam indo bem — comentou Jigen, mantendo uma fachada de cordialidade.


— Oh, sim. Graças ao Kami, este lugar que meu pai criou é um verdadeiro tesouro, tanto para mim quanto para todos que estudam aqui — respondeu Naruto com orgulho evidente.


Jigen bufou discretamente, sentindo-se enojado pela visão idealista de Naruto.


— De fato, é um tesouro inestimável, Senhor Uzumaki — disse Jigen, com um tom que mal escondia sua desaprovação. — E como já mencionei antes, minha oferta de compra por este lugar ainda está de pé.


— Pela milésima vez, Jigen, este lugar não está à venda. Nem a morte me faria vender esta instituição — declarou Naruto com firmeza, o que fez Jigen ranger os dentes em frustração. —  Mas não vamos discutir isso na frente dos seus filhos, certo? — completou Naruto, apertando amigavelmente o ombro de Kawaki, percebendo que o jovem estava visivelmente desconfortável com a atitude de Jigen.


—  Muito bem, vamos encerrar esse assunto por agora — assentiu Jigen, relutante em continuar a discussão. — Vamos, Kawaki e Code. Vamos pegar nossos lugares, acredito que o Senhor Uzumaki terá um ótimo discurso para nos apresentar, não é? — disse, com um sorriso que não chegava aos olhos.


— Pode ter certeza! — afirmou Naruto, com um sorriso confiante, determinado a não deixar que nada atrapalhasse o evento.


— Até mais, Senhor Sétimo — disse Kawaki, antes de seguir Jigen e Code.


 — Até, filho.


Respondeu Naruto, observando o trio sair da sala, sentindo uma leve preocupação por Kawaki, mas decidido a manter o foco no que precisava ser feito.



☆☆☆


Algum tempo depois, o tour finalmente chegou ao fim. Sumire e Sarada conduziram o grupo de novos alunos até o auditório, onde a cerimônia de boas-vindas seria realizada. Ao entrarem, os olhos de todos se voltaram para o grandioso espaço à sua frente.


 O auditório do Instituto Namikaze School era imponente, com um design moderno que ainda preservava toques tradicionais. As paredes eram revestidas de madeira escura, polida, criando uma atmosfera acolhedora e ao mesmo tempo solene. Lustres de cristal pendiam do teto alto, iluminando o ambiente com uma luz suave e elegante. As fileiras de cadeiras, estofadas em um tom de azul profundo, estavam dispostas em um leve declive, garantindo que todos os presentes tivessem uma visão clara do palco.


 No centro do palco, uma grande bandeira do instituto, adornada com o símbolo de um redemoinho, tremulava levemente ao toque do ar condicionado. Atrás dela, um telão exibia o logotipo do colégio, intercalado com fotos históricas e recentes, mostrando a evolução do instituto ao longo dos anos. O auditório estava lotado, com exceção de alguns assentos vagos, sinalizando que a cerimônia estava prestes a começar.


Boruto, Himawari, e os outros novos alunos observavam com curiosidade. Havia uma sensação de antecipação no ar, amplificada pela presença de ex-alunos, muitos dos quais agora pais de alunos atuais. O mix de gerações criava uma atmosfera de tradição e continuidade, lembrando a todos que o Instituto Namikaze era mais do que apenas uma escola — era uma comunidade com uma história rica.


— Pois bem, pessoal, vamos aos nossos lugares. Sigam-me e…


Sumire interrompeu-se de repente, seus olhos arregalados ao se deparar com algo que fez seu coração saltar. Seu olhar fixo em direção ao andar superior chamou a atenção de Sarada, que, ao seguir o olhar da presidente do grêmio, também ficou paralisada. Seus olhos se encontraram com a figura de Kawaki, sentado na área VIP.


— N-Não pode ser… — murmurou Sumire, visivelmente abalada. O grupo de alunos novos trocou olhares confusos, sem entender o que estava acontecendo.


