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História Rewrite The Stars - Capítulo - VIII - História escrita por Cattlers - Spirit Fanfics e Histórias
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História Rewrite The Stars - Capítulo - VIII


Escrita por: Cattlers

Capítulo 8 - Capítulo - VIII


 

Ela ficou processando aquela informação, pendendo a cabeça levemente para baixo encostando a bochecha nos cabelos dele, haviam tantas coisas que Itadori falava que não fazia muito sentido para ela, para Itadori, tudo tinha um nome, um significado por trás, a tudo ele atribuía um símbolo, um sentido diferente e que para os outros era insignificante, mas para ele era importante.

A porta foi aberta e Sunry ajudava o rapaz a entrar, vez ou outra ele ameaçava cair, sem forças para sustentar o próprio peso, tendo que se segurar na parede ou nela para evitar queda, aos poucos conseguiu chegar na cama dele o ajudando a se deitar, o cobriu com o cobertor e deu a volta, fechando a janela evitando ar o frio se espalhasse pelo cômodo. Já estava tarde, uma das enfermeiras adentrou o cômodo com uma bandeja e sobre e sobre ela, um pote com frutas pequenas com o uva e pequenos pedaços de maçã. Itadori ficava com dificuldades de consumir alimentos com valor maior de nutrientes, dificultando e forçando o organizado dele e consequentemente o coração e pulmão a trabalhar em dobro. Isso fazia sentido ao ver ele comer devagar aquela pequena quantidade de comida, era preocupante sim, mas resolveu deixar os pensamentos de lado quando ele terminou, se levantou quando a enfermeira entrou para pegar a bandeja, fazer algumas perguntas básicas e sair, os deixando a sós novamente, se aproximou chegando perto dele, se sentando ao lado dele notando as mãos trêmulas dele.

- Não vai deitar?- o escutou perguntar, abriu a boca para prontamente negar, todavia ao analisar a expressão no rosto jovial, se limitou a um balançar de cabeça e se levantou para deitar ao lado dele, sentindo Itadori chegar mais perto dela e colocar a cabeça no ombro dela, em um ato impulsivo, Sunry inclina a cabeça pra baixo podendo sentir o contato direto do nariz com os fios rosados que tinham um leve aroma que a lembrava de morangos, fechando os olhos brevemente, se permitiu viajar com aquele contato, então percebeu algo, ele não cheirava mais a hospital, ele cheirava a lar.

Itadori fechou os olhos e quando seu corpo relaxava, sua respiração era cortada obrigando ele a acordar bruscamente em estarmos violentos, mas se acalmava imediatamente ao sentir o aperto dos braços de Sunry em seu corpo, em determinado momento ele levou a mão até o tubo respiratório querendo retirar do nariz, aquilo incomodava-o tanto, ele tentava não se movimentar tanto para não a acordar, mal sabia ele que ela assistia cada movimento dele. Ele chegou a se sentar, com a mão no peito, apertando os cabelos e puxando entre os dedos como forma de aliviar o incômodo

- Ainda não consegue dormir?- a voz dela soa baixo para somente ele escutar, a falta de palavras eram suficientes para uma resposta, encarou o horário na tela do celular, já se passava mais da metade da madrugada, aqueles estarmos noturnos explicava as olheiras debaixo dos olhos dele, movendo o corpo, capturou a mochila tirando de lá um caderno a qual despertou as atenção do rapaz, os olhos curiosos pois já havia visto aquela capa, aquelas folhas, ficou encarado ao receber ele em mãos- Pode olhar, contanto que não perca ou machuque as folhas

Itadori se ajeitou colocando a cabeça no travesseiro, permitindo a garota de deitar de lado, podendo ter a visão privilegiada dele de folhear cada página admirado, as vezes Itadori ficava de dez a quinze minutos analisando uma página, ele contemplava cada traço no papel, achava exagerado ele demorar tanto para ver um desenho, novamente o viu levar a mão até o tubo respiratório, dessa vez ele parecia disposto a tirar, então levou a mão até a dele

- Não consegue?

- Não, parece que isso ao invés de ajudar, sufoca – resmungou, ela percebeu no fundo da voz dele um certo desespero, aquele feitiço de incapacidade a dominou e não conseguiu se pronunciar ou se mexer enquanto o assistia ajeitar o tubo respiratório como se dessa forma, aliviasse aquele sentimento de sufoco. Tudo o que Sunry conseguiu fazer foi assistir em muda a angústia enquanto Itadori pressionava a mão no peito e deixando uma lágrima solitária escapar pela bochecha do rapaz.

 

Os dias se passaram rápido, Sunry estava caminhando e puxando o casaco contra seu corpo protegendo-se do clima frio,  inclinou a cabeça para baixo escondendo o nariz que estava um pouco vermelho no cachecol de lã vermelho, apesar de não gostar daquela cor, se sentiu obrigada a usar para se proteger do frio , levou a mão até os olhos coçando levemente sentindo a típica ardência, havia tido um outro pesado ar contribuiu para que ela tivesse apenas algumas horas de sono, era problemático pensar que passava  vinte e uma horas acordada e conseguia dormir apenas três, sem contar nas noites anteriores, apertou de leve os próprios cabelos para se manter acordada e os olhos abertos, continuou seu caminho em direção do hospital. Se alguns meses atrás alguém lhe dissesse que esse seria seu percurso rotineiro não obrigatório,  tinha certeza que iria fazer a vida dessa pessoa um inferno, pensando nisso passou a refletir, não era o trabalho voluntário, não era a obrigação, não era o lugar, era ele.

