Robin acordou assustado com os gritos que vinham de fora do quarto. Olhando pela janela ele percebeu que já havia amanhecido e o sol brilhava forte do lado de fora. Robin se levantou, vestiu sua roupa rapidamente e foi até a porta do quarto abrindo-a parcialmente apenas o suficiente para colocar sua cabeça para o lado de fora. Robin examinou o corredor coberto por manchas de sangue vindo dos quartos que pareciam ter as portas arrombadas. Robin fechou a porta de seu quarto e olhou para Regina que ainda dormia com uma expressão tranquila no rosto. Ele foi até a janela para poder observar a rua e se assustou ao ver a grande quantidade de guardas espalhados pelas ruas. O exército de seu pai estava ali. Robin deu um passo para trás e olhou para os lados seria praticamente impossível escapar sem serem pegos, mas ele precisava tentar.
— Regina! Acorde, vamos acorde! — Robin chacoalhou a esposa.
Regina acordou assustada sem entender nada.
— O que...
— O exército de meu pai está aqui precisamos ir. — Robin disse entregando as roupas da esposa para ela.
Regina não demorou para vestir as roupas usou sua magia para facilitar o trabalho. Ambos colocaram suas capas pretas e saíram do quarto.
Robin seguia na frente dando passos cuidadosos e silenciosos sendo seguido por Regina que estava logo atrás. Os dois desceram as escadas do bordel tentando fazer o mínimo de barulho possível. Regina olhou em volta da grande sala de recepção onde na noite anterior haviam vários casais se beijando e agora só havia sangue e móveis quebrados incluindo o lustre que tanto chamou a atenção da morena. Robin olhou pela pequena janela que havia na sala ao lado da porta de entrada e para sua surpresa não havia guardas ou qualquer ameaça aparente; estava tudo silencioso, silencioso demais para a cidade de Annecy. Aonde estava o exército de seu pai?!
— O que? — Regina sussurrou percebendo que Robin olhava sem entender.
— É uma pegadinha! Os guardas não estão mais lá fora... — Robin olhou em volta da sala. — Eles estão aqui dentro.
— Mas...
Regina não conseguiu terminar a frase. Vários tiros foram disparados contra eles. Robin segurou a mão de Regina e abriu a porta saindo do bordel. Ambos foram surpreendidos com tiros e mais tiros vindo de toda a parte. Alguns guardas surgiram atirando, Robin pegou uma faca que ficava escondida em seu tornozelo e arremessou contra um dos guardas, mas a atitude não seria útil, não naquele momento onde os dois estavam em completa desvantagem. Robin e Regina saíram correndo em zigue-zague pelas ruas Annecy. Robin gemeu de dor ao sentir uma bala entrar em sua perna.
As armas de Annecy eram diferentes. Geralmente eram grandes, silenciosas e as balas eram feitas de cobre com uma substância química que causava uma séria queimadura ao entrar em contato com a pele. Essa substância percorria cada célula do corpo da pessoa, destruindo uma por uma até chegar ao coração onde uma vez atingido não teria mais volta.
Robin parou no meio da rua e vários guardas o cercaram. Regina parou um pouco atrás dele, mas não o suficiente para evitar de ser cercada.
— O que pensam que estão fazendo? Eu sou o rei dessa cidade. — Robin aumentou o tom de voz autoritário.
— Rei?! — uma voz saiu de trás do círculo feito por guardas. Robin suspirou conhecia bem aquela voz.
— João! — Robin chamou.
João surgiu em meio aos guardas parando em frente de Robin. Robin o encarou fazia um bom tempo que não via... Seu irmão. Irmão bastardo, mas ainda sim seu irmão. João era alto, moreno, os olhos verdes encantavam a mulherada, era musculoso nos lugares certos e tinha uma tatuagem com o brasão de Annecy no braço esquerdo.
— Irmãozinho que saudades. — João abriu os brancos e sorriu irônico. Robin permaneceu parado. — Sem abraços? Pensei que era mais afetivo Hood.
— Você e sua doença... Pensei que estivesse se tratando.
— Ah, claro! Aquilo? — João riu. — Foi apenas uma conversa psicológica.
— Num manicômio? — Robin ergueu uma sobrancelha.
— Vejo que fez uma boa escolha. — João ignorou a pergunta de Robin e seu olhar se fixou em Regina. A rainha de Corning realmente era linda.
— Fique longe dela.
— Ah... Isso seria um pecado! Ficar longe de uma mulher como essa?! Agora entendo o porque do papai querer tanto a princesa de Corning, ela com certeza daria uma bela submissa. — João sorriu malicioso para Regina.
— Você é nojento. — Regina sussurrou.
— Óh majestade sem elogios, por favor. Teremos tempo de sobra para isso quem sabe... Num lugar mais aconchegante.
— Hoje não. — Robin sussurrou e num golpe habilidoso girou o corpo pegando a arma de um dos guardas e atirando logo em seguida no mesmo. Robin rapidamente atirou contra o irmão.
— Desgraçado! — João gritou de dor.
Robin começou a lutar contra os guardas e apesar de estar em desvantagem por ser apenas um, Robin estava se dando bem, pois ele treinava os soldados de Annecy e por isso conhecia a fraqueza de cada um. Regina olhou para a sua mão e ali surgiu uma bola de fogo que ela logo jogou contra vários guardas de uma vez. O fogo queimou o corpo de alguns rapidamente, Regina e Robin aproveitaram a distração dos guardas sendo queimados e saíram correndo. Robin ignorou a dor absurda que sentia na perna e correu até uma casa abandonada. Os dois entraram na casa e se sentaram no chão para não serem vistos, porém era questão de tempo para os guardas aparecerem ali. Robin puxou um pedaço de sua camisa.
— Eu não deveria ter te trazido para cá... Deveríamos estar nas montanhas... — Robin amarrou o pedaço de tecido na sua perna e suspirou. — Sinto muito.
— Está tudo bem. — Regina abriu um sorriso fraco.
— Vamos morrer, Regina! Isso foi só o começo... Meu pai nunca manda todos os guardas de uma vez, com certeza tem mais vindo para cá.
— Vamos dar um jeito! Nem que eu tenha que queimar um por um daremos um jeito.
— Se você for agora conseguirá chegar até as montanhas.
— Não irei sem você! — Regina disse convicta deixando claro que aquela possibilidade não iria existir. Robin jogou a cabeça para trás sentia a ardência da bala subindo pela sua perna e sabia que não conseguiria se manter vivo por muito tempo.
— Ok! Vamos seguir em direção ao Sul, assim que chegarmos na floresta dos trolls pegamos o retorno e voltamos para as montanhas pela beirada da cidade. — Regina sugeriu. Ela se lembrava do mapa que seu pai tinha da cidade de Annecy e agora aquele mapa poderia salvar a vida deles.
— Regina meu pai é esperto...
— Nós também somos. — Regina o olhou com determinação. Robin sorriu para a esposa, mas foi interrompido por uma voz que surgiu vindo de um dos quartos da casa abandonada.
— Será mesmo que são?!
Robin prendeu o ar ao ouvir aquela voz. Regina se virou e viu um homem sair de um dos quartos; ele era alto, branco, com os cabelos levemente grisalhos, mas o que chamava a atenção era a cicatriz em seu rosto que começa no alto da sobrancelha esquerda e cortava seu rosto até perto do canto da boca. O homem usava uma roupa vermelha e dourada com o brasão de Annecy.
— Pai... — Robin sussurrou e o rei sorriu perverso.
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