 Sarada, por outro lado, estava trêmula. Seu coração disparou ao ver Kawaki, alguém que ela havia amado profundamente no passado, mas também alguém a quem ela tinha machucado. Memórias dolorosas que ela havia enterrado voltaram à tona com força, como um vendaval. O ar começou a faltar, e o auditório parecia girar ao redor dela. Sua visão ficou turva, e a sensação de sufocamento aumentou. Sarada estava à beira de um colapso, quando seus olhos encontraram os de Kawaki. Ele também estava em choque, seu rosto mostrando uma mistura de nervosismo e surpresa.


   Não conseguindo lidar com a pressão do momento, Sarada virou-se e saiu correndo, desesperada para fugir da realidade que a esmagava.


Boruto, sem entender o que estava acontecendo, mas preocupado com Sarada, agiu por instinto.


   — Hima, eu já volto! Fica aqui! — ordenou ele, antes de sair correndo atrás de Sarada.


 — O quê? Boruto, espera! — protestou Himawari, mas era tarde demais. — Ai, esse garoto teimoso... Eu não entendi nada.


— Gente doida é o que não falta nesse colégio, né, maninha? — comentou Daemon, relaxado, com as mãos apoiadas na nuca. — Maninha? — chamou novamente, percebendo que Eida não estava prestando atenção nele. Seus olhos estavam fixos em Kawaki, e suas bochechas estavam levemente coradas. O coração dela batia acelerado, tomada por uma mistura de emoções que a deixou sem palavras.


  “Meu amor, finalmente vamos nos conhecer... e eu farei de tudo para que você se apaixone por mim, nem que isso me custe a vida.”


   Pensou Eida, determinada.


  Enquanto isso, Himawari, ainda confusa com tudo o que estava acontecendo, quase olhou na direção de Kawaki, mas foi interrompida por Sumire, que, apesar de ainda estar abalada, retomou o controle da situação.


 — Muito bem, todos me sigam para os seus assentos, agora — ordenou Sumire, tentando manter a compostura, embora seu interior estivesse em tumulto.


 Sumire conduziu o grupo aos assentos com a mesma postura firme e controlada de sempre, mas sua mente estava a mil. Pensamentos turbulentos sobre o passado, agora encarnado na presença de Kawaki, agitavam suas emoções. Ela sabia que aquele ano escolar prometia ser diferente, e não era apenas pelos alunos novos. Havia uma sensação inquietante de que o passado estava prestes a se repetir, e ela se perguntou o que mais o destino poderia reservar.


 Enquanto isso, Sarada continuava a correr pelos corredores, tentando escapar dos fantasmas que a perseguiam. Cada passo era um reflexo do pânico que a dominava, e seu coração batia tão rápido que parecia que poderia explodir a qualquer momento. As memórias que tanto lutou para enterrar agora a assombravam, e a dor era palpável.


 Ela finalmente parou ao lado de uma escada isolada, sem forças para continuar. Seu corpo tremia, e a tensão acumulada fez com que as lágrimas finalmente caíssem. Sarada deslizou para o chão, abraçando os joelhos com força como se quisesse se proteger de um mundo que parecia desmoronar. Seu choro era abafado, mas cada soluço revelava o quanto estava sofrendo. As perguntas que repetia para si mesma apenas intensificavam o sentimento de desespero.


— Por que ele tinha que voltar? Por que eu não posso ter um momento de paz neste lugar? — sussurrou Sarada, sua voz cheia de frustração e dor. Suas palavras ecoavam nos corredores vazios, refletindo a angústia que ela tentava, em vão, controlar.


De repente, a porta do corredor se abriu com um leve rangido, e Boruto entrou, respirando com dificuldade depois de correr atrás dela. Seus olhos ansiosos vasculharam o ambiente até encontrarem Sarada, encolhida na escada. Ele se aproximou devagar, preocupado em não piorar a situação.


Boruto se ajoelhou ao lado de Sarada, sem dizer nada. Em silêncio, ele retirou um lenço do bolso e ofereceu a ela, num gesto simples, mas carregado de empatia. Sarada hesitou por um momento, mas aceitou o lenço, sentindo um alívio ao ver que ele estava ali, disposto a ajudá-la sem esperar nada em troca.


 Ela usou o lenço para secar as lágrimas que não paravam de escorrer, enquanto Boruto permanecia ao seu lado, respeitando o espaço dela. 


