CAMERON's P.O.V
Meu chá já havia se esfriado, me pergunto por que saí da cama mesmo, a chuva da manhã estava sobre minha janela, e eu não conseguia ver nada, mesmo se pudesse, o céu estaria cinza e tudo que conseguiria ver daquele bairro medíocre seriam os vagabundos sem-teto vagando sem rumo pelas ruas imundas daquela região, pessoas se drogando na calçada, que merda, e a cocaína deles nem é de qualidade. A foto de nós dois juntos continuava a ser meu plano de fundo no celular, quando a olho, a lembrança vem como um flash em minha cabeça, Catherine estava na cozinha e eu a puxei pela cintura e dei um beijo em sua testa, o pior de tudo era que isso não foi mentira, e a única pessoa que estava enganando era eu mesmo, no final das contas ela ia ter que acabar morta, o tempo está acabando, e é muito melhor acabar com isso de uma vez. Saí pela porta e o dia estava tão denso e escuro, fico me perguntando quando passei a ligar para isso.
Dirigi por mais de uma hora e me encontrei com os meninos, logo que pisei o pé no galpão é como se todos olhassem pra mim, então eu tentei evitar contato visual porque se eu fizesse isso "abriria portas" para conversa, e eu não queria isso, não estava procurando atenção.
- Qual é a dessa vez? – perguntei com sarcasmo.
Joguei minhas chaves do carro sobre a mesa e me sentei na cadeira ao lado de Aaron, ele cheirava uma fileira de cocaína, o que me gerou um olhar de desaprovação. eu não sabia o que estava acontecendo comigo.
- Você sabe que o tempo está se esgotando, o contrato será quebrado e você não será a única pessoa em perigo – Taylor respondeu seco, ele estava com um olhar misterioso, com certeza escondia algo de nós.
- A diversão com ela acabou e eu to ligado disso – respondi.
Estendi as mãos sobre a mesa e comecei a bater os dedos freneticamente, o som dos deles batendo começava a se atenuar e derrepente este era o único som na sala, minha cabeça estava em qualquer outro lugar menos ali, não conseguia prestar atenção em nenhuma palavra. Observava a expressão de todos em volta e eles não passavam de bocas se mexendo sem propósito, nenhuma palavra saia, eu já começava a suar frio, sentia minha pulsação se acelerar
- Cameron! - Mahogany gritou - Ta tudo bem?
- Receio que a resposta seja não - susurrei.
- To precisando cheirar mais algumas, quais são os novos comandos? – Nash foi o último a chegar.
Como sempre pontual.
- Tem uma nova garota na área, o nome dela é Lauren, filha de um advogado, ao que consta aqui - Taylor tirou uma papelada de dentro do armário e começou a folhar - Heitor Salaroli acabou de sair da prisão e ele quer que a gente ponha um fim na princesinha, quer se vingar do velhote do advogado, típico.
- Quem assume essa? - Aaron perguntou.
- Eu dispenso - falei.
- Você dispensando uma oportunidade de acrescentar mais uma na lista? - Aaron indagou.
- É porra, não escutou? Eu não to afim. – respondi com mais frieza.
De repente uma explosão de barulho tomou conta do ambiente e dois capangas do Matthew Espinosa arrombaram as portas do galpão, eu e todos os meninos em um giro rápido instantaneamente paramos embaixo da mesa, sacamos nossas armas e começamos a atirar em direção a eles, eles desviavam e os tiros pegavam em todos os lugares possíveis, destruindo tudo em volta.
Nossos tiros se cessaram em questão de segundos, um deles pegou Mahogany e ele estava com a arma apontada para a cabeça dela.
- Ela consegue se virar, continua atirando caralho! - falei em um sussurro que por pouco não se tornou um grito.
- TA LOUCO VELHO? ELES VÃO ACABAR MATANDO ELA! - Nash estava logo ao meu lado, me dando cobertura.
- ELA FOI BURRA, FEZ POR MERECER!
- VOCÊ NÃO PODE SER TÃO FRIO ASSIM - Nash berrava ao meu lado e isso me distraia da missão principal, destruir Matthew Lee Espinosa.
