História Royalty - Balls can be tricky

Amélie

O sol que há dias estava escondido atrás das nuvens cinzas e chuvosas finalmente decidiu aparecer e isso me deu um certo tipo de ânimo ao ver as criadas abrindo as cortinas pela manhã. Chuck havia deixado o quarto no início da manhã para que ninguém pudesse o ver e eu estou acordada desde então, pensando em quão errado foi eu dormir sobre o peito do meu professor de música e guarda honorário da família do meu até então noivo. Eu nunca me senti tão suja e tão feliz. Deus me abençoe.

— Gostaria de se arrumar agora, Vossa Alteza? — Virei o rosto distraída para a criada da qual eu não sabia o nome.

— Que horas são? — perguntei, completamente perdida, me sentando na cama e encarando as três mulheres ali paradas. 

— São exatamente dez horas da manhã, Alteza. — A mesma respondeu.

— Oh, então sim... Gostaria de me arrumar agora. — As três assentiram e começaram a se movimentar pelo quarto.

Logo após o banho eu me sentei em frente a penteadeira e fiquei assustada por ver como meu rosto estava inchado. Meus olhos estavam menores do que nunca e dava claramente para ver que eu havia chorado. Me irritei por isso. Como eu poderia transparecer firmeza estando com o rosto assim? E eu sei que as criadas são fofoqueiras.

— Mariah? — Chamei e acertei o nome da criada, por pura sorte. Sem querer sorri por isto. — Use toda a maquiagem que precisar, mas me deixe sem... — Insinuei meu rosto. — Sem tudo isto. — Ela sorriu de uma maneira até que carinhosa e concordou se posicionando para começar a me deixar digna de ser chamada de Alteza novamente.

Valentina

Acordei em um pulo e antes mesmo que eu pudesse pensar, minhas mãos já haviam tomado a iniciativa de segurar o lençol na frente do meu corpo para que meus peitos não ficassem à mostra para qualquer um que entrasse sem avisar. Tipo as minhas criadas que eram abusadas pra caramba. Eu ainda teria que rever isso.

Olhei para o lado e naturalmente abri um sorriso enorme. Caleb dormia serenamente ao meu lado e ele é tão lindo enquanto dorme. Oh meu deus, Valentina, esta é você mesma? Elogiando um empregado enquanto ele dorme ao seu lado após uma noite longa de sexo?

Sim. Esta sou eu.

— Alteza? — virei meu rosto para a porta, infelizmente tirando a atenção de Caleb e focando em uma empregada. Primeira decepção do dia. — Oh... — Ela murmurou surpresa e eu apenas sibilei "vá!". Ela bateu a porta e eu pude ouvir o barulho da sua corrida tímida no corredor. Pobrezinha.

Suspirei e decidi me levantar e seguir para o meu banho, deixando Caleb ali. A cama dele era um verdadeiro pesadelo e ele precisava dormir pelo menos uma noite em um colchão bom como o meu. Isso evitaria que ele sentisse dores nas costas mais tarde. Não que eu me preocupasse. Porque eu não me preocupo. Caleb é só uma espécie de brinquedo meu. Não que eu seja má ou algo do tipo, mas... Não tenho futuro com ele, certo? Sim, ele é um amor de pessoa, atrapalhado e bonito e isso me deixa mais que encantada e me deixar encantada é realmente difícil.

Sai do banho e me atrapalhei na hora de colocar o vestido sozinha. Eu sempre tenho mais de oito mãos me ajudando todos os dias. E é uma loucura colocar isso sozinha! Maldita hora que dispensei as empregadas.  Mas depois de um tempo de muita dificuldade consegui ficar aceitável trajando um vestido vermelho e reto até o joelho. Coloquei um colar simples e me maquiei. Eu estava até que muito simples para uma princesa, mas dane-se. Estou exausta e tive que fazer coisas que nunca faço.

— Oh meu deus! — Desviei a atenção da penteadeira e vi que Caleb havia acordado e tinha o cabelo bagunçado e o rosto inchado, junto de uma expressão confusa e assustada. Ele rapidamente me percebeu sentada em frente a penteadeira e correu na minha direção, se ajoelhando na minha frente. — Me desculpe, Alteza! Me desculpe por tudo que...que....oh meu deus, nós transamos não foi? Meu deus! Eu vou ser enforcado e morto...quer dizer, morto já estarei depois de ser enforcado. Eu abusei de você? — segurou minha mão e a apertou, cerrando os olhos. — Eu sinto muito! Eu mereço a morte e aceitarei qualquer tipo que você propor. Até uma das dolorosas, como aquelas com o cavalo... Eu aceito. Eu aceito. Não se sinta culpada. — percebi que ele estava prestes a choramingar e interrompi seu monólogo.

