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História Rédeas do Amor - Cap 6 - Sem dizer adeus - História escrita por TobiDeiProject - Spirit Fanfics e Histórias
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História Rédeas do Amor - Cap 6 - Sem dizer adeus


Escrita por: TobiDeiProject

Notas do Autor


Hello, hello!

Todos bem?

Espero que gostem, acho que na sexta a gente acaba.

Boa leitura!

Capítulo 6 - Cap 6 - Sem dizer adeus


 

 

Dias se passaram, Oonoki finalmente recebeu alta. Com uma memória infalível para coisas do seu interesse, o velho cobrou a festança de união do casal. Obito, fez todos rirem, ao ilustrar seus dias de lua-de-mel:

 

— Não satisfeito, me bateu no cartório, pois não queria de forma alguma acrescentar Uchiha no nome.

 

Kurotsuchi conhecia muito bem Deidara, não sabia como este estava reagindo ao casamento, pois pelo que conversavam, o irmão apresentava profundo horror a relacionamentos estáveis e compromisso. Observava e via que o fazendeiro estava disposto a fazer dar certo, recomendou:

 

— Não machuque os sentimentos dele, se você não vê futuro nessa relação, não dê esperanças.

 

— Também não sou um insensível! — exclamou magoado, por ter adquirido a fama após o término do seu relacionamento anterior.

 

[...]

 

O fato era que Deidara considerava-se muito jovem para atrelar-se à uma pessoa, mesmo Obito sendo o cara que toda pessoa busca, pensava que se casasse agora, talvez perdesse os melhores anos para namorar e conhecer pessoas.

 

Acordou com um café na cama caprichado, um beijo doce e um latido da Matraca. Não podia dizer nada, aquele homem era um achado raro. 

 

“Ele é perfeito e tudo o mais, mas passar o resto da minha vida ao lado de uma mesma pessoa é um pouco assustador!”

 

[...]

 

Obito não aguentava tamanha felicidade, seus dias voltaram a fazer algum sentido, finalmente não se sentia tão só, afinal não se sentia daquele jeito diante de ninguém, somente Deidara para deixá-lo assim.

 

O sorriso estampado em seu rosto deu lugar a um semblante sério e preocupado ao ver Nu Flyer rolando de dor abdominal na baia. Seu pêlo coberto pelo suor, indicavam a dor intensa. O olhar aflito do animal dizia apenas uma coisa: “Ajuda-me!”.

 

Entrou no casarão e discou para o melhor veterinário da cidade, Dr. Kabuto Yakushi. Ao dizer os sintomas do seu cavalo ao doutor, este veio correndo. 

 

— É cólica.

 

— Faça o que for necessário, Doutor.

 

Fluidoterapia, analgésicos e a passagem de sonda foram realizados. Nu Flyer estava com o estômago repleto, além da grande quantidade de gases.

 

Deidara nunca viu Obito tão preocupado, tentou animar o parceiro, que estava com medo de perder o seu amigo.

 

Dr. Kabuto realizou palpação retal e inspecionou alças, tranquilizou o papai ao dizer que não havia sinal de torção ou obstrução, o que seria indicação cirúrgica.

 

— Calma Amor, o Nunu é forte! 

 

O veterinário de cabelos grisalhos, sugeriu ao fazendeiro dicas de manejo, pediu para verificar as instalações e esquemas de alimentação dos cavalos. 

 

— Você deve diminuir o concentrado e dar mais forragem, certo?

 

— Mas eles nunca tiveram cólica, é que esses dias saímos muito da rotina.

 

— Esses grandões são como bebês. 

 

Receitou remédios para o paciente, acomodou-o em sua baia e deixou-o descansar. 

 

Enquanto Obito fazia o pagamento, Deidara notou olhares discretos, porém cheios de cobiça para seu marido. Sentiu ciúmes, mas iria dar corda para ver se o doutor dava algum fora.

 

— Aqui está seu cheque, Dr. Kabuto. 

 

— Obrigado, Obito. Não vou te chamar de senhor, vejo que aparenta pouca idade.

 

— Já gostei de você, Kabuto.

 

“Já gostei de você, Kabuto” imitava o loiro, emburrado. Para complementar, o grisalho finaliza:

 

— Essa região parece ser muito boa para morar. Estou farto da cidade grande.

 

— Seria bom termos um veterinário da sua competência por perto. 

 

Deidara não quis parecer infantil, só que a presença de Kabuto estava lhe dando nos nervos, então tratou de agarrar o braço de Obito e dizer:

 

— Vamos, Amor? Estou com sono.