- Que caralho! - Abaixado, corri para o segundo andar do galpão, desviando dos tiros - É A MIM QUE VOCÊ QUER ESPINOSA!
Matthew virou em minha direção e não hesitou em correr atrás de mim, nesses segundos de distração Shawn surgiu atrás do capanga que segurava Mahogany e deu uma coronhada na cabeça dele, o cara caiu mole no chão no mesmo segundo, os dois correram para de trás de um armário, aonde começaram a trocar tiros.
Meu plano tinha funcionado, Mahogany estava livre e agora minha preocupação era ele, me dirigi até um quarto ao final do corretor, botei alguns móveis na frente da porta para dificultar a entrada dele. Corri para debaixo da cama e me escondi lá, seria a oportunidade perfeita para por um fim nessa história, ele entraria no quarto e levaria um tiro certeiro.
Pistola á mão, Matthew arrombou a porta, deu passos vagarosos até a cama, levantou o edredom para cuidadosamente olhar embaixo, mas eu não estava lá, confuso ele ergueu os olhos e começou a vasculhar o quarto. Me arrastei em silêncio para fora e fiquei atrás dele.
- Achou o que tava procurando? - apontei a arma para ele.
Matthew virou já como as mãos para cima, se rendendo
Como aquele bixa era fraco.
Ele estava pálido, via o suor correndo pelo rosto dele e o modo como tremia mostrava o quão assustado ele estava.
- Você não vai querer me matar - ele disse.
- Posso saber por quê? - ri irônico.
- Catherine. Catherine McCarth. Esse nome significa algo para você?
Meu coração acelerou, tentei algumas palavras mas elas não saiam.
- Não - falei com a voz trêmula.
- Se eu morrer, meus capangas vão atrás dela, você sabe disso - um sorrisinho surgiu no canto da boca dele.
Meu dedo tremia, eu queria apertar o gatilho mas algo em mim me impedia, se acreditasse em Deus podia jurar por ele que alguma força tomou conta de mim e me impediu de fazer qualquer coisa contra aquele cretino, eu não conseguia, podia colocar ela em perigo.
Minhas mãos começaram a suar frio, minha pulsação se acelerou, podia sentir que meu coração ia rasgar meu peito, uma agonia tomou conta e eu não conseguia pensar em mais nada a não ser Catherine está em perigo, Catherine está em perigo.
- Seu desgraçado! - gritei.
- Olha que lindo, ele arriscando tudo por ela - Matthew começou a se aproximar - Você não achou que se apaixonaria de novo, não é mesmo?
- EU NÃO ESTOU APAIXONADO! - Destravei a arma e ele deu dois passos para trás - SE VOCÊ FALAR MAIS ALGUMA COISA EU ACABO COM TUA RAÇA!
- Nós somos da mesma raça, Cameron, bandidos incapazes de fazer alguém feliz.
A voz dele penetrava minha cabeça e me deixava conturbado, era como se ela estivesse se repetindo em replay
- CALA A BOCA, EU MANDEI CALAR A BOCA PORRA! - Dei um tiro que pegou de raspão no canto da orelha dele.
Ouvi um barulho vindo da direita, era Shawn e Nash, sem pensar duas vezes eles correram em direção ao Matthew, iam matá-lo.
- Não! - protestei - Deixe ele.
- VOCÊ CHEIROU IRMÃO? ELE VAI ACABAR COM NOSSA RAÇA, JÁ DEMOS CONTA DO RESTO, AGORA SÓ FALTA ELE - Shawn se aproximou dele e o segurou pela gola da blusa - Agora que tu morre, seu merdinha.
- A gente não pode matar ele - disse.
- Que história é essa? - Nash perguntou.
Olhei para Matthew e ele olhou de volta para mim, a julgar pelo meu silêncio ele saberia que mais um pouco e eu acabaria matando ele. ''Catherine'' ele susurrou com a boca, e mais uma vez fiquei sem forças.
Respirei fundo e comecei a falar.
