O luxuoso maserati que Sehun havia escolhido para se locomover com Jongin por Dubai foi deixado de lado por um momento quando ambos chegaram na região do deserto, entrando em um 4x4 para percorrer a extensão das dunas altas e montanhosas demais para um carro baixo.
— Você quer com emoção ou sem emoção? - perguntou Sehun enquanto colocava o cinto de segurança no banco traseiro, o carro sendo dirigido por um profissional guia contratado por si para guiá-los pelo deserto.
— O que você quer dizer com isso? - o moreno indagou de volta.
— Se você quer que o motorista acelere mais, dar uma emoção a mais na aventura. - explicou Sehun rindo.
— De jeito nenhum, eu amo viver! - respondeu Jongin horrorizado.
— Eu jamais permitiria de qualquer forma, muitos carros viram facilmente nas dunas... Não posso permitir que você se machuque. Você tem uma festa de gala hoje à noite para frequentar, sem chances de ter que mostrar você diante de todos com algum arranhão sequer.
Jongin encarou a Sehun por um momento em completo silêncio enquanto o carro partia com cuidado. Um sentimento de contentamento tomou conta de seu peito com as palavras de Sehun, fazendo-o se sentir querido e protegido, algo que ele não sentia vindo de seu próprio marido em muito tempo.
Quando se é casado por muito tempo com alguém, é normal deixar coisas como cuidado e proteção passarem como naturais e despercebidas, mas Jongin nunca foi assim, ele sempre amou se sentir seguro, amado, querido e cuidado pelo homem com o qual se casou. Não havia como negar para si mesmo a saudade que ele havia sentido de perceber que Sehun ainda se importa consigo, apesar de Jongin já não se sentir tão merecedor de tal cuidado, não quando ele sabe do peso que ele tem no afastamento da relação conjugal com Sehun. Novamente o sentimento agridoce se fez presente em Jongin, deixando-o preenchido por um misto de sentimentos bons que se entrelaçavam às lembranças ruins que o último ano trouxe para ele e Sehun.
Jongin estaria mentindo para si mesmo enquanto olha para Sehun se dissesse a ele que não se importa nenhum pouco com ele, porque isso seria uma grande mentira. Mesmo durante o ano de crise em seu casamento que os afastaram um do outro, Jongin não deixava de olhar por Sehun de longe, sentindo-se impossibilitado de alcançá-lo. Quando Sehun foi para Paris e ficou lá por dois longos meses Jongin torceu para que o mesmo ficasse bem, que ele estivesse feliz e realizado com suas conquistas e satisfeito em trabalhar para manter seu negócio cada vez mais forte e estável.
Estar casado com alguém por tanto tempo é um tipo de convivência que te liga ao seu companheiro, um elo que mesmo quando tudo está prestes a desabar entre ambos não desaparece com facilidade, sempre deixa resquícios e que ficam presentes dentro do casal e que vêm à tona nos momentos mais inesperados. Jongin vem andando nos resquícios de seu casamento com Sehun desde que ele retornou para casa, trazendo de volta a sua presença familiar e junto consigo as lembranças de tudo o que viveram juntos, resquícios ricos em felicidade, resquícios ricos em tristeza. Seu caminho por entre os resquícios é agridoce, porque seu casamento é construído em meio a muitos momentos felizes e inesquecíveis, mas todos os relacionamentos possuem partes obscuras e difíceis para as quais ninguém quer retornar e viver novamente, resquícios dolorosos e que te causam dor, que te cortam de uma forma que nada é capaz de cortar.
Um balançar de cabeça foi o que Jongin optou para espantar sua tormenta mental, tentando mudar de assunto enquanto seus olhos ainda jaziam fixos nos de Sehun.