— Caleb, Caleb... Hei, preste atenção em mim. — Coloquei a mão no seu queixo e puxei seu rosto para que seus olhos focassem nos meus. — Eu que tive a iniciativa, okay? Eu que fiz tudo isso acontecer e você não tem culpa nenhuma, porque, eu, Valentina, amei! E gostaria de repetir milhares de vezes. — Sorri calma e depositei um selinho nele, vendo ele continuar me encarando espantado.

— Jura? — continuava desacreditado. — Você quis... — insinuou o sexo. — Transar comigo? — Assenti e ele abriu a boca surpreso, se pondo de pé e colocando as mãos no rosto. — Que loucura! E nossa...foi demais. — comentou e eu senti minhas bochechas corarem. Foi minha primeira vez! Entreguei MUITA coisa para ele. — Você é boa.

— Obrigada. — respondi e percebi que ele estava pelado e seu pênis estava muito próximo de mim. E isso, diferente de ontem à noite, não me deixava nada animada, excitada, etc. — Agora vá se vestir. — Ele olhou para baixo e se espantou, cobrindo seu amiguinho e seguindo para o banheiro correndo, antes pegando as roupas que usava ontem. Sorri abobalhada e virei-me novamente para a penteadeira.

William

— É isso mesmo? — Cruzei os braços, encarando minha mãe desacreditado. — Quer dar um baile? Hoje? Diante de tudo que está acontecendo? — Ela pareceu irritada e virou-se para mim com toda sua graciosidade da realeza.

— Sim, William. Eu quero e vou dar um baile. Acho que é o melhor jeito de dar a volta por cima nestes acontecimentos, causados por você. — Falou isso me ameaçando apenas com o olhar. — E não será um baile grandes. Acontecerá amanhã e eu já até mesmo enviei convites para alguns amigos. — Sorriu animada, esfregando as mãos e analisando todo o salão. — Smokings para os homens e vestidos de gala para as mulheres. Será maravilhoso. — Virou-se para mim, suspirando. — E eu chamei você aqui, porque quero que amanhã esteja com seu melhor sorriso. E de bem com suas noivas. Eu não quero passar a imagem errada para ninguém.

— E qual seria a imagem errada? — Perguntei debochado, vendo ela respirar fundo antes de responder.

— De que estes noivados são apenas por aparência. Agora, ande! Tenho muito o que fazer e não quero ninguém me observando. — Me senti despachado e me despedi, saindo dali e seguindo para o primeiro lugar que eu achasse confortável o suficiente.

E quando eu subia as escadas, encontrei Valentina e ela estava deslumbrante e simples hoje... Extremamente simples.

— Valentina. — Ela levantou o rosto, assustada e fixou o olhar em mim, automaticamente arqueando a sobrancelha e emburrando o rosto. — Bom ver você também.

— Então está tendo a impressão errada, William. Estou achando terrível que alguns animais ainda não estejam enjaulados. — Sorriu falsamente e eu me senti extremamente ofendido com o adjetivo.

— Eu gostaria de respeito. Ainda sou seu noivo. — Comentei, vendo ela sorrir como se aquilo fosse pura mentira.

— Por enquanto. Em breve eu estarei pegando o primeiro voo para a Rússia e nunca mais me verá. — Agora foi minha vez de soltar uma risada sarcástica. — O que está achando engraçado, William? Contei alguma piada?

— Acho ridículo que sequer cogite a possibilidade de seus pais te deixarem sair daqui. — Cruzei os braços, me encostando no mármore da escada que impedia que qualquer um caísse daqui. — Precisamos um do outro, Tina. — fez uma cara de nojo ao ouvir o apelido. Me aproximei dela em passos lentos e pude perceber que seu corpo ficou tenso e sua respiração ofegante. — E espero que fique mais educada ao longo do tempo. — Dei um beijo na sua bochecha e sai andando, deixando a princesa parada em meio aos degraus.

Amélie

— Alteza. — Olhei para trás assustada com o berro tão aflito e senti meu corpo congelar e arregalei os olhos ao ver quem corria na minha direção. Chuck. Oh deus. Não. Fingi que não havia visto nem ouvido e segui caminhando, ouvindo seus passos no corredor e apressando os meus próprios pés para que eu entrasse no primeiro quarto que visse. — Amélie! — Notei que alguns guardas olharam estranhados por ele. Quem ele pensa que é para me chamar pelo meu nome assim tão "casualmente"?