- Soube que Klaus ta com ele, se o cara morrer fudeu pro nosso lado -engoli em seco - Deixa o cara ir - Matthew sorriu vitorioso com a mentira que tinha acabado de contar.
- Vocês ouviram o ''chefe'' - ele riu.
Ele puxou forte seu braço para se largar de Shawn e veio até minha direção.
- Agora eu te tenho em minhas mãos - sussurrou em meu ouvido.
Serrei os punhos para conter minha raiva. Cada músculo do meu corpo queria acabar com a raça dele, fechei meus olhos e apertei as pálpebras, serrava meus dentes e bufava.
(...)
- Essa festa ta uma porre - enrolei um baseado e comecei a fumar uma maconha forte, vou acabar me casando com essa parada.
- Eu ainda to tentando entender o que aconteceu lá dentro, Klaus nunca foi de se aliar com ninguém - Carter disse desconfiado.
- Cala a boca ou a Hayley vai acabar conhecendo o tamanho do meu pau - soltei a fumaça no ar e observei ela se desfazendo aos poucos.
- Você ta perdendo a cabeça - ele revirou os olhos e saiu, me deixando sozinho.
Fiquei assim por um tempo, todas aquelas pessoas babacas dançando ao som da música que um DJ babaca tocava. Não sentia que eu devia estar ali. Tinha droga para todo lado e isso normalmente me interassaria, mas não hoje.
- Mais uma taça, senhor? - Uma garçonete surgiu do meio da multidão e se aproximou trazendo uma garrafa de Jack Daniels.
- Eu dispenso – disse seco.
Me virei para o lado oposto. ela logo deu alguns passos e ficou em minha frente de novo.
- Não precisa pegar leve, é por conta da casa - ela brincou.
- Já pensou em dar meia-volta e parar de me encher o saco?
- Você tem a típica cara – falou.
- Não percebeu que eu não quero papo? - empurrei ela da minha frente e sai andando, me estressei com a vadia.
- De quem acabou de levar um pé na bunda. – ela continuo a falar
Meus passos se cessaram.
- Fui eu quem dei - disse sem se virar - não ela.
- Me deixa adivinhar, ciúmes?
- Ah qual é! agora eu vou ficar me abrindo pra uma garçonete? - Fui me aproximando dela.
- Parece que você não tem ninguém melhor. – falou fazendo um gesto com a mão, dei uma olhada em volta e todos os guris estavam ocupados demais para qualquer ''papo cabeça'' que eu quisesse ter. Aaron fumando, Carter comendo a Hayley, Nash tentando traçar Mahogany, Sam sozinho, pra variar.
- Tem o Sam - disse.
- Quem?
- Aquele - apontei - Sentando no sofá.
- Então vai falar com ele - ela sorriu.
- Falar com uma porta é mais útil.
Ambos rimos.
- Eu acho que foi tudo junto. – falei cabisbaixo - o porque da gente ter terminado, quer dizer, de eu ter terminado.
Ela me fitou por alguns segundos.
- Toma essa taça, você ta precisando. – direcionei meu olhar para ela, pegando a taça.
- Obrigado.
- Né que esse rostinho bonito pode ser educado quando quer? - ironizou.
- Não se acostuma - grunhi.
Ela me encarou por uns segundos até começa a falar
- Você a ama?
Respirei fundo e tomei mais uns goles que desceram queimando minha garganta.
- Eu não sei – distanciei meu olhar - Antes de ela aparecer achei que sabia de tudo - estendi a taça e ela encheu até o topo, bebi de uma vez só - e agora eu nem sei mais o que eu não sei.
- Eu acho que já inventaram um nome pra isso - ela sorriu.
- Eu não sinto isso – falei relutante.
- Todos dizem isso até sentir.
- Ou nós dois ficamos juntos ou eu desapareço da vida dela como se nada nunca tivesse acontecido e simplesmente quebro o coração dela - levei minha mão á testa, já sentia o efeito da bebida, abri e fechei os olhos seguidas vezes até retomar consciência - Estou começando a achar que os dois são a mesma coisa.
- Por ela vale a pena? digo, tudo isso?
