Mesmo que lentamente o dia teve seu final e a noite seu inicio.
A casa dos Capuletos estava mais agitada que nunca com os preparativos para a festa de 15 anos de Julieta.
A Sra. Capuleto queria que o salão de festas da casa estivesse mais belo que nunca. Ela queria o espaço ideal para que Julieta se apaixonasse por Paris e assim as feiticeiras se infiltrassem na realeza.
Cortinas vinho encomendadas especialmente para ocasião, todos os mais variados tipos de flores enfeitiçadas, um aroma doce e (embaixo de um longo tapete) escrituras que assegurariam que magia não fosse detectada por nenhum Caçador.
- Onde está Julieta? – perguntou a mãe da garota, que já estava um tanto irritada.
- No jardim com Teobaldo. Eles formariam um lindo...
-Calada Ama! Isso não beneficiaria em nada nossa causa!
-Mas minha senhora... Os filhos deles seriam imbatíveis... Os poderes de Teobaldo e o talento de Julieta...
-Talento conquistado com muito esforço minha querida... O destino não pode ousar se colocar de ante dos meus planos, e muito menos a senhora! –Com um balançar de mãos a Sra. Capuleto organizou todos os castiçais sobre as mesas. - Vá, chame Julieta!
E Ama foi em busca da garota, mandar que ela se arrumasse para o grande dia.
...
Na casa dos Montecchios, Romeu e Benvólio aprontavam-se para entrar na casa inimiga, ambos com mascaras para cobrir o rosto e se perder em meio à multidão em busca de Rosalina, a ninfa por quem Romeu havia se apaixonado.
- Espere aqui Romeu. – Sugeriu Benvólio – Vamos observar a entrada da casa até que Rosalina entre...
-Rosalina não virá... Ela não tem nada com essas bruxas imundas! – E ao terminar a frase, Romeu viu a ninfa indo em direção ao portão, iniciando uma conversa com a Sra. Capuleto, que recepcionava os convidados. – Talvez eu tenha me enganado... – O coração de Romeu acabará de se partir, pois ele, que seria capaz de morrer por Rosalina, nem ao menos a conhecia.
-Não fique assim Romeu... – Benvólio sempre foi o melhor amigo de Romeu, desde quando eram duas crianças fingindo serem grandes caçadores como seus pais.
- Eu quase coloquei nosso império em risco... Isso é inaceitável!
-Você será um grande líder, tão grande quanto vosso pai Romeu... Agora, o que acha de nós divertirmos um pouco nessa festa?
Os dois pularam a grande muralha que cercava o jardim dos Capuleto e infiltram-se no baile.
...
-Vamos Julieta! –Ama apresava a garota – O conde Paris lhe espera no salão! Que homem aquele...
-Mas Ama, e se eu e Paris não nos apaixonarmos? – Julieta arrumava a máscara.
-Sua mãe daria um jeitinho! –Respondeu a criada, sem pensar muito no que havia dito.
-Mas aí não seria amor... Não acha?
-Bem... O amor nem sempre é a primeira vista... Veja eu e Pedro... – E Ama iniciou a mesma história de como ela e seu criado se apaixonaram, mesmo que eles tivessem se odiado em um primeiro momento e sidos obrigados a ficarem juntos por ordem da Sra. Capuleto.
A Sra. Capuleto entrou no quarto e interrompeu a história:
-Julieta, você precisa descer agora! Já servimos o máximo possível da poção de flor de maracujá, mas ele está impaciente! O coitado veio sozinho e não conhece ninguém!
- O príncipe não veio senhora?
-Não! Por mais que ele seja nosso partidário levantaria a suspeita dos caçadores se ele viesse...
- Poção de flor de maracujá! Mãe, eu não quero que nosso relacionamento comece com magia!
- Você estudou poções minha querida, e sabe que essa poção é apenas calmante...
-Não quando se adiciona pétalas de flor de cerejeira a receita!
-Beba isso! – E a Sra. Capuleto entregou uma xícara com a poção calmante para a própria filha – Você está muito nervosa!
Um gole fez Julieta se acalmar e quase em seguida ela desceu as longas escadarias até o grande salão.
-Minha filha, este é o nobre conde Paris, sobrinho do príncipe Escala e membro da realeza.
-Encantado! – Ele beijou a mão pálida de Julieta. – Me concede essa dança?
Ela confirmou com um sorriso e ambas começaram a dançar a melodia que vinha dos instrumentos (encantados para tocarem sozinhos e escondidos em uma sala ao lado do salão).
Conde Paris era um rapaz belo, nobre e gentil, mas tinha um defeito a os olhos de Julieta: Era humano! Julieta e Paris dançavam, ele prestando atenção para não errar os passos e ela agoniada, conseguia sentir cada passo do Conde, sentia as batidas do coração de seu par, o cheiro do sangue que corria em suas veias e mesmo o barulho de seus olhos piscando. Era como presa e predador. Como se ela conseguisse prever cada movimento dele e foi aí que ela atingiu o ápice e começou a ler os pensamentos do seu par... A voz dele ecoava na cabeça dela até que, sem muitas opções ela se aproximou do ouvido dele e disse bem baixinho um encantamento, seguido da frase:
- Você está sobre o meu comando! Agora preste atenção! Você ficara até o final do baile escondido naquele salão... -ela apontou para onde estavam os instrumentos -... Quando a melodia parar, sairá do salão, procurará a minha mãe e dirá que dançamos a noite toda e que foi a noite mais especial de sua vida e então irá embora!
Ele então seguiu exatamente as ordens de Julieta e ela misturou-se a os convidados.
...
Romeu e Benvólio seguiam Rosalina por toda a festa e ela não demorou muito para que ela percebesse, então procurou Julieta para perguntar quem eram os rapazes.
-Eu não sei... –Respondeu Julieta.
-Como não sabe? – Rosalina ficará assustada
-Não sei... Mas vou descobrir...
Julieta foi em direção aos desconhecidos, e assim que Romeu viu a moça se aproximando sentiu como se seu coração nunca tivesse conhecido ninfa alguma, agora, pela primeira vez, ele sabia como era estar verdadeiramente apaixonado.
-Me desculpem perguntar, mas... Quem são vocês?
-Aceita dançar comigo senhorita? – Romeu perguntou, mas as palavras quase não saíram da boca.
- É claro! – Ela respondeu.
Ambos começaram a dançar, mas Romeu não era como os outros, Julieta não podia sentir seus batimentos cardíacos, o cheiro de seu sangue ou muito menos seus pensamentos, ele era misterioso e a única coisa que ele sentia era os dois ali juntos, mas o que ela mal poderia imaginar é que se antes ela era o predador e Paris a presa, agora ela era a presa e Romeu o predador.
Julieta não se importava com mais nada, era como se os dois fossem iguais a os humanos, eles não podiam invadir a mente um do outro, e nem ao menos conheciam completamente o rosto um do outro (as mascaras impediam), ambos podiam apenas ver os olhos do par.
Elas dançavam calmamente, Romeu tocou o rosto de Julieta e de repente, mutuamente, os dois se beijaram.
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