 

— Oh sim, já estava de saída. Tenham uma boa noite.

 

Obito se despediu, gostou muito daquele homem. Confiaria plenamente a vida dos seus animais a ele. Caminharam até a baia de Nu Flyer e ficaram aliviados ao ver que o cavalo estava dormindo tranquilo. Deidara alisou as mãos de Obito e disse “Ele vai ficar bem, foi só um susto.”, então o moreno pegou o outro em um abraço e agradeceu.

 

— Nossa, fez toda a diferença você ao meu lado. 

 

— Eu nem fiz nada. 

 

Um beijo doce, que foi retribuído por Obito. Ambos bocejaram e decretaram que amanhã seria um dia de folga, apenas cuidariam dos filhos.

 

— Nada de fogão ou louças! 

 

— Ok, mas eu não quero sair de casa pra comer, já vou logo avisando.

 

— Sim, senhor enclausurado.

 

Foram surpreendidos pelo carro do Dr. Kabuto, que ainda estava ali. Deidara sussurrou indignado “Ué? Por que ele ainda está aqui?”, ao passo que o veterinário sai do carro e explica:

 

— Desculpe o incômodo, Obito. Meu carro não dá a partida. Só gostaria de um telefone para pedir assistência.

 

O Uchiha não queria trabalho uma hora daquelas. Obrigou Kabuto a resolver aquilo no dia seguinte. Ofereceu hospedagem, então Deidara surtou quando viu que ele já foi entrando no casarão.

 

— Por que ele você não pôs naquele casebre? Eu não gostei dele, nem um pouco!

 

— O que é isso, Deidara? O doutor é convidado.

 

— Só porque é doutor? 

 

— Só porque ele salvou meu amigo? — Extremamente constrangido diante Kabuto. — Desculpe viu, doutor, meu marido parece não ter modos diante das minhas visitas.

 

Kabuto fez sinal para que não se preocupasse, também evitava os olhares de fúria de Deidara, mas havia gostado tanto do outro homem. Perguntava-se o porquê ele tinha que demorar tanto a achar o homem perfeito, e quando o encontra, ele é casado.

 

— Tem um quarto no final do corredor. Fique à vontade.

 

O casal subiu para seus aposentos em um clima não tão amigável. Ao fechar a porta, Obito tentou resolver o conflito de forma amistosa, porém Deidara sentiu-se não levado a sério de alguma forma.

 

— Se você acha que vou ser mulherzinha submissa, está muito enganado! Eu vi, com estes lindos olhos azuis, que ele está louco pra te dar uns pegas.

 

— De onde você tira essas coisas?

 

— Você me cansa! O cara parece não me respeitar, teoricamente ele cobiça meu marido na caruda e você vai lá e faz o quê? Caga pra minha opinião. 

 

— Calma, meu anjo. É que eu não sou nada perceptivo pra essas coisas, se não fosse o seu telefonema pra rádio talvez eu demorasse muito mais pra descobrir...

 

— Amanhã você não dê liberdades para esse homem! 

 

Por dentro, Deidara sentia-se hipócrita, “Poxa, por um lado eu quero liberdade, mas cobro dele o oposto. Isso é tão errado!”. Ansioso, não pregou os olhos, enquanto o outro dormia feito pedra. 

 

— Nossa, que absurdo! Como consegue dormir? Nossa primeira briga séria e ele roncando como se eu tivesse dado um chá de picão nele.

 

Perdeu o sono de vez, levantou-se e foi pego por uma crise existencial brava. Lembrou-se  que seu maior sonho era viver na cidade grande, ao menos uma vez na vida. Imaginou suas possibilidades profissionais, as pessoas e um astral totalmente diferente do campo. 

 

— As luzes, as lojas, os carros, a noite! Quero ao menos uma vez viver isso, tanto que saí de casa. Esqueci disso ao me envolver com Obito. Sei que ele é lindo e perfeito, amo muito tudo isso, ao mesmo tempo ainda tenho tanto a viver. Ele nunca vai querer morar um tempo na cidade grande comigo…

 

Na calada da noite, em uma atitude impulsiva, fez suas malas e partiu. Não quis se despedir. Foi tentar a sorte grande na cidade vizinha. Com água nos olhos, caminhou até o ponto de ônibus mais próximo e pegou o primeiro transporte com destino à rodoviária. Lá decidiria melhor como fazer para chegar a cidade mais próxima.

 

[...]