- Por ela, sim, o problema sou eu.
- Não devia ser, eu já tenho certeza do que você sente por ela, agora só falta ela saber - ela me deu um tapinha no ombro - Só não sei qual encanto que ela fez para conquistar Cameron Alexander Dallas.
- Qual seu nome, a propósito? – perguntei interessado
- Só me chame de... seu cúpido do amor.
Ela saiu andando, acenou algumas vezes para mim até se perder totalmente na multidão.
CATHERINE's P.O.V
A última noite havia sido de longe a mais difícil, muito mais de que quando tinha treze anos e passei noites em claro morrendo de cólica, lembro de minha mãe ter acordado de madrugada e dirigido por toda Nova Orleans atrás de uma farmácia que estivesse aberta apenas para comprar um remédio para mim. Eu era sua garotinha e ela jamais deixaria nada acontecer comigo, mal sabe ela que o pior já havia acontecido... eu havia me apaixonado, e não era por qualquer pessoa, era por Cameron Dallas, o ''filho da puta mais malvado do mundo''
Eu não queria me sentir assim, sem saber o que fazer, sentindo esse buraco dentro de mim, como se tivessem cavado com uma pá e me deixado vazia.
Afastei os pensamentos da cabeça e me levantei, arrumei a cama que já havia se bagunçado e engomei as roupas que usei no dia anterior. Dei alguns poucos passos até o armário e o abri para colocá-las dentro, quando o fiz, vi o moletom de Cameron guardado bem ao fundo, lembro de ter escondido para impedir que Rosalinda visse, não que eu pensasse que ela iria contar para meu pai ou coisa do tipo, mas eu era vigiada demais naquela casa e precaução nunca era pouca. Peguei o moletom na mão, respirei fundo e o levei para perto do nariz, ainda havia o cheiro dele.
Tentei me desfazer, mas a idéia de ficar continuava insinuativa em minha mente, era mais forte que eu, então simplesmente resolvi o deixar lá dentro.
- Bom dia, CathCarth - Rosalinda entrou no meu quarto com uma bandeja cheia de frutas.
- Não me diga que vai começar a me chamar por esse apelido de novo - sorri fraco e a chamei para um abraço apertado - Me lembra a mamãe.
A expressão que tomou conta de seu rosto quando toquei no assunto me fez perguntar se havia algo de errado. As rugas que o tempo fizera questão de colocar na pele morena dela se acentuaram quando ela cerrou levemente os olhos.
- Não há nada, é só, você sabe que sua mãe te ama, não sabe?
Suspirei.
- Me ama? Rosalinda me desculpa, mas você se lembra das barbaridades que ela me disse aquele dia? Eu nunca vou esquecer aquilo - fiquei cabisbaixa e pousei minha mão sobre o ombro dela - Mas nada disso importa mais.
Coloque play na música aqui
Flash back on*
- É isso que você quer Catherine? que eu suma da tua vida? - Senti a respiração dele ficar ofegante, meus lábios não se mexiam mais, não vinha resposta nenhuma de mim, naquele momento parece que tudo ao redor entrou em equilíbrio estático e nada mais fazia barulho, nem mesmo o som das gotas da chuva batendo no chão. Por um tempo indeterminado ele ficou me olhando nos olhos, estava vidrado em mim, senti nossa respiração entrar em ritmo, e uma sensação estranha começou a tomar conta de mim quando Cameron aproximou seus lábios dos meus. Ele se afastou rapidamente tentando controlar sua respiração, Ele não queria deixar parecer que aquilo o afetou. Cameron correu até o carro e me deixou para atrás, e eu ainda sem reação nenhuma, só depois de alguns segundos andei cabisbaixa com os braços cruzados e me sentei ao seu lado.
Flash back off*
- Catherine? - Rosalinda me chamou a atenção.
Limpei algumas lágrimas que cairam do meu rosto, respirei fundo e tentei soar como se não estivesse absurdamente triste.
- É ele, não é? - perguntou.
Olhei Rosalinda no fundo dos olhos, a preocupação que ela estampava no rosto me fazia querer desabar. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, e um nó na minha garganta me impedia de falar, qualquer coisa seria motivo para chorar de novo.