Dali mesmo Já conseguia ver o hospital apesar das arvores que o cercavam, mas seus passos foram interrompidos quando viu um carro funerário partindo dali, seu peito apertou e suas mãos ficaram trêmulas

Não era verdade

Repetia essa mesma frase na sua cabeça várias vezes enquanto tentava  forçar suas pernas a correr, o que não estava acontecendo, lágrima desciam por sua bochecha, Itadori do nada havia parado de responder as mensagens  na noite anterior, não podia ser, tentou novamente mover as pernas mas ela estavam travadas no chão, como se fizesse parte do concreto da calçada. Era muito cedo para aquilo acontecer, muito cedo. Novamente forçou o corpo reunindo forças de um lugar que não sabia para correr, seus cabelos voavam enquanto corria pelo corredor, desviando das pessoas e chegando a esbarrar em algumas delas, sequer sabia como conseguia respirar, desviou do elevador para as escadas, escutava sua própria respiração ofegante, nessa velocidade chegou tão rápido no andar em que se localizava o quarto do rosado e ao chegar na porta, encontrou vazio. Seu coração se partiu novamente, via a cama bagunçada, as janelas abertas, não queria aceitar, balançou a cabeça deslocando a mão pela maçaneta, algumas pessoas a encaravam curiosas, inclinou a cabeça para baixo e desviou o percurso, não queria olhar para cima de forma alguma, queria escapar daqueles olhares. Sem perceber estava  seguindo por um caminho desconhecido e que não costumava seguir, sua mente estava barulhenta e com pensamentos complexos parou ao escutar um forte latido de cachorro, ergueu o olhar para frente se deparando com a cena de um moreno segurando a corrente que prendia a coleira de um cachorro perto e um outro branco que tinha a total atenção de um certo rosado

 - Itadori

Não sabia o certo, se era ilusão da sua mente ou se era mesmo ali, a medida que aproximava  com passos pesados ao chão, conseguia ver evidentemente o rosado brincar com os pêlos do cachorro e este demonstrava querer mais do carinho latindo e balançando o rabo

- Você é tão fofo – mesmo baixo, Sunry conseguiu escutar a voz dele soar, chegou perto do moreno que notou a face pálida da garota, se preocupou com ela

- Você está bem?- Megumi,  ao contrário de Itadori, conseguia ser bem discreto e apesar de ter perguntado, sua voz não chamou atenção do rosado que continuava a brincar com os cachorros, Sunry colocou as mãos no rosto esfregando

- Que droga – conseguiu apenas responder isso, não foi preciso muito para que Megumi entendesse, viu o carro funerário começar a se movimentar saindo do hospital, abaixou a cabeça encarando a corrente permitindo o cão de pêlos escuros também recebesse atenção do rosado

- Você levou um susto e tanto – murmurou

- Isso não se faz – respondeu ela sem tirar as mãos do rosto, o rapaz não disse nada diante daquilo e voltou a encarar o amigo que estava mais a frente

- A bolsa de oxigênio está ficando pesada, ele não vai mais conseguir carregar, apesar de estar aqui ele demorou para chegar – continuou

- Achei que não viesse mais aqui – lembrou, tirando as mãos do rosto e compartilhando o mesmo alvo que o moreno

- Não vinha, passei por perto e ele acabou nos vendo da janela, não consegui ignorar o chamado dele – o rapaz se sentou num dos bancos, Itadori conseguiu pegar dois gravetos, se esforçando para os atirar longe e em direções opostas para os cães pegar, o que acontecia rapidamente e esse processo se repetia, pela distância dos gravetos jogados serem curtos

- Mas se realmente quisesse evitar não teria passado por perto daqui- argumentou deixando o mais velho sem palavras

- Os nossos amigos vão jogar beisebol por aqui perto, no nosso grupo de amigos ele é o que mais gosta de jogar e é um dos melhores, talvez tenha sido sem de fato pensar, mas me arrependo quando escutei ele me chamar- explicou sem tirar os olhos do amigo a qual era alvo de latidos brincalhões – E antes que pergunte não, ele não sabe que vamos jogar beisebol, não sei como ele reagiria se soubesse, então se fizer o favor...

- Eu sei – maneou  a cabeça em concordância, Megumi ficou mais alguns minutos sentado antes de se levantar e buscar os cães sub protesto do amigo a qual tinha nos lábios um bico manhoso e vendo que Megumi não iria deixar os cães ou um deles, agarrou ambos em um abraço apertado antes do moreno se afastar deixando o rosado para traz.