"Ele é o homem que te acalmou enquanto você chorava, Amélie. E você dormiu sobre ele." — uma voz na minha cabeça disse e eu me senti mais louca do que já estava

Okay, Amélie, encare isso como uma Princesa. Princesa da França. Você será Rainha um dia e não pode fugir dos seus problemas, cruzando corredores e invadindo quartos. Você é a Realeza.

— Sim? — Virei-me sorrindo forçada e vi ele suspirar, parando alguns metros de mim e também percebi que ele usava roupas mais "chiques" do que as que costumava usar. E seus olhos pareciam mais azuis hoje, assim como seu sorriso mais encantador.

— Está linda esta manhã. — Senti minhas bochechas ficarem vermelhas e agradeci timidamente. — Está bem? William não te incomodou, certo? — Achei querida sua preocupação. E nada mais que isso. Nada, Amélie.

— Não. Nem encontrei com ele. O que não deve demorar muito termpo. — Resmunguei, com o olhar fixo no chão com carpete vermelho do corredor. Tudo para não encará-lo nos olhos.

— Se eu pudesse impediria ele de lhe ver, mas sou apenas o mais novo chefe da segurança das princesas. — Arregalei os olhos, o encarando espantada. Isso vai ser horrível.

— Você? Mas não era apenas um professor de música? — Comentei, não querendo intimidá-lo, nem humilhá-lo.

— É uma longa história. — Balançou a cabeça e entendi que ele não me contaria agora. — Quer que eu lhe acompanhe até a sala do trono? — Sugeriu, posicionando ao meu lado.

— Como sabe que estou indo para lá? — Perguntei, sorridente.

— Sou o chefe da sua segurança, Alteza. — Preferia quando ele me chamava de Amélie. — Sei cada passo seu. — Ele praticamente sussurrou isso no pé do meu ouvido enquanto entrelaçava nossos braços e começávamos a caminhar, e eu senti tudo dentro de mim se revirar e quase vomitei de tão... de tão.... eu não sei de tão o que! Esse maldito homem mexe comigo. Dentro e fora.

— Me chame de Amélie. — Falei, sorrindo para ele que sorriu de volta extremamente animado.

"Percebe a merda que está fazendo, Amélie?" A voz disse novamente e eu tentei ignorar.

Valentina

— Meus pais finalmente vieram me buscar ou o quê? — Exclamei, assim que as portas foram abertas para que eu pudesse entrar na sala do trono e ver que todos já estavam lá e eu me tornei um tipo de chamadora de atenção. — Olá a todos. — Sorri simpática e comecei a caminhar até onde Amélie estava. Eu certamente deveria ficar lá também.

— Que bom que chegou, Valentina. Estávamos à sua espera. — A Rainha comentou e eu engoli em seco, me desculpando pelo atraso. Ela ainda continuava sendo uma Rainha e era uma falta de respeito, ser mal-educada com ela. — Agora, poderemos, finalmente anunciar que.... — Bridget gostava de um mistério, hm. Porque em vez de ser rainha não se tornou a próxima Sherlock Holmes?

— Anunciar o que, mãe? — Grace disse nervosa. Minesotta também estava excitada.

— Que faremos um baile. — O sorriso que Amélie tinha no rosto, foi automaticamente desmanchado. E minha cara emburrada só se emburrou ainda mais.

COMO ASSIM? Nós somos agredidas pelo seu filho e ainda rola uma festinha pra comemorar? O que vão fazer? Chamar os amiguinhos do animal e nos botar como saco de pancadas? Não mesmo.

— O zoológico vai ser o tema? — Eu ia falar mas Amélie disse antes, com a sobrancelha arqueada. — Afinal, William estará lá... E bem, sabemos como ele gosta de se comportar. — Aonde estava ESTA Amélie? E porque eu só havia sido apresentada a versão sem sal?

— Acho que podemos ir de saco de pancadas, Amélie. Será à fantasia? — Murmurei e vi que o Rei e a Rainha espumavam raiva, mas claramente, seria ridículo eles tentarem nos calar, quando tínhamos certeza. William apenas fulminava nós duas com o olhar e o resto da família real, olhavam-se atônitos, sem saber de nada, garanto.