 

Obito acordou e se espreguiçou. Esticou a mão, sem abrir os olhos, mas não achou seu amor. Levantou e caminhou até a cozinha, começou a se preocupar quando não via sinal nenhum de Deidara pela casa, pior Matraca chorando fininho na porta, igual quando o Uchiha sai de carro e ela fica esperando pelo seu retorno. Em negação, não queria acreditar que aquela briga boba poderia ter resultado em um desfecho tão radical.

 

— Matraca, ele só deve ter ido ao mercado.

 

Kabuto apareceu e resolveu rapidamente o que precisava, só lhe restava aguardar a assistência. Tomou um gole de café preparado pelo fazendeiro e perguntou por Deidara. Obito desconversou, não queria proferir as palavras “Ele se foi, e o porquê eu não sei.”.

 

Quando finalmente despachou o veterinário, entrou no carro e procurou Deidara em todos os cantos. Ao chegar na rodoviária:

 

— Moço, um rapaz desse jeitinho foi no ônibus há 1 hora.

 

— Pra onde?

 

— Eu não sei…

 

O moço quis ajudar, mas não sabia dar maiores detalhes. A ficha do Uchiha começara a cair. Algo muito errado estava acontecendo, entretanto havia recapitulado todas cenas, tudo que Deidara havia dito e tudo que havia respondido, então concluiu que não sabia dizer qual foi o estopim para que seu pequeno se revoltasse e sumisse no mundo.

 

Perguntou nos guichês sobre os ônibus, todos pareciam lesados, não sabiam dar respostas, pareciam pouco se importar com a dor do homem. Estavam muito focados em seus próprios problemas para ajudar o próximo. Desistiu, por mais que doesse. Tentou ser racional ao dizer para si “Não fiz nada errado, ele sabe onde eu moro, caso se arrependa e queira conversar.”, ligou o rádio da camionete e a música que estava tocando doeu profundamente seu coração. Deu partida, e por sorte não havia ninguém no trajeto de volta, afinal as lágrimas pulavam de seus olhos e enxergar era difícil. 

 

“Hey now, hey now

Don’t dream is over

 

Hey now, hey now…”


 

Em uma conversa consigo, disse:

 

“Muito bem, imbecil! Assustou ele a hora que mostrou os sentimentos. Ninguém vai gostar de você!”

 

Lembrou do beijo na banheira, por sorte a música na rádio animou, senão jogava o carro no poste para dar um fim àquela dor. 

 

[...]

 

Deidara chega na parada final. Sente-se profundamente culpado por não ter ao menos deixado uma carta de adeus. Com os bolsos cheios de dinheiro que pegou da gaveta do Uchiha, sem sua permissão, colocou os pés na rodoviária e admirou a vista. Viu muitos carros e ônibus como nos filmes. Cheio de disposição para começar a melhor etapa de sua vida, inflou os pulmões e quase morreu com a poluição.

 

— Vamos! Vai ficar aí o dia todo? — esbravejou o cara atrás.

 

Deu passagem, pensou em ir até um bar chique. Queria beber algo para comemorar. No meio do caminho deu uma pausa e pensou que não havia nada a ser comemorado.

 

— Cada escolha há uma renúncia, isso é a vida.

 

No bar, a música “Wicked games” tocava na jukebox.

 

“I wanna fall in love...with you”

 

— Música desgraçada, faz eu pensar nele!!!

 

— Faz pensar em quem?

 

Um ruivo puxou assunto, Deidara em poucos momentos abriu seu coração ao desconhecido, que o ouviu com atenção. 

 

— Difícil dizer o que é certo ou errado sobre as coisas do coração, mas agora que você tomou a sua decisão, relaxa. — O ruivo estendeu o copo para um brinde.

 

Deidara estava apertado, pediu para que o moço olhasse suas coisas.

 

— Vou ao banheiro rapidão.

 

— Suave.

 

Caminhou até o banheiro do bar, era precoce para dizer algo, mas a cidade grande era intimidadora, estava se sentindo desprotegido e sozinho. Olhou para sua imagem no espelho e afirmou:

 

— Nenhum começo é fácil, Deidara. Força! Você vai conseguir!

 

Ao voltar, bebeu dois bons goles de sua bebida. Continuou sua conversa com o rapaz, que se apresentou:

 

— Sasori, prazer.

 

Nunca fora fraco com bebidas, mas chegou no ouvido de Sasori e falou:

 

— Cara, eu não tô nada bem…

 

Viu a imagem de dois ruivos se misturando, tudo parecia girar e essas foram suas últimas lembranças. 

 


Notas Finais


Tava tudo amor demais, não?

E agora?

Matraca, não chore, meu bem!

https://open.spotify.com/playlist/0Or3RjmidTmmGs1NQV8iTH - as musics do cap de hj estão aqui.


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