Um sorriso gentil se fez presente nos lábios de Sehun e Jongin não precisava de mais nada para saber que Sehun sabia o que se passava dentro de si, ele o conhecia o suficiente para entender o quão profundo e sentimental Jongin é em relação a tudo o que vive, ao quão complicado tudo parece dentro de si, ao quão preso ele acaba se encontrando em seus próprios pensamentos e ignorando o mundo ao redor por um breve momento que parece durar uma eternidade.
O olhar de Jongin encontrou refúgio nas dunas do lado de fora da janela do carro, na paisagem desértica e ao mesmo tempo bonita que o distraía do olhar gentil e conhecedor de Sehun. O resto do percurso seguiu-se em silêncio e ninguém disse mais nada até que o carro fizesse a sua parada em uma espécie de vila no deserto, um lugar com uma dezena de pessoas que pareciam se sentir em casa no ambiente desértico e que de repente parecia tão cheio de vida. Jongin notou alguns turistas no local também, tirando fotos pela pequena vila com casas de tendas de pano e lona, montando em camelos e saindo pelo sol de fim de tarde que estava mais suave em seu traço de adeus diário pelo céu árabe.
O estilista se descobriu andando em uma vila de beduínos, o povo árabe que vivia de forma simples e tradicional pelo deserto, mudando de tempos em tempos pelo vasto mar de areia com todos os seus pertences, sem lugar fixo, sem apego. Jongin se pegou olhando para Sehun de olhos franzidos por conta do sol que ainda estava forte aos seus olhos desacostumados, notando sua pele alva que parecia prestes a sofrer com os raios solares e que com toda a certeza já estava sem nenhum resquício de protetor solar com o passeio em Dolphin Bay e o curto banho depois da massagem.
— Você passou protetor solar? - perguntou Jongin chamando a atenção de Sehun para si enquanto entravam em uma bela tenda vermelha cheia de comidas deliciosas e bebidas exóticas e refrescantes.
— Me esqueci de passar depois do banho no SPA. - respondeu Sehun coçando seu queixo desajeitadamente.
Jongin revirou os olhos e apontou para um banco grande de madeira, indicando para que Sehun se sentasse no mesmo. O moreno colocou sua bolsa sobre o assento e começou a procurar pelo seu protetor solar fator 99, pegando o frasco e depositando uma generosa quantidade em suas mãos. Sehun deu um sorriso de canto com o som alto do protetor liberando o produto na palma da mão do moreno e Jongin podia jurar que nos pensamentos de Sehun o som estava vindo de um outro tipo de frasco de líquido frio e viscoso que Jongin certamente não o tinha consigo no presente momento e que também não necessitava de andar com um há bastante tempo, fazendo-o corar involuntariamente enquanto se segurava ao máximo para não dar um tapa forte no rosto de Sehun para fazê-lo parar de olhá-lo de forma tão provocativa.
— Será que dá para parar? - pediu Jongin em tom irritado enquanto espalhava o protetor em suas mãos e puxava o braço direito de Sehun para passar o protetor solar.
— Parar com o quê? - perguntou Sehun em tom inocente.
— Parar!!!! - disse Jongin passando o protetor habilmente no braço de Sehun, sentindo a pele macia, os músculos e as veias de suas mãos até onde a camiseta branca cobria Sehun.
— Mas eu estou parado!
— Eu não estou falando de estar parado!!!
— O que é então?????
— Isso!!!
— Isso o quê?
— Isso aqui!!!! - disse Jongin apontando para o sorriso de canto de Sehun que sempre lhe retornava aos lábios assim que ele parava de falar. — Apaga esse sorriso de canto agora!
— O que há de errado em mim sorrindo? - perguntou Sehun em tom cheio de diversão, seu sorriso cínico cada vez mais nítido.
— Não é o seu sorriso que me preocupa, é o que está por trás dele. - disse Jongin colocando mais protetor em suas mãos, vendo Sehun lamber seus lábios e sorrir ainda mais, pegando o braço esquerdo de Sehun e espalhando mais protetor no mesmo.