— Princesas, por favor, acalmem-se... — O Rei Charles disse e eu e Amélie íamos reclamar mas ele interrompeu. — Quietas, por favor. Deixem minha esposa terminar de falar.

— Sei que um baile é muito inconveniente neste momento mas, será como um novo começo e não, Valentina, não será à fantasia. Será um baile de gala. Smokings homens e vestidos mulheres, obviamente. Eu espero que aceitem este baile como meu pedido de desculpas e de toda minha família.

— Vossa Majestade, nós lhe perdoamos. Não teve nada haver com isto! Não perdoamos é o verdadeiro animal ali parado. — Insinuei William e vi que ele daqui poucos minutos me atacaria.

— Exijo respeito aos meus filhos. — O Rei berrou e eu revirei os olhos, assim como Amélie. — Sabemos que o que ele fez foi errado, mas não somos obrigados à aceitar estes desrespeitos vindos de vocês. Ainda somos Rei e Rainha e vocês tem que nos respeitar e dar respeito à si mesmas. — Ele ficou vermelho e eu vi que era hora de parar de insultar a familiazinha real.

— Pedimos desculpa, Majestade. — Amélie falou no lugar de nós duas e eu agradeci mentalmente à ela. Eu que não faria isso.

— Peço que me escutem. — A Rainha disse me impedindo de abandonar a sala. — Não quero causar mais discussões e espero que levem isso como uma ordem, não algo que precisa ser discutido ou algo assim, porque eu não estou pedindo, estou mandando. Quero que ajam como verdadeiras noivas nesta festa, tudo bem? Não quero que vocês três fiquem brigando feito cavalos! Quero tudo que foi ensinado posto em prática nesta situação. E quero que seja verdadeiro. Quero que aceitem os erros e acertos, uns dos outros e não falem nunca mais sobre isso! Entendido? — William concordou rapidinho. Claro. Se o cachorrinho não ia concordar. Amélie me encarou rapidamente e concordou. Então todos olharam para mim.

Eu concordei.

Dia seguinte, 19:00

Will

A empregada terminou de arrumar minha gravata-borboleta e eu agradeci à ela, me pondo de frente pro espelho enorme e vendo o quão bonito eu estou. Eu via Oliver arrumando os cabelos no canto do espelho e James se divertir com alguma coisa que estava lendo.

— Elas estão putas com você, cara. — Oliver comentou, sumindo com o silêncio. — Como conseguiu? Sério?

— Assunto confidencial, maninho. — Dei de ombros e pisquei para o espelho, me voltando para eles e seguindo para a porta, junto dos dois. James soltou o livro e Oliver se contentou em como o cabelo estava. Não iria melhorar de nenhum jeito. — Mas hoje elas me desculpam. Eu estou sentindo!

— Eu duvido. — James resmungou enquanto andávamos no corredor, seguindo para o salão aonde o baile acontecia. — Valentina é russa e russos são bravos e vingativos e Amélie, bom, eu nunca vi aquela menina brava e agora ela parece um canhão cheio de bombas! — Exclamou e Oliver riu com a comparação. 

— Acreditem em mim. Elas vão me perdoar.

Amélie

Eu cheguei no salão e meus olhos automaticamente procuraram por Chuck e me assustei quando vi ele parado perto de uma das janelas com o olhar fixado em mim, me observando de cima à baixo como se eu estivesse vestida como uma Deusa. E sim, eu estava.

Um vestido preto simples com uma fenda enorme na perna e nos pés um salto qualquer preto. O que deveria chamar a atenção eram minha perna as joias que estou usando, nada mais que isso. E além do mais, eu não queria estar aqui.

— Amélie Aurillac, certo? — Me surpreendi ao ouvir um sotaque inglês forte e virei-me vendo um homem ao meu lado, segurando duas taças de champanhe e me oferecendo uma. Aceitei por pura educação. Assenti, sorrindo simpática. — Aaron West. 

— É um prazer. — não faço a mínima ideia de quem ele seja (?).

— Digo o mesmo. — Me olhou de cima à baixo. — Está deslumbrante esta noite, Alteza. — Agradeci e ouvi meu nome sendo chamado por alguém e me virei, vendo Valentina escondida entre alguns nobres. Ela fez sinal para mim ir até ela e eu disse que estava indo. Me despedi brevemente de Aaron e fui atrás da Princesa Pirada.

— O que houve? — perguntei, assim que cheguei perto dela. Ela revirou os olhos.

