Pelas estradas da vida
Um pirilampo sempre quis contar
Talvez flores de inverno
Fossem difíceis de cultivar
Ao perguntar para a formiga
Ela fez essa questão:
" Talvez apenas em devidos tempos, temos a beleza de antemão"
Pensador, pirilampeou pensando
Tardou por dias e noites
Mas em sempre um resultado
Não se pode acelerar o tempo
Daquilo que apenas uma vez
Vai ser mostrado.
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-" EU FALEI PARA IR COM TUDO, DE BRINCADEIRA! NÃO PARA ME MATAR!"-
Grito enquanto corro, segurando a minha peixeira.
Escuto os passos do Robert, o velho está correndo em uma velocidade sobre humana.
-" HOHOHO!!!! VAMOS JOVEM! MOSTRE SUAS HABILIDADES!!"- Responde rindo alto pra caramba. O idoso corre com passos tão fortes que deixam um buraco no chão.
Talvez eu não tenha reparado que ele tem uns 2 metros de altura.
Aqueles buracos no chão assustam qualquer um, parece um pé grande, mas é apenas o vovô Robert.
-" NEM LASCANDO! SAI DO MEU PÉ, VELHO LAZARENTO!"- desvio de um machado que ele jogou em mim -" VOCÊ QUER ME MATAR?!"-
-" Isso é um treinamento leve querida neta!!!"-
Recuperando a ferramenta para atacar outra vez.
-" Querida neta o caramba! Não vem com querida pra cim- AAAAAAA!! QUASE VOCÊ ME ACERTA!"-
Rolo no chão, quase sendo cortada por aquele machado grande e afiado.
-" Vamos lá! Você está indo bem! Siga o que eu te ensinei! Respire fundo! Prenda a bunda! Fecha o cu e ataca!"- diz correndo até mim outra vez, vou indo entre as árvores e passando por lugares mais apertados.
-" Isso lá é linguajar de falar com uma criança?!"-
-" Eu já falei! Você não é uma criança comum!"- avisa sorrindo.
O velho joga a ferramenta outra vez, arrancando um tronco de árvore ao lado da coitada da menina.
-" ISSO NÃO É DESCULPA PARA ME MATAR!"- grito, me abaixando e passando logo abaixo de algumas plantas. -" AHHHH TEM FORMIGA AQUI!!"-
Limpo minhas vestes rapidamente, voltando a corrida estressante.
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Mas o veio gigante sumiu.
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Ele desistiu?
Penso, caminhando, agora, focada para ver se ele aparece.
Sinto um assopro no meu ombro.
-" Te peguei"- a voz animada do idoso me faz tremer, aquele homem é... simplesmente aterrorizante quando quer.
-" E-e-EI! SEM MORTES POR AQUI!"-
Me afasto no desespero.
-" Quando um oni aparecer! Ele não terá misericórdia!"- retira o machado da árvore.
-" P-PELO AMOR DE DEUS! NÃO ME MATA!!"- Dando passos para trás, me cagando toda de medo ( pelo menos parecia).
-" ATAQUE!"-
Ele grita puxando o machado e indo para a minha direção.
Tento pegar a peixeira a tempo, mas não consigo.
Robert para do meu lado, com a lâmina a centímetros de meu rosto.
Sinto um frio passar pela minha espinha.
-" Tetris, correr não vai te ajudar sempre"-
Ele repreende, me levando à repetir todo o treinamento de novo.
-"... Eu...eu vou tentar na próxima..."-
Digo sendo posta no chão, pronta para correr.
-" Antes de tudo Tetris, não se esqueça do que eu te ensinei, quando atacar e usar a primeira forma, use-a como se estivesse dormindo."-
O mais velho avisa antes de se preparar para me dar 2 minutos de vantagem.
-"... Certo... espera, você nunca me disse como dormir em batalha!"- grito resmungando, perdendo 30 segundos nesse lero todo -" COMO DIABOS EU VOU FAZER ISSO???"-
-" SE VIRA MINHA COMPADE! Para de perder tempo!"- o veio avisa, me fazendo lembrar da situação que nos encontramos no momento.
-" ENTÃO FALA RÁPIDO! COMO EU DURMO EM BATALHA??"- Pegando impulso pra correr.
-" ACABOU O TEMPO!"- grita de volta, correndo até mim.
...Por um segundo....
Eu não percebi....