Sarada ergueu o olhar, encontrando os olhos de Boruto. Lágrimas continuavam a escorrer pelo seu rosto, mas havia algo na expressão de Boruto, uma mistura de preocupação e compreensão, que a fez sentir surpresa e grata por isso.


— P-Por que você veio atrás de mim? — perguntou Sarada, sua curiosidade evidente.


 Boruto hesitou por um momento, mordendo o lábio enquanto pensava na melhor maneira de responder.


— Bom... — começou ele, sem jeito — eu só... achei que você pudesse precisar de um ombro amigo, sabe? Mas, se você quiser ficar sozinha, tudo bem, eu...


— Não! — exclamou Sarada, interrompendo-o, o que o fez se sobressaltar. Ela então soltou uma risada breve e nervosa. — Desculpa, é que... obrigada por vir — disse, esboçando um pequeno sorriso, apreciando genuinamente a preocupação dele.


Boruto relaxou um pouco ao ver que ela estava começando a se acalmar, mas sua curiosidade ainda o incomodava.


— Mas, sério, por que você saiu daquele jeito? — perguntou, inclinando a cabeça para tentar entender melhor. — A garota que me salvou pareceu tão forte... o que te fez chorar assim?


Sarada suspirou, sentindo o peso da explicação que sabia que deveria dar, mas que era tão difícil de colocar em palavras.


 — É complicado... — respondeu, desviando o olhar. — Eu vi uma pessoa que... me machucou muito no passado. E agora, com essa pessoa de volta, eu tenho medo de que as coisas só piorem.


— Como assim? — perguntou Boruto, sua voz cheia de preocupação genuína.


 Sarada mordeu o lábio, ponderando se deveria mesmo compartilhar isso com ele. Afinal, mal se conheciam.


 — Olha, eu não sei se deveria te contar... a gente mal se conhece e...


 Boruto interrompeu com um sorriso encorajador:


   — Ei, claro que a gente se conhece! Você me salvou, e graças a você, eu não fui atropelado. E agora, nos reencontramos aqui, que é uma grande coincidência, tenho que admitir — disse ele, tentando aliviar a tensão.


 Sarada sorriu um pouco, sentindo-se mais à vontade.


 — Talvez... — murmurou ela, antes de decidir. — Ok, vou desabafar um pouco com você.


 Boruto assentiu, mostrando que estava pronto para ouvir-la.


 Sarada respirou fundo, suas palavras carregadas de dor enquanto revivia o passado.


 — Três anos atrás, no nono ano... — começou, sua voz um pouco distante — eu era novata no colégio e estava apavorada. Nunca tinha estudado em uma instituição tão elitista. Mas as coisas mudaram quando minha colega de quarto e eu viramos amigas. Ela era a garota mais linda e popular do colégio, uma excelente aluna. Graças a ela, ganhei confiança para começar o semestre. Tudo parecia estar indo bem... até que ela terminou com o namorado.


  Boruto ouvia atentamente, os olhos fixos em Sarada enquanto ela desabafava.


 — Ela podia ser uma boa amiga, mas também era extremamente egocêntrica e severa — continuou Sarada, sua voz ficando mais amarga ao relembrar. — Eles brigavam constantemente, e quando ele a deixou, ela ficou devastada. Eu achava que ela o amava muito. E então, por coincidência, ele e eu fomos designados para um trabalho de ciências juntos. Acabamos nos aproximando e, eventualmente, começamos a sair escondido. No nosso terceiro encontro, demos nosso primeiro beijo. Foi tão... mágico, como se fosse um sonho do qual eu nunca quisesse acordar.


 Sarada fez uma pausa, seus olhos marejados.


— Mas, como em todos os contos de fadas, houve um fim. No baile de outono, ele me convidou para ir com ele. Decidimos que era hora de revelar nosso relacionamento. Mas, quando cheguei lá, vi ele dançando com ela... e então, eles se beijaram. Meu coração partiu em mil pedaços. Foi como se minha alma tivesse se quebrado.


 Boruto sentiu um nó na garganta enquanto ouvia, a indignação crescendo dentro dele.