— E o que está por trás dele? - perguntou Sehun em tom malicioso.
— Acredite em mim, eu sei bem. - disse Jongin em tom desconsertado, soltando o braço de Sehun e pronto para caminhar para longe.
Mãos envolveram a cintura de Jongin com rapidez e o moreno não teve sequer tempo de dar um grito assustado quando se percebeu no colo de Sehun, suas coxas envolta da cintura do mesmo e suas pernas soltas do outro lado do banco. Jongin estava respirando de forma tão acelerada com sua face tão próxima da de Sehun que seu coração parecia prestes a sofrer uma parada cardíaca, suas mãos meladas de protetor estendidas entre seu torso e o de Sehun, o olhos de Sehun fixos nos seus e o sorriso de canto que ele tanto estava abominando ainda estava bem vivo nos lábios do outro.
— Então prove. - murmurou Sehun em tom de desafio.
— Você é um maldito pervertido, me lembre o que eu vi em você para te escolher como meu marido...? - perguntou Jongin irritado por estar tão nervoso.
— Tudo, você viu tudo.
Jongin sentiu todas as suas barreiras se esvaírem com a simples frase de Sehun.
O moreno viu Sehun de todas as formas que se pode ver alguém e foi exatamente por isso que seu coração escolheu a Sehun.
— É, você está certo. - disse Jongin virando seu rosto de lado e avistando o protetor em cima de sua bolsa, pegando o mesmo e colocando mais um pouco em suas mãos.
O moreno não disse nada enquanto tirava o óculos de Sehun da gola de sua camiseta branca e o colocava sobre o banco, levando suas mãos até a face de Sehun e assistindo ao mesmo fechar seus olhos enquanto ele começava a aplicar o protetor eu seu rosto gentilmente. Jongin não disse mais nada enquanto estudava a face tranquila e calma de Sehun sobre seu toque, sentindo a respiração de Sehun em suas mãos a cada movimento lento e cuidadoso seu.
A primeira vez em que Jongin estava tocando Sehun de tal forma, sentado em seu colo, próximo como não estiveram em muito tempo. Suas mãos tremiam um pouco e Jongin torcia em seu silêncio para que Sehun não notasse.
— Deus, eu senti falta disso. - murmurou Sehun em tom satisfeito.
Jongin riu dando um tapinha leve na testa de Sehun, assistindo as lindas sobrancelhas de Sehun serem erguidas com o ato.
— Sentiu falta do quê? De mim limpando sua pele porque você sempre foi preguiçoso demais para fazer uma simples esfoliação facial e até fazer a sua barba? - inquiriu Jongin descendo suas mãos pelo queixo de Sehun e pegando mais um pouco de protetor solar para passar no pescoço de Sehun.
— Não é bem isso... Eu senti falta do seu toque.
Jongin soltou uma respiração trêmula enquanto encarava a face de Sehun que ainda se mantinha de olhos fechados. A revelação parecia tão sincera e íntima aos ouvidos de Jongin, sentindo a vulnerabilidade que Sehun deveria ter abrido mão só para dizer isso em voz alta. Jongin queria poder dizer algo, mas sua voz não saía e o momento passou rápido demais quando Sehun se levantou consigo em seu colo e o colocou de pé no chão novamente, virando-se de costas para Jongin e apoiando sua perna direita no banco enquanto pegava o protetor para passar em suas pernas.
— Sehun, eu...
— Coma um pouco Jongin, tem muita comida deliciosa que você vai adorar. Sirva-se, você precisa comer e beber bem.
Dando um suspiro alto, Jongin resolveu ouvir a Sehun e se dirigiu até a mesa para comer e beber um pouco.
5:20h da tarde Jongin já havia praticado sandboard com Sehun e estava cansado e sorridente, até que Sehun mencionou o passeio de camelos e Jongin ficou receoso por não conhecer tais animais. O moreno se encontrava nervoso enquanto se aproximava do camelo, Sehun atrás de si o garantindo que o camelo não iria machucá-lo ou derrubá-lo no chão, que tudo ficaria bem e que o passeio não seria muito longo.