Puxei a minha peixeira, dizendo em alto e bom som:
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-"睡眠呼吸、最初の形、調和のとれた夏の夢
Suimin kokyū, saisho no katachi, chōwa no toreta natsu no yume"-*
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Uma brisa tranquila atravessa o ambiente pelo qual minha peixeira percorre, seguindo para o caminho do machado dele.
Empunhando com astúcia, sinto como se meu corpo relaxasse enquanto atacava.
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Jamais sentiria algo assim se não tivesse tentado, essa sensação divina que me domina no momento.
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Tornou meus movimentos tão... suaves?...
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É como se eu estivesse dormindo....
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Consigo defender o machado, desviando o fluxo da lâmina para o outro lado.
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Aquele brilho e sentimento que me domina, vai sumindo aos poucos. Revelou-se o rosto de um velho feliz, aqueles olhos expressam o puro orgulho.
-" Você dominou a primeira forma em poucos dias, sugiro que posso te chamar de prodígio!"- Bate palmas e faz um toca aqui com a mão.
Eu retribuo animada, talvez esses treinos não tenham sido tão ruins assim.
-" Agora podemos passar para a parte do treino mediano!!!!"- o velhote saltita e pirilampeia alegre.
-" Mas tu é uma desgraça né?..."-
Resmungo.
-" Uma desgraça que irá de fazer ficar forte!"-
Resmungo qualquer coisa, sentindo ele já se preparar para começar o treinamento outra vez.
Sinto que sairei quebrada desse inferno.
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~3 meses~
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Passou um tempo, talvez eu considerasse isso negativamente, mas sinto que fiquei mais forte e cresci um pouco.
Neste mundo, tenho 9 anos, a primavera chegou e a temporada de flores de glicínias aflorou com tudo.
Essas flores, que conseguem envenenar os onis, são bem úteis em batalhas, além de serem úteis em mais uma coisa em especial...
... proteger lugares.
Eu dominei a respiração do sono em 3 meses, não por ser fácil, mas sim por... sorte talvez?...
Meu avô, vulgo Robert, ensinaria muito bem todas as formas, e levando em conta a minha estranha habilidade de acertar as coisas de primeira.
Mas errar terrivelmente de segunda.
Voltando às glicínias, o fato delas protegerem lugares, faz com que a prova para caçador de oni seja dentro de uma floresta de demônios, cercada por várias e várias árvores deste tipo.
-" Avô, eu não vou virar caçadora, eu-já-disse!"-
Repito pela décima nona vez no dia.
-" Por favor! Se receber esse cargo, você será ainda mais forte!"- ele insiste.
-" Eu não quero ser forte! Eu quero ser BIBLIOTECÁRIA!"-
Falo alto com o idoso, preciso botar ordem nesse teimoso.
-" Por favor! Eu nunca mais te peço nada!"-
Robert se ajoelha, se curva e implora.
-" NÃO!"-
O veio suspira, se insistir não vai funcionar, ele necessitará de medidas drásticas e violentas.
Pelo bem da próxima geração...
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O velho encara ela com um olhar frio, retirando o machado das costas.
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Olhando-a, se aproxima com uma pressão assustadora gigantesca.
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"Ele vai me bater?..."
Penso, questionando se aquele velho tão bondoso estava escondendo suas garras.
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Mas para minha surpresa.
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-" VOCÊ VAI SIM!"-
O veio fala se jogando no chão e tacando o machado em uma árvore. Se debatendo igual um peixe.
-"... Você tem 63 anos... como diabos ainda fica fazendo birra?..."- solto um olhar de pura e sincera indignação.
-"... Você é minha única aluna! Sem você eu não terei uma próxima geração de espadachins!... "-
Agora se debatendo que nem uma lombriga.
-" Meu velho, tua próxima geração vai pro saco se eu morrer, tu sabe né?"-
Digo encarando aquele esmilinguido se mexendo que nem um bicho do mato.
-" Por favor Tetris!!!!!! Por favorzinho!"-
O homem vai se arrastando na terra, com a testa passando em cima do chão sujo.
-"... homem do céu, tu vai ficar doente..."-
Levemente me preocupando agora.
-" aaaaaaa.... Por favoooooor....."-
Cavando a terra com as mãos agora, o cara está em um nível de drama superior a 8 mil.
-".... Pelo amor de Deus, para"-
Já me aproximo pá arrastar o veio ~ pelo menos tentar~ e fazê-lo cair na real.
-" POR FAVOR TETRIS!!! EU COMPRO TODOS OS LIVROS QUE QUISER!"-
Ele implora arrastando a testa no chão.
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Ele não me compraria com um truque tão sujo assim....
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-" Trato feito"-
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Continua...
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