— Ela percebeu que eu estava lá — continuou Sarada, a dor evidente em sua voz. — E veio para cima de mim, me chamando de talarica. Começamos a brigar no meio da pista de dança. Os professores tiveram que nos separar e fomos levadas para a diretoria. Seu pai, o diretor, nos deu uma advertência comunitária. Desde aquele dia, ela tornou minha vida um inferno... tudo por causa dele.


 Boruto balançou a cabeça, incrédulo.


 — Céus... — murmurou, indignado. — E o que aconteceu com esse idiota? — perguntou, sentindo a raiva crescendo.


   Sarada suspirou, resignada.


 — Ele tentou falar comigo, me ligou várias vezes, mas eu fingia que ele nem existia. Para mim, ele estava morto. Uma semana depois, soube que ele saiu do colégio. Foi aí que o ódio dela por mim só aumentou.


 Boruto apertou os punhos, o calor da raiva fervendo dentro dele ao ouvir a história de Sarada. Ele entendia bem o que era ser traído por alguém que amava, e isso só fazia sua indignação crescer.


 — Sabe de uma coisa? — disse Boruto, levantando-se de repente, a revolta evidente em sua voz. — O amor... é uma droga. Uma merda que os seres humanos inventaram e não têm vergonha de viver. As pessoas tomam decisões egoístas, machucam os outros, e depois acham que tudo se resolve com uma desculpa. Isso me dá nojo!


Ele andava de um lado para o outro, as mãos passando pelos cabelos em frustração. Sarada o observava, surpresa com a intensidade das palavras dele. De repente, Boruto parou e se virou para ela, segurando suas mãos com firmeza. O gesto fez Sarada arregalar os olhos, surpresa pelo toque inesperado.


— Olha, Sarada — disse ele, olhando diretamente nos olhos dela, sua voz carregada de determinação. — Que se dane tudo isso, tá? Que se dane o que aconteceu no passado. Este ano vai ser diferente. Eu juro, com todo o meu coração, que vou fazer de tudo para que esse ano seja inesquecível pra você. E prometo que ninguém, ninguém, vai tocar em um fio de cabelo seu. Eu vou te proteger, de verdade.


Sarada sentiu um turbilhão de emoções ao ouvir as palavras de Boruto. A sinceridade e firmeza em sua voz mexeram profundamente com ela, fazendo seu coração disparar e suas bochechas corarem. Era como se ela estivesse sendo puxada para dentro daqueles intensos olhos azuis.


 Boruto notou o jeito que Sarada o olhava, e uma expressão de confusão atravessou seu rosto. Ele inclinou a cabeça, intrigado.


— O que foi? Por que você tá me olhando assim? — perguntou Boruto, observando o rubor nas bochechas de Sarada. — Olha, eu sei que sou atraente, mas...


 — O-O quê? Não é nada disso! — Sarada protestou rapidamente, balançando a cabeça e se levantando de um salto, dando alguns passos para longe dele, de costas.


 Boruto esboçou um sorriso de canto, achando a reação dela adorável. Ele se aproximou devagar, sem tirar os olhos dela.


 — Ah, é? Então, o que é? — provocou Boruto, a voz suave e carregada de curiosidade.


 — Não é nada, só que... — Sarada respondeu, a irritação evidente na voz, mas hesitando ao tentar explicar o que sentia. Ela respirou fundo antes de continuar. — Seus olhos, eles...


 — O que têm meus olhos? — Boruto perguntou, puxando-a pela cintura e virando-a de frente para ele, os rostos a poucos centímetros de distância.


 Sarada prendeu a respiração, o nervosismo evidente em seu olhar. O toque firme de Boruto e a proximidade repentina deixaram seu coração ainda mais acelerado.


 — Eles são... — Sarada começou, a voz trêmula enquanto olhava nos olhos dele. — Mais azuis do que os do... senhor diretor...


 Boruto ergueu uma sobrancelha, surpreso pela comparação.


   — Do meu pai? — questionou ele, e Sarada assentiu timidamente, desviando o olhar por um breve momento.