— E se ele cuspir na minha cara? - perguntou Jongin horrorizado, apertando a mão de Sehun com força.
— Eles só irão cuspir em você se eles se sentirem ameaçados e você não é uma ameaça Jongin. - disse Sehun tentando tranquilizá-lo. — Vem cá, deixa eu te ajudar.
Sehun o sentou na cela que havia nas corcovas do camelo e quando camelo ficou de pé Jongin deu um grito espantado, fazendo Sehun rir abaixo de si.
— Isso não é engraçado Sehun!!!! Eu tô com medo!!! - protestou Jongin irritado.
Sehun sentou-se no camelo ao lado enquanto o beduíno orientava o mesmo para que ele ficasse imóvel.
— Viu só? Não é ruim, é como andar de cavalo, só que um bem mais alto. - disse Sehun sorrindo para Jongin.
— É, você tem razão. - disse Jongin aproveitando o passeio.
Os camelos se moviam em direção ao sol que estava cada vez mais próximo de se pôr no horizonte desértico, alguns minutos de percurso e o guia fez uma parada em frente a um lindo declínio montanhoso que ficava à frente deles, vendo o sol deixar o lugar completamente belo e como um paraíso em meio ao deserto. Sehun desceu do camelo deitado e foi até Jongin para ajudá-lo a sair, pegando o moreno pela mão e se distanciando um pouco do guia em busca de privacidade, andando em direção a bela vista do pôr do sol alaranjado, como uma verdadeira pintura pelo céu.
— Isso... Isso é incrivelmente lindo. - murmurou Jongin extasiado com a paisagem linda em meio ao deserto.
Jongin podia ver as montanhas de dunas ao fundo e o sol bem prestes a desaparecer no meio delas, vendo a pouca vegetação que cobria o chão arenoso, vida nascendo em um lugar que é visto apenas como um ambiente de morte e calor.
Sehun se sentou na areia e Jongin fez o mesmo colocando-se ao seu lado, ombro a ombro assistindo ao pôr do sol de mais um dia que se passava, marcando um adeus da última noite em que ambos passariam em Dubai.
— Eu vim aqui somente uma vez, há mais de um ano e meio atrás. - revelou Sehun com uma voz baixa e suave. — Quando eu vi essa bela paisagem e esse pôr do sol eu pensei no dia a dia de milhares pessoas no mundo inteiro que fecham seus olhos para maravilhas como essa... Eu pensei em mim mesmo e no quão sobrecarregado eu sempre me encontrava com o trabalho, sem tempo para viver a vida como ela deve ser vivida, sem o tempo que eu deveria dar para a minha única família, para você...
Sehun apertou a mão de Jongin na sua e o moreno sentiu seu coração se apertar forte em seu peito.
— Sehun, não... - pediu Jongin em um tom sofrido.
— Naquele dia eu prometi que eu mudaria, que tudo seria diferente e que eu iria tentar mudar a minha rotina, parar de me adequar ao meu trabalho e fazer com que o trabalho se adeque a mim... Eu prometi que a próxima vez que eu visse esse mesmo pôr do sol nesse mesmo exato lugar, você estaria comigo... Nós como uma família, como sempre fomos. Tantas coisas mudaram de lá pra cá...
— Eu sei... - disse Jongin em um sussurro, apoiando sua cabeça no ombro de Sehun e tentando conter suas lágrimas enquanto assistia ao sol descer entre as dunas ao longe. — Eu sei e eu sinto muito...
— O que nós fizemos Jongin? Como nós permitimos tudo isso? - questionou Sehun com uma voz embargada.
— E-eu não sei...