Itadori continuou no mesmo lugar enquanto observava o amigo se afastar, percebeu que Megumi evitava o encarar e pensando bem, ele estava certo, não queria ficar o amigo com uma imagem ou lembrança ruim quando partisse, apesar das circunstâncias. Sunry chegou perto da mesma. Sunry chegou mais perto do rapaz e sem precisar usar palavras, ele se levantou ficando de frente para a mesma e abriu um sorriso, naquele momento ela conseguiu ver algo que em muitos anos e talvez nunca mais consiga ver novamente, ela conseguiu ver vida.

- Vamos na ponte?- ele perguntou colocando a mão atrás da nuca, coçando levemente os fios de cabelo e entregando um sorriso na tentativa de convencer a garota a ceder, pela expressão que ela exibia, mesmo que para os outros ela estivesse inexpressiva, o rapaz conseguia fazer leitura de algumas expressões faciais da mesma. Sunry ficou o  encarando por alguns minutos, sua mente brigando em dois argumentos onde um deles não permitia ceder, o rapaz poderia piorar se ficasse andando pelas ruas, correndo risco de pegar um resfriado e que faria o estado dele piorar, por outro lado, era justamente a situação dele que a fazia se sentir um monstro por privá-lo de coisas que queria fazer antes de partir, não era uma situação que estava gostando de passar, então cedeu.

Demoraram para chegar no local desejado, Itadori não conseguia acompanhar o mesmo ritmo de passos que ela, de cinco em cinco minutos eles eram obrigados a parar para que ele tomasse fôlego, insistiu que voltassem para o hospital, mas ele se negava, o que resultava dele ser encarado feio por ser teimoso. Ambos se encontraram no ferro, Itadori olhou para baixo conseguindo encarar seu próprio reflexo, as olheiras estavam mais fundas que o normal, a tonalidade azul se tornava mais evidente nos dedos, havia perdido mais peso.

- Pensou que eu tinha morrido, não foi ?- um tom de humor havia na voz dele, Sunry apertou os dedos no ferro, não tinha graça – Apesar de parecer cruel, eu fico feliz de saber que você se importa comigo- em um ato que ela não esperava, ele segurou na mão dela praticamente a cobrindo e a escondendo, sentiu um dos dedos mover para cima e baixo em uma tentativa de carícia – Seria egoísta dizer que queria viver mais tempo, assim ficaria mais tempo comigo?

- Cala a boca- respondeu de imediato, virando o rosto, não gostava de lembrar o destino final do rapaz, as pessoas vivem suas vidas sem saber quando irão partir, mas era totalmente diferente de quando sabiam e ele estava agindo como se não  soubesse. Escutado a risada ofegante dele, soltou a mão a virando para cima, assim sentiu novamente a mão ele é cobrir a sua  ou melhor, o encaixe de seus dedos aos dela. Segurou a vontade de ver como ficavam, aquilo era tão clichê e não iria admitir que seu coração se sentiu aquecido com aquele gesto tão simples. De repente sentiu ele se movimentar ao lado dela atraindo sua atenção, virou para o encarar acompanhando ele subir  na mureta de proteção – Seu idiota, ficou louco?! Você vai cair!

- Então me segura, Summer – Itadori olhava nos olhos dela com intensidade, ela que costumava ser imediata e rápida nas respostas, nesse momento não sabia nem seu próprio nome – Segura na minha mão e não me solta – Itadori portava um comportamento infantil e Sunry o observava, hipnotizada, prendendo-se no modo como o rosado lhe entregou a mochila que carregava o oxigênio, dessa forma ela não tinha como se afastar dele, nem se quisesse. Segurando firme na mão dele, via o braço dele se esticar para auxiliar no equilíbrio, andando devagar e se equilibrando, Sunry segurava a mão dele por baixo, Itadori se recusava a interromper os movimentos e os repetindo, sem ninguém para o impedir ou o interromper. Sunry sentia como se estivesse vendo uma cena magnífica que somente se pode ver uma vez na vida. Os cabelos rosados sendo bagunçados pelo vento, o sorriso brincalhão, leve e puro dele, o corpo buscando se equilibrar mas que ele não caia porque ela estava o segurando, por um breve momento que não soube dizer, o vento soprou tão forte que fez o cobertor se erguer, por mais infantil que fosse, aquilo a faz lembrar como se ele fosse um super herói.

O ajudou a descer, se encostando novamente no ferro de proteção, Itadori jogou a cabeça  para trás, os olhos fechados, inspirando aquele ar, Sunry o acompanhou silenciosamente e sem perceber, se abrigou entre os braços do rapaz prendendo seu tronco, assim que ele se sentiu limitado, voltou a olhá-la,  os olhos marejados, mas que não carregavam tristeza, sentiu ser abraçado por ele, o rosto escondido no pescoço dela e bem baixinho, escondidinho e secretamente, ele desabafou silenciosamente, seu olhar segue até certa direção, onde pode verniz grupo de amigos jogando beisebol e entre eles, a mesma garota de cabelos castanhos e Megumi,  então ela realmente entendeu. Itadori estava sempre lutando para se manter de forma positiva, entretanto por dentro ele estava despedaçado esse tempo todo.



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