- Eu sei que você o ama, e eu estaria te enganando em dizer que ele não a ama de volta, e querida, sei que ficar sem ele é como um vazio infinito e toda vez que você acorda é ele que vem a cabeça e derrepente tudo que já viveram juntos vem como uma lembrança viva em sua cabeça e ai seu coração bate mais forte e você tem certeza de que o ama, mas algo ainda a impede de se jogar com tudo nisso, a incerteza de saber que será feliz, eu sei que se sente assim mas... mas o amor dele é tóxico e vai destruir você.
Desabei. tão rápido como aquelas palavras sairam da boca de Rosalinda, corri para a abraça-la e ela me abraçou tão forte que senti minhas costelas estralando, chorava tanto que não conseguia conciliar o choro com a respiração e simplesmente ficava sem ar. Meu coração queria pular do meu peito e eu queria gritar, queria ser consumida por um buraco negro que tirasse de mim todos esses sentimentos. Me sentia como um saco de plástico voando com o vento, como um castelo de cartas a um simples sopro de desmoronar, me sentia como um desperdício de pedaço e meu coração estava como um relâmpago, como um furacão.
- Mas eu o amo tanto, as coisas deveriam ser simples.
- Vai surgir outros, eu juro, melhores - ela me abraçava e tentava me confortar.
- Mas nenhum deles vai ser o Cameron, e eu me odeio por me sentir assim - me desvencilhei de Rosalinda e comecei a chutar tudo que via pela frente - Eu não sou assim! Eu sou forte!
Caí no chão limpando as lágrimas
- Oh droga, eu sou forte.
off na musica.
(...)
- Kailin?
Ela atendeu com uma voz meio sonolenta.
- Oi.
- Eu preciso sair.
- SÉRIO? Eu sei que você não é muito de sair e isso não vai acontecer de novo tão cedo mas eu não to muito afim.
- Eu preciso muito de você. Agora.
- Tudo bem, Cath.
Não demorou mais de uma hora e Kailin já estava esperando por mim na frente do portão, fugi pelas portas dos fundos e no caminho tive que despistar uns 3 seguranças, haviam poucos porque meu pai saiu para fazer sei lá o que e levou metade deles com ele.
- É sério? Aqui? - falei.
Kailin parou na frente de um bar que eu tinha certeza que só gente acima dos trinta anos frequentava.
- Esse é o lugar mais seguro que eu conheço pra você
- Você só pode ta me zoando.
- Desculpa mas eu não quero acordar com a SWAT entrando pelo meu quarto porque seu pai deu um surto porque eu te levei em um lugar aonde não deveria.
- Vão se ferrar. Você e ele - sai batendo a porta do carro.
O que eu fiz na vida passada?
Eu matei pessoas inocentes? eu torturei animais fofos e roubei crianças dos hospitais e as obriguei viverem sozinhas num orfanato pro resto da vida? mesmo se tivesse o senhor ai encima já devia ter me perdoado.
Ah qual é! Será que alguma vezes as coisas podem funcionar?
Meu coração afundou. Eu não conseguia me mover, eu não conseguia pensar, e quando consegui ao menos me mover, tudo o que consegui pensar foi sobre como Cameron Dallas estava sentado a alguns cadeiras de distância de mim, sozinho, bebendo uma dose de uísque...Eu, eu não posso falor o porquê mas no mesmo momento uma raiva tomou conta de mim.
- O que você ta fazendo aqui, Cameron? - corri em direção a ele - Anda me perseguindo?
- Ta ficando louca, Catherine? - ele fez um gesto para o garçom e ele encheu mais um copo - Nos dois só estamos no mesmo lugar na mesma hora, pura coincidência.
- Não banque o espertinho comigo - me aproximei dele e já podia sentir aquele bafo de bebida se chocando contra o meu.
- Eu não banco... eu sou - sorriu cínico - Não se preocupe tanto comigo, eu to de boa - bebeu o copo com o uísque de uma só vez e então olhou para mim - Diferente de você.