— Eu voltei para casa disposto a te dar o divórcio, eu sabia que depois que eu partisse para a França sem dizer nenhuma palavra você iria pedir isso e acabar com tudo de uma só vez... - murmurou Sehun puxando o rosto de Jongin para encará-lo. — Mas quando eu te vi... Eu não sabia mais o que eu queria. A única certeza que eu tive é que eu não podia simplesmente te deixar ir!!!
Uma única lágrima descendo pelo rosto de Sehun foi o bastante para despertar as de Jongin. Seu aperto na mão de Sehun aumentou e Jongin fechou seus olhos com força enquanto Sehun pressionava suas testas juntas, seu corpo tremendo e temendo pelo pior, por algo que ele já não tinha mais a certeza se queria, não mais, não agora.
— Eu sempre dei tudo o que você quis, eu sempre fiz tudo por você, para você... E se o divórcio é o que você mais quer... J-Jongin... Então eu te darei. Eu irei embora e você nunca mais terá que me ver novamente, você pode esquecer que eu existo e que eu não signifiquei nada para v-...
— EU NÃO POSSO!!!! - Jongin gritou em meio às lágrimas, abrindo seus olhos e encarando a Sehun. — Eu não posso perder você!!!! Você é tudo o que eu tenho, eu não posso, eu não posso... P-por favor, não...E-eu não p-posso...
Jongin apertou os ombros de Sehun com força, prendendo-o no lugar por temer que Sehun fosse se levantar e abandoná-lo sozinho no chão do deserto, abandonar a si, sua casa, sua vida, tudo o que eles construíram juntos.
— Mas nós não podemos continuar assim Jongin, você sabe que não... - disse Sehun com uma voz carregada de pesar e arrependimento. — Nós voltaríamos a ser como éramos nesse último ano, um casamento que só existe no papel, incapazes de olhar nos olhos um do outro, de deixar o passado para trás, de seguir em frente... E eu não quero isso Jongin. Nós nunca conseguiremos reunir os resquícios da nossa relação dessa forma, não sem antes enfrentarmos a origem de tudo isso, se não perdoarmos a nós mesmos.
Jongin abraçou Sehun forte tentando segurar suas lágrimas, sentindo o peso das palavras sinceras e certas de Sehun, entendendo que não havia uma maneira de seguir em frente culpando a si mesmo e culpando a Sehun, porque foi esse um dos sentimentos que os separaram um do outro.
— Eu faço qualquer coisa, mas p-por favor... Não me d-deixe n-novamente... - implorou segurando o rosto de Sehun em suas mãos.
Sehun de um sorriso entristecido a Jongin.
— Eu nunca abandonei você... Cuore mio. - murmurou Sehun apertando Jongin firme em seu abraço. — Eu estarei ao seu lado enquanto você me quiser por perto.
Jongin sentiu novamente um grande peso se esvair de si, inalando fundo o cheiro de Sehun e prendendo-se a ele com força, sentindo suas esperanças retornarem novamente com as palavras de Sehun.
— Quando voltarmos para casa... Eu prometo que nós vamos conversar e resolver tudo isso. Juntos. - prometeu Jongin afundando seu rosto no pescoço de Sehun.
— Juntos. - prometeu Sehun em resposta.
Kim Jongin assistiu ao sol desaparecer no horizonte de mãos dadas com Oh Sehun, renovando as esperanças de juntar os resquícios de seu casamento e ser feliz novamente.
$ $ $
— Você não vai entrar? - perguntou Jongin retirando seus tênis e jogando sua bolsa no sofá enquanto assistia a Sehun de pé no vão da porta.
— Eu não acho que é uma boa ideia, não agora. - disse Sehun enfiando suas mãos em sua bermuda jeans enquanto assistia a Jongin caminhar de volta até si.
Jongin deu um sorriso cheio de satisfação ao notar os olhos de Sehun passeando por seu corpo, se permitindo novamente aquela velha sensação de borboletas em seu estômago que Sehun sempre provocou em si, parando em frente a Sehun e colocando suas mãos nos ombros do mesmo.
