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História Restart is Possible - Camren - Capítulo XII - História escrita por thaisharmonizer - Spirit Fanfics e Histórias
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História Restart is Possible - Camren - Capítulo XII


Escrita por: thaisharmonizer

Notas do Autor


Esse é só pra mostrar o lado dos pais da Camila. Acho que posto o próximo ainda hoje. Boa leitura!

Capítulo 12 - Capítulo XII


P.O.V. Camila Cabello

Após o agradável momento na sala de música, eu saio completamente feliz. Lauren e Hailee são as melhores pessoas que eu poderia pedir na minha vida. E eu fiquei orgulhosa de mim mesma por ter conseguido dizer às duas que eu gostava muito delas. Eu mal podia esperar para contar à Demi. Talvez ela também se orgulhasse de mim. O primeiro passo foi dado.

P.O.V. Sinuhe Cabello

Alejandro e eu saímos direto do trabalho para o consultório. Demetria conversaria conosco novamente hoje.

- Boa tarde, como estão? - ela pergunta quando chegamos.

- Estamos bem, e a senhorita? - Alejandro dirige-se à ela.

- Estou bem, mas ficaria melhor sem essas formalidades. - sorri. Assentimos e nos sentamos em frente à sua mesa.

- No nosso encontro anterior eu deixei que vocês expusessem seus olhares sobre a situação da Camila. - ela começa. - Hoje, eu quero dar alguns conselhos, mais como algo pessoal mesmo do que propriamente profissional, e quero fazer algumas perguntas e gostaria que me respondessem sinceramente, pode ser?

- Claro. - respondemos ao mesmo tempo. Eu não queria confessar, mas estava muito nervosa. Camila era minha única filha, meu maior bem. Não esperava que meu descuido fosse causar tamanho dano.

- Camila era muito próxima de Sofia?

- Sim, as duas eram praticamente dependentes uma da outra. - falo.

- Vocês acham que ela já apresentava problemas antes da descoberta sobre a doença de Sofia? - Alejandro e eu nos olhamos e percebemos que nenhum dos dois saberia responder aquilo. Nunca havíamos reparado no comportamento de Camila. Sempre tínhamos Sofia sendo a filha ideal. - Não sabem me dizer. Mas sabem me dizer o porquê da falta de respostas? - insiste e eu suspiro.

- Camila nunca foi muito ligada à nós. Ela não gostava de sair conosco e nunca fazíamos questão de insistir porque Sofia adorava nos acompanhar. - falo, lembrando de todas as vezes em que Camila ficou sozinha ou com alguma babá em casa. - Sofia chegava a insistir que ela fosse também, mas ela dizia que não gostava de pessoas chatas.

- Quem seriam as pessoas chatas?

- Geralmente alguns colegas de trabalho, mas também saíamos constantemente com alguns familiares e amigos. - Alejandro responde.

- Ok. Me contem como era Camila, se ela mudou e se Sofia e ela eram muito parecidas.

- Ela era bastante tímida. Não cumprimentava as pessoas, não gostava de lugares com muita gente. Ela também nunca foi uma criança muito vaidosa e não se misturava muito com outras crianças. - falo. - Já Sofia era totalmente o contrário. Sempre falava com todos e, principalmente quando entrou na adolescência, passou a andar ainda mais arrumada, tinha atividades extras de sobra na escola e arranjou até um namorado. - concluí.

- Bom, eu acho que isso pode ter influenciado Camila de uma certa forma. Sofia era a irmã mais velha e era o modelo de filha perfeita, por isso vocês acabavam por deixar Camila de lado. E, com a morte da irmã, ela pode ter pensado que não conseguiria continuar sem ela. Juntando isso ao provável descaso dos senhores, posso dizer que tudo o que a filha de vocês precisa são duas coisas: aceitação e atenção.

- Olha, entendemos a parte da atenção, mas aceitação? - Alejandro pergunta, sem entender. Mas eu já começava a compreender: sempre estávamos pedindo à Camila que ela fosse algo que ela não era. Aceitar os encontros chatos em família, ser mais sociável. Coisas que ela tinha dificuldade em ser e tudo o que fizemos foi cobrar, mas nunca a ajudamos nem a defendemos dos comentários sobre nossa filha ser diferente.

- Aceitação. O que precisam entender é que Camila é a filha perfeita do jeito que é. Não precisa mudar, porque tudo o que importa é o bem-estar dela, não o que os outros vão pensar ou se ela se adequa ou não a certos ambientes. Não podem ter vergonha dela por não ser alguém que queriam que ela fosse. - Demetria fala como se escutasse meus pensamentos. - Me digam: qual foi a última vez que abraçaram sua filha? Que disseram que a amavam? Ou que apenas conversaram sem nenhum motivo específico? - e é aí que eu apoio meus braços nas pernas e coloco minha cabeça entre as mãos, completamente atingida. Eu estava sendo uma péssima mãe. Fazia tempo que eu não sabia quem era Camila, o que ela fazia ou do que gostava. A única coisa que eu sabia era de seu desempenho escolar que eu julgava ser o mais importante. - Quando ela contou sobre a sexualidade dela, fez alguma diferença discutir e a afastarem mais ainda de vocês? Ser homossexual realmente muda alguma coisa pra vocês ou muda pra outras pessoas? Se preocuparam em conhecer a garota com quem ela estava? - eram muitas perguntas e todas tinham a mesma resposta: um vergonhoso não. Alejandro estava calado até agora, ele também não sabia que tinha uma parcela de culpa.

- Tudo só foi virando uma bola de neve. Não queríamos magoar Camila. - estou chorando, enquanto Demetria nos olha como se estivesse acostumada com isso. E deve estar mesmo. - Nós a amamos, só ficamos assustados. Se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente. Você não sabe o quanto quero vê-la agora. - não consigo parar de chorar. Alejandro está com a mão em meu ombro, tentando me acalmar.

- Acreditem, pais como vocês são mais comuns do que imaginam, mas nunca é tarde para dar amor à alguém e receber mais ainda. Estão dispostos a mudar? - Assentimos. Ela me entrega um lenço e eu enxugo as lágrimas. - Então, acho que minha sessão perguntas e conselhos termina agora. Só tenho pedido: passem a dizer sim para Camila de vez em quando e coloquem na cabeça que ela não precisa mudar. Ah, e talvez ela chame vocês para sair essa semana, não recusem em hipótese alguma.

- Obrigada, você não sabe o quanto foi importante que nos dissesse essas coisas. - Alejandro fala.

- Isso é só o meu trabalho. - Ela ri e a acompanhamos até a porta, nos despedindo. Quando a porta é aberta, uma moça muito bonita está entrando, dá um selinho em Demetria e diz para ela:

- Podemos ir agora, amor?

- Sim, nós podemos. - ela responde, piscando um olho em nossa direção.

Volto para casa pensando que se eu soubesse que Demi se relacionava com uma mulher, com certeza eu a teria julgado. Mas agora sei que o que sabemos de uma pessoa é sempre superficial. Ela era uma mulher competente e incrível, mesmo não se adequando aos padrões. Me pego pensando que eu gostaria de ser assim também, liberal, despreocupada e feliz, independente de qualquer opinião alheia. Camila iria me enxergar como mãe pela primeira vez. Eu faria por merecer, até porque aprendi que só amor não é suficiente para manter a vida em ordem. Era preciso uma boa dose de coragem para fazer o que temos vontade. 



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