 — É... — sussurrou ela, sentindo o peso do olhar de Boruto sobre si. Ele estava sério, mas seus olhos eram gentis, examinando cada detalhe do rosto de Sarada, os olhos de ônix dela refletindo uma mistura de vulnerabilidade e força.


 Por um momento, o tempo pareceu parar, e Sarada sentiu que, de alguma forma, Boruto havia rompido uma barreira em seu coração, deixando-a ainda mais exposta e confusa com os sentimentos que surgiam dentro de si.


Sarada sabia que precisava voltar à realidade, embora o momento que compartilharam tenha sido quase mágico. Ela deu uma pequena tossida, separando-se gentilmente de Boruto.


 — E-Eu acho melhor voltarmos para a cerimônia, né? — sugeriu Sarada, tentando se recompor enquanto ajeitava o cabelo.


 — É, infelizmente — disse Boruto, bufando com tédio, as mãos enfiadas nos bolsos. — Já tô até vendo o velho do meu pai falando um monte de baboseira por horas.


 — Ei, não fala assim do meu ídolo! — repreendeu Sarada, claramente incomodada com o comentário de Boruto.


 — Ídolo? Hahaha, essa é boa! — Boruto riu alto, sem se conter.


— Ai! — Sarada deu um tapa leve no braço de Boruto. — Escuta, ele é a razão de eu ter descoberto meu propósito: ser uma renomada diretora, assim como ele. Sempre admirei o jeito que ele ajuda as pessoas a encontrarem seus caminhos, e é isso que eu quero fazer também.


— Ah, é? Bom, se esse é o seu sonho, eu não vou julgar. Se você quer parecer com aquele velhote, o problema é seu, não meu — disse Boruto, ainda com um tom de provocação.


 Sarada revirou os olhos, cruzando os braços.


 — Uau, pelo visto, esse é o ponto que te machuca, né? — observou Sarada, percebendo que o assunto sobre Naruto era delicado para Boruto.


— O quê? Nada disso. Só acho tudo isso muito chato e entediante, e que acaba afastando algumas pessoas importantes da sua vida — revelou Boruto, deixando escapar um pouco da dor que sentia.


 — Boruto... — Sarada murmurou, notando como aquele assunto realmente tocava Boruto profundamente. Ela podia ver que, por trás daquela atitude despreocupada, havia uma ferida que ele escondia bem.


 Sentindo que o clima estava ficando pesado, Boruto decidiu mudar o tom de uma vez por todas.


 — Tá, chega disso! — disse Boruto, abruptamente. — Vamos lá, quem chegar por último é a mulher do padre! — E com isso, ele saiu correndo, deixando Sarada para trás.


— O-O quê? Boruto, espera! Não corra pelos corredores! BORUTO!


 Sarada chamou, tentando manter o tom sério, mas acabou rindo ao ver a infantilidade de Boruto. Sem ter escolha, ela se viu correndo atrás dele.


 Sarada correu atrás de Boruto pelos corredores, o som das risadas dele ecoando pelas paredes. Ela podia ver o loiro à sua frente, mas não subestimava suas habilidades. Afinal, ela não era considerada a melhor no atletismo à toa. Em questão de segundos, Sarada alcançou Boruto, correndo ao lado dele com facilidade.


 — Vem cá você é idiota ou o que, Boruto ? — ela perguntou, olhando para ele, enquanto corria na mesma velocidade.


 — Hahaha! — Boruto riu, acelerando o passo.


 Os dois chegaram juntos à entrada do auditório, abrindo a porta com tanta pressa que ela bateu ruidosamente contra a parede. O som reverberou pela sala, atraindo os olhares de todos os presentes, incluindo os de Naruto, que estava no palco fazendo sua palestra. A sala, antes atenta às palavras do diretor, agora estava focada nos dois jovens.


 Sarada, de imediato, sentiu o peso de todos os olhares sobre ela. Seu rosto corou de vergonha, e o arrependimento pelo comportamento impulsivo tomou conta. Ela queria desaparecer, especialmente ao perceber que tinha interrompido a fala de Naruto, alguém que respeitava profundamente.