— E por que não agora? - indagou Jongin curioso.
— Porque talvez eu não seja capaz de me comportar perto de você. - admitiu Sehun cheio de ênfase no “comportar”, olhos fixos e sinceros nos de Jongin.
Jongin deu um sorriso contido.
— Talvez você não deva se comportar perto de mim... Afinal de contas, você é o meu marido.
Sehun não se moveu um centímetro ou tocou Jongin desde que ambos deixaram o deserto, e o moreno conseguia ver que essa era uma forma que Sehun encontrou de deixar as coisas mais tranquilas e sem pressa entre ambos, aguardando pacientemente até que tudo entre eles fosse resolvido, até que tudo voltasse ao normal. No entanto Jongin se descobriu sentindo falta do toque de Sehun tanto quanto o próprio Sehun havia admitido para si, e um dia inteiro ao lado do mesmo havia trazido de volta o seu apego pela presença de Sehun e por toda a atenção que ele costumava receber.
Jongin pôde ver na expressão de Sehun o quão satisfeito e orgulhoso ele ficou ao ser chamado de marido, não mais em um tom ofensivo ou cheio de rancor, deixando o moreno mais esperançoso de que as coisas entre ambos realmente fossem entrar nos eixos novamente.
— Eu tenho que ir agora, daqui há duas horas e meia a festa se inicia e mesmo sabendo que você vai estar “fashionadamente” atrasado, eu sei que você precisa descansar um pouco e se preparar. - disse Sehun deixando Jongin entristecido, um bico nada alegre surgindo nos lábios do moreno. — Tivemos um dia longo...
— A propósito, muito obrigado por ter me levado para cada um desses passeios, eu amei cada segundo... De verdade. - disse Jongin abraçando Sehun em gratidão, soltando um suspiro aliviado e alegre em sentir Sehun ceder ao seu abraço e envolvê-lo em seus braços.
— Fico muito feliz em ouvir isso... - murmurou Sehun dando uma risada feliz.
Jongin soltou Sehun do abraço relutante ao ouvir o smartphone do mesmo tocando, vendo Sehun levar sua mão até seu bolso e checar quem estava ligando para si.
— Francis de novo...
O moreno ficou confuso por um momento, mas depois se lembrou que se tratava do representante da Ohrmani na França e que havia chegado a Dubai para participar do baile de gala da Summer Fashion Week.
— Quer que eu atenda e mande ele ir procurar algo melhor para fazer ao invés de ligar para você pela 9ª vez no dia? - sugeriu Jongin em um tom cheio de irritação.
— Não seja tão rude Jongin, são assuntos do trabalho, eu não respondo nada além disso. - explicou Sehun colocando o aparelho de volta em seu bolso, dando passos curtos para trás enquanto sorria para Jongin. — Tenho que ir agora... Boa noite Jongin.
—Sehun...?
— Sim...?
As palavras estavam na ponta da língua, algo que Jongin vem pensando desde a noite anterior quando Sehun o acompanhou até a porta do apartamento tarde da noite, que continuou vivo em seus pensamentos quando seus olhos despertaram para mais uma manhã e quando viu Sehun já aguardando por si ao lado de sua cama. Jongin se lembrava bem, mas seu nervosismo e receio o impediram de dizer o que queria em voz alta, torcendo e recolhendo forças para ser capaz de dizer a Sehun em algum momento durante o restante da noite.
— Te vejo mais tarde...?
— Claro, te vejo mais tarde Jongin.
No impulso, Jongin correu até Sehun e deu um beijo na bochecha do mesmo, rindo como um adolescente bobo ao se afastar, assistindo a expressão sem graça e surpresa de Sehun, fechando a porta do apartamento com um sorriso bobo e largo no rosto e encostando-se contra ela dando um suspiro alto.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.