— Tenho uma ideia. — Sorriu maliciosa e eu fiz uma expressão preocupada, quando ela começou à falar.

Valentina

— Senhoras e Senhores, suas Majestades, Rei e Rainha da Inglaterra, Charles || e Bridget. — Uma salva de palmas aconteceu e em breve as majestades apareceram sobre um pequeno palco arrumado ali, aonde tinham dois tronos.

— Agradecemos à todos pela presença. É sempre um prazer recebê-los. — Bridget disse com seu sorriso mais simpático e agradável.  Ela deveria ganhar pessoas só pelo sorriso.

— Aproveitem a festa! — Charles comemorou e todos voltaram a seus afazeres. Esse pequeno "show" foi só para a entrada deles. Ridículo. Meus pais nunca fizeram isso.

Meus olhos procuravam insanamente por Caleb usando um dos trajes de gala dos empregados que serviam as pessoas no baile hoje à noite, mas não o encontrei em nenhum momento. Não o vejo desde ontem de manhã, quando ele abandonou meu quarto. Será que ele achou a transa comigo ruim e foi contar para todos que fodeu com a princesinha nervosa?

Merda.

Diversos homens vieram falar comigo, velhos e novos. Me elogiavam, faziam piadas sem graça, ofereciam-me bebidas variadas, falavam sobre suas terras e depois de um tempo eu dava um sumiço em todos. Típico. Eles deveriam estar atrás de mim por causa da minha beleza esta noite. Eu usava um vestido preto e curto, que deixava minhas pernas à mostra e tinha um decote generoso, fazendo com que meus peitos chamassem a atenção também.

De repente vi William passar na minha frente e corri atrás dele, puxando seu ombro e vendo ele me encarar espantado e surpreso. Hora do show.

— Posso conversar com você? — perguntei, fingindo estar nervosa e assustada, olhando para ele. Ele concordou rapidamente e esperou que eu falasse. — Em particular. — Ele concordou outra vez e eu dei de costas, revirando os olhos e seguindo para fora do salão, acompanhada dele. Amélie viu a cena e piscou para mim. Eu pisquei para ela.

Amélie

— Tenho tentado falar com você a noite inteira, Amélie. — Me assustei ao sentir a mão de Chuck tocar meu ombro e me virar para ele. Droga. Ele me achou. — Parece que está fugindo de mim. — Sorriu nervoso.

— E porque eu estaria fazendo isso? — retruquei.

— Por causa de ontem à noite... — Olhei para os lados e vi que tinha muita gente perto para ele falar desse jeito.

— Não fale disso aqui, por favor. Ainda sou uma princesa. — Sorri forçada e ele se desculpou.

— Posso me encontrar com você no seu quarto? Mais tarde? — Não, não, não, não, não. Diga não Amélie! É só dizer não, caramba!

— Claro. — Respondi sorridente e ele assentiu animado, me dando um beijo na bochecha antes de sair. Eu juro, nunca estive mais vermelha. E ferrada.

Will

— Posso saber porque me trouxe até o seu quarto? — Perguntei desconfiado, vendo Valentina trancar a porta. — Não me diga que vai me matar? Oh, por favor, não! — Ela se aproximou de mim em passos lentos e focou seu olhar em mim. Ela estava séria.

— É que o que eu vou falar não pode ser ouvido por ninguém. Acabaria com a minha imagem. Eu seria a princesa fraca e apaixonada. — Okay, estou cada vez mais assustado.

— Você bebeu, Valentina? — Perguntei rude. Ela negou e me olhou de maneira emocionada. 

— Eu te amo, você sabia? Eu gosto de você mesmo você me agredindo e tudo mais. — Deu uma pausa e fungou. — O coração quer o que o coração quer, certo? — Ela estava chorando?

Ela estava chorando! Oh meu deus!

— Mas você estava brigando comigo... Todo tempo. — Resmunguei, contrariado.

— É pra manter a maldita aparência, Will! É tudo uma questão de aparência! — Berrou e eu me assustei. — Eu quero você perto de mim... Eu quero te abraçar... Eu quero que me ame! Eu quero ser a sua maldita rainha! — Disse, segurando minhas mãos e cara...

Eu sou muito bom! Mesmo sendo pirado ás vezes ela ainda me quer.

Mordi o lábio e segurei seu rosto, fazendo com que ela me encarasse e que seus lábios estivessem livres para mim. Eu então me impulsionei para a frente e a beijei, vendo que ela queria muito mais que simples beijos.