Eu podia jurar que queria socar a cara dele.
- Vamos Kailin, esse lugar não anda muito bem frequentado.
- Já vai? essa foi tão fácil. – ele disse sarcástico.
- Você tava tentando se livrar de mim? - Larguei o braço dela e me aproximei em passos rápido dele - Era isso que tava tentando fazer o tempo todo? Agindo feito um idiota só para que eu te deixasse em paz?
- O que? não! nunca - ele se levantou e nós dois ficamos frente-a-frente - Só que vem umas mulheres ai mais tarde e eu não quero te ver triste, princesa - acariciou meu queixo. dei um tapa na mão dele o afastando.
- Pois eu também to indo me encontrar com um cara.
- Ah é? - ele cruzou os braços.
- É - confirmei.
- Então ta certo - ele disse.
- Tudo bem.
- TUDO BEM!
- Eu não me importo - me aproximei dele e o olhei profundamente nos olhos.
- Eu me importo muito, muito menos - ele se aproximou mais de mim
- Eu te odeio!
- Eu te amo.
Meu mundo parou por alguns segundos, meus lábios tremiam pois tentava falar e nada saia da minha boca, Cameron parecia tão assustado quanto eu por ele ter deixado aquele ''eu te amo'' escapar. Sentia minhas mãos suarem frio, minha respiração ficar ofegante e minhas pernas bambas, naquele ponto não sei mais o que me segurava. Cameron foi se aproximando devagar de mim, ainda não conseguia me mover, cada vez ficava mais difícil de respirar. Ele passou as mãos por volta da minha cintura e me puxou para perto de seu corpo, nossos olhos já se fitavam e mais parecia que não existia nada além de nós dois juntos, ele colocou um fio de cabelo meu para trás e sorriu, eu estava boquiaberta, no piloto automático, Cameron me paralisou por completo, sentia calafrios por todo corpo a cada toque. Finalmente ele tocou meu rosto e eu foi aí que eu fechei os olhos e me permeti senti-lo, sua mão quente no meu rosto, sua pele macia, ele tão perto me proporcionava sentir seu perfume que tanto amava. Aquele olhar me olhando profundamente, podia jurar que ele estava vendo minha alma, se aproximava devagar, bem devagar, como se estivesse em camera lenta, como se Deus tivesse a bondade de fazer esse momento passar devagar apenas para que nós pudessemos aproveitar melhor. Cameron já estava a centimetros de distância da minha boca, sentia nossa respiração se chocando, ele estava ofegante e eu também, pousei minha mão sobre o peito dele e percebi o quão nervoso ele estava, foi aí que ele me agarrou mais forte, já estava praticamente entregue, a poucos centimetros de um beijo.
''Seu coração bate mais forte e você tem certeza de que o ama, mas algo ainda a impede de se jogar com tudo nisso, a incerteza de saber que será feliz, eu sei que se sente assim mas... mas o amor dele é tóxico e vai destruir você.''
Aquelas palavras soaram na minha cabeça e se repetiam por mais que quisesse que elas fossem embora.
Me afastei de Cameron.
- Vai embora - disse.
- É isso que você quer?
-Sim – foi tudo que eu consegui responder até sentir as lagrimas nos meus olhos.
- Você tá mentindo e eu sei disse porque consigo sentir seu coração batendo. - a voz dele saiu trêmula, como se não quisesse me perder.
- Me deixa em paz - Atravessei o bar e sai esbarrando em todo mundo que via pela frente.
Queria sair dali.
Queria sumir.
MATTHEW's P.O.V
- Catherine ainda não sabe que eu sou ''o vilão da história'' ainda posso ligar para ela e convidar para aquela sessão de fotos - disse.
Stacy se aproximou com um sorriso no rosto.
- Então eu devo chamar aquela modelo?
- Gabriela? - perguntei interessado.
- E desde quando você se importa com quem se mete no meio desses seus planos?
- Só que da última vez que a vi, ela me pareceu bastante gostosa - me levantei e arrumei o terno - Marque um jantar, eu quero conhecer essa tal de...Gabriela
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.