Robin caminhou rapidamente em direção ao quarto de Regina. Pensava em diversas formas de explicar o porque tinha dito tudo aquilo à ela. Robin tinha dito tudo da boca para fora, pois sabia que Marian ouviria tudo o que os dois conversavam, ele apenas falou o que Marian queria ouvir. Mas, e Regina? Ela não queria ouvir nada daquilo, com certeza, mas ainda sim Robin tinha esperança de que ela o entendesse. Robin sabia que tinha algo de errado com Marian; ele a conhecia há anos e sabia exatamente quando ela mentia para ele e naquele momento ela estava mentindo, Robin só não sabia o porque, mas sabia onde procurar respostas.
Robin entrou no quarto de Regina sem bater e para sua surpresa ela não estava ali.
— Regina? — Robin chamou indo até o banheiro para procurá-la, mas ela não estava. Robin voltou para o quarto e olhou pela janela.
— Onde você se meteu, amor?! — Robin sussurrou saindo logo em seguida do quarto.
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Regina cavalgava sobre Trovão rapidamente. O cavalo como sempre não decepcionou a dona ia rápido e se movia habilidosamente entre as dezenas de árvores da floresta. Regina seguiu pela direção Sul onde a rota até Annecy era menor. Com o coração apertado e partido, Regina respirava com certa dificuldade. Nunca poderia imaginar que depois da noite que tiveram Robin teria a coragem de humilhar ela daquele jeito, sim, ela se sentia humilhada por entregar o seu bem mais precioso a um homem como aquele. Ela entregou seu coração a ele... E ele o partiu.
Regina cavalgou o mais rápido que conseguiu na tentativa de acalmar seus pensamentos e conseguir se concentrar em algo importante que, naquele momento era acabar com Marian e o rei de Annecy.
Já havia amanhecido quando Regina cruzou a fronteira de Corning e entrando em Annecy. Regina seguiu pela região Leste de Annecy, pois lá ficava a maior floresta e assim ficaria difícil encontrá-la. Regina cavalgou mais um pouco e percebeu o quanto Trovão estava cansado.
— Vamos parar um pouco... — sussurrou acariciando o animal.
Regina parou no meio da floresta e desceu de Trovão indo andando e sendo seguida pelo animal; não demorou muito até que ela avistasse uma pequena cabana no meio de um campo verde.
— Vem Trovão... — Regina chamou indo em direção a cabana e Trovão a seguiu.
Ela se aproximou da cabana e olhou em volta, aparentemente não havia ninguém que morava ali. Regina bateu na porta.
— Olá?!
Não houve resposta. Regina passou a mão pela maçaneta e a porta se abriu.
— Viu Trovão?! Estou ficando boa nisso... — Regina sorriu vitoriosa e o cavalo relinchou em resposta. Ela entrou na cabana e tudo parecia arrumado. Havia dois cômodos e um banheiro. Em um cômodo maior em frente a porta ficava um sofá e na parede ao lado havia uma cama de casal encostada, havia também um pequeno armário. No outro cômodo era uma cozinha simples. Regina se surpreendeu com a cabana e foi até a cozinha procurar algo para comer. Trovão observava a dona parado na porta. Regina encontrou algumas maçãs e as pegou colocando em uma vasilha e a colocou no chão perto de Trovão que começou a se alimentar. Regina pegou um pouco de água para si e uma maçã. Enquanto comia Regina ficou parada ao lado do cavalo o observando enquanto o mesmo comia as maçãs uma atrás da outra. Uns minutos se passaram até que Regina ouviu passos se aproximando. Regina observou o lugar com cuidado e esticou as mãos ao avistar uma sombra.
— Venha até mim! — Regina ordenou e puxou a mão para perto de si e a pessoa atravessou o campo sendo puxada pela magia da rainha.
Regina observou uma pequena senhora com uma cesta de flores. Trovão parou atrás da senhora para não deixá-la fugir.
— Quem é você? — Regina perguntou soltando a senhora.
— Eu moro aqui! Você que é a intrusa, majestade! — A senhora sorriu.
— Majestade?! Me conhece?
— Sim, Regina! Fui grande amiga da sua mãe... — A senhora esticou a mão. — Sou Marie.
Regina sorriu e apertou a mão de Marie.
— Finalmente te conheci!
— Creio que Robin falou de mim para você... Onde ele está? — Marie perguntou e viu Regina suspirar. — Acho que ele não sabe que você está aqui.