 Por outro lado, Boruto estava completamente despreocupado. Ele lançou um olhar despreocupado ao redor, quase satisfeito com a pequena rebeldia que havia causado. Para ele, aquilo tinha sido uma entrada triunfal, uma forma de desafiar a seriedade da ocasião e, talvez, até mesmo tirar seu pai do eixo.


— Perdão pela interrupção, pessoal — começou Boruto, a voz cheia de confiança. — Mas acho que essa é uma entrada digna do que vou dizer. Pra quem ainda não me conhece, sou Boruto Uzumaki. Sim, filho do diretor, o 'indomável' Naruto Uzumaki. Só que eu não tô aqui pra viver na sombra de ninguém.


 O auditório estava em silêncio total, todos os olhares fixos em Boruto, que continuou, sem perder o tom desafiador:


 — Este ano, vou fazer história nesse colégio, e não me importo se gostarem ou não. Se alguém aqui tiver algum problema com isso, é melhor falar agora. Porque Boruto Uzumaki não recua e não desiste fácil.


Quando Boruto terminou, o auditório ficou em choque. Os alunos estavam perplexos, alguns se sentindo ameaçados pelo que consideravam uma provocação. Os pais dos alunos começaram a murmurar entre si, surpresos com a audácia e a personalidade forte do rapaz. Os professores, por sua vez, trocaram olhares constrangidos, já antecipando o desafio que Boruto poderia representar.


 Naruto, no palco, manteve uma expressão séria, mas por dentro sentia uma mistura de desaprovação e exasperação. Ele passou a mão pelo rosto, suspirando profundamente, ciente de que teria muito o que lidar nos próximos dias.


 — Certo, por enquanto era só isso mesmo que eu tinha a dizer — disse Boruto, jogando um sorriso despreocupado para a plateia. — Vem, Sarada. 


 Sarada, que estava paralisada de vergonha alheia, não respondeu de imediato. Sem esperar, Boruto segurou a mão dela e a puxou para um assento vazio. Ambos se sentaram, e Sarada, ainda pasma, não conseguiu se conter.


 — Você é idiota de nascimento ou o quê? — sussurrou Sarada, incrédula. — Isso foi ridículo, Boruto.


 — Ah, você é muito chata — suspirou Boruto, claramente entediado. — Olha, vai se acostumando, porque eu falo e faço o que me der na telha, tá legal?


 — Boruto, as coisas não são assim, você...


 — Shhh! — Boruto levou o dedo aos lábios, pedindo silêncio. — Fica quieta, não tá vendo que o senhor diretor tá me encarando furiosamente? — disse ele com um sorriso travesso, apontando discretamente para Naruto.


 — Céus, Boruto, respeite seu pai — aconselhou Sarada, tentando ser séria, enquanto Boruto apenas bufou, desinteressado.


 No palco, Naruto respirou fundo, fazendo um esforço visível para manter a compostura. Ele lançou um olhar severo a Boruto, mas decidiu não se deixar afetar pela provocação do filho. Com uma breve pausa para recuperar o foco, Naruto retomou seu discurso.


 — Como eu estava dizendo... — continuou Naruto, com a voz firme, apesar da pequena interrupção. — Este instituto não é apenas um lugar de aprendizado acadêmico, mas também de crescimento pessoal. Nosso objetivo aqui é formar não apenas grandes profissionais, mas também cidadãos íntegros, capazes de contribuir de maneira significativa para a sociedade.


 O auditório voltou a prestar atenção, enquanto Naruto concluía suas palavras, claramente determinado a não deixar que a entrada explosiva de Boruto minasse o evento.


 — Desejo a todos um ano letivo de muito aprendizado e conquistas. Lembrem-se: o que vocês fizerem hoje refletirá no futuro que construirão. Sejam responsáveis e, acima de tudo, sejam justos com vocês mesmos e com os outros. 


 Naruto finalizou, recebendo aplausos da plateia, embora ainda visivelmente abalado pela atitude do filho.


 E agora estava oficialmente declarado a volta às aulas no Elite Namikaze School.


☆ Continua ☆



Notas Finais


É isso aí agora se inicia o arco, estão animados ? Gostariam do capítulo ? O que acharam com o que aconteceu com a Sarada terrível, né?
Bom, até a próxima.😘


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