— Não... Ele não sabe! Ele é um covarde ridículo... Eu o odeio tanto. — Regina bufou irritada. Marie riu.
— Não você não o odeia, mas vamos entrar... Pode deixar seu cavalo aqui, ele não tomará chuva caso chova.
— Já irei voltar Trovão comporte-se. — Regina fez um carinho no animal que encostou a cabeça na mão da dona. Regina sorriu e entrou logo em seguida.
— Um chá? — Marie perguntou em frente ao fogão.
— Sim, por favor. — Regina aceitou e fechou a porta.
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Já em Corning... Robin arrumava suas coisas rapidamente. Fez uma pequena bolsa com pares de roupa e já se preparava para partir quando Killian e Branca adentraram o quarto do rei.
— Majestade nos chamou? — Branca perguntou.
— Sim... Chamei. — Robin fechou a bolsa e olhou para os dois. — Quero que cuidem de Corning enquanto eu não tiver! Preciso que os soldados monitorem as fronteiras... Sinto que algo ruim está por vir.
— Como assim? — Killian perguntou.
— Regina sumiu... E eu sei para onde ela foi... Ou melhor, tenho quase certeza! E se ela estiver realmente onde eu penso que ela está... Bem... As coisas vão terminar mal. — Robin fez uma careta. Branca e Killian se entreolharam e concordaram com o rei.
— Vá atrás dela! Cuidaremos do reino como se fosse nosso... — Branca sorriu amigavelmente.
— Isso mesmo, majestade! Colocarei tropas em todas as regiões... Ninguém atacará Corning! — Killian respondeu.
— Obrigado de verdade aos dois... Agora... — Robin pegou sua bolsa. — Tenho que ir.
— Que Deus o proteja. — Branca sorriu.
Robin sorriu e deu um breve aceno com a cabeça para os dois antes de deixar o quarto as pressas. Robin saiu do castelo, montou em Baily e partiu em direção a Annecy.
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Já havia anoitecido, Regina e Marie conversavam tranquilamente.
— Então quer dizer que minha mãe realmente fundou Corning?! — Regina perguntou surpresa enquanto dava uma mordida em seu biscoito.
— Sim... Sua mãe era uma mulher forte! — Marie concordou com um sorriso.
— Espero ser como ela então... — Regina sussurrou.
— Tenho certeza que será muito melhor! — Marie incentivou.
Regina sorriu. Nunca realmente havia acreditado nas histórias de Robin sobre a sua mãe, mas ali com Marie ela passou a acreditar. Regina não se lembrava muito bem de Cora, mas ficava feliz em saber que a mãe era uma heroína.
— Marie, posso te fazer uma pergunta?
— Claro... — Marie concordou dando um gole em seu chá.
— Você sabe onde fica a Lapis spes? — Regina perguntou e viu Marie engasgar. — Ei, tá tudo bem?!
— Sim... eu só... — Marie recuperou o fôlego e com a voz fraca continuou: — Não sabia que você conhecia a pedra da esperança.
— Ouvi falar. — Regina deu de ombros. — Mas, você conhece?
— Sim... E ela fica nas montanhas "gêmeas" sabe aquelas que você consegue ver tanto em Annecy como em Corning? E cada parte delas fica em uma cidade... Elas praticamente ficam entre a fronteira... Uns dois dias de viagem daqui até lá.
— Interessante...
— Mas, por que quer saber disso?
— Queria fazer um pedido à ela. — Regina sussurrou.
— Bem você pode! Todos temos o direito de pedir algo a pedra, porém não é fácil chegar até ela e você precisará de sua magia para ativar os poderes da pedra senão ela só funcionará em Janeiro como bem sabe.
— Quer dizer que eu posso pedir antes? — Regina sorriu e seus olhos brilharam ao receber aquela notícia.
— Sim, claro! Só precisa de um feitiço que eu posso te ensinar, mas vou ser sincera... Eu nunca fui até essa pedra então não sei bem qual o preço da magia dela.
— Isso eu irei descobrir!
— Então acho melhor vossa alteza dormir um pouco para descansar. — Marie sorriu.
— Obrigada, Marie. — Regina apertou sua mão.
— Não precisa agradecer.
Marie se levantou da cadeira e foi arrumar uma cama para Regina dormir. Marie pegou um colchão de casal e colocou no chão ao lado de sua cama. Depois de tudo pronto, Regina e Marie se deitaram em suas camas para dormir. Regina adormeceu pensando o quão Robin estava